Deep Six - Novos Horizontes escrita por Gothic Princess


Capítulo 17
Capítulo XVII - Millennium


Notas iniciais do capítulo

Hello, heroes!! Queria agradecer o apoio e dar boas-vindas aos leitores novos, espero que gostem da história :)

Obs: Ainda não revisei o capítulo, se houverem alguns errinhos eu os corrigirei mais tarde.



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Damian não era do tipo que aceitava simplesmente seguir um estranho porque outra pessoa pediu, geralmente ele gostava de saber o motivo e quem aquela pessoa era. Dessa vez, no entanto, estava fazendo um favor para Melissa, e como ela ainda estava com raiva dele, assumiu que era algo sério. Não ficou nem um pouco surpreso quando se viu no telhado de um banco no Bronx, Nova York, observando, através de uma janela, enquanto homens e mulheres mascarados retiravam armas de um caixote e as colocavam dentro de um dos cofres.

Não haviam civis no local, era noite e o banco deveria estar fechado, mas certamente alguém com muito dinheiro estava pagando bem para poder esconder aquelas armas ali. Ele percebeu que havia um homem moreno sem máscara coordenando tudo, não parecia ser o chefão, mas era alguém com autoridade.

Ele poderia detê-los, incapacitar a todos e depois chamar a polícia, mas esse não era o motivo da sua vinda. Estava ali para encontrar uma pessoa e levá-la de volta para a base, porém não achava que ela fosse alguma das que via agora. Precisaria esperar mais.

— Quem vamos matar hoje? — sua espada estava em sua mão no segundo em que ouviu a voz. Apontou a lâmina na direção da ruiva de pé ao seu lado. — Não tive a intenção de te assustar.

Emma trajava seu uniforme de Talon, com sua máscara em uma das mãos. Damian abaixou sua espada e a colocou de volta nas costas, voltando sua atenção para o lado de dentro do banco.

— Mandei ficar longe de mim — ele não olhou na direção dela quando falou.

— Você nunca disse isso e, mesmo que tivesse dito, eu não obedeceria. Fizemos um acordo, não se lembra?

— O acordo acabou, não vou me juntar à Corte das Corujas.

— O acordo só acaba quando eu cumprir a minha parte — Emma se aproximou dele e olhou para baixo, vendo as armas sendo levadas. — Ainda preciso provar a você que suas habilidades serão muito mais bem usadas pela Corte. Se voltar atrás com sua palavra, Damian, eu volto com a minha.

— Agora não é hora para essa palhaçada.

— O que está esperando? Vai prendê-los? — a Talon o viu erguer uma mão para que ela parasse de falar e tudo ficou quieto por alguns instantes.

A porta da frente do banco literalmente explodiu, matando dois seguranças que vigiavam a entrada. O prédio todo foi sacudido pela explosão, que Damian duvidava ter sido causado por uma bomba, mas sim por uma arma muito potente. Ele viu duas figuras estranhas entrando no meio do fogo, um homem alto trajando partes de uma armadura de gladiador e um robô ainda mais alto. Um olho verde no meio da cabeça desse robô começou a escanear a área, ambos não parecendo intimidados pelo número de armas apontadas em suas direções.

— Estão todas aqui — o robô informou.

— Perfeito, — o homem sorriu e descansou a mão sobre a haste de sua espada casualmente. — Boa noite, senhoras e senhores! Nós somos a Millennium, estamos aqui para roubar essas armas e…

— Vocês tem noção de com quem estão se metendo?! — o tal coordenador gritou em um tom ameaçador.

O Gladiador não pareceu achar aquilo ameaçador, nem engraçado. Ele olhou sério para o homem e apenas esperou. Dois segundos depois, o pescoço do coordenador foi torcido por algo invisível e seu corpo sem vida caiu no chão. Aquilo foi o suficiente para fazer vários outros capangas congelarem em seus lugares.

