Fix You escrita por SammyBerryman


Capítulo 34
Ghost


Notas iniciais do capítulo

[Fantasma]

Há lindinhos, quem disse que eu demoro pra postar? Tá eu demoro mesmo sorry kkkk mas dessa vez eu não demorei tanto. Bom, este capítulo vai fazer umas certas pessoas surtarem, ele está bem sortido, com alguns pedidos que eu recebi, se preparem para as coisas que vão acontecer... Thais eu coloquei sua frase quase no final do capítulo, quem mais poderia dizer algo tão top senão a Lana? Deixei a frase criar vida por ela hehehe

Bem, beijão e obrigado por não terem me matado (por precaução eu durmo com as janelas fechadas)

Ah sim, antes que falem que o capítulo faltou a ameaça que o pai do Freddie ia fazer, eu já vou avisando que a pedido de uma galerinha, esse momento vai ficar para o próximo capítulo, depois explico direito pq houve essa mudança de última hora... Agora leiam



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Povs Sam:

Passaram-se três meses desde tudo o que ocorreu. Talvez tenham se passado mais. Não sei. Em algum momento eu cansei de me torturar contando. Minha vida se tornou tão monótona. Sinto-me forçada a viver. Quando ele se foi, ele levou tudo com ele. Lembro que no mesmo dia em que o Freddie foi embora, ele me enviou uma mensagem dizendo que realmente tinha acabado. Foi o que bastou para eu me acabar em uma crise de choro que durou aproximadamente uma hora. Carly ainda não havia chegado. Quando ela por fim veio com a intenção de comemorar meu aniversário, me encontrou arrasada, mas, como a amiga perfeita que é, conseguiu me fazer dar a volta por cima. Não que eu tenha superado. Acredito que jamais irei. Mas eu consigo tentar agir normalmente. Consigo tentar ser feliz.

Carly retornou para Seattle com o Gibby novamente, logo após fecharmos a empresa e dividirmos tudo de acordo com os nossos advogados. Agora eu estou vendendo o apartamento com a intenção de voltar para Seattle também. Carly abriu mão da parte dela na venda do imóvel. Ela disse que eu precisava do dinheiro todo para me instalar em Seattle.

Eu estou cercada de compaixão e pena. Não aguento mais isso. Embryl veio me visitar de novo, como se não bastasse me contou o quanto o Freddie estava diferente. Pedi que ele não mencionasse o nome dele. Ele entendeu que eu não suportaria ouvir nada a respeito dele, assim nunca mais tocamos no nome do Freddie novamente.

O Austin sumiu. Ninguém sabe dele depois do meu aniversário quando se vimos pela última vez. Então faz três meses que eu não o vejo também. Lembro que fizemos um acordo. Que eu ficaria com ele para sempre se o Freddie me deixasse. Olhando agora, eu ficaria com ele por pura solidão e não por realmente ama-lo. Tanto que eu não corri para os braços dele na primeira oportunidade. O Austin não significa mais a mesma coisa para mim, eu achei que logo que o Freddie estivesse fora da jogada, ele estaria me rodando o tempo todo. Errado. Ele nem deu as caras. Eu não liguei para saber dele, ou seja, desde que Carly voltou a morar com o Gibby, minha vida se baseia em uma única rotina: levantar, comer, chorar, comer, dormir, comer e assim sucessivamente... Eu já falei comer? Acho que engordei um pouquinho, não da pra notar a menos que repare bem.

Eu não vivo mais. Eu apenas existo.

Hoje eu prometo fazer algo diferente. Sair para dar um volta de carro. O Mustang que eu não consegui devolver permanece do mesmo jeito na garagem, com a frente levemente destruída. Ele está parado a um bom tempo, hoje pretendo o tirar da aposentadoria.

Coloco uma camisa branca com listras vermelhas de manga cumprida e um jeans surrado. Não estou com paciência pra escolher roupa. Meu cabelo é a única coisa com uma aparência positiva em mim. Ele cresceu muito e os cachos chegam até o fim das minhas costas. Minha franja cai perfeitamente lisa nos meus olhos, se jogar só um pouco para o lado ela fica perfeita.

Eu procuro a chave do carro pelo quarto. Não está na cômoda. Nem no meio das cobertas da cama. Ou no pequeno armário do meu quarto. Temo que ela só esteja em um lugar. Aquele que não tive coragem de abrir desde que ele se foi. O guarda-roupa grande no canto da parede.

Eu abro a enorme porta e me deparo com algumas roupas que ele deixou ali. Eu não tive coragem de jogar fora. Nem de queima-las ou coisa parecida. Eu apenas as deixei no mesmo lugar.

