Floresta Negra escrita por Luh Costa


Capítulo 10
10. Luma - Lutar por mim




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/700970/chapter/10

Não se desculpe

Isso faz com que eu fique mais deplorável

Com seus lindos lábios vermelhos 

Por favor se apresse, me mate e vá

Eu estou bem

Olhe para mim uma última vez

Sorria como se nada estivesse errado

Então quando eu sentir sua falta

Eu conseguirei lembrar

Então eu poderei desenhar seu rosto na minha mente  

 

Essa música...

Ultimamente ela vem me acompanhando dia após dia. Ela é muito bonita pra eu conseguir passar um dia sequer sem ela e Taeyang canta ela com tanta... Paixão! É como se, no momento em que ele estivesse cantando-a, ele estivesse mesmo sentindo letra por letra naquele momento.

 

Meu egoísmo que não conseguia te deixar ir

Se tornou uma obsessão que aprisionou você

Você ficou machucada por minha culpa?

Você se sentou silenciosamente

Por que eu sou um bobo?

Por que eu não pude te esquecer?

Você já se foi  

 

Me preparei psicologicamente pro refrão, uma das minhas partes quase que favorita já que a outra parte é a música inteira.

 

Seus olhos, seu nariz, sua bo 

 

Abri os olhos de uma só vez em cima do telhado, surpresa e depois com uma certa raiva por perceber que o fone de ouvido havia sido arrancado do meu ouvido direito fazendo com que a música parasse de repente justamente na minha parte favorita.

— Que porra você tá fazendo, Tae?!

— Ouvindo a música?

— Podia ter pegar o outro que eu não estou usando!

— Calma, eu só queria ouvir... - A forma como ele falou me deixou instantaneamente culpada.

— Desculpa, Tae. - Falei em voz baixa. - Você sabe como anda o meu humor... e também, era a minha parte favorita.

— Ah, desculpa também. - Disse já me dando um de seus sorrisos indicando que tudo estava bem. Eu tenho saudades de quando as coisas também funcionavam assim pra mim.

— Pode ouvir. - Ele assentiu animadamente e apenas no fim da música olhou pra mim, ele parecia meio aéreo como se assim como eu, tivesse levado todo os baques da música.

— Nossa!... - Olhei-o na expectativa. - Quem canta?

— Taeyang.

— Eu? - Questionou confuso.

— Não. - Sorri. - Taeyang. E não Taehyung!

— Ah!... - Disse exageradamente. - Ele canta bem. 

— Também acho. Queria ir a um show dele se desse, mas o dinheiro não deixa. Fora que pelo o que eu soube ele está fora do país junto com os outros.

— Que outros?

— Do grupo dele.

— Espera... Por acaso ele é do Bigbang?

— Sim. Então você conhece ele. - Concluí.

— Claro que conheço, Luh! Sabia que eu conhecia essa voz de algum lugar...

— Hum? - Me perdi de repente.

— Acho que você não sabe mesmo, mas o Bigbang já foi daqui, inclusive eles quem formaram a primeira Elite.

— Elite? Como assim Elite?

— Nossa, é verdade! Às vezes eu esqueço que você só entrou na escola este ano.

— Pois é. Estou perdidinha.

— Tá, vou te explicar umas coisas então quando eu lembrar.

— Certo.

— Elite são os mais velhos da escola, ou os considerados com mais experiência. O Bigbang são alunos da estreia da escola, assim que a escola abriu as portas eles chegaram, mas no caso deles foi mais especial do que isso porque eles não foram exatamente o primeiro grupo a chegar, e sim, o Super Junior. Sabe o nosso professor de história?

— Sei, o Heechul. O que ele tem a ver com isso?

— Bem, ele é do Super Junior.

— Tá brincando? - Questionei empolgada.

— Nop! Pode perguntar pra ele.

— Nossa... - Aquilo realmente me deixou surpresa. - Quantos anos ele tem? Ele parece ser novo...

— A idade é bem maluca pra nós, cada um tem uma vida diferente. Vivemos mais e mais saudáveis quando temos uma parceira, por exemplo.

— Hum... E por que é que o pessoal ficou na dúvida sobre a Elite? Não era pra ser os mais velhos?

— Sim. Mas o Bigbang demonstrou ter muitas habilidades e conquistou facilmente a escola, assim como o próprio Super Junior o que, no fim, mostrou que eles estavam muito divididos e confusos demais pra decidir quem seria da Elite, se seguiriam uma regra que fora criada quase que por eles mesmos, foi então que criaram a competição do Fim de Semana. Tá entendendo até aqui?

— Mais ou menos... O que acontece nesse Fim de Semana?

— Ele acontece uma vez por mês e nele acontece qualquer coisa, contanto que seja uma competição. A minha preferida é quando acontece de termos de nos apresentar com alguma dança ou música, ou os dois mesmo. Tem vez que até mesmo as nossas companheiras entram no meio pra competirem.

— Opa! Espera! Competir tipo...?

— Depende. - Deu de ombros.

— Não. Depende não. O que pode acontecer?

— Vocês podem ter que competir com as parceiras do meu grupo, na verdade com os grupos da escola inteira.

— Tá de brincadeira com a minha cara? - Ele só pode estar brincando!

— Não. - Ele parecia muito surpreso. - Vocês vieram de uma escola particular certo? Com dança, música ou sei lá o quê, não é?