— Obrigado, Illusion. Se alguém me interromper de novo, faça pior — ele disse e uma garota morena, trajando uma roupa especial amarela, surgiu literalmente do nada ao seu lado.  — Voltando ao que eu estava dizendo, estamos aqui para roubar essas armas e matar todos vocês. Entendam que não é nada pessoal, é só pelo dinheiro.

No momento seguinte, Illusion havia sumido e todos haviam começado a atirar. Damian observou que todas as balas que acertavam o Gladiador, ainda que fossem as partes não protegidas pela armadura, não sofrem dano algum. Ele não era humano.

O robô também não estava sendo afetado, apenas andou na direção de um grupo de atiradores e, quando chegou perto o suficiente, esticou sua mão na direção deles e os explodiu com um tipo de raio de plasma. Provavelmente o mesmo que usara para explodir a entrada. Os dois que tentavam fugir, foram entrelaçados por uma corda de arame reforçado e jogados de volta aos pés do robô.

— Só para você dizer que eu nunca te dei nada, Carabin! — uma jovem de jaqueta de couro e bandana de caveira, que cobria a metade inferior do seu rosto, se aproximou. — E também, eu não mato, então vai ter que fazer isso por mim.

— Se não está confortável com um serviço que dizia claramente que iríamos matar qualquer testemunha, por que veio? — se possível, Carabin a encarou com frieza enquanto atirava nos dois homens.

— Eu tenho um complexo de querer agradar pessoas que admiro e o Gladiador é uma delas. Não pode me julgar — Nicolle ouviu um barulho e olhou para baixo, vendo que uma bala havia pego de raspão em seu braço. — Minha jaqueta, sua filha da puta!

Damian a viu seguir cheia de raiva na direção da mulher que havia atirado e decidiu, com toda certeza, que aquele era o seu alvo. A jovem era exatamente como Melissa descreveu, agora ele precisava descobrir como a tiraria de perto daquele time de criminosos, que não pareciam nem um pouco dispostos a simplesmente entregá-la para ele, e eram muito fortes.

Ele ficou apenas assistindo, com Emma calada ao seu lado, até que a Millennium tivesse matado todos os criminosos que ali estavam. Não levou muito tempo e agora o banco parecia uma piscina de sangue e fumaça, o cheiro de carne queimada chegava até o terraço, onde eles estavam.

— Peguem as armas. Wicked, vigie para o caso de mais deles chegarem — Gladiador andou na direção do cofre, parando por um momento para olhar para ela. — E se chegarem…

— Te chamo na hora. Pode deixar, chefe! — ela disse com entusiasmo.

— Estou impressionada que ainda esteja viva, imprestável — Illusion cuspiu as palavras e esbarrou propositalmente na jovem quando também foi para o cofre.

— Também adorei trabalhar com você! — Nic limpou a poeira dos ombros e se sentou sobre uma das mesas que haviam no banco, murmurando alguns xingamentos e ameaças para a criminosa.

Carabin foi o primeiro a sair, carregando cinco caixas enormes ao mesmo tempo e deixando o banco pela mesma porta que havia destruído. Gladiador passou depois, carregando quatro caixas também cheias de armas e nem se importando em olhar para trás.

Nicolle se levantou para seguí-los, quando sentiu algo se prender em seu pulso e olhou para baixo, vendo uma algema fluorecente amarela a prendendo na parede mais próxima por um fio extenso. Ela viu que quem a havia algemado, foram ninguém menos que Illusion, e que a criminosa sorria enquanto andava para fora do banco segurando uma caixa.

— Ei, qual é o seu problema?! Me deixa sair! — Nic tentou puxar e encontrar uma fechadura, mas aquilo era mais uma das ilusões muito reais da outra.

— Se divirta sendo soterrada — ela gritou, já na porta e usando seu comunicador. — Todos saímos, pode fazer o serviço, Quake.

— Sua vadia! — ela berrou, tentando com toda a força puxar seu braço. Deveria estar doendo, mas Nic nem sabia qual era a sensação da dor.

