Now escrita por Marshimellow ambulante


Capítulo 5
V– Pesadelo Particular


Notas iniciais do capítulo

Olá galerinha!
Mais um capítulo tirado do forno para vocês! Espero que gostem.

Eu não gosto muito de falar isso, mas... são dezesseis pessoas que acompanham a história e isso me deixo muito contente, porém das dezesseis apenas Deby saí das cinzas e comenta (inclusive, obrigada Deby), recentemente Candy Lori (seja bem-vinda e obrigada por comentar). Pode não parecer mais comentários incentivam os autores, comentários ajudam aos autores melhorarem alguns pontos da história ou aspectos (críticas construtivas são bem-vinda). É importante para mim saber se estão gostando da história. Enfim, somente isso.

Boa Leitura.



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Não havia escola, é fim de semana, sem televisão e somente com a praia na frente. O incrível é que o céu está cinza!

Sério, desde que eu vim sempre era aquele sol brilhante e céu azul. Confesso que gostei do cinza, resume bem meu humor de hoje.

— Você não vai comer?– pergunta Sara parada em  frente a porta aberta.

— Estou sem fome – respondi e dou de ombros.

— Você disse exatamente isso a duas horas atrás e nem sequer tomou café da manhã – contou irritada

— Eu estou bem ok, só não estou com fome. Eu não vou morrer com isso.

— Já tomou seus remédios?

— Sim – minto sem tirar os olhos do pequeno caderno.

— Tem bolo na mesa e suco na geladeira, caso sinta fome.

— Eu me viro.

Termino de desenhar os olhos azuis que invadiram meus sonhos e fecho meu caderno.

Estranhamente o Mellark antipático invadiu meu sonho e tecnicamente me salvo. No meu sonho eu caminha pelo mar sem me importar com a água subindo cada vez mais e mais. Eu estava meio que anestesiada, meio que vazia demais...andando sem rumo. Ate o que ar faltou e a água entrou pelos meus lábios. Depois foi somente os olhos azuis familiares e irritantes me olhando e dizendo que estava tudo bem.  Ja não estava mais na água, estava na areia, deitada com a cabeça em algo macio e quente.

É estranho, um sonho desse tipo, principalmente com o Mellark nele.

Me levanto da cama e olho pela janela a rua molhada da recente chuva. Pensando em o que fazer. Eu não queria ficar dentro de casa, não queria ter que ir a praia e não queria campainha. Skate,isso!

Pego o skate que trouxe de casa, estava guardado ao lado da porta do closet e saiu com objetivo de andar sem rumo. Quem se importa se são dez e meia da manhã? Não há trânsito e parou de chover. O máximo que pode acontecer é eu levar uma queda.

— Aonde vai?– pergunta vovô quando me vê saindo de fininho.

— Comprar um...Doritos e uma Coca – digo a primeira coisa que vem na minha cabeça naquele momento.

Abro a porta e nem espero por mais perguntas e questionamentos. Subo em cima do skate e começo a remar. Meio que automático, meus pensamentos voam para a lembrança de quando estava aprendendo a andar em meu fiel amigo. Do modo que mamãe ficou irritada e apavorada com a ideia de uma queda feia e como papai me incentivava mesmo se eu caísse.

Eu não o culpo se ele queria um menino, não que eu tenha crescido como um, mas diferente das meninas da minha sala, meu único brinquedo não foi somente bonecas e sim variadas coisas. Eu me amarro no vídeo-game, em skate, em lutas, mas não deixo de gostar de coisas femininas.

Droga, quando eu tenho que esquecer o passado, porém a todo momento só me lembro dele. Porém dessa vez nenhuma lágrima escapou de meus olhos, mas um sorriso surgiu. De algum modo estava ficando menos doloroso lembra-los.

— Ei Katniss – ouvi alguém me chamar. Com isso perdi o equilíbrio e cai de bunda no chão.

— Droga – disse irritada ainda sentada tirando a terra das minhas pernas.

—  Merda – disse parando na minha frente com uma cara preocupada – Não se machucou né?

— Não – disse me levantando e limpando meu short.

— Ainda bem, pensei que tinha te matado.

— Já levei quedas piores.

— Estava indo aonde?

— Canto nenhum, só andando.

— Quer ir lá pra casa? Eu to sozinha e tá um tédio.

— Clove eu...

— Por favor, juro que não te peço mais nada.

— Tá.

— Valeu. Ei Katniss, para onde você foi ontem? Fui te procurar para levar até a mesa que o Cato achou e o Peeta disse que você era doida.

—Ele falou foi?

—  Foi, disse que você não falava coisa com coisa.

— Ele que é louco, Clove. Eu só tava com dor de cabeça e fui para casa.

— Cato pensou que Peeta havia dito alguma coisa para você. Eu sei que ele é um porre, mas ele é legal por dentro...

— Ele só disse o que vê em mim, o que não é uma mentira.

— Como eu não te conhecia antes?

— Me mudei pra cidade a menos de um mês.

— Morava aonde?

— Nova York.

— Eu e os Mellark's fomos lá no final do ano. A tia do Cato mora lá, estava com bebê novo.

Continuamos caminhando, eu em silêncio, ja Clove falava sobre diversos assuntos. Ela é super simpática, o que é meio irritante, mas é bem fácil de conversar com ela. Porém uma coisinha não me sai da cabeça: como ela consegue aguentar o Cato?

A casa de Clove era um pouco maior que a dos meus avós. Sua fachada era azul bebê, com muitos vazos de flores na varanda. Flores coloridas, de todos os tamanhos e formatos. Sério, estou me sentindo em uma estufa.

— Entra – disse dando espaço para que eu possa entrar.

— Clove onde você estava? – pergunta uma mulher alta, de cabelos negros e rosto pálido – Oh, visita!

— Mãe, está é Katniss, uma amiga minha – apresenta.

— Prazer em conhecê-la senhora – digo da forma mais educada que consigo. Sim, eu também sei ser educada, só não demonstro isso.

— Sem senhora querida, somente Leah – fala sorrindo – Seu nome é muito bonito, é o nome de uma planta aquática. Sabia disso?

— Sim, meu pai me contou – respondo um pouco surpresa, pois pouca pessoas sabe dessa planta.

— Minha mãe é dona de uma rede de floricultura – explica Clove – Ela é louca por plantas e flores. Basta olhar para nossa varanda e o quintal.

— Você gosta de flores? – pergunta Leah.

— Um pouco – respondo

— Ok, Ok mãe. Vamos lá pra cima – avisou Clove me arrastando pelas escadas – Se deixasse ela lhe mostraria tudo que é tipo de flores e plantas. Juro, sairia daqui já formada.

— Valeu então –  digo assim que chegamos no andar de cima.

O corredor é cheio de fotos, algumas reconheço Clove, principalmente em uma que ela está com um rabo de cavalo em cada lado da cabeça. Outra é em uma festa de aniversário.

— Aniversário do Peeta de cinco anos, ele não desgrudava daquela menininha – conta apontando para a garota de vestido laranja claro e tranças.

— Quem é?

— Era melhor amiga de infância dele, mas ela se mudou e ele ficou uns três dias sem comer direito. Foi pro hospital e tudo, desde então somos nós três.

— O que vamos fazer? Porque você não me trouxa pra cá atoa.

— Gosta de filmes de terror?

— Quem não gosta?

— Ótimo, vamos assistir um filme. Vou ligar pros meninos pedindo comidas.

— Olha eu não vou segurar vela, não mesmo.

— Não esquenta, o Peeta vem também.

— Maravilha – disse ironicamente a seguindo até seu quarto.

O quarto de Clove era branco com roxo, tinha alguns quadros coloridos com fotos e outros com frases divertidas e coloridas. A cama era de casal e tinha uma televisão grande, com canais...Pego o controle e ligo a televisão no canal de desenhos. Está passando Bob Esponja.

— Faz duas semanas que eu não vejo televisão – comento sem perceber.

— Sério? Caraca como consegue?– pergunta surpresa pegando o telefone fixo ao lado.

— Meus avós cancelaram os canais legais da televisão. Só passa jornal, um canal besta de geografia, de culinária e novelas.

— Que merda em...

— É, é um mini inferno.

— Já falei com o Cato e eles estão a caminho com salgadinhos, refrigerantes e pipoca. Também mandei Peeta trazer chocolate.

— Ele vai bem colocar veneno no meu.

—  Você exagera muito. Ele só não te conhece e não viu seu lado engraçado.

— Meu lado engraçado?

— Ok, eu também não vi esse, mas vi seu lado legal e bem... é legal.

— Ta vou fingir que acredito.

Ficamos quinze minutos esperando os meninos, enquanto isso assistíamos Bob Esponja deitadas na cama. Clove me emprestou uma blusa, porque a minha estava suja de terra, o ruim é que ela é muito curta.

Tirei os olhos da tela apenas quando ouvi a porta abrir, logo surgiu uma cabeleira loira com um sorriso no rosto.

— O gostosão chegou – avisou

— Cadê o gostoso?– digo e Clove rir baixinho.

— Magoou Katniss – disse

— Ei Clove eu trouxe KitKat – falou Peeta aparecendo na porta – Merda a doida...

— Ele quis dizer oi – fala Clove, traduzindo.

— Que filme a gente vai assistir?– pergunta Cato querendo quebrar o climinha de raiva que se formou.

— Katniss escolheu Invocação do Mal 2 e eu escolhi Assim na Terra como no Inferno, a gente assiste os dois – diz Clove mostrando os dois DVD's em mãos.

— Então coloca logo o filme – diz Peeta.

— Os copos – falo para Clove.

— Vai pegar com Peeta – pede.

— A casa não é minha – lembro e ela se levanta fazendo bico.

— Vamos Cato, buscar os copos e os sanduíches. Vocês – apontou para mim e para Peeta – Não se matem, não façam do meu quarto um motel, não discutam, não se...se beijar pode, mas nada de sexo.

Faço uma careta e jogo um traveceiro nas costas de Clove, que sai rindo com Cato. Eu mato ela!

— Como se eu fosse beijar você – dispara Peeta de repente.

— Como se eu quisesse isso.

— Você é louca, além disso eu não sou tão dispensável assim.

— Você não faz meu tipo, Mellark. Eu gosto de homens e não bebezinhos.

— Sou muito homem, Katniss. Posso mostrar se quiser.

— Dispensou, não tô afim de passar a noite rindo.

— Você é muito engraçadinha né? Para sua informação você também não faz meu tipo. Aliás você me cheira problema e disso eu já tenho muito.

— Prefiro ser problema do quer ser perfeitinho demais. Você deve ser muito pior do que eu, Mellark, porém se esconde.

— Não, eu tenho responsabilidade, coisa que você não conhece. Aliás quem é você para falar de mim?

— Você não vive fazendo isso comigo?

— Chegamos – falou Cato – Ih gente que clima em...

—  Valeu por me chamar Clove, mas eu to indo – digo me levantando, pegando minha blusa e a caminho do porta.

— Não, Katniss, fica – pede Clove parada na porta impedindo minha saída.

— Ótimo, ja vai tarde. Um sonho sendo realizado. – afirma Peeta olhando para a tele escura da televisão desligada.

Eu não sei porquê, não faço a mínima ideia, mas aquilo me magoou um pouco. Como alguém que não me conhece, não sabe da minha história, nem das minhas dores me julga de tal maneira? É loucura. Eu não me importo com o que os outros falam de mim, nem o que minha própria família diz, mas ele...ele me fez sentir raiva.

— Que saber eu vou ficar, só porque uma pessoa quer que eu vá embora – digo. Coloco minhas coisas na cadeira e me deito novamente na cama.

Serei seu pesadelo particular, Mellark.


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Notas finais do capítulo

Enfim, é isso, espero que gostem.
Comentem sua opinião sobre o capítulo, é ótimo saber delas.
Beijos e até o próximo :)



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