A notícia da chegada da progenitora de Grissom pegara o casal de surpresa. Sara ficara desesperada só de esquecer de avisá-la, agora, com a vinda da própria mãe do namorado, estava prestes a enlouquecer. Tinha que vê-la, agora, como sogra, quase como alguém da família, afinal Grissom era seu porto seguro, e ainda tinha que lidar com sua deficiência. Certo que, apenas para satisfação própria, participara de um curso de libras na faculdade, mas suas mãos estavam enferrujadíssimas.

Quando enfim o dia do desembarque da Sra. Grissom chegara, os dois acharam por bem recebê-la juntos assim ela já saberia que seu filho não estava mais sozinho. Agora Gil tinha alguém para chamar de sua. Era isso que Sara era, sua namorada.

Assim que o filho, muito saudoso, havia identificado, no meio de tantas pessoas, aquela senhora que tanto aprendera a cuidar e a fazê-la como espelho, pegou a mão da namorada e a levou até o encontro da mãe.

" Gilbert! " - Ela gesticulou e, em seguida, o abraçou, visualizando pela primeira vez a moça que estava ao lado de seu filho, na sua concepção muito deslocada e lhe era completamente estranha. " Deve ser do trabalho de Gil "— Ela pensara consigo mesma. E por parte estava certa.

" Oi mamãe. Como foi a viagem? "

" Cansativa. Agora me lembro por que não costumamos nos ver. Desde que veio para Vegas tem sido mais difícil passar um tempo com você. Aqui tudo é sempre tão corrido. "

Totalmente fora do contexto, Sara tentava pegar o ritmo da coisa, aos poucos ela conseguia compreender o que estava acontecendo. A mãe de Grissom era ágil e movimentava as mãos com perfeição. Pensava consigo em como Gil era dado a família. Ele sorria com muito mais frequência do que no laboratório.

" Mamãe, eu quero que conheça uma pessoa muito especial pra mim " - Dessa vez ele falava e, ao mesmo tempo gesticulava para a mãe. - " Esta é Sara, ela trabalha comigo e .. nós estamos namorando. " - Ele apertou a mão da namorada com carinho e a olhou, sorrindo.

Chegara a hora de ser apresentada à mãe de seu namorado. Com muita coragem e tranquilidade, Grissom anunciara aquilo, o que a surpreendeu, positivamente. Notara que a atual sogra não havia engolido a notícia ainda.

" Olá. Prazer em conhecê-la. Gil falou muito bem sobre a senhora. " - Ela gesticulou sob os olhares atentos dos Grissoms. O mais novo a sorriu, orgulhoso. Havia pegado-o de surpresa.

Beth a olhou de cima a baixo e de baixo para cima, analisando com quem seu filho havia se metido. Não achou nada agradável e, como era de costume, não escondeu seu descontentamento.

" Gilbert, por outro lado, não falou nada de você para mim. E suas mãos me ofendem. "

" Mamãe! Ela não tem obrigação de saber libras. Ela quis fazer uma surpresa, não seja mal agradecida. " - Ele a repreendeu. Por mais que não gostasse de ir contra a mãe, agora era diferente. Se alguém ofendia sua namorada, seu amor, ele mostrava as garras.

— Tudo bem, Grissom. Eu estou mesmo enferrujada, não se preocupe com isso. Eu .. falarei e você pode repassá-la. - Agora ela apenas falava e seu namorado notara seu tom mais rebaixado. - Senhora Grissom, o Gil não chegou a falar por falta de oportunidade como deve saber trabalhamos muito e isso toma bastante o nosso tempo. Ele não fez por mal.

" Eu sei sim. Mas você tem idade de ser minha neta, ou, com sorte, minha filha mais velha. Gilbert tem idade de ser seu pai. Você deveria ter vergonha. "

Grissom olhou a mãe feio, porém ela não tinha medo de cara feia e continuou:

" Eu espero que isso não passe de uma atração boba, Gilbert. Você merece alguém melhor. "

Sara só lia as mãos da sogra em silêncio e com um sorriso triste no rosto. Não queria ficar mais tempo, queria ir embora e foi o que fez.

— Griss.. eu acho melhor eu ir, nos vemos depois no laboratório. - Ela o disse e virou para a mulher, que embora fosse ranzinza, era sua sogra e a trataria da melhor forma possível. - " Desculpe se lhe insultei com minhas mãos, foi um prazer em conhecê-la. "

Nem esperara por uma resposta, apenas deu às costas aos dois antes que vissem seus olhos marejados e foi embora.