Nem se deu ao trabalho de tentar usar seu comunicador, sabia o quanto Illusion era boa com tecnologia e com certeza havia feito algo para alterar a frequência dele. Ela, então, deslocou seu dedão e conseguiu deslizar a mão por entre a algema.  

No terraço, Damian se preparava para entrar no banco antes que Nicolle pudesse fugir. Viu que ela pareceu querer ir até a porta, porém sabia que algo iria acontecer, então optou por pegar seu gancho.

— O que vai fazer? — Emma questionou.

— Preciso daquela garota.

— Ok, vou te ajudar — a Talon sacou um batarangue de seu cinto.

O Wayne olhou com certa surpresa para ela, e com muita raiva.

— Você roubou meus batarangues enquanto eu estava em Belle Reve.

— Não se culpe, nós da Corte das Corujas precisamos aprender a sermos discretos. Não teria me visto nem se quisesse — Emma deu um sorriso orgulhoso para o outro.

De repente, o chão começou a tremer e o prédio a desabar, como se um buraco tivesse se aberto no chão. Nicolle usou seu gancho para se prender ao telhado do banco e foi puxada para cima quando teve certeza de que ele estava firme. Ao ver isso, Emma lançou seu batarangue na corda densa do gancho com tanta força que ela se partiu, fazendo com que Nic começasse a despencar de uma altura absurda em direção ao buraco escuro que sugava o prédio no chão.

Damian pensou rápido e atravessou a pequena janela, por onde havia assistido a tudo aquilo, e conseguiu prender seu próprio gancho no local enquanto caía. Ele envolveu seus braços ao redor da jovem e os puxou bem no momento em que vários destroços ameaçaram esmagá-los. Mal teve tempo para colocá-la no chão quando chegaram ao terraço, já que tudo desabou de uma vez e ele precisou jogá-la para o prédio ao lado. Ele pulou e não olhou para trás para garantir que Emma o havia seguido.

A fumaça do prédio demolido começou a subir e Nicolle tossiu, olhando ao seu redor para ver o seu salvador sentado ao seu lado. O morcego na roupa dele fez com que ela automaticamente acertasse um chute em seu estômago, que pegou o outro desprevenido.

— Eu mandei vocês me deixarem em paz! Não quero mais nada a ver com essa porcaria de família! — dessa vez, quando ela tentou acertá-lo, Damian apenas segurou seu braço, pegou uma pequena cápsula em seu cinto e a espirrou no rosto da jovem.

Nic reconheceu o cheiro como sendo gás anestésico, ela sabia porque adorava brincar com ele quando ainda era parte da Bat Família. Muitas vezes acabava desacordada no meio dessas brincadeiras. A sensação de déjà vu se perdeu quando tudo ao seu redor ficou preto e ela desmaiou.

Damian a segurou antes que caísse e a carregou de volta para onde havia pousado seu jato, que por acaso havia sido feito para suportar apenas uma pessoa. Ele acabou deixando Nicolle em seu colo enquanto pilotava de volta para a base do DS.

Porque a Liga estava de olho neles, não podiam usar o teletransporte sem alertá-los, então ele acabou aceitando o presente que Cassy lhe deu, ainda que achasse desnecessário ter um jatinho. Chegaram à Gotham em menos de meia hora e Nic já começava a acordar, ainda um pouco grogue demais para notar que ele a carregava para fora da nave.

Batclaw, devo informar às suas irmãs que retornou? — Scava perguntou, enquanto o herói andava na direção do elevador para ir até o refeitório.

— Faça isso — ele olhou para baixo quando percebeu que Nicolle estava murmurando algo de forma sonolenta. Não a ouviu bem, mas pareceu estar dizendo: “Vou arrancar sua cabeça e jogar volêi com ela.”

Entrando no refeitório, Damian viu Kate, Yuki, Greg e Joe sentados a mesa. O Dent fazia o jogo da faca na ordem mais complexa possível e o Lanterna Azul ao seu lado o encarava horrorizado, enquanto Kate estava boquiaberta com a velocidade.