— Não. Não mesmo.

— Mas o governo...

— O governo nada, quem colocou a gente nessa escola foi a família da Emilly!

— Ops...

— É. Ops. - Resmunguei começando a ficar irritada.

— Então vocês não sabem fazer nada, nada, nada?

— Olha, também não é assim. Na nossa antiga escola tinham uma oficinas à tarde e a gente ficava nelas. Inclusive nos conhecemos pra valer numa aula de violão.

— Então você toca? - Ele ficou tão empolgado que até se debruçou sobre mim, o que no caso me pareceu muito perigoso. Não que a gente pudesse cair ou parecido, só era o meu coração mesmo que resolveu trabalhar mais fortemente, meus olhos traidores resolveram analisar melhor os lábios dele e meu cérebro começou a pensar naquele sonho que eu tive.

— M-mais ou menos. - Engoli em seco. Aquilo não ia prestar, não mesmo, por isso eu me ajeitei até poder me sentar e assim que me ajeitei ele sentou também bem ao meu lado. - Já... já faz um certo tempo que eu não toco e eu não aprendi muitas músicas.

— Mas você toca. - Concluiu.

— Er... Dá pra se dizer que sim...

— E o que mais você sabe fazer?

— Eu? Nada muito bem. A aula de violão só durou uns 5, 4 meses e eu fiz umas aulas de dança também, por quase 2 anos, mas como eu fui fazer só quando estava prestes da sair da escola, nos dois últimos anos, eu sou bem mais ou menos. Não me peça pra improvisar, pelo seu bem. Mas se você me ensinar uma coreografia passo a passo e me ensinar bem como é pra fazer os movimentos eu danço tranquilo sem fazer corpo mole mesmo nos ensaios. A Milles é melhor do que eu ainda. Ela dançou por mais tempo do que eu e acredito que até consegue fazer uns improvisos decentes.

— Então vocês não estão tão ferradas assim.

— Ah, estamos sim! Vocês realmente tiveram aulas, nós só estávamos lá por...

— Interesse? Diversão? Curiosidade?

— Ei! Não leia a minha mente, ok? E eu ia dizer: "nada melhor pra fazer".

— Eu não leio mentes, sua mentirosa. - Ele claramente estava me atiçando.

— Mentirosa, eu? Por quê?

— Porque "nada melhor pra fazer" é a mesma coisa que "fui obrigada", que quer dize que você não gostava de fazer.

— Tá... Se você diz... - Ok, ele está meio certo. Só meio! - Vocês estão aqui a quanto tempo? - Mudei de assunto mesmo visto que não tinha nada pra rebater.

— Chegamos ano retrasado.

— Ano retrasado?

— Sim.

— Mas ano passado eu estava com os meninos então poderia ter entrado junto com vocês... Espera! São quantos grupos por ano?

— Depende. Normalmente todo ano entra um grupo novo e normalmente apenas um, mas ano passado algo ocorreu e nenhum grupo veio. Ou talvez esteja certo mesmo já que nós viemos no mesmo ano que o Astro.

— Hum...

— Os grupos sempre vêm pra cá quando arrumam suas parceiras, pelo menos a maioria dos integrantes pelo menos.

— Legal. - Sorrio. - E aí, como foi seus primeiros dias aqui? Os meninos pareceram levar como se nada de diferente tivesse acontecendo... É meio estranho.

— Mais estranho do que ser um vampiro escondido da sociedade?

— Ah... Não.

— Por isso levamos numa boa. Mais estranho do que viver com esse título é meio difícil.

— Sei... - Comecei a vaguear nas ideias. - E se todos descobrissem? Digo, as pessoas lá fora.

— Já pensei nisso algumas vezes e acho que seria um desastre. Acredito que voltaríamos um pouco pra Era Medieval e as pessoas iam começar a nos caçar feito animais. Você sabe, eles criam muitas histórias sobre nós.

— Sei. - Assenti. - E foi realmente assustador, de certo ponto. - Ele me olhou intrigado. - Antes eu li bastante sobre vocês... Nós... - Concertei. - Mas nada chega muito perto daqui. É difícil você de repente ser tachado por si mesmo como um monstro, ou estar ligado a um.

— É assim que pensa de nós?

— Oi? - Fui pega desprevenida nessa.

— Que somos monstros? - Ele parecia triste com a minha declaração, lá estava eu me expressando mal de novo.

— Não! De verdade. Mas passou pela minha cabeça, como eu disse. - Ficamos em um silêncio quase constrangedor depois que disse aquilo. Após um longo tempo eu suspirei, dando um fim a aquilo. - Sabe o que eu acho?

— Sobre o quê?

— Você. - Ele fez que não, apreensivo. - Eu sinceramente agradeço pelo o que fez aquele dia, me dando do seu sangue. Eu melhorei horrores e não estou falando só do meu pulso. Agradeço também por vocês estarem se aproximando de mim, mas eu não quero isso.

— O que você não quer?

— Machucar.

— Você? - Perguntou confuso.

— Não, Tae. Você. Vocês. - Ele inclinou a cabeça pro lado e continuou a me olhar confuso. - Às vezes eu só quero sumir, não por mim, mas por vocês. Mas se eu fizesse isso a Emilly iria sofrer e sei que o pessoal também sofreria parte do baque. Nisso eu penso até mesmo no Woozi e penso em como o Vernon ainda está destroçado pela parceira dele que se foi, ele parece melhor por fora mas eu consigo ver como ele realmente está. E sabe o que mais me incomoda?