Eu passo a mão sobre uma das suas camisas brancas, sou tomada por um vazio excruciante. Pego a camisa branca de manga curta e levo ao meu rosto. Ainda permanece o mesmo cheiro que eu me lembro. Maresia, pão saído do forno e vegetação úmida. O cheiro de casa. Eu me afundo no chão com a camiseta.

Eu tentei o meu melhor e não tive sucesso. Ganhei o que eu quero, mas não o que eu preciso. Às vezes eu me sinto tão cansada e não consigo dormir. Fico presa em marcha ré.

Uma lágrima escorre pelo meu rosto, porque eu perdi algo insubstituível. Eu o amo tanto e isso só se desperdiça. Poderia ser pior?

Eu ainda sonho com as luzes que iria me guiar para casa, e incendiar minha alma, e eu ainda acredito que ele iria me consertar. Mas não existe mais conserto para mim. Não da forma que eu estou.

Eu deixo a camisa dele no mesmo lugar que encontrei e procuro a chave. Encontro-a no bolso de uma calça que ele usou naquele dia em Clermount. Fecho a porta do guarda-roupa e saio do quarto de maneira rápida.

 

 

Saio da garagem sem saber exatamente para onde eu vou. Guio o carro pela rua, sabendo que se topar com um carro da polícia terei sérios problemas.

Dirijo o carro pela Dorking Rd com a intenção de ficar o mais longe possível de Londres. Não tem nada que eu odeio mais do que essa cidade. Parece que é algum tipo de maldição.

Acelero o carro cada vez mais sem me importar que eu possa perder o controle, capotar e me meter com o Mustang no meio das árvores.

Minha mente volta a relembrar do dia em que ele me deixou. Eu acreditava que ainda daríamos um jeito, que ele ia iria voltar para mim. Eu estava completamente enganada.

E ele apertou em ''enviar''. Aquela mensagem foi o fim para mim. Ele desapareceu da minha vista.

E agora você é só um fantasma. Quando olho para trás, nunca poderia ter imaginado isso. Que você poderia ser tão frio. Como um estranho, desapareceu como um vapor. Há apenas um eco onde costumava haver seu coração. Agora vejo claramente. E há apenas um travesseiro onde você costumava dormir. Minha visão é 20/20. Eu vejo através de você agora.

Não posso mais pensar nele. Tenho que parar com isso. Sim. Não posso o deixar retornar a minha mente. Isso que eu estou passando não é viver. É algum tipo de purgatório.

As lágrimas retornam a escorrer pelo meu rosto. Eu nunca imaginei que choraria por um garoto na minha vida. Mas ele não é qualquer um. Ele é o homem que eu amo. Que eu prometo amar para sempre.

Acelero o carro e não me dou conta que estou quase na contramão. Só vejo um vulto amarelo tentando desviar do meu carro e se jogando no acostamento. Eu freio o carro que para de maneira transversal na pista.

Eu enxugo o rosto, tiro o cinto de segurança e abro a porta para sair. Olho para o carro que está preso no meio das árvores no acostamento, a frente está totalmente amassada com o impacto.

Não leva nem dois segundos para que eu saiba a quem pertence aquele carro amarelo. É o Jimny do Austin.

Eu corro desesperada para o acostamento. Eu abro a porta do motorista.

Austin está totalmente imóvel, mas vejo seu peito subir e descer. Ele está respirando! Graças a Deus!  A ideia que ele poderia estar morto, foi devastadora, eu sei que não posso perder ele agora que o encontrei

Austin... – eu chamo seu nome.

— Sam? – ele murmura abrindo os olhos – O que aconteceu?

— Eu não vi você, eu juro por Deus que...

— Só me retira daqui – ele fala de maneira abafada.

— Vou te levar para um hospital.

— Não. - ele diz baixinho- Não me leve ao hospital. Eu odeio hospitais. Me leve para qualquer outro lugar, menos para o hospital.

— Mas você...

— Sam. - ele me olha e coloca a mão na barriga como se sentisse dor – Nada de hospital, por favor.

Eu apenas concordo com seu pedido.

 

 

 

Eu paro o carro na frente da casa do Austin. Eu desligo o veículo, me prontifico em sair do Mustang e ajudar o Austin a sair.

Abro a porta do passageiro e o coloco nos meus braços. Ele cambaleia pelo quintal, enquanto apoia praticamente todo o seu peso no meu corpo.

Ele abre a porta da frente e vamos até o sofá, eu o deito ali com cuidado e ele enxuga a testa sujando a mão com um pouco do sangue.

— Onde você está sentindo dor? - sinto um frio na barriga por estar na casa dele.

— Na cabeça e no tórax. - responde me olhando confuso- Tem um kit de primeiro socorros no banheiro.