— Minha Nossa, quem é essa? — Yuki perguntou no momento em que o namorado entrou, tirando sua atenção do Dent.

— Longa história. Fiquem de olho nela até Melissa e Cassandra chegarem, eu preciso garantir uma coisa — ele precisava saber se não havia sido seguido por Emma, o que era duvidoso, já que haviam voltado numa aeronave. Porém todo cuidado era pouco com aquela maníaca.

Ele colocou Nic cuidadosamente em uma cadeira vazia, vendo que a morena começava a recobrar totalmente a consciência.

— Cuidado, essa aí acha que é perigosa — Damian falou antes de deixar o refeitório.

— O que aconteceu? — Nicolle balbuciou e caiu de cara na mesa, não parecendo querer acordar.

— Não é um dia normal na base se algo esquisito assim não acontece — Kate assumiu.

— Vocês estão aceitando bem essa suspensão temporária da equipe? — Joe perguntou, bebendo um gole do café que Kate havia feito para eles.

— Mais ou menos. O Barry precisou vir aqui levar a Grace pra casa porque nem o Kevin tava conseguindo pegar ela — Kate agora observava um tanto preocupada enquanto o Dent jogava sua faca para o alto e a girava sem se importar com as pessoas ao seu redor. — Só vim para a base hoje porque o Apolo disse que viria.

— Achei que a Diana fosse fazê-lo voltar para Themyscira.

— Ela ia, mas ele conseguiu convencê-la a deixá-lo ficar por causa da faculdade — Yuki explicou, esperando o momento certo em que a faca do Dent estivesse no ar para pegá-la e fazê-lo parar.

— Ei, eu estava me divertindo! — ele reclamou.

— A pergunta certa é, o que o Greg está fazendo aqui? — o outro já estava no meio da brincadeira com a faca na mesa quando o Azul chegou, mal havia tido tempo de conversar com as duas por causa do nervoso que sentia em vê-lo fazendo aquilo.

— O Greg veio ajudar a Cassy e eu a prender os dois meta humanos que fugiram de Belle Reve, — Yuki começou a explicar. — E então ele abriu a geladeira, viu a cabeça decapitada de um réptil alienígena dentro dela e encheu ela de tiros. Agora o Mark apareceu.

— O prazer é todo seu — Mark estendeu a mão na direção da oriental, que ainda não iria devolver sua faca. — Me aproveitei que o fracote tomou um susto e decidi vir me apresentar oficialmente para os idiotas que ferraram a gente.

— Já dissemos que não foi nossa culpa — Kate disse, parecendo cansada de ter que repetir aquilo.

— Se fosse por mim, eu deixaria a Waller acabar com vocês, mas o Greg tem o coração mole e quer ajudar vocês — ele deu uma risada falsa. — Deixando isso de lado, quem é a garota tatuada que o namorado da japa trouxe?

Todos também estavam curiosos para saber a resposta, olharam na direção da jovem, que agora os encarava de volta com a cabeça apoiada em uma das mãos.

— Eles não falaram sobre mim, que surpresa — Nicolle suspirou, em seguida apontando para a caneca de Joe. — Meu nome é Nicolle, sou uma ex heroína, atual criminosa que foi sequestrada pelo cara com o morcego no peito. Isso é café?

O Lanterna assentiu e a viu pegar sua caneca e beber dela sem a menor cerimônia. Ele não disse nada, apesar de achar a ação um tanto mal educada. Ela poderia ter ao menos pedido.

— Ok… Acho que já vou indo. Vim ver como a Nat estava e saber quando ela vai poder voltar para a base do Stormwatch — Joe se colocou de pé e foi abraçar Kate e Yuki antes de sair. — Se precisarem de qualquer coisa, entrem em contato comigo. Não com os outros do Stormwatch, eles ainda estão bolados com vocês.