— O quê? - A voz dele saiu baixa, desviei o olhar dele pro céu aberto, pros pássaros que estavam voando livremente no céu.

— O que mais me incomoda é que eu não sou assim. Ultimamente ando me sentindo uma bola de tristeza ambulante e muito de vez em quando a "Luma" consegue submergir desse desastre todo. Eu falo que já perdoei o Woozi. Perdoei mesmo. Mas não consigo me aproximar dele. É como se fosse errado, totalmente errado. Por isso não consigo ficar perto dele. 

"Eu vivo dizendo a mim mesma e à Milles, isso. Que estou triste e blá blá blá, mas nada muda. Desabafar não faz nenhuma diferença, tentar bater em algo, não faz nenhuma diferença, culpar o Woozi por isso, não faz nenhuma diferença, nada faz alguma diferença. Eu estou cansada até de mim mesma. Estou andando em círculos em meus próprios dramas. E quer saber? Eu odeio esses dramas."

— Entendo. - Disse depois de uma longa pausa.

— Entende? - O fitei e vi-o desviando o olhar. - Se entende de verdade então não se aproxime de mim. - Disse secamente.

— Não posso fazer isso. - Disse voltando a me olhar.

— É claro que pode! Se quer ser meu amigo e cuidar mesmo de mim como sinto então se afaste.

— Amigo? - Assenti.

— Sei que só te dou patada e só falo pra você me deixar em paz, mas eu te considero um amigo. Falo isso porque não quero te magoar. Eu só consigo falar merda ultimamente, você sabe, como isso do monstro. - Vi que ele sorriu de lado.

— Ah, mas às vezes é legal te irritar. Não sei. Talvez eu desperte a "Luma" em você.

— Nossa, se você pudesse fazer isso eu me casaria com você.

— Pra que dia eu marco? - Olhei pra ele, ele estava comprimindo o sorriso, mas seu olhar parecia sério. Aquilo me fez rir. - Tá vendo?! Pra quando marco a data?

— Para!

— Não é como se eu estivesse fazendo cócegas em você. - Me olhou brincalhão erguendo as sobrancelhas. Revirei os olhos sorrindo. - Eu acho que, se você se permitir, a "Luma" vem numa boa.

— A culpa não é minha se você fica fazendo essas caretas! E eu não estou segurando ela pra você falar assim. - Ele comprimiu os olhos e se aproximou perigosamente do meu rosto.

— Será mesmo? Veneno.

— O quê?

— Com quem, ou o quê eu estou falando agora? Com a Luma, ou com o veneno? - Abri a boca pra responder aquela pergunta idiota, mas segundos depois a fechei novamente. Aquela era uma pergunta na qual eu não conseguia responder.

— Touché.

— Touché. - Concordou. Ouvimos o sinal da escola tocar pro lanche então descemos do telhado.

Ele tinha razão não tinha? Quando perguntou com quem estava falando? Era eu, ou o veneno?

Se não sou eu, então... O que aconteceria se eu tentasse, de verdade, lutar?

— Luh? - Eu estava tão perdida nos meus pensamentos que nem notei que o deixei pra trás.

— Sim? - Me virei e fui pega de surpresa por ele.

— Eu acredito em você. - Disse baixinho no meu ouvido enquanto me abraçava forte, aquilo fez algo em mim que eu nem pude imaginar.

— Acredita? - Sussurrei de volta. Ele se afastou de mim dando aquele, já conhecido por mim, sorriso quadrado.

— Acredito.

Chorei.

Não chorei de verdade, mas algumas lágrimas desceram pelas minhas bochechas e um sorriso mínimo se formou nos meus lábios.

Lá estava ela! Fazia tempo que eu não a via. Fechei os olhos e a vi, parada a minha frente.

"Há quanto tempo? Esperança."

"Esperança? Eu pensei que fosse Luma." Brincou. Um sorriso maior foi surgindo nos meus lábios. "Você vem?" Ela estendeu a mão pra mim, assenti e a peguei. 

"Senti sua falta."

"Não mais do que eu." Apertamos a mão uma da outra um pouco mais. "Ei. Isso vai ser difícil. Você quer lutar?"

"O que a verdadeira Luma diria?" A perguntei sabendo exatamente a resposta.

"É lógico!" Dissemos ao mesmo tempo. Mais um sorriso vindo dos meus lábios. Tentei abraçá-la, mas meus pés estavam congelados no lugar. Olhei-os atentamente, atônita, depois levei meus olhos até ela. "Chegaremos lá." Prometeu e eu acreditei profundamente nela.

"Te vejo lá fora?"

"Me vejo lá fora." Concordou. "De volta. Voltaremos a ser só uma."

"Não me solte."

"Eu nunca te deixei, Luh." Mais lágrimas.

Fechei meus olhos e os abri de novo na escola. Ele tinha voltado a me abraçar em algum momento e eu o agradeci mentalmente por isso.

— Você consegue. - Ele ainda estava me dando força.

— Quer mesmo ser o meu apoio, Tae?

— Você fica me devendo uma. - Disse simplesmente quando se afastou e piscou pra mim divertidamente.

— E como eu vou pagar isso?

— Hum... Mais pra frente você vai descobrir. - Fitei-o por um momento, então dei de ombros resolvendo confiar naquilo.

— Contanto que você não me peça pra te dar toda a  minha comida... - O fiz rir e isso me animou, talvez aquilo pudesse dar certo afinal.

...

— Hey! O que você está ouvindo dessa vez? - Tae brotou no telhado pouco antes do sol se pôr. Ultimamente estamos mais próximos, deixei a porta aberta pra ele sem restrição já que ele me prometeu arcar com as consequências de tudo, inclusive deu fazê-lo sofrer.

— Oi pra você também. - Falei sorrindo de lado.

— Ah. Oi. E então, o que está ouvindo?

— Champs. Já ouviu falar? - Ele fez que não. Dei um dos meus fones pra ele ouvir e recomecei a música. - Eles têm só duas músicas, uma se chama Dynamite, que é essa, e a outra é We are the Champs. - Ele ouviu a música toda olhando pro céu, assim como eu, nós dois sacudindo ao som da batida da música. - Gostou? - Perguntei no fim da música. 

— Muito. - Ele tirou o fone pra me devolver, mas eu fiz que não e procurei a segunda música. - Como achou eles?

— Sigo um canal no youtube de um dos ex membros.

— Hum...

— No começo eu não gostei muito, estava com um pouco de preconceito porque sempre parece que o Brasil que copiar as coisas que aparecem, depois tomei vergonha na cara e resolvi ouvi-la de novo tentando deixar o preconceito de lado e aceitar o "B-Pop".

— Sei como é. Já aconteceu comigo também.

— Pois é, é duro. Ultimamente venho sofrendo porque acabou, infelizmente eles não vão voltar, mas fico feliz por pelo menos ter essas duas músicas. Fiquei sabendo que tem um novo grupo de B-Pop, mas ainda não dei uma olhada nelas.

— Nelas?

— É. É feminino. O nome é SiS.

— E por que não olha? - Dei de ombros.

— Não sei se vou gostar, mas de qualquer forma já estou feliz sofrendo só pelo Champs.

— Ham-ham... - Me olhou desconfiado.

— Então... - Digo bruscamente, mudando de assunto. - Me... Me fale de você, senhor Taehyung. Vive querendo falar de mim, mas não sei nada sobre você.

— É porque não tem realmente algo a ser contado.

— Está me dizendo que nasceu do vento? - Provoquei.

— Não. - Disse rindo. - Eu nasci de uma mãe.

— Hum... Isso é algo, pelo o que eu saiba, senhor Taehyung. - Continuei provocando-o. - E o que mais?

— Tenho um irmão e uma irmã. Adotada, é lógico. - Franzi o cenho.

— Por que, é lógico? - Ele sempre esquecia que eu não sabia de nada.

— Ah, é mesmo... Novata. - Disse pra si mesmo. - É que casais de vampiros só têm filhos, e não filhos e filhas. Não há opção. Você já devia ter notado que sempre só há vampiros, e não vampiras na historia. Nos filmes, na maioria dos livros de história antiga e de hoje em dia, nas histórias em si, apenas vampiros como forma de iniciarem tudo. Só há vampiras Transformadas por esse motivo. 

"Nossos nomes são diferentes por uma razão. Identificação. Algumas pessoas se misturam conosco, ou apenas tem seu nome escrito da mesma forma que a nossa, mas não tem tantos nomes parecidos na forma de escrever por aqui só porque o Bremin é um lugar miscigenado. Aqui é um lugar com uma longa linha de contrato com nossos antecedentes, por isso foi seguro migramos pra cá no passado e nos criamos aqui, mais seguro só em Korhen, nosso local de origem."

— ...Nossa. - Foi tudo o que consegui dizer sabendo daquilo tudo.

— Quer saber uma coisa bem legal?

— O quê?

— Todas as mulheres que tem o nome escrito da mesma forma que o nosso expostamente são casadas com vampiros. - Aquilo me fez que...

— Então a professora de matemática, a Hyuna...?

— Sim.

— Legal. Mas por que muda?

— Digamos que... você são especiais. Tipo...Como posso te explicar? - Parou um momento pra pensar. - Já sei! É só um exemplo, ok?

— Ok.

— Digamos que nós dois fiquemos juntos. E que você seja a minha parceira real, meu Par. Você tem um verdadeiro nome e só por estarmos juntos, eu vou sabê-lo. Mas caso você não fique comigo, seu nome real será um segredo pra sempre. E isso a gente sabe porque ele vem junto com a conexão, caso a gente a faça.

— Interessante... Então eu posso ter um nome secreto?

— Se você tiver nascido Par de alguém, sim. - Sorrio pra mim mesma. A ideia de ter um nome secreto me animava, me fazia querer descobri-lo, mas provavelmente eu não tinha ou morreria antes de poder sabê-lo. 

Não! Nada de pensar em morte, dona Luma!

Certo, certo! Nada de morte!

— Tae?

— Sim?

— Posso te perguntar uma coisa séria? - Vi-o ficar imediatamente tenso.

— C-claro.

— É questão de vida ou morte. - Salientei.

— O que quer dizer, Luh? - O deixei assustado, fiz sinal pra que se aproximasse e uma expressão bem séria, quase de dor e disse:

— Tem comida? - As expressões que ele fez quando finalmente entendeu o que eu disse quase me fizeram morrer de tanto que eu ri. Primeiro ele ficou estático, então a expressão dele mudou pra 'processando...", até que deu a luz de entender o que eu disse, então ficou confuso de novo, me encarou tentando dizer algo, até que ficou com cara de tacho e responder seriamente enquanto eu começava a entrar na minha crise de riso:

Não.

— Socorro... Não consigo parar de rir... - Minha barriga doía e eu estava perigosamente curvada, mas não estava notando direito, até que perdi o equilíbrio e quase comecei a cair de encontro ao chão lá embaixo. Felizmente Tae reagiu rápido e me pegou pela cintura antes que eu realmente começasse a cair, mas o susto foi muito grande.

— Não é porque você não vai morrer que você pode se descuidar assim e cair do quarto andar de um prédio! - Ele gritou comigo realmente irritado enquanto arfava como eu comigo grudada à ele.

— De-desculpe. - Gaguejei assustada. - E-eu não tinha percebido que-

— Que merda, Luh! Você não pode fazer isso comigo! Não pode me assustar desse jeito! Ainda mais agora que jurou que vai lutar! - Continuou gritando.

— Desculpa. - Digo contidamente com a voz trêmula pra em seguida comprimir os lábios e sem conseguir conter, chorar.

— Luh? - Fiquei em silêncio. - Luh? - Desviei o rosto ainda mais do seu campo de visão pra que ele não visse, mas um soluço traidor escapuliu me fazendo dar um pequeno salto. - Luma? Não... Luh, desculpe. Eu... Eu não devia ter gritado com você. - Fiz que não, procurando falar firme.

— Não é isso. Desculpe.

— Luh... - Falou pesaroso, passando o segurar firme de pouco tempo pra um abraço. - Me desculpe, você. - Funguei. Ele não estava entendendo certo.

— Pare com isso, Tae. Isso aqui não é drama de novela. - Me virei pra ele sorrindo. - Não tenho porquê te desculpar em nada. Tenho é que agradecer. Por não ter me deixar esborrachar no chão, por mostrar que realmente se importa e por me mostrar que quero viver. - Sorri assentindo. - Agora tenho certeza que quero mesmo lutar. As coisas estão diferente afinal. - Ele me olhou confuso, mas eu também estava. Então fiz a coisa que mais me fazia sentido no mundo, o abracei.

...

Superamos rapidamente o ocorrido no telhado horas antes. No momento ele está me apoiando a encher o saco da Milles e do Namjoon com o projeto "Eu shippo" criado por mim mesma.

A gente adora brotar na frente deles do nada fazendo coraçõezinhos ou cantarolando, com o pessoal apoiando também é ainda mais divertido. Quem não acha isso nada legal é o Jeonghan, mas ele que se dane! 

Se fosse pra ser ele e a Milles eu estaria apoiando da mesma forma, mas já que não é, também não quero ele urubuzando meu shipp que é tão real quanto acho que ele é alto do meu lado.

 

Depois de passar no refeitório e roubar uns sanduíches eu vou para o meu quarto, vi no caminho que a Milles estava ocupada com o Namjoon, o que me daria um tempo sozinha. Ou melhor, só com a Candy como companhia.

Abri a porta do quarto e estranhei ao ver pés na minha cama e nem sinal da Candy. Fui lentamente até as escadas e subi os degraus em alerta e me surpreendi ao ver quem era a pessoa na minha cama.

— Tae!

— Hum... - Murmurou contra o meu travesseiro. Ele estava todo jogado deitado de barriga pra baixo e com os braços embaixo do travesseiro.

— Tae, o que você tá fazendo na minha cama?

— Me deixa dormir, Cookie! Já faz uma semana que não durmo... - Franzi o cenho com aquela informação. Eu sei que eles não precisam dormir, mas acho que, como o Suga, ele ainda goste e seu corpo esteja reclamando pela falta de noites/dias de sono.

— Tae, vai pro seu quarto dormir. - Disse um pouco mais baixo, preocupada.

— Eu não quero sushi. Eu quero dormir. - Disse com o rosto ainda enfiando no travesseiro, resolvi cutucá-lo, mas a única coisa que ele fez foi rolar um pouco sobre a minha cama e se ajeitar novamente nela ficando com o rosto virado pra mim.

— Tae? - Chamei e nada. Só então percebi que ele estava era dormindo mesmo. Provavelmente ele é como a Milles que às vezes tem dessas de responder enquanto dorme. - Eh, droga...! - Murmurei. - Já vi que vou ter que te deixar aqui. - Suspirei e sem querer comecei a olhar pro seu rosto, seguindo seus traços com os olhos. Ele parecia mesmo uma criança, ou talvez fosse eu que tivesse fixo na cabeça essa ideia porque ele parecia sempre estar animado, e quando dava aqueles sorrisos brincalhões dava vontade de apertar e colocar num potinho com furos e comida. 

Olhando um pouco mais comecei a notar o quanto ele era bonito, o rosto calmo por estar dormindo, ainda parecendo inocente, era de matar. Por impulso comecei a mexer em seus cabelos e sorri sem perceber. A pessoa que o tiver será realmente sortuda.

Repentinamente ele começou a se mexer, fiquei parada esperando ele voltar a se acalmar, mas acabou que ele deitou a cabeça sobre a minha mão, ou seja, eu estava presa. Esperei alguns segundos se passarem e tentei puxar ela lentamente. Quando estava com mais da metade dela pra fora ele começou a se mover novamente e a franzir o cenho, então parei.