— Fique aqui. - me viro e vou para o corredor.

— Como se eu fosse a algum lugar. - escuto ele dizer.

 

Retorno para a sala e me ajoelho ao lado dele. Abro a maleta e pego um pedaço grande de algodão.

— Você não cumpriu o acordo. - ele murmura enquanto limpo o ferimento na sua testa.

— Eu não cumpri um monte de coisas. - o sangue encharca o algodão rapidamente.

— Por que não cumprir dessa vez? - ele me pergunta.

Porque eu estou tão desesperadamente solitária por algum tipo de afeto e porque eu me sinto tão culpada pelo acidente que acabei de causar, que eu não consigo mais suportar.

Eu me inclino e beijo seus lábios delicadamente. O toque, o sabor e o calor do Austin me fazem lembrar-me do que perdi, e que meu corpo ainda está vivo. A sensação parece já fazer parte de mim e meu corpo não recua como eu esperava, na verdade ele parece bem disposto a continuar.

Ele me beija com calma. Não tenta enfiar a língua na minha garganta e nem nada. Simplesmente me beija. O mais simples de todos os beijos.

Eu me distancio com calma.

— Por que eu te beijei? - eu pergunto e dou carinho em seu rosto.

— Eu não sei. - ele dá um sorriso enorme.

— Me deixa terminar de limpar o corte na sua testa, vamos ver se precisa de pontos. - eu troco de assunto para esconder o meu embaraço.

Austin só dá um movimento de cabeça quase imperceptível.

Eu limpo o corte na sua cabeça, que não foi muito grande. Desinfeto com água e faço um curativo pequeno que ficou melhor do que pensei.

O tempo todo ele permaneceu calado. Parecia pensativo. Escolhi não perguntar o que ele estava pensando.

— Terminou? - ele faz uma careta de dor na hora de se mexer.

— Sim. - fecho a maleta e me levanto do chão.

Ele se senta com cuidado. Austin abre o primeiro botão da sua blusa e eu engulo em seco. Ele vai para o segundo, depois abre todos com calma e eu retiro a camisa pelos seus braços.

Ele solta um risinho.

— Sempre imaginei você tirando a minha roupa.

— Sem gracinhas. - dou um tapa de leve nas suas costas, mas me admiro em como ele não está abalado pelo acidente que sofreu. Olho para seu corpo procurando hematomas. Encontro somente um hematoma grande no seu abdômen do lado esquerdo. – Vou pegar um pouco de gelo. - eu aviso e vou praticamente correndo para a cozinha.

Quando eu volto, Austin já está deitado novamente. Ignoro seu corpo definido e pressiono a bolsinha de gelo contra o hematoma, ele resmunga sentindo dor.

— Por que me beijou? - ele pergunta retornando para o assunto.

Reviro os olhos pensando no que responder.

— Eu não sei. - digo o mesmo que ele.

— O que você sentiu? - ele coloca a mão dele sobre a minha que está pressionando a bolsinha contra a sua barriga.

— Uma sensação de estar viva. - é a única coisa em que consigo pensar- E você?

Austin morde o lábio e faz círculos nas costas da minha mão.

— Esperança.

— Acredita que depois de tudo, deveríamos tentar novamente?

— Por que não tentar? É sério, o que temos a perder? O Freddie te deixou – sinto vontade de chorar ao ouvir esse nome - A Lana foi embora. – vejo seus olhos marejarem - Por que deveríamos tentar se apaixonar por outras pessoas quando ainda nos amamos? Não como antes é claro, talvez nunca mais seja a mesma coisa, mas é o suficiente agora. - Austin se senta, dessa maneira seu rosto fica a centímetros dos meus- Eu não falei com você durante os últimos meses por que eu não tinha motivos. Eu não ia ficar te pressionando. E agora você deu o primeiro passo. Não diga que me beijou por nada. Eu sei que foi por desespero, mas também porque ainda... - ele não termina, apenas acaricia minha bochecha com um pequeno sorriso nos lábios.

— Porque ainda... - quero que ele continue.

— Me diga você. - ele inclina o rosto um pouco mais para frente.

— Não posso te beijar de novo. - balanço a cabeça negando e tiro sua mão do meu rosto- Não agora.

Ele volta se deitar ainda acariciando minha outra mão.

— Eu disse que estaria te esperando, se lembra?

— Lembro... - pela primeira vez, após muito tempo eu dou um sorriso de verdade- Como eu poderia esquecer?