— Acho que só a Liga da Justiça Sombria não está bolada com a gente no momento — Yuki comentou, finalmente deslizando a faca de Mark de volta para ele.

— Zoe disse que eles nunca gostaram da gente pra início de conversa.

— Ninguém gosta — Kate lançou um olhar irritado para Mark quando ele disse aquilo.

Joe se despediu dos outros dois e deixou a base, levando consigo a cabeça alienígena, agora repleta de tiros, para que mais ninguém se assustasse. A sala, então, ficou em silêncio por alguns minutos, Nicolle terminou o café que havia pego do Azul e agora havia começado a beber o de Kate. A heroína queria muito perguntar o que ela estava fazendo ali, mas pensou que seria melhor perguntas a Damian por que havia sequestrado uma garota.

— Você disse que seu nome é Nicolle, certo?

— Sim — ela murmurou com a caneca na boca e soltou um suspiro de prazer quando terminou. — Preciso dizer, esse café tá uma delícia.

— Seu dedão está deslocado — Yuki apontou, alarmada com a falta de dor por parte da jovem.

— Ah, esqueci de colocar no lugar — Nic segurou o dedo e o empurrou para que voltasse ao normal. — Vocês têm gelo? Isso vai ficar muito roxo se eu não colocar um pouco.

Ela quase riu quando Kate se levantou rapidamente e foi até a geladeira. Até pensou em contar sobre sua doença, mas achava hilário a forma como as pessoas reagiam à sua falta de dor.

— Você é durona, já gosto de você — Mark havia cansado de brincar com sua faca e a guardou em seu coldre novamente. — Então, japa…

— Me chama de "japa" de novo, e eu corto sua língua — Yuki deu um sorriso fechado para ele.

— Tão agressiva... Ok, Yamashiro, onde está o Tony? Já tem muito tempo que não falo com ele e o Greg nunca me deixa fazer nada pra irritá-lo.

— Ele voltou a trabalhar nos casos que havia deixado de lado e com a Liga, até me chamou para ajudar, mas eu estou tentando começar a resolver os meus próprios casos.

— Uau, que interessante.

— Trabalhar sozinha é muito melhor, vai por mim — Nic entrou na conversa, aceitando a bolsa de gelo que Kate lhe ofereceu e a colocando sobre o dedo machucado. — Sozinha você não tem colegas de equipe que querem você morta.

— Essa não é minha maior preocupação, mas tudo bem. Eu só quero ajudar mais pessoas com as minhas novas habilidades de detetive, treinei muito pra conseguir finalmente convencer o Tony de que estava pronta.

— Eu acho que você está mais do que pronta, e se precisar de ajuda, é só chamar — Kate sorriu para a amiga.

— Sabe de uma coisa, eu tenho o caso perfeito para você! — Mark se inclinou mais na direção da oriental. — É um bem difícil, está frio há alguns anos, mas se o Bertinelli acha que você está pronta, não vejo como isso seria um problema.

— Por favor, me fala! — os olhos dela quase brilharam ao ouvir que era um caso difícil. Esses eram os mais divertidos.

Mark respirou fundo, algo que Kate assumiu servir para conter o riso, e voltou a falar.

— Já ouviu falar da Black Raven?

— Uou, essa vai ser boa — Nicolle puxou sua cadeira para mais perto deles, parecendo entusiasmada. E considerando que ela parecia uma psicopata, isso não era bom.

— Black Raven é uma lenda de Gotham, e com lenda quero dizer que nunca existiu — Kate cruzou os braços. — Não existem registros policiais ou na internet sobre eles, a única coisa que se sabe são boatos.

— Posso dizer que a maioria desses boatos são verdadeiros. Acreditem, eu passei um tempo preso e ouvi muitas coisas de criminosos lá dentro, até hoje ouço um pouco.

— Eu nunca ouvi falar sobre eles. O que é essa Black Raven? — Yuki alternou olhares entre os três, que pareciam saber toda a história.

