Now escrita por Marshimellow ambulante


Capítulo 4
IV – Desculpa...


Notas iniciais do capítulo

Olá galerinha!
Sinto muito por todos esses dias sem postar. Estou muito ocupada com os estudos, semana de provas e bem...é a vida.
Mas enfim, eu vim com um novo capítulo. Espero que gostem...Boa Leitura!



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Já fazia, exatamente, duas semanas que estou estudando na Panem High School. Para ser sincera quase nada de diferente aconteceu nesses últimos quinze dias, sem uma mínima novidade e para a surpresa de Sarah, eu ainda não fui para diretória ou expulsa de sala, nem mesmo levei uma advertência ou suspensão.

Era quase fim do dia. O céu já começava a se encher de novas cores, sem ser o típico azul. As nuvens já começavam a ficar com tons rodados,  as cores começavam a se misturar e surgir um suave laranja. Eu particularmente não sou muito fã da cor laranja, na verdade fora o amarelo é uma das cores que eu menos gosto. Porém naquele dia eu gostei da cor, me passava a calma que há tempos eu não tinha.

— Você poderia fazer algo útil, como estudar, ao invés de ficar sentada nessa varanda durante toda a tarde – falou Sarah aparecendo na porta de repente, com mais uma de suas reclamações, só que desta vez disfarçada como uma sugestão.

— Estou bem aqui – afirmo.

— Nunca pensei que conseguiria ficar em uma escola sem que eu tenha que ouvir reclamações, tanto da diretória como dos adoráveis filhos da senhora Mellark – comentou – Espero que continue desse jeito, menos selvagem.

— Isso por acaso foi um elogio? – perguntei e ela apenas se virou novamente e entrou – É, eu acho que não.

Sim, eu ainda e estou pegando carona com Cato e posso até mesmo dizer que estamos conversando mais do que antes, mas isso não significa que ele seja meu amigo. Sobre o outro Mellark, eu prefiro usar o sobrenome ao ter que citar o nome dele, continua calado durante todo o caminho, tanto da ida como da volta. Não trocamos palavras, não que eu vá sentir falta disso, eu tenho uma leve impressão que o menino me odeia, por motivos que desconheço, mas que eu não me importo.

Abro meu caderno e escrevo a paisagem do pôr do sol. Quando mais nova, sempre sentavamos embaixo da árvore que tinha em sua casa, contávamos os segundos até o sol começar a se pôr e depois ficávamos em silêncio, apenas observando. Ele costumava dizer que havia algumas coisas a se fazer antes de qualquer um morrer, uma delas era observar o pôr do sol em silêncio, sem pensar em problemas ou tristeza. E aqui estou eu descumprindo outro pedido seu, ficando triste enquanto o sol ainda está se pondo.

Katniss você tem que deixar de viver o passado, somente assim poderá viver o futuro minha queria. Era o que minha psicóloga sempre dizia.

— Ei – ouvi um grito. Olhei para o lado e encontrei Cato um pouco arrumado, balançando a chave do carro para fazer barulho – Vou da uma volta com a galera, você quer ir?

Deixe de viver o passado.

— Ok, vou só me trocar – grito em resposta.

— Aé, não demora – disse entrando no carro.

Me levanto e vou em passos rápidos até meu quarto. Troco minha camisa do Minnie por uma com o ombro caído da coruja, na cor preta e com spickes dourados. Troco meu short do pijama por um cinza rasgado e coloco meu par de Vans Galaxy, sim eu customizei. Deixei meu cabelo do mesmo jeito, preso por uma trança lateral e coloquei meu cordão da pena. Peguei algumas notas que eu tinha em uma caixinha e sai.

— Katniss aonde você pensa que vai?– pergunta Sarah aparecendo na sala. Acredito que ela estava na cozinha.

— Vou sair – respondo

— Não vai, não. Você está em minha casa, me deve respeito – grita

— Eu só vou a um aniversário do amigo de Cato – minto

— De Cato? Quem me garante não está mentindo?

—O carro dele está estacionado em frente à casa dele, pode ver se quiser – digo

Ela me acompanha até a porta e quando vê realmente o carro de Cato me deixa ir. É triste ver que minha avó baba o pessoal da casa ao invés de acreditar na própria neta. Guardo meu celular no bolso e entro na porta de trás do carro.

