Muito Além de Mim escrita por Mi Freire


Capítulo 31
Amada outra vez.




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O hotel tinha inúmeros quartos vazios, mas Max queria porque queria dividir um quarto comigo.

— Eu não vou te deixar sozinha. – Disse ele, decidido.

Estávamos passando o maior vexame na frente do recepcionista que estava cadastrando nossos dados pelo computador.

— E porque não, Max?

— Pode ser perigoso. Não quero arriscar.

— Eu posso muito bem dormir sozinha, comer sozinha, usar o banheiro sozinha. Você sabe disso, não sabe?

— Eu sei, mas prefiro estar por perto, caso aconteça algo. – Ele olhou bem para a minha barriga. — Só para garantir.

Pelo menos o quarto teria duas camas muito bem separadas.

Nós subimos de elevador.

Era tudo limpo e aconchegante. Após dar uma bela olhada na higiene do banheiro, resolvi que iria aproveitar a banheira e tomar um bom banho relaxante para esvaziar a mente um pouco.

Max saiu para comprar algo para gente comer que não custasse o valor dos nossos rins.

Coloquei uma música calma para tocar no celular e entrei na água morninha.

Fechei os olhos e apoiei a cabeça.

— Voltei! – Gritou ele, vinte minutos depois. — Está tudo bem aí? Você não se afogou, nem nada, certo?

Tentei manter a calma.

— Eu estou bem, Max.

— Vem comer antes que esfrie!

Saí da água, coloquei uma calcinha e um sutiã e me cobri com o roupão.

— O que você comprou?

— Uma salada, uma massa e um suco de laranja.

— Só isso? – Sentei-me em uma das camas.

— Sorvete de sobremesa.

Sorri, satisfeita.

Comi enquanto assistia um pouco de TV.

— Vou ligar para casa e dizer que está tudo bem. – Disse ele, após terminar de comer. — Mande uma mensagem para sua mãe.

Eu quase tinha me esquecido...

Deitei-me para descansar enquanto ele ainda falava no celular do lado de fora no corredor e eu rapidamente digitava uma mensagem para minha mãe para avisar que apesar de ter acontecido uns contratempos, eu estava bem e viva.

— Avisou sua namoradinha que amanhã você já estará em casa são e salvo? – Resolvi provocar.

Ele me ignorou.

— Vou tomar um banho.

Ele ficou no banheiro um tempão.

— Posso apagar a luz? – Perguntou ele algum tempo depois, já pronto para dormir na cama ao lado.

— Faça como quiser. – Dei de ombros, sem tirar os olhos da TV. Passava um reality show bobo sobre casais.

Ele se deitou, bocejando.

— Boa noite.

Meu corpo estava cansado, mas minha mente não queria dormir. Algo dentro de mim estava agitado. E eu torcia para que não fosse pelo simples fato de Max está ali ao lado, adormecido.

Fazia alguns dias em que não dividíamos o mesmo espaço dessa forma, completamente sozinhos.

Desliguei a TV e fechei os olhos.

Acordei no meio da noite, agitada. Tive um sonho esquisito. Eu estava com a minha mãe no parque, quando de repente o lago começou a puxpa-la para o fundo e por nada no mundo eu conseguia segura-la. Nossa, foi horrível. Só de pensar em perder mais algo, meu peito se apertava.

E o barulho que vinha do lado, dos hospedes discutindo feito loucos não ajudava muito.

 — Teve um pesadelo? – Ouvi Max perguntar em meio ao escuro.

Não sabia que ele também estava acordado.

— Não foi nada. – Tentei me ajeitar. — Não precisa se preocupar, só estou tendo dificuldade para dormir.

— É, eu sei. E todo esse barulho só dificulta as coisas.

Será que deveríamos ligar para reclamar?

— Olha, eu queria te dizer algo...

— Max, não começa.

— Só escuta, Nina.

Era a primeira vez que ele me chamava de Nina.

— Desculpa pela forma como falei com você aquela noite. Eu fui um otário. Eu estava fora de mim. Não sabia o que estava acontecendo, nem o que eu queria. E aí você me flagrou com a Rosana e a forma como eu me senti, só me fez ter mais raiva de mim mesmo...