 

 

 

Austin e eu voltamos a nos aproximar. Um pouco difícil no começo, mas ele não comentou sobre o beijo ou sobre qualquer coisa que me deixasse sem jeito. Ele apenas tomou conta de mim e acabou por ficar morando no meu apartamento por um tempo. Nunca fizemos nada além de conversar. Ele ia para a padaria de manhã, retornava a noite e assistíamos TV juntos. Uma nova rotina, sem qualquer romance nisso tudo. Bem, até eu decidir mudar as coisas.

 

Escuto passos vindos da sala. Eu estou na cozinha preparando o jantar para nós. Austin entra como todos os dias trazendo alguma coisa da padaria para mim.

— Cheguei gatinha. - ele ainda não perdeu esse hábito.

— Oi pundizinho- brinco com ele e vou a sua direção.

— Hoje eu te trouxe... - ele me dá o saquinho de papel - Cupcakes.

— Obrigado. - pego o saquinho e coloco sobre a bancada de mármore.

— Aconteceu alguma coisa? - ele estreita os olhos.

— Não. - nego abaixando a cabeça.

— Ok. - ele suspira- Preciso lavar as mãos- Austin passa por mim, mas eu agarro seu braço e o faço ficar na minha frente.

Ele me olha sem entender. Eu apenas pego seu rosto e o beijo devagar. Austin por ser muito mais alto (1 metro e 91 centímetros se eu me lembro bem) tem que se curvar um pouco, mas enfim devolve o beijo. Ele coloca as mãos nas minhas costas e me puxa para mais perto.

Eu moldo meus lábios com os seus sem pressa, só aproveitando o momento. Algo muito pequeno, parecido com felicidade se instala no meu peito e quando dou por mim, estou o beijando com mais vontade. Eu abro os lábios devagar, sinto o hálito mentolado do Austin invadir a minha boca. Mas ele não continua a me beijar, ele para e me solta dando um passo para trás.

— Não... - começo a dizer, mas ele volta para mim e me pressiona contra a bancada.

— Está disposta a voltar a comigo, ou só me beijou por beijar? - suas mãos ficam em cada lado da bancada, me prendendo.

— Estou disposta a namorar com você, provavelmente vai ser um namoro horrível, porque eu nunca vou deixar de amar o Freddie. Mas eu posso ser feliz com você Austin e eu sei disso. - coloco a mão contra o seu peito. Sei o quanto isso é algo egoísta, mas eu não posso viver sem os dois. Pelo menos de um eu necessito para me manter em pé.

Ele respira contra meu rosto e me da um selinho.

— Posso conviver com isso. - ele me beija novamente.

Eu rompo o beijo e coloco minha cabeça contra o seu peito.

— Preciso te contar uma coisa.

— Conta. - ele coloca o queixo no alto da minha cabeça e passa os braços em minha volta.

— Um cara veio aqui hoje olhar o apartamento, fechamos negócio. - informo a ele.

— Você vai embora?

Nós vamos embora. - eu inalo o cheiro de canela e temperos da sua camisa.

Ele solta um som de espanto e se distancia para me olhar.

— Sério?

— Sim. Sei que é um passo muito grande, mas eu sinto saudades de casa.

— Tudo bem... Eu acho que meu tio vai saber cuidar da padaria sozinho e casa que eu moro é dele afinal de contas.

— Então você está mesmo aceitando morar comigo? - fico surpresa.

— Por que não? Eu amo você Sam, o que mais eu tenho na vida além de você? - ele beija meu rosto.

— Obrigado. - agradeço- Amanhã eu vou ao banco e quando eu voltar, poderíamos procurar pela internet um lugar bacana para comprar em Seattle.

— Como quiser...

— Você é americano, provavelmente vai se sentir bem no país de origem. - eu murmuro rindo.

— Estando com você. - ele faz aquele tipo de comentário romântico que é de revirar o estômago.

— Vamos comer. - me solto dele encerrando o assunto.

 

 

 

 

Estou deitada na cama, debruçada sobre meu Pearbook enquanto procuro imóveis em Seattle. Acabei de voltar do banco onde efetuei a venda do apartamento com sucesso. Liguei para o Austin avisando que eu estava de volta em casa, ele disse que estaria aqui em alguns minutos.

Eu tomei um banho e coloquei uma camisa de tecido fina e um shorts de malha curto. Liguei o aquecedor já que o clima está extremamente frio lá fora.

Deixo meu queixo apoiado em uma mão, com a outra eu mexo no Pearbook.

— Eu poderia passar o dia todo aqui assistindo você mexer no Pearbook desse jeito. - Austin murmura da porta e eu tento não corar.

— Vem cá. - eu o chamo e ele vem rapidamente para a cama, ele é atrevido o suficiente para subir em cima de mim e deferir beijinhos pelo meu pescoço- Não foi para isso que eu te chamei.