— Black Raven era um grupo criminoso que simplesmente controlava toda a máfia de Gotham. Eles conseguiram descobrir a fraqueza de cada uma e se aliaram a elas de forma que se beneficiassem. Até as gangues do Pinguim e do Coringa estavam nas mãos deles — Mark contou, usando um tom de suspense. — Ninguém conseguia encontrá-los, poderia estar andando lado a lado na rua com um membro da Black Raven e nunca saberia. Só eles sabiam como identificar um ao outro, e ninguém deixava o grupo com vida para contar a história.

— Nossa… Isso soa tão sombrio e tão legal — Yuki sussurrou, mais para si mesma do que para os outros. — Sabe quantos membros haviam nesse grupo?

— Uma boa quantidade, alguns ainda estão soltos por aí, enquanto outros dançaram quando tudo acabou.

— E por que acabou?

— Ninguém sabe. Mas a máfia agradeceu bastante, tomaram a cidade de volta e não tem mais um grupo de idiotas ameaçando eles — Mark estava tateando seus bolsos à procura de um cigarro, ficou bem irritado com Greg por estar escondendo eles dele agora.

— Mais um motivo para eu achar que eles são só invenção de alguém, não existe prova de que eles existiram! — Kate se virou para Nicolle quando a jovem soltou uma risada.

— O Batman tentou investigar a Black Raven uma vez! Foi há uns quatro anos se não me engano, mas parou quando alguém conseguiu invadir a Batcaverna e apagou todos os arquivos e provas que ele tinha sobre o caso — Nic viu Yuki ficar boquiaberta e Kate encará-la com ceticismo. — Ele decidiu parar porque, depois que a Cassy e a Mel entraram na vida dele, o Bruce começou a ficar mais cuidadoso com os casos que escolhia, e esse era pesado demais. Então ele deu pra outro herói cuidar.

— O Batman não conseguiu resolver esse caso?! Como você espera que eu consiga? — a oriental questionou, olhando para Mark com certa raiva.

— Como ela sabe a identidade do Batman é a pergunta que deveria estar fazendo — a loira comentou, encarando a jovem a sua frente com surpresa.

— Se for demais pra você Yamashiro, pode deixar passar. Mas vou te chamar de covarde pelo resto da minha vida, já que sei que vou morrer antes de você — o Dent a encarou de forma desafiadora. — Você é uma detetive covarde?

— Não sou covarde! Eu posso e vou descobrir se a Black Raven é real e vou encontrá-los se ainda estiverem vivos!

— Yuki, não perca seu tempo — Kate suspirou.

— Yuki, perca seu tempo e me conta o que descobrir! — Nic encorajou, erguendo seu dedão não machucado em um sinal de positivo.

— Sabe o que você deveria fazer? Deveria ligar para o Bertinelli e contar a ele sobre esse caso — Mark limpou a garganta, mais uma vez tentando encobrir a risada.

— Vou fazer isso agora mesmo — Yuki pegou seu telefone, que estava em seu cinto, e ligou para o amigo.

O seu toque no meu celular me assusta sempre que você liga! — ela ainda esperava o dia em que ele atenderia uma chamada com um “Alô?”.

— Foi exatamente por isso que escolhi ele. Está ocupado?

Não, tô só seguindo um suspeito pela terceira vez hoje. Precisa de algo?

— Só queria te dizer que resolvi começar a trabalhar em um caso por conta própria, — Yuki olhou orgulhosa para Mark, que a encarava com um sorriso.

Isso é ótimo. Se precisar de ajuda, vou adorar dar uma mão. Qual é o caso que você escolheu?

— Black Raven!

O que ela menos esperava aconteceu logo em seguida, o som de uma freada brusca foi ouvido, tão alto que ela precisou afastar o celular do seu ouvido. Kate a encarou com a mesma expressão confusa que ela tinha e, dessa vez, Mark não conseguiu conter a risada.

— O que foi isso? Você tá dirigindo? — Yuki se levantou da mesa e deu alguns passos para longe, ficando o mais distante que conseguiu de Mark.