— Tudo bem. Você gosta dela... Eu sei.

— Não. Eu não gosto! Com ela é só diversão. Eu sei, sou um canalha. Mas sempre foi assim entre eu e ela. Não estou me aproveitando dela nem nada. Ela sabe o que quer e o que faz...

Ele acendeu a luz do abajur.

Seus olhos negros estavam em mim.

— Eu gosto de você. Mais do que poderia imaginar, mais do achei que fosse possível acontecer um dia. Gosto mesmo de você. Aprendi a gostar de tudo em você. Gosto de passar meu tempo com você. Eu só não acho certo. Não acho certo que entre todas as garotas do mundo, eu tenha começado a gostar logo da garota do meu irmão. Ele não me perdoaria! Ele me odiaria pelo resto da vida...

— Eu não sou mais a garota do seu irmão, Max. Ele se foi, lembra? Ele não vai voltar. O que é uma pena. Mas sei que ele gostaria de nos ver feliz e se estivermos felizes juntos, o que de tão errado há nisso? Ele amava você. Ele admirava você. E ele me amava também. Queria que nós nos déssemos bem...

— Mas não dessa forma. Não desse jeito. É, ele está morto... Mas e o resto das pessoas? O que diríamos a minha mãe? O que diríamos ao meu pai? O que diríamos a Catarina? Como explicaríamos algo assim...

— Nós não precisamos dizer nada. – Levantei-me e fui até ele, tentando ganhar espaço em sua cama. — Não ainda. Não até entender isso. Vamos só... aproveitar o que temos agora. Mas não me afaste de você. Eu não suportaria perder mais ninguém...

— Você não vai me perder. – Ele passou a mão de leve no meu rosto. — Eu só não sei se algum dia poderei ser seu... só seu.

— Não precisamos decidir nada disso agora. – Me aproximo dele cada vez mais. — Vamos só ficar juntos, ta? Eu quero ficar com você e você quer ficar comigo. Chega de brigas e desentendimentos... Não vamos perder nosso tempo com isso.

Dessa vez eu o beijei e ele não recuou.

**

Foi uma noite especial, como se existisse só nós dois no mundo inteiro. Nós ficamos juntos na mesma cama, conversando principalmente sobre a minha reconciliação com a minha mãe.

— Ela é muito gente boa. – Comentou ele de um jeito descontraído, enquanto passava a mão na minha barriga.

Meu roupão se abriu em algum momento e eu nem me importei em mantê-lo aberto para que ele pudesse tocar minha pele com a sua. Sim, eu só estava de calcinha e sutiã. Mas não tinha nada de sexual nisso. Ele só estava me fazendo um carinho.

— Sua barriga está tão bonita...

— Só a minha barriga?

— Não. Você é inteiramente bonita.

Ele me roubou um rápido beijo e eu sorri.

— Como anda sua história?

— Estou me preparando para escrever o capítulo final.

— Está com dúvidas?

— Não. Eu só não estava no clima para escrever ainda.

— Por minha causa? Olha, eu sinto muito mesmo...

— Só não faça aquilo de novo, ta? Não me machuque dessa forma só porque você está perdido e confuso. Eu também estou.

— Eu vou tentar...

Nós nos beijamos um pouco mais.

— Você pode começar voltando a dormir no meu quarto como antes, o que você acha?

— Se você faz tanta questão...

Cara, é sério. Eu amo o sorriso perfeito dele.

Eu não sabia que era capaz de amar mais de um sorriso na vida.

— Vamos dormir agora, tá? Eu preciso acordar cedo para resolver os problemas do carro.

Ele me abraçou por trás.

— Se você faz tanta questão...

**

Não há dúvidas que foi uma das melhores noites que tive em semanas. Max e eu permanecemos abraçados o tempo todo. Pele com pele. Sua respiração no meu pescoço. Sua mão pousada em minha barriga. Era tudo tão íntimo, quentinho, aconchegante e perfeito. Eu queria isso todos os dias, mas era difícil saber se isso ia durar por muito tempo. Afinal, até quando conseguiríamos esconder isso das pessoas? Será que elas não perceberiam, não notariam nada de diferente e estranho entre nