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Capítulo 23
The Martyr


Notas iniciais do capítulo

Demorou, eu quase esqueci de postar, mas saiu ♥



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“Ele é um bom pai.” Comentou Hermione um pouco mais tarde naquele mesmo dia. Ambas mulheres – mãe e filha – estavam a porta de entrada observando Scorpius brincando com a menina recém-retornada. Artemis já havia tomado um longo banho e vestia roupas que as netas mais velhas da Senhora Weasley haviam deixado naquilo que era chamado de lar por muitos membros da família.

“Parece que sim.” Disse Rose um tanto distante.

“Porque nunca nos contou das crianças?” Perguntou a mais velha deixando de olhar o genro e a neta para observar a ruiva ao seu lado.

“Estava com vergonha.” Suspirou. “Eu não sabia como aquilo tinha acontecido... Eu só...”

“Surtou.” Hermione completou. “Nós poderíamos ter te ajudado, Rose.”

“Eu era muito jovem, mãe. Eu não queria decepcionar vocês...”

“Você nunca nos decepcionou, Rose.” Continuou a mulher.

“Nem mesmo quando decidiu casar com um Malfoy.” Ron disse, aproximando-se pelo outro lado da filha. “Agora, depois de todos estes anos, eu vejo que ele foi a escolha mais correta que você já fez.”

“Mesmo pelos dez anos?” Ela perguntou, virando-se para o pai.

“Ele nos explicou tudo antes de modificar sua memória.”

“Então vocês sabiam...?”

“Prometemos a ele cuidar de você até que ele resolvesse tudo e voltasse...” Explicou Hermione. “Quando deixamos você ir para os Estados Unidos não imaginávamos que estava grávida. Se soubéssemos, nunca teríamos deixado você ir.”

Rose suspirou. Eles estavam certos, mas na época ela estava com tanto medo e vergonha.

“Me desculpem.”

“Tudo bem.” Os braços da mulher de cabelos castanhos envolveram a ruiva em um abraço de lado. “Nós te amamos acima de tudo.”

“Sim, Rose, nós sempre vamos te amar.” Complementou  o ruivo. “Mas precisa explicar uma coisa a mais...”

“O que?” Ela olhou para o pai, preocupada.

“Quem é Spectrum?”

Rose riu um pouco alto, mas não escandalosamente. Sempre se esquecia de contar todos os detalhes.

“São gêmeos.” Explicou

“Espera... Eu tenho dois netos!?” Ron pareceu engasgar com a própria saliva. “Tipo... Dois?”

Rose balançou a cabeça, segurando o riso.

“E comensais da morte sequestraram eles?”

Novamente ela assentiu.

“O que vamos fazer?” Ron olhou para a esposa.

“Precisamos de um plano.” Hermione disse. “E a ajuda de Harry...”

“Não, por favor.” Rose se intrometeu. “Tio Harry já teve problemas suficientes para vida inteira. Vamos deixar ele de fora disso.”

“E não vamos comentar alto que falta um Weasley-Malfoy ainda... Mamãe vai ter um infarto.”

“Quanto menos pessoas envolvermos nisso, melhor vai ser.” A jovem Weasley concordou.

“E quanto a ele?” Perguntou Ron apontando para Scorpius que agora estava caído no jardim ao lado da filha.

“Eu não sei...” Suspirou.

“Espera... O que vocês estão querendo dizer em relação a ele?” Perguntou a mais velha, pensativa. “Não, não respondam... Ele é o Mártir?”

“Se eu entrega-lo... Spectrum vai ser liberto.”

Houve um momento de silencio.

“E o que você escolheu?”

“Não tenho muito o que escolher.” Respirou fundo voltando seu olhar distante para o horizonte.

Rose permitiu, a pedido de sua mãe, que Scorpius tivesse um momento a mais com a filha antes do Jantar. Em certa parte, Hermione tinha razão. O que era dez anos comparados a uma semana? Ele merecia muito mais aquele momento do que ela, mesmo que a escolha dela fosse óbvia: seu filho valia muito mais do que um suposto marido. Ela havia aguentado dez anos sem ele, poderia aguentar o resto de sua vida... Viver sem o filho parecia uma ideia fora de cogitação.

Depois de passar mais uma hora ao lado dos pais, aproveitando para contar sobre tudo o que havia acontecido, Rose se levantou e resolveu que era a hora de conversar com a filha. Seu pai, que de repente pareceu ser o protetor de Scorpius, não parecia contente com sua escolha de simplesmente entregar o Malfoy na mão dos comensais e – tendo que aceitar a postura da imutável Weasley – insistiu que ela deveria contar ao homem o que estava acontecendo. Ela não se sentia pronta para isso, mas independentemente do que poderia vir a acontecer, ela precisava saber algumas coisas da pequena.

“Oi, querida.” Disse Rose se aproximando dos dois loiros que agora estavam sentados um do lado do outro. “Oi... Scorpius.”

“Mamãe, sente-se aqui conosco.” Disse a menina, mas mal havia sido feito o convite e ela já estava sentando-se ao lado da menina.

“Está tudo bem com vocês?” Perguntou deslizando a mão sardenta pelo cabelo da menina.

“Está tudo ótimo.” Ela sorriu radiante. “Estávamos conversando sobre Spectrum. Papai disse que vai busca-lo em breve.”

“V-você vai?” Rose pareceu surpresa com a afirmação da garota.

“Eu prometi. Sempre cumpro minhas promessas.” Garantiu ele.

A ruiva paralisou. Como ele podia ser tão perfeito? Bondoso, gentil, carinhoso e...

“Papai vai morar conosco quando tudo voltar ao normal?” Perguntou a menina cortando os pensamentos da mãe.

“Não exatamente.” Disse Scorpius antes que ela pudesse dizer qualquer coisa. “Eu... Papai... Papai vai ficar longe por mais um bom tempo.”

“O que?” Perguntou Rose com aquele olhar de não acredito.

“Eu sei muito bem o que está acontecendo...” Ele disse como se pudesse ler a mente dela. “Eu não tenho outra escolha.”

“Mas eu quero que você fique conosco!” Implorou Artemis.

“Artemis, pode ficar com a vovó por uns minutinhos?” Perguntou a mulher sem desviar os olhos do rosto do loiro.

“Mas...”

“Agora.” Disse firme e logo viu a filha se levantar e correr para dentro da Toca.

Scorpius ficou observando por um certo tempo antes de se pronunciar.

“Eu não sou idiota.” Declarou. “Eu sei muito bem que eles querem a mim e Artemis é apenas uma garantia de que eu vou fazer o que eles querem.”

“O que?” Ela perguntou de novo.

“Entregaram ela como um pequeno incentivo, não foi? Entregaram ela como uma pequena garantia, eu sei. O que eles falaram para você?”

“Como você sabe?” Ela estava de boca aberta.

“Por que outro motivo fariam isso? Ser bom não é algo da natureza deles.”

Rose ficou em silencio por alguns minutos, tentando decidir como falaria para ele aquilo.

“Me diga.” Insistiu ele.

“Eles me deram duas semanas para te entregar.” Declarou após a longa reflexão.

"Me dê mais alguns dias com Artemis... E eu serei o Martir."


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