— Que pena... - ele murmura contra meu cabelo- Gostei dessa amarela- ele aponta para uma casinha amarela simples, de dois andares, no mesmo bairro que a Carly mora com o Gibby.

— Também gostei. - eu digo tentando não pensar no seu corpo sobre o meu, mas é meio difícil dado as circunstâncias.

— Deveríamos compra-la. - ele sussurra no meu ouvido. Sua boca desce novamente para o meu pescoço, eu fecho os olhos sentindo meu corpo esquentar em resposta.

— Austin... - eu murmuro quando ele começa a beijar meu pescoço, eu viro minha cabeça e ele aproveita para me dar um selinho- Você está me atrapalhando.

— Quem não ajuda, atrapalha, porque o importante é participar. - ele me vira rapidamente e deixa sua perna entre meus joelhos.

Solto uma risadinha por causa da frase. Ele tira o suéter que estava usando pela cabeça e começa a me beijar com carinho.

Eu afundo minhas mãos no seu cabelo e sinto seu quadril se pressionar contra o meu. Eu nunca senti isso na minha vida. Apenas com o... Não. Eu não posso pensar nele.

Eu empurro o peito do Austin devagar e ele para de me beijar.

— Desculpa... Mas eu não posso fazer isso com você.

— Tudo bem. - ele volta a roçar os lábios nos meus.

— É que eu nunca estive com ninguém além do Freddie. - dizer o seu nome em voz alta me provoca uma onda de dor.

— Não se preocupe, não vou te apressar.

Austin sai de cima de mim e se deita ao meu lado. Eu dou um sorrisinho. Viro-me para voltar a procurar por uma casa em Seattle, mas pensando bem, acho que vai ser aquela casa amarela mesmo.

 

 

 

 

 

 

— Deve estar chovendo em Seattle. - Austin ri comigo enquanto o avião está pousando no Sea-Tac.

— Não brinca. - olho pela janela, uma grossa camada de chuva se apodera da cidade como sempre.

— Eu espero que a moça tenha deixado aquele sofá na sala. - ele se refere à casa amarela mobiliada que compramos.

— Ela disse que ia deixar todos os móveis. - aperto sua mão quando o avião começa a frear.

Austin me rouba um beijo rápido.

— Não esqueça da surpresa que você vai fazer a Carly hoje.

— Impossível esquecer.

— Ela vai surtar.

— Aham... Eu consegui esconder bem. - me levanto quando todos começam a sair do avião.

Austin apenas balança a cabeça.

 

Andamos pelo saguão do Sea-Tac para pegar as nossas malas. Que são muitas para ser exata, conseguimos um carrinho com um dos funcionários, o que facilitou nossa saída.

Chegamos ao lado de fora, a chuva amenizou um pouco. Austin funga ao meu lado.

— Tem cheiro de árvore. - ele comenta comigo, provavelmente me zoando pela forma que eu defini Seattle.

— Você acha que chega semana que vem? - mudo de assunto e faço sinal para um táxi.

— Acho que chega amanhã, está endereçado exatamente como você me mandou deixar. - Austin se refere ao Mustang que está vindo em um avião de carga, depois vai ser entregue no apartamento do Freddie. Dessa vez eu não vou apegar a coisas passadas.

— Ótimo. - trinco os dentes e vou até o táxi com ele.

 

Austin não parou de falar desde que entramos no táxi. Ele está encantado com a beleza verdejante de Seattle. O clima frio, mas agradável e o fato dos carros andarem do lado direito, o fazem se animar cada vez mais. Pergunto-me se tem mesmo vinte e quatro anos, ou se é apenas fachada.

Austin é o primeiro a entrar na casa. Que eu deixei no nome dele por fim das dúvidas. Nunca se sabe o dia de amanhã. Ele larga as malas no chão e se joga em cima do sofá da sala.

— Oh, Deus... É realmente confortável. - ele começa a tirar os tênis.

Eu tiro meus sapatos na entrada e deixo as malas ao lado das dele. O motorista deixa as outras e eu agradeço.

— Se não se importa, eu vou tomar um banho, trocar de roupa e ir ver a futura senhora Hayes Gibson provar dezenas de vestidos para o casamento. - vou até o Austin e beijo sua testa - Quando eu voltar, podemos fazer alguma coisa juntos.

— Claro. - ele se senta para me dar um beijo- Amo você.

— Amo você também. - para todos os efeitos, eu sei que ainda o amo, mas jamais da forma que eu amo o Freddie.

Beijo sua face, pego minhas malas do chão e vou até as pequenas escadas que dão no andar de cima.