A linha ficou muda por alguns segundos, porém antes que ela pudesse fazer mais perguntas, ele falou:

Onde ouviu esse nome?

— O Mark me contou… Mas, qual é o problema…?

Passa pra ele — ele disse, quase entredentes.

Agora ela estava mais confusa do que nunca. Andou até o Dent, que já esperava com uma mão erguida, e lhe entregou seu celular.

— Sim, querido? — Mark disse com um sorriso. — Minha Nossa, quantas promessas. Ok, ok, vou desligar na sua cara agora. Tchau!

A conversa não havia durado nem dois minutos, mas as três haviam conseguido ouvir que o tom de voz do detetive do outro lado da linha não estava nem um pouco calmo.

— Ele disse que você deve focar toda a sua atenção nesse caso e não desistir.

— Podia jurar que tudo o que ele disse foi que iria matar você — Nicolle comentou.

— É, isso também.

— Por que ele ficou com tanta raiva? — Yuki voltou a se sentar e tirou seu celular das mãos de Mark.

— Pergunte a ele, eu sou só uma outra personalidade na mente de um cara perturbado — ele riu.

— Eu realmente não gosto de você — a oriental cruzou os braços e bufou.

— Eu preciso dizer, pessoal — Nicolle se debruçou sobre a mesa e sorriu. — Adorei conhecer vocês antes que a minha equipe venha aqui matá-los.

— Gostei de conhecer você tamb… Espera, o que disse? — Mark franziu o cenho.

— Minha equipe vai vir aqui e vai matar vocês. Não é uma ameaça, é um fato, não deveriam ter me trazido para cá.

— Nenhum estranho sabe a localização da nossa base e o Damian sempre toma as precauções necessárias para não ser seguido — Kate, agora extremamente séria, se levantou. — E mesmo se, por mágica, eles nos encontrassem, não dariam conta de todos nós.

Nicolle deu de ombros e sorriu de canto.

— Eles já lutaram contra a Liga da Justiça, loira. O que te faz pensar que não podem dar conta de vocês?


§

— Eu não sabia que ela ainda estava no prédio! — Quake disse, fazendo o máximo de pedras que conseguia levitarem. — A Illusion disse que todos haviam saído.

— Erro meu. Ela deve estar morta agora, mas temos as armas. Vamos voltar para a base — Illusion fez menção de sair, sendo impedida por Gladiador, que a puxou de volta.

— Se ela estiver morta, a culpa será sua. Então é bom torcer para ela estar viva — ele a empurrou para longe. — Continuem procurando.

— Processo de escaneamento da área completo — Carabin anunciou. — Não há vida em meio a esses destroços. No entanto, encontrei algo interessante ali.

Gladiador olhou para onde a Inteligência Artificial apontava, um amontoado de concreto que deveria pertencer à uma das paredes do banco destruído.

— Quake! — ele chamou e o jovem só precisou bater um pé no chão para todos aqueles pedaços de parede começarem a flutuar.

Gladiador andou até lá e viu algo no chão, um bumerangue no formato de um morcego.

— Batman? — Quake perguntou, quase engolindo seco, pois sabia da reputação do vigilante de quebrar ossos de criminosos.

— Não, eu conheço os batarangues do Morcego, — Gladiador se levantou, movendo o objeto entre os dedos. — Esse aqui é personalizado.

— Então não tem como sabermos a quem pertence — Illusion estava louca para esquecerem aquele assunto e seguir em frente.

— Eu tenho um bom palpite de quem seja — o Warzooniano deu uma risada sem humor. — Carabin, procure por todo o país a localização do time de heróis Deep Six. Vamos fazer uma visitinha a eles.


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Notas finais do capítulo

Black Raven e Millennium vão dar muita dor de cabeça pro DS, e ainda tem a Equipe Venom, né? Não queria estar na pele deles agora.

Não se esqueçam de me dizer o que acharam do capítulo!!

Un beso mis amores :*