Deep Six - Novos Horizontes escrita por Gothic Princess


Capítulo 27
Capítulo XXVII - Última Chance


Notas iniciais do capítulo

Hello, heroes!! Esses updates rápidos vão deixar vocês iludidos, mas é a vida kkkkk

Espero que gostem do capítulo novo!



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Ela se sentiu uma pessoa terrível por ter roubado o carro de Tony, mas sabia que no momento em que percebessem sua ausência, iriam atrás dela. Queria chegar ao Arkham antes dos quatro para ter uma chance de enfrentar Crane sem que ele os prejudicasse. Conseguiu apenas poucos minutos de vantagem, e a instalação era gigantesca, ocupando quase todo o terreno isolado, então sabia que não teria muito tempo para encontrá-lo. 

Sabia que começaria a chover logo, mas permaneceu do lado de fora do prédio, escalando a estrutura gótica e procurou por algum sinal de Jeffrey, sem sucesso. Até ouvir um tiro e todos os pacientes começarem a bater nas portas de suas celas, o caos se instaurando e não deixando que ela visse muito pelas janelas. 

Acabou ouvindo Tony antes de vê-lo realmente, depois só ouviu o que assumiu ser o Crane falando. Ela encontrou a fonte do som perto de uma enorme janela circular. Havia uma parte larga e lisa do terraço bem na frente dela, onde Yuki se posicionou e esperou. No momento em que o viu se aproximar demais, andou de costas até a borda e pegou impulso para atravessar o vidro, correndo o mais rápido que conseguiu. 

Queria ter cortado o pescoço dele quando passou, mas o outro foi rápido o suficiente para se afastar. 

— Nunca mais toque nele — ela vociferou, erguendo a Soultaker. 

— Você, — Jeffrey apontou a lâmina da foice na direção dela. — É um problema. Mas pelo menos evitou que eu tivesse o trabalho de ir atrás de você. 

— Yuki, não faz isso — a espadachim não olhou na direção do detetive, mas podia ouvir a respiração pesada dele e sentir o cheiro de sangue. 

— Sai daqui, Tony. 

— É, Tony, melhor sair daqui. Não vai querer ver o estrago quando eu terminar — o Crane deu uma risada sádica e girou sua foice. 

Ignorando os dois, o detetive se colocou entre eles, parecendo pronto para apontar a besta para Jeffrey. O outro, no entanto, foi mais rápido, dando um passo largo para frente e fincando as quatro agulhas bem no meio do peito de Tony. Veias negras subiram pelo pescoço dele, conforme a toxina do medo entrava em seu sistema, e tudo o que ele pôde fazer, foi se apoiar na parede ao seu lado. 

Yuki sentiu seu corpo tremer com ódio e medo. Ela avançou contra o Crane o mais rápido que conseguiu, desferindo golpes precisos o suficiente para que ele precisasse se afastar do Bertinelli para se defender. Ele ergueu o cabo da foice a tempo de não levar nenhum corte, e tentou atacá-la em seguida. A espadachim apenas segurou Tony pelo braço e o puxou para longe antes que a enorme lâmina a acertasse. 

O detetive, agora, estava com uma das mãos no peito e a outra em seu rosto, sua respiração começou a ficar cada vez mais descompassada e ele soltava grunhidos de dor e desespero. 

— Não se mexe! — ela ordenou, e ao mesmo tempo em que se virou, já correu de volta para perto do Crane, que a esperava. 

Quando tentou chegar mais perto dele para fazer um corte em seu torso, viu a sombra da lâmina maior descer rapidamente e passar de raspão por suas pernas. Yuki precisou dar um mortal para trás para desviar do golpe. Tentou mais uma vez se aproximar, porém a arma extensa a alcançou mais uma vez, sem que ela chegasse nem perto de tocá-lo, o que a fez recuar. 

— Você trouxe uma espada para uma briga de foice, querida — Crane riu.

Yuki sabia que não conseguiria chegar perto sem sofrer danos, e a luta estar acontecendo em um corredor não ajudava na mobilidade. Ela olhou na direção da janela quebrada e pulou no parapeito, olhando nos olhos frios do seu oponente. 