 

 

Coloco a blusa cinza e a calça jeans que eu comprei em Vancouver. Solto uma piscada para mim no espelho. Eu tenho boas memórias com essa roupa. Lembro que fiquei presa no provador. Freddie me ajudou a me soltar e depois nos beijamos intensamente. Eu devia ter aproveitado mais aquele momento. Como muitos outros.

Coloco um casaco Paco Rabanne da mesma cor da camisa. Verifico se estou bem vestida e decido que está na hora de ir.

A casa é confortável para mim. Não é grande nem luxuosa que acabei descobrindo que faz mais o meu tipo, mas é um lugar que vou poder chamar de casa por um tempo.

Desço as escadas e chego ao andar debaixo. Austin está surfando pelos canais da TV, procurando algo que goste de assistir.

— Temos TV a cabo, duvido muito que não vai conseguir assistir algo bom. - eu murmuro já indo para a porta.

— Você chega de que horas? - ele desliga a TV.

Austin vem me abraçar.

— Como eu estou indo ver a Carly e o assunto é provar vestidos, provavelmente só chego à noite.

— Vou comprar um chip novo na lojinha do outro lado da rua, assim eu te ligo para saber como você está. - ele pega minhas mãos e beija cada uma - Se cuide.

— Pode deixar. - abro a porta e saio da minha nova casa.

 

 

 

O ônibus para a uma quadra da casa do Gibby. Eu ando até lá com pressa para não correr o risco de levar chuva.

Chego a frente do portão e pressiono o interfone.

Ora, ora. — a voz do Barney surge do interfone- Olha quem resolveu aparecer.

— Oi Pa... - me detenho sabendo que não é o momento certo ainda- Oi Barney, abre ai, prometo não assaltar ninguém.

Entre logo, antes que chova.— ele vem todo “preocupação-de-pai-não-assumido” para cima de mim.

— É o que eu estou querendo. - solto o botão.

O enorme portão branco se abre. Eu caminho pela grama em vez de dar toda a volta pelo trajeto de pedrinhas que o carro faz para estacionar na entrada.

Chego à porta e entro sem bater. Francamente são meus dois melhores amigos que moram aqui, eu recebo um desconto.

Não tem ninguém na sala. Eu viro no corredor a esquerda com medo de me perder. Vejo a escada de degraus marrom escuros. Começo a subir por ela fazendo barulho para anunciar minha chegada triunfal. Chego ao corredor do andar de cima e olho para as dezenas de porta.

A terceira porta está aberta, vejo o que parece um monte vestidos em cabides, a intuição me diz que é o lugar certo.

Vou entrando e me deparo com a Carly trajando um vestido branco, aberto até a metade das costas, onde se abre em babados parecendo duas asas de anjos que se juntam com a calda no final.

— Que perfeita, a noiva mais bonita da estação. - comento para chamar a atenção dela.

Ela vê meu reflexo no espelho e faz um sinal para moça que esta fazendo uns últimos ajustes, não mexer em mais nada e nos deixar a sós.

— Sam!- ela grita histérica.

Carly desce da plataforma que estava. Ela corre desesperada para os meus braços. Eu corro para pega-la no ar e a giro rindo animadamente.

— Eu disse que ia voltar. - eu relembro soltando ela.

— Sim, mas achei que era amanhã. - ela sorri e falha em esconder as lágrimas de emoção.

— Não chora. - a abraço de novo- Agora eu estou aqui com você...

— Own, eu senti sua falta. - ela se distancia.

— Não vai mais precisar sentir minha falta. Eu me mudei para o outro lado do bairro. - digo em um tom de brincadeira, o que fez a Carly levar como uma piada - É... É sério Carly. Não estou brincando.

— VOCÊ ESTÁ MORANDO EM SEATTLE?! - ela berra e o choro de alegria começa novamente.

— Engole o choro. - dou um tapinha no seu braço- Sim eu voltei a morar aqui... Com o Austin - adiciono com o pé atrás.

— Vocês estão juntos? - Carly fica pasma.

— Sim. - franzo os lábios.

— Hummm. Isso é novidade. - uma voz feminina fala do sofá.

Olho para lá e vejo a Lana se sentar, ela estava deitada ali o tempo todo. Eu não tinha me dado conta da sua presença.

— Você adora novidades não é? - faço humor com a irmã do homem que eu amo. Eu tenho um pouco de raiva em saber que ela foi o motivo do fim trágico do meu noivado, mas não posso culpa-la.

— Com certeza. - ela joga os cabelos castanhos para trás- Ele continua bom de cama? - Lana pisca para mim, eu sei que ela conhece o Austin nesse aspecto bem melhor do que eu.

Carly segura o riso do meu lado com a falta de pudor da Lana.