— Eu sei que demorei, mas Sarah tava me enchendo o saco e...– eu terminaria se não tivesse visto Peeta fazer uma expressão entediada. Que garoto irritante.

— E... – insistiu Cato curiosos, como sempre.

— Eu disse que iria fazer um assalto e você seria meu cúmplice – digo brincando dando de ombros. Cato rir antes de ligar o carro – Qual é esse rolê não é com a galera do time ou é?

— Poucos.

— Aonde vai ser?

— Em um bar próximo do calçadão da praia, mas vamos pegar minha namorada antes.

Alguns minutos depois estavamos parados em frente à uma casa muito parecida com a de Cato, mas ao invés de cores claras era um tom azul marinho. Não tardou ate uma morena aparecer, baixa e com uma cara de brava. Ela abriu a porta e sentou ao meu lado, deu um beijo em Cato, um tapa na cabeça de Peeta e finalmente se virou para mim.

— Vocês é? – perguntou curiosa

— Uma perdida – digo imitando minha avó. Cato reconhece e cai na gargalhada, enquanto Clove me olha com uma cara confusa – Katniss.

— Sou Clove.

— Cato disse.

PIM PIM PIM

Olho para meu celular vejo que está na hora do remédio, que infelizmente eu trouxe comigo. Retiro o vidro amarelado do bolso, abro a tamba branca e pego uma cápsula e engulo. Sinto o olhar de Clove sobre mim, provavelmente curiosa.

— Está doente?– pergunta

— Gripe – digo e finjo tossir. Talvez eu realmente tenha os enganado, pelo menos Clove e Cato já que o Mellark não parece nem mesmo se importar.

— É foda né? Acabei de me recuperar de uma – comenta

— É...

Não tardou até pararmos em frente ao tal bar. Do lado de fora dava para ver estava bastante movimentado e que o som estava alto, já que as pessoas, pelo menos uma boa parte delas, dançava animadamente. E quando entramos confirmei minha suposição.

— Vai beber alguma ?– pergunta o garfo enquanto eu sento sozinha em frente ao balcão.

— Água – respondo

— De menor?– pergunta colocando uma garrafinha na minha frente.

— Isso importa?– pergunto e ele nega rindo – Remédios.

— Pra que?

— Eu sou doida sabe, fora da casinha – respondo e ele rir.

— Garota, você é hilária – diz e sai para preparar uma bebida para um casal do outro lado.

Pego minha água e fico observando as pessoas ao redor, dançando livremente, sem pensar no dia de amanhã ou do que pode acontecer daqui a algumas horas.

Era para você estar assim, vivendo como se fosse seu último dia.

Se eu soubesse que Cato me traria para me largar aqui, nem mesmo teria vindo. Pensando bem, que até mesmo aqui solitária está melhor do que ouvindo os sermões de Sarah.

— Pensei que estivesse enchendo a cara – comentou uma voz ao meu lado – Ainda bem que não está, assim Cato não terá que rebocar você.

— Sempre é assim? Um porre?– pergunto

— Só com quem merece – responde.

— O que te faz pensar que eu mereço?– questiono curiosa olhando para o profundo azul de suas íris.

— Suas atitudes, em geral.

— Minha atitudes, são péssimas né?– pergunto de repente, sentindo o peso sobre mim. Sufocando...

— É...

— Você tem toda razão. É um cara inteligente, Mellark – afirmo e me levanto da cadeira, colocando uma nota de dez sobre o balcão e me virando para ir embora.

— Ei – chama quando estou me aproximando da porta de saída.

— Diz para o Cato que foi legal ele me trazer, mas eu to indo pra casa – grito e abro a porta.

Casa... é eu o único local disponível ainda para eu ir. Corro o mais rápido que posso, sem me importar com a expressão interrogativa das pessoas por quem passo.

As estúpidas e idiotas lágrimas queimam meus olhos, como fogo. Porém eu prometi que não choraria mais, que não deixaria mais lagrimas saírem de meus olhos. Rapidamente levanto minha cabeça, impedindo qualquer coisa sair de meus olhos. Eu estou chegando...

Abro a porta de entrada e vou correndo para meu quarto, me jogando na cama assim que entro.

Me desculpe papai, se sou fraca e estúpida demais. Eu queria...não importa o que eu quero, sempre serei um problema, mais um fardo para os que estão próximos a mim levar sobre as costa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado.
Comentem sua opinião, é muito bom sabe-la.
Beijos e até o próximo :)



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