— Vamos acabar com isso logo. Você sabe que precisa me matar, então o que está esperando? — ela vociferou e pulou para o telhado plano do lado de fora. 

Ela observou conforme Crane a seguia, a chuva começando a cair mais forte e alguns raios estourando na distância. Ele girava sua foice, fazendo a lâmina bater contra o concreto do telhado e emitir faíscas. 

— Não sabe quanto tempo esperei por isso. 

Dessa vez, ele avançou primeiro, descendo rapidamente a foice em direção a cabeça da jovem. Ela bloqueou a arma com sua katana, mas, quando viu uma abertura, escolheu mover sua arma, deixando que a lâmina da foice fizesse um corte superficial em seu braço, e avançou por debaixo do braço de Crane. Usou sua espada para fazer um corte lateral na barriga dele, o que o fez cambalear para trás e se afastar. 

O próximo golpe dele foi avançar a foice para tentar um corte nas pernas dela, e Yuki rapidamente pulou para evitá-la. Quando desceu, no entanto, ele pareceu prever para onde iria e trouxe a arma de volta, fazendo com que a lâmina fizesse um corte agora mais profundo em sua panturrilha. 

Yuki caiu no chão, sentindo sua perna queimar com a ferida, porém conseguiu rolar a tempo de desviar da ponta da foice, que desceu em direção ao seu pescoço. As duas lâminas se chocaram com um som alto quando ela bloqueou o próximo golpe, se levantando com dificuldade. Sabia que ele estava furioso pela força dos golpes que desferiu a seguir, e a espadachim desviou de todos eles dando pulos e saltos para trás até parar na borda do telhado. 

Crane conseguiu mover a foice de forma que a parte de dentro da lâmina estivesse encostando nas costas de Yuki. Dependendo da força que ele usasse, e do quão afiada a arma estivesse, ele poderia matá-la ali e agora. 

— Você não tem medo de morrer, eu aprecio isso — Jeffrey disse, sua voz levemente ofegante. Deveria estar sentindo bastante dor com o tanto de sangue que saía do corte em sua barriga. — Mas eu quero ver o medo no seu olhar sabendo que, quando eu te matar, vou fazê-lo sofrer muito mais do que pode imaginar. 

Yuki apertou a katana com mais força, agora conseguindo ouvir leves sussurros vindos dela. Podia sentir que as almas dentro dela queriam lhe dizer algo, ajudá-la de alguma forma. 

O som dos sussurros foi cortado pelo grito de dor que Jeffrey deu quando um dardo atravessou sua coxa. Ele se virou rapidamente, levando sua foice consigo e dando a Yuki a oportunidade de tentar ao máximo desviar dela. Ainda fez um enorme corte em suas costas, porém não a partiu ao meio. 

Ela viu Tony, que agora também estava no telhado, mas ainda parecia lutar contra a toxina em seu corpo. O detetive tinha sua besta apontada na direção de Crane, mas a arma caiu de sua mão quando seu corpo desabou no chão perto da outra borda. 

— Você é um ingrato de merda! — Crane berrou, a adrenalina o ajudando a ignorar o projétil atravessado em sua coxa. — Tudo o que eu fiz, sempre, foi por você! E é assim que você retribuiu?! 

Tony conseguiu se virar para olhar na direção do outro e apenas mostrou o dedo do meio para ele.  

Depois disso, Yuki sentiu seu sangue gelar ao perceber o movimento que Crane fazia com a foice. Tudo ao seu redor pareceu se mover em câmera lenta conforme ela corria na direção do inimigo, seus pés escorregando na água da chuva o suficiente apenas para fazê-la não ser rápida o suficiente para impedir o que viu a seguir. 

Jeffrey desceu a ponta da foice no meio do torso de Tony, fazendo seu corpo tremer e sangue sair por sua boca. Um milésimo de segundo depois, Yuki o empurrou usando o peso do seu próprio corpo e ambos despencaram do segundo andar. 

Seu corpo atingiu o chão de terra duro e molhado com força e ela imediatamente sentiu o ar deixar seus pulmões. Seu ombro pareceu ter absorvido todo o impacto, pois latejava e não conseguia mexê-lo, enquanto o resto do seu corpo parecia ainda estar em choque com a pancada. 

Seu desespero aumentou quando viu que, pela foice ainda estar dentro dele quando empurrou Crane, Tony também havia caído do telhado e estava sangrando a alguns metros dela. Quando começou a se arrastar na direção dele, Yuki ouviu um passo acima do som da chuva e rolou para o lado, desviando do golpe com a foice que Jeffrey tentou desferir nela. 

— Agora sim eu vejo o medo — ele tinha um sorriso macabro mesmo parecendo estar sentindo muita dor, e avançava para continuar a atacá-la. 

Yuki começou a recuar de costas, ainda se arrastando e precisando desviar dos inúmeros golpes com a foice, até que, em certo momento, sua mão tocou em um objeto familiar e ela imediatamente o segurou. Com a besta de Tony, ela disparou dois tiros bem no meio do peito do Crane, que parou de andar e caiu de joelhos no chão.

Ela sentiu seus braços tremerem e soltou a arma, tentando respirar, porém sentindo todo o pavor da situação tomar conta. Ignorou o corpo agora caído de Jeffrey e puxou Tony para perto, o segurando contra seu peito e pressionando o ferimento em sua barriga. 

— Por favor, por favor, fica comigo — ela aproximou o rosto dele do seu e podia sentir que a respiração dele estava extremamente fraca. 

Seu desespero piorou quando percebeu que não estava com seu comunicador e não conseguiria carregá-lo para dentro. Então fez a única coisa que lhe veio à mente. 

— Ajuda! — ela berrou o mais alto que conseguiu, várias vezes. 

Não tinha certeza do tempo que passou, só parou de gritar quando sentiu uma mão em seu ombro e outras duas tirando Tony do seu colo. 

— Yuki! Calma, estamos aqui! — Cassy a segurou, a impedindo de manter o detetive em seus braços. — A gente vai levar ele pro hospital, a Duela roubou uma ambulância. 

Ela precisou de muitos segundos para processar o que ouviu e apenas assentiu, vendo a Wayne correr junto com Greg, que carregava Tony para o carro. Quando se levantou, ouviu algumas tossidas vindas da direção de Jeffrey e se virou para ele, percebendo que ainda estava vivo. 

Quando chegou perto o suficiente, se ajoelhou ao lado dele e removeu sua máscara, olhando bem para o seu rosto. 

— Eu quero que saiba que não vou te matar só porque quero que viva com a mesma dor e sofrimento que causou a ele — ela sussurrou, em seguida se juntando ao resto do grupo. 

O caminho até o hospital passou como um borrão para ela. Sentiu a dor absurda em seu ombro quando Cassy o colocou de volta no lugar e ouviu vagamente quando sua amiga disse que precisaria dar pontos em alguns dos seus cortes mais severos. Greg conseguiu manter Tony respirando usando os equipamentos da ambulância, mas tinha certeza de que não teriam conseguido chegar a tempo se Duela não tivesse dirigido como uma maníaca até o hospital mais próximo. 

Eles levaram Tony para uma cirurgia de emergência e os quatro precisaram ficar esperando no corredor. Yuki, que estava completamente molhada e suja de lama e sangue, eventualmente sentiu Cassandra usando uma toalha para limpá-la superficialmente. 

— Ele é forte, vai ficar bem — a Wayne tentava acalmá-la, mas a única coisa que faria isso, seria ter notícias dele logo. 

Em certo momento, ela cedeu à exaustão e dormiu com as costas na parede, abraçando suas pernas. Foi acordada por Cassy, que a sacudiu levemente e a fez pular. 

— A cirurgia foi um sucesso, Tony vai ficar bem — foi a primeira coisa que ela disse e Yuki sentiu as lágrimas escorrerem por seu rosto na mesma hora. 

— Mas ele tava muito machucado, então vão deixar ele em um coma induzido para se recuperar — Greg completou e Cassy deu um tapa no ombro do namorado. — Ai! O quê?

— Seja mais sensível! 

Yuki ignorou a discussão entre eles, finalmente sentindo o peso deixar seus ombros e alívio tomar o seu lugar. Ele estava bem, todos estavam bem, e era isso o que importava. 

A semana seguinte foi turbulenta, com eles tendo que explicar ao resto do Deep Six o que havia acontecido e recebendo muitas broncas de Apolo e Grace por terem agido sem eles. Todos eventualmente visitaram Tony no hospital, com Duela sendo uma das visitar mais frequentes além de Yuki. Ela gostava de contar piadas para ele, mesmo que o detetive não estivesse consciente durante esse tempo. 

A Yamashiro aprendeu a gostar da companhia da jovem insana, adorando ouvir algumas histórias de quando os dois eram crianças e estudavam na mesma escola. Ainda precisava ser forçada a ir para casa vez ou outra depois de ficar mais de dois dias seguidos no hospital, mas sua ansiedade diminuía mais a cada dia. 

Até o dia em que chegou ao hospital e viu Tony acordado e conversando com um médico que estava ao seu lado. Ela praticamente se jogou em cima dele quando viu a cena, fazendo o próprio doutor soltar uma exclamação de surpresa e o Bertinelli um suspiro de dor. 

— Sorte a minha estar muito medicado — Tony comentou, retribuindo o abraço da jovem com um sorriso. 

— Você tá bem! — ela sorriu, se afastando para olhar o rosto dele. — Espero não ter aberto nenhum ponto. 

— Também espero, mocinha — o médico disse, seu tom de reprovação não condizendo com sua expressão satisfeita. — Sua recuperação levará um tempo, senhor Bertinelli, e haverão sequelas para alguns dos seus ferimentos, mas, acredito que tem muitas pessoas para ajudá-lo. 

— Tenho certeza que sim — ele respondeu, sem tirar os olhos de Yuki. 

Depois que o médico os deixou, a jovem acariciou o rosto dele e encostou suas testas, respirando e fechando os olhos por alguns segundos. 

— Eu também te amo, sabia? — ela disse, agora olhando nos olhos escuros dele. 

— Suspeitava — Tony também acariciou o rosto dela, mas antes que pudesse dizer mais, a porta se abriu e a voz e Scott ecoou pela sala. 

— Tony! Você ficou em coma por quinze anos! — o atlante entrou, seguido pelos outros membros do Deep Six, Duela e Greg. 

— E você morreu! — a palhaça gritou. 

— Ele com certeza vai acreditar em vocês — Greg ironizou. 

— Tava acreditável até a Duela falar que ele morreu — Scott apontou. 

— Tony, não dá mais esse susto na gente! — Grace estava ao lado dele em segundos. — Não podemos perder todos os vigilantes do grupo, quem vai ser trevoso e misterioso sem vocês?

— Eu posso ser trevosa e misteriosa agora que sou do Deep Shit hehe — Duela disse, se escondendo atrás da cortina. 

— Você não é parte do DS, nem vai ser — Apolo falou, e ela soltou um gritinho de irritação. — Nós todos não deveríamos ter entrado assim, mas queríamos te ver, Tony. Estamos felizes que esteja bem. 

Yuki percebeu que o detetive parecia levemente atordoado com toda a confusão e atenção, mas havia um sorriso genuíno em seu rosto. 

— Acho que entrar nessa equipe não foi tão ruim assim — ele disse, olhando para os outros. — Obrigado por se preocuparem e por cuidarem de mim. 

A Yamashiro deu um beijo na bochecha dele e se levantou da cama, dando espaço para Cassandra abraçá-lo com força.

— Você é nosso amorzinho pra sempre! — ela gritou, emocionada. 

Scott também se juntou ao abraço até ele estar pedindo por socorro e as enfermeiras finalmente aparecerem para tirar todos dali. Enquanto Duela era arrastada por algumas delas no fundo, Yuki se sentou na cadeira ao lado dele e segurou sua mão. 

Sabia que os problemas deles não estavam resolvidos, mas queria aproveitar aquela nova fase ao máximo, antes que as coisas piorassem.


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Notas finais do capítulo

Eu precisei ver muitos vídeos estudando luta de foice vs. katana e eu vou falar pra vocês, como é DIFÍCIL lutar contra alguém com uma foice!! A Yuki teve sorte de sair com os membros intactos hehe

Mas esse é o fim do arco da Black Raven, os próximos dois capítulos serão os últimos dessa Segunda Temporada e vão ser o gancho para a fic do Stormwatch e a nova temporada do DS.



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