— Eu não sei, nunca cheguei nessa parte com ele. - sou sincera com ela.

— Está esperando o que? - ela me pergunta.

— O sol nascer azul. - empurro a Carly para frente- Continua a experimentar os vestidos.

— Desculpa ter chamado a Lana- Carly murmura para mim.

— Oi? Eu ainda estou aqui. - Lana levanta os braços no sofá.

— Eu precisava de alguém aqui comigo. - Carly continua a se desculpar ignorando a Lana.

— Não tem problemas, eu faria o mesmo no seu lugar. E francamente, é a Lana, impossível não gostar dessa garota.

— Eu ainda estou aqui. - Lana comenta.

— Vai lá logo se sentar com ela. - Carly me empurra na direção do sofá e eu dou risada.

— O Austin te trouxe? - Lana fica curiosa, se está com ciúmes não parece demonstrar.

— Não. Eu vim de ônibus. - me sento no sofá e ela passa o braço em cima dos meus ombros.

— Que tipo de pessoa usa um casaco Paco Rabanne e pega ônibus?- ela ri e observa a Carly chamar pela moça de novo.

— Eu. - respondo e nós duas rimos.

 

Carly escolheu outro vestido. O resto da tarde se seguiu desse jeito. Ela aparecia com um, dávamos a nota e dizíamos que ficou bom. Ela ficou indecisa entre três vestidos.

No final do dia, ela não conseguiu escolher nenhum e amanhã será nossa vez de experimentar os vestidos, nós seremos as madrinhas. Óbvio que Carly nos colocaria em uma posição de honra no dia mais importante da sua vida.

Nós três descemos para a sala e ficamos espalhadas pelo sofá assistindo programas na TV e comendo besteira. Eu tirei o meu casaco por causa do clima quentinho que estava dentro da mansão graças ao aquecedor. Uma maravilha.

 

 

O celular da Lana toca, ela pega na mão e verifica a mensagem.

— Mensagem? - eu pergunto não querendo parecer intrometida.

— Não. Isso é aqui é um micro-ondas- ela me mostra o celular - E eu coloquei uma lasanha nele e agora está avisando que a lasanha está pronta.

Estreito meus olhos para a Lana, mas acabo rindo loucamente junto com ela.

— Fui eu que te ensinei essa. - digo entre as risadas.

— Foi mesmo. - ela ri comigo.

Carly se vira para nós com um olhar homicida.

— Devo sentir ciúmes agora ou depois? - ela coloca as mãos na cintura.

— Depois. - eu continuo rindo.

— Ridícula. - Carly inicia nosso jogo.

— Palhaça. - rio mais um pouco.

— Algumas coisas nunca mudam. - uma voz masculina diz da porta. Aquela voz que eu reconheço até de olhos fechados. O tom aveludado e macio. Uma voz de outro mundo. Tão perfeita que lembrar dessa voz entoando "Eu te amo" para mim é minha ruína.

Eu viro a cabeça engolindo em seco. E lá está o Freddie na porta. Usando uma camisa social preta apertada, marcando os braços perfeitos, uma calça jeans escura, quase indo para o preto também. Ele está impecável. Seu cabelo está penteado em um topete grande, o que o deixa com uma aparência mais jovem.

Não desmaie. Não desmaie. Meu subconsciente me alerta em desespero.

— Não quero ir. - Lana faz carinha de choro como uma criança.

— Vamos nos atrasar. - Freddie diz docemente a ela e meu estômago se embrulha. É muita adoração na voz para mim. O amor pela irmã deve ser a única coisa que ele precisa sentir no momento.

— Ok, vamos. - Lana se levanta bufando - Me acompanhe até a porta Sam.

— A casa é da Carly. - consigo achar minha voz e coro quando Freddie lança um sorrisinho para mim, sinto outro se formando no meu rosto.

— Mas ela não se importa. Beijos linda- ela acena para a Carly e me puxa pela mão.

— Volta aqui amanhã hein Lana, eu vou cobrar. - Carly avisa e ergue as sobrancelhas para mim.

— Eu volto. - Lana continua me puxando.

Freddie se vira e caminha para porta.

Eu sigo Lana em silêncio até o lado de fora. Está escuro. Embryl está dentro do carro. Ele é o único que sabia da minha vinda, então não está surpreso em me ver, mas acena e sorri para mim mesmo assim.

— Seu irmão é um gato. - Lana comenta e manda um beijinho para ele que somente dá risada.

— O seu também. - falo mais alto do que pretendia.

Freddie escutou e o vi passar a língua nos lábios rapidamente. Saudades de beijar aquela boca.

Controle-se Sam. Meu subconsciente me censura de novo.

— Quer uma carona para seja lá onde você está morando, Sam? - Freddie se dirige a mim pela primeira vez após nosso rompimento.

— Não. - eu respondo e Lana me dá um olhar de "jogue com ele Sam" - O Austin vai vir me buscar. - completo.

Lana dá um sorriso safado e leva as mãos à boca para abafar uma risada.

Freddie se surpreende mais do que eu esperava.

— Então vocês são oficialmente um casal agora?

— Parece que sim. - uso suas palavras contra ele.

Ele sorri não acreditando.

Uma leve coceira me faz alisar a manga direita da minha blusa. Freddie me lança um olhar nada comum. Foi rápido, mas o suficiente para eu saber o que significa. O mesmo olhar intenso que ele me deu naquele dia no provador.

— Foi bom te ver de novo Sammy. - Freddie abre a porta de trás do carro para a Lana, ela entra e acena para mim, eu aceno de volta e Freddie fecha a porta.

— Igualmente Benson. - murmuro sentindo meu corpo tremer.

— A propósito, adorei a camisa. - ele pisca para mim e entra no carro.

Ele se lembrou. Quando entrou por aquela porta, ele sabia que essa camisa tinha uma lembrança intensa de nós dois. Acho que perdi totalmente o juízo. Mas de uma coisa eu tenho certeza. Eu vou lutar por ele. Eu vou reconquista-lo.

 

 

 

 

Povs Lana:

— Você é tão idiota. - eu reclamo com meu irmão dentro do carro.

— Por que preferi você? - ele rebate de forma rude.

— Você podia demorar mais, eu não ia fugir para lugar nenhum e por causa da sua idiotice, perdeu o amor da sua vida.

— Chega Lana. Não vamos falar disso novamente. - ele começa a olhar pela janela, sei que quando faz isso é porque está pensando nela.

— Se você não fizer alguma coisa, eu vou fazer.

Ele se vira e me olha incrédulo.

— O que tem em mente?

— Eu sei o que eu quero e ela está com isso no momento. Mas eu vou ter de volta, entretanto para tal feitio, eu preciso que você tente ganha-la de volta também.

— Está se referindo ao Austin? - Freddie bufa- A Sam está com ele de novo, será impossível separa-los. E o Austin sabe que a Sam é apaixonada por ele.

— Há, está bem. - solto uma risada sarcástica- O Austin acha tanto que a Sam é apaixonada por ele, que nunca conseguiu transar com ela.

Freddie tosse com meu comentário um pouco pesado.

— Você não devia dizer essas coisas.

— Estou falando a verdade, acha que não conversei com ela hoje? Ele não tocou nela e ela não vai deixar. Freddie a Sam ama você e você ainda é louco por ela.

— Eu não sou mais apaixonado por ela Lana, em algum momento eu deixei isso para trás. - ele diz como se estivesse certo.

— Então com um simples olhar e talvez com alguns tapas, ela vai fazer você se apaixonar de novo. - minha confiança no que o futuro reserva para nós dois é bem notável.

O Freddie não diz mais nada e eu não ligo se ele não quer conversar. Eu tenho uma meta. Um plano para o futuro. Assim como eu consegui achar o meu irmão novamente, eu juro que irei juntar a Sam e ele de novo.

Deito minha cabeça no seu ombro e aliso meu rosto na sua camisa.

— Eu te amo Freddie e a Sam também. - falo para irrita-lo um pouquinho.

— Eu também te amo Lana. - ele suspira e fica um tempinho em silêncio, mas logo depois cede - Eu amo a Sam também. - sinto seu sorriso sem nem mesmo precisar olhar para me certificar.

Freddward Benson ainda ama a Samantha Puckett. Eu não estou errada. Ponto para mim. E que o plano "Juntar o casal Seddie" comece.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Joga nos comentários! Ah qualé né, leitores fantasma estão tomando proporções absurdas, tenho medo, apareçam e digam oi para "tia" por favor kkkkk Bem, simplesmente escolham as opções e a gente se vê em breve:

OPÇÃO 1: É mostrado no ponto de vista do Freddie o que ele pensou ao ver a Sam de novo. No dia seguinte Lana convoca todos para um almoço em um restaurante em Seattle, colocando o plano de juntar o casal Seddie em ação. Austin se sente em conflitos sobre seus sentimentos a respeito de Sam. Freddie tem uma conversa séria com Sam quando descobre que ela devolveu o Mustang.

OPÇÃO 2: As meninas começam a provar os vestidos para serem madrinhas. Carly e Gibby discordam dos preparativos do casamento. Austin conversa com Lana a respeito de Freddie. Sam não hesita em visitar sua mãe e revelar que sabe a verdade sobre seu pai.



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