Pouco tempo depois lá estava eu novamente tentando tirar a mão e...

— Consegui! - Sussurrei quase falando alto na empolgação. Algo aconteceu.

Ele franziu o cenho novamente e sua cabeça se moveu pelo travesseiro, sua mão foi parar no travesseiro, como se ele estivesse procurando algo.

— Tae? - Chamei colocando minha mão sobre a dele. Ele parou totalmente de se mover, então de repente segurou meu pulso e o puxou me desequilibrando de certa forma e me fazendo avançar sobre ele e...

Estávamos nos beijando.

Engoli em seco e tentei recuar, foi pouca a  distância que consegui, ele puxou novamente meu braço e dessa vez o beijo não era um mero selinho. Estávamos realmente nos beijando.

Foi como o beijo do meu sonho, parecia até que eu subconsciente sabia exatamente a forma como ele beijava, o que é muito louco. 

Pouco depois eu já não estava mais caída sobre ele, pelo contrário, estava curvada sobre ele me apoiando com o braço que ele havia me puxado e sua mão que estava pro meu lado me amparava firmemente pelas costas. Nos beijamos com vontade, como se fosse questão de vida ou morte mas não era daqueles beijos afobados, era lento e intenso, o efeito era do mesmo, pra mais avassalador do que se estivéssemos descontrolados.

Só voltei à minha realidade e parei de beijá-lo quando ouvi um barulho no quarto e senti que a mão dele me deixava ao mesmo instante em que me afastei abruptamente. Virei o rosto tão rápido com o susto que poderia tê-lo quebrado.

Era só a Candy de volta ao quarto nos olhando com curiosidade.

— Opa.

— Hmm... Luh? - Me olhou confuso, virei meu rosto em sua direção. - O que faz no meu quarto?

— E-eu? No seu quarto? Nada! É você... Você quem está no meu! - Comecei toda atrapalhada.

— Ah. Errei o quarto de novo. - Disse me olhando sonolento. - Desculpa, eu tinha mania de dormir aqui antes.

— Não. Tudo bem. - Engoli em seco com o coração mais acelerado do que nunca.

— Você está bem? Parece meio... - Morta? Enterrada? Acabada? Surpresa? Em pane? - Afobada.

— Estou. - Tentei me recompor. - Só me assustei com a Candy que apareceu de repente.

— Ah... Então é por isso que você está sobre mim assim?

— Oi? - Olhei pros meus braços o cercando e rapidamente me ajeitei apenas na escada. - Er... É!

— Se acalma, Luh. - Disse rindo.

— É que... Você sabe que não sou fã de sustos. Só isso. - Sorri tensamente.

Jesus! Que que eu tô dizendo?

— Hum. - Foi tudo que disse me analisando desconfiadamente.

— Certo. - Desci as escadas e fechei os olhos com força me amaldiçoando mentalmente. Candy agora estava sentada à minha frente me olhando atentamente balançando o rabo de um lado pro outro rapidamente demonstrando sua felicidade.

Tae estava ao meu lado sem que eu sequer notasse e já estava se agachando pra pegá-la no colo, Candy deitou-se animadamente em seus braços e assim que ele coçou atrás de suas orelhas ela começou a ronronar.

— Então eu já vou indo. - Disse se virando pra mim. Assenti dando um sorriso comprimido, ele deixou a Candy na cama de baixo e foi em direção à porta, resolvi acompanhá-lo silenciosamente. Me assustei quando ele parou subitamente na porta e se virou pra mim. - Boa noite. - Me deu um beijo na bochecha e saiu, me deixando estática.

— Boa... Noite... - Disse tarde demais e me virei pras camas, fui até elas lentamente e me sentei ao lado da Candy e comecei a passear os dedos pelos pelos dela automaticamente, eu encarava a parede à minha frente, mas não a via, estava pensando no que aconteceu segundos antes enquanto sentia os olhos felinos da Candy me analisando atentamente, observando a minha falta de reação.

— Candy... - Olhei pra ele e mordi o lábio inferior sem me dar conta, lentamente. - Você acha que isso é traição? - Perguntei seriamente e vi-a inclinar a cabeça de lado me olhando confusa. - Eu sei que você não é boba, Candy.

— Mmmm...

— Você já entende dessas coisas, não é? - Ela apenas piscou pra mim.

Sim.

— Sempre soube que você era mais esperta do que qualquer um. Não só pra roubar comida.

Comida é só um detalhe.

Você dizendo isso? - Quase ri.

No momento é. - Concordei.

— E então, o que acha?

Vocês não estão juntos, Luh. Os dois sabem que isso sequer pode ser chamada de relação. Foi só um beijo.

— Acidental. - Salientei, voltando a morder o lábio.

Melhor ainda. Não sei nem porque você está falando comigo sobre isso.

Porque ela precisa que mais alguém lhe diga o óbvio.

Hum... Talvez. Assumi pra mim mesma.

Luh, não me diga que está se sentindo culpada? É burrice!

— Talvez. - Ela desviou o olhar, que pra mim foi a mesma coisa que um revirar os olhos, de gato.

Pensei que você fosse mais esperta.

— Eu também. - Ri de mim mesma.

A porta do quarto se abriu e Emilly entrou toda sorridente.

— Que miação é essa Candy? - Milles perguntou distraída.

— A gente estava conversando. - Ela quase me olhou como se eu fosse louca, mas então lembrou da minha afinidade.

— Às vezes esqueço que você consegue entendê-la. E que tudo isso aqui é uma loucura. - Disse se jogando na cama olhando sonhadora pra cima.

— Pois é. - Suspirei. - Uma loucura.

 - Muawwww...

— O que ela disse?

— Que ela quer beber leite. - Respondi automaticamente voltando a viajar.

— Hum... Acho que ainda tenho um pouco aqui guardado. - Assenti lentamente. - Luma? Você tá bem?

— Ótima. - Suspirei saindo do transe e indo pra minha cama.

Ela estava com o cheiro dele. Respirei fundo e quando abri os olhos uma bola de pelo estava deitada na minha frente.

— Vai dormir comigo hoje?

— Mewww...

— Obrigada. - Sussurrei de volta pra ela e a ajeitei mais pro meu peito, logo adormeci.

...

Eu já disse o quanto odeio ser acordada à força ou por outra pessoa?

— Acorda dorminhoca!

— Hum...

— Anda! - Milles me puxa pelo pé.

— Ai! Que saco, Milles!

— Anda, sô!

— Hum... - Choramingo.

— Eh preguiçosa!...

— Sou mesmo. Me deixa!

— Tá, fica sem café então! - Aí eu levantei. Ela sabe o quanto eu sou movida a comida. Ela estava estranhamente animada, me lembro vagamente de que ontem ela estava feliz, mas isso já é demais!

Não, espera...

Ontem ela parecia uma morta viva se perguntando o que fazia da vida depois que ela voltou do encontro com o Namjoon e agora parece estar soltando fogos de artifício. Será que ela saiu e eu não vi? Ou ele veio aqui?

Dúvidas... Muitas dúvidas...

Ela nem sequer me deu chance de perguntá-la o que estava acontecendo, quando vi ela já estava saindo porta afora indo pro refeitório. Me joguei de volta na cama, exausta. Não fisicamente, mas mentalmente.

O dia ontem foi muito estranho pra mim. Eu fiquei fora do ar quase o dia inteiro e não parava de pensar naquele beijo, ele seguiu normalmente, não sabia de nada já que estava dormindo. Não entendo porque estou tão afetada.

Anteontem quando conversei com a Candy eu acho que ela estava certa, mas eu continuo com certo peso na consciência. Tentei me colocar no lugar dele, mas também não foi uma boa ideia já que eu simplesmente não consigo.

— Argh! - Voltei a me irritar. - Pensa menos, Luma. Pelo seu bem. Pensa menos nisso!

Meu dia foi super agitado graças à Milles.

Ela não estava no refeitório e aconteceu o maior barraco com o Jeonghan. Parece que a única coisa que ele sabe fazer é gritar e encrencar comigo, mas até que ele tinha certa razão dessa vez. Pelo menos eu acho isso agora que sei mais como funciona. Meus encontros com o Tae no telhado variam de troca musical, até aulas sobre qualquer coisa. 

Então dá pra dizer que o entendo já que sei que ele simplesmente perdeu o pulso dela. Digo, a sensação dela. 

Quando notou que não estava mais sentindo sua ligação com ela o coitado pensou que ela pudesse estar morta, mas acabou que não. Muito pelo contrário! Eu até vi o Namjoon a marcar. Fiquei até com certa pena do Jeonghan que não pôde fazer nada. Gostando dela de verdade ou não, ele estava bem determinado a tê-la, mas não era pra ser.

Pensando mais agora nesse assunto eu acho que deveria ter comemorado com o Tae em outra hora o fato do nosso shipp ter virado realidade. Nós ficamos pulando e dançando que nem retardados enquanto cantarolávamos que nosso shipp era real... É. Dei mole.

— Ei, tá pensando no que, baixinha?

— No Jeonghan. 

— No Jeonghan? - Repetiu confuso.

— É. Espera! Baixinha? Eu não sou baixinha! Você é que é alto! - Ele riu.

— Por que está pensando no Jeonghan? - Voltou no assunto, ele sorria, mas sua voz transparecia seriedade.

— É que fiquei com pena dele.

— Pena?

— É. Seja lá o que ele realmente queira com a Milles, ele lutou sabe? E ele é meio competitivo, então ver o Namjoon marcá-la foi um baque. Ele definitivamente perder, e ele não está acostumado a isso, de jeito nenhum.

— Entendi.

— Falando nisso, porque você, o Cookie e o Suga não tem uma parceira? Você nunca gostou de ninguém?

 - É complicado... - Disse passando a mão meio sem jeito pelos cabelos.

— Por quê? Eu sei que tem um bocado de gente que simplesmente tem alguém porque se interessou. O Vernon por exemplo, ele tinha a Bruna e a Jéssica.

— A Bruna foi a garota que morreu, certo?

— Isso mesmo. E eu acho que se ele pudesse, ele largaria a Jéssica. Ele não está nem um pouco feliz.

— É, eu sei. Ele perdeu o Par dele. - Disse vagamente.

— Perdeu?! - Praticamente gritei. - Como você sabe? Quem te disse isso?

— O Suga. A afinidade dele é maluca. Às vezes ele simplesmente sabe quem é Par de quem.

— Sério!

— É.

— Mas você nunca gostou de ninguém? - Insisti.

— Eu? Já. Mas isso é complicado.

— Ok. Não quer, ou não pode me contar. Eu aceito.

— Não é que eu...

— Não! Eu aceito numa boa. Eu meio que tenho essa filosofia de não pressionar as pessoas desse jeito, duas tentativas já é muito. Não leva a nada. A pessoa só fica desconfortável e aí mesmo que ela pode nunca te contar.

— Você tem mania de ter razão. - Resmungou, me fazendo sorrir.

— Tento. - Resolvi deixar o assunto morrer, mas ele resolveu falar.

— O Suga nunca gostou de ninguém até hoje. É difícil alguém chamar a atenção dele nesse aspecto. Eu até tenho alguém em mente, e o Cookie... - Ele parou por um momento antes de prosseguir.

— Ele tinha uma parceira, mas ela traiu ele da pior forma. Ela era ambiciosa, tentou ficar com o Namjoon na Primeira Escola só porque ele era o líder, vivia criando treta com o Jimin e quando veio pra cá ela acabou arranjando uma encrenca muito grande com a Elite. 

"Ela tentou paquerar o líder da Elite, a parceira dele ficou sabendo e foi tirar satisfações com ela. Foi aí que a tragédia aconteceu. No meio da briga a parceira acabou ficando furiosa, mas muito mesmo e partiu com tudo. Ela era Par dele e era mais velha, tinha muita força e habilidade. Ela também fazia uma arte marcial quando era humana - que eu não lembro o nome agora - e como ela estava aqui e nessa forma a menos de uma semana permanentemente, acabou se ferindo gravemente e morreu. O Cookie nem gosta de lembrar que ela existiu."

— Puta que pariu...

— Foi uma época dura pra ele.

— Imagino. Mas se ela estava dando problemas desde antes da Primeira Escola, então porque ele não a deixou?

— Ele era muito jovem e inocente na época, mas também superou bem rápido. Eu sei que se passaram apenas dois anos, mas aprendemos e evoluímos muito aqui.

— É. Aqui é tudo bem louco, mas também é muito bom.

— É. - Disse pensativo.

— Tae? - Chamei-o morta de curiosidade. - Qual era o nome dela?

— Neide.

...

Eu amo a Emilly, e adoro o Namjoon. 

Mas não dá mais!

Faz simplesmente a droga de semana que eu ou não durmo, ou durmo no telhado e às vezes acabo acordando no quarto do Tae porque ele me encontra dormindo e me leva pra lá.

Eu fiquei e ainda estou feliz por eles, mas não tá dando pra dividir o quarto com eles. E não, não é porque eles ficam se beijando e se pegando o tempo inteiro. É pior.

No dia em que eles ficaram juntos, oficialmente pelo menos ligados, ele acabou dormindo no beliche de baixo. Achei fofo? Quase vomitei um arco-íris.

No dia seguinte eu nem os vi depois da aula. No dia depois desse ele dormiu no nosso quarto de novo e daí pra frente eles dormem todos os dias juntos fofamente no beliche de baixo, mas o problema é que eles roncam.

Eu acordei lá pela quarta noite de madrugada, ouvindo um barulho estranho e quando percebi eram os dois roncando. Eu tenho o sono pesado, então é complicado eu acordar. Naquela noite eu resolvi relevar, mas também relevei nas seguintes até que cá estou eu, a uma semana quase que inteira sem dormir na minha própria cama e sem um pingo de paciência.

Desculpa se eu escolhi continuar dormindo! Pelo menos por enquanto.

Respirei fundo. Ou ela não roncava antes, ou eu não notava. Hoje em dia nem a Candy consegue mais dormir nesse quarto.

Continuei respirando fundo, falei pra mim mesma permanecer calma.

Luma, relaxa... Vai passar... Respira...

— Puta que pariu! - Gritei. - Vocês tão de zoeira com a minha cara, né? - Taquei meus travesseiros neles com o máximo de força que pude, pulei da cama peguei um dos travesseiros pra continuar batendo nos dois. - Acorda! Anda, porra!

— Ham? Luh? O que tá acontecendo? Algum incêndio? - Emilly finalmente acordou. - Ai! Já acordei!

— Não. Mas vai acontecer se vocês não forem pra droga do quarto dele. AGORA!

— O que tá acontecendo? - Namjoon falou com a voz toda drogada.

— Os dois! Fora!

— Você tá me expulsando do meu próprio quarto?

— TÔ! - Gritei com sangue nos olhos.

— O-ok... Sa-in-do... - Disse Milles com as mãos pra cima, me olhando como se eu estivesse louca.

— Oi? - Namjoon estava totalmente perdido.

— Vem, Nam! Antes que ela taque fogo na gente. - Ela ajudou ele a se levantar e eles foram ainda meio grogues pra porta.

— Emilly. - Chamei quando ela chegou à porta.

— Hum?

— Toma. - Taquei o travesseiro com força e ele acabou batendo na cara dela e no peito do Namjoon. - Agora vaza daqui!

— Indo!... - Ouvi antes que ela fechasse a porta. - Cara... O que deu nela?

— Não sei. Mas é melhor a gente ficar longe dela por enquanto.

Quando eles saíram e eu finalmente pude ficar em silêncio total, soltei um longo suspiro de alívio e me joguei na cama de baixo.

— Finalmente! Paz. Só eu. E a cama. - Ouvi um pequeno baque vindo da direção da janela. Candy saltitava alegremente em minha direção. - E você, gorda. Só nós três.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Floresta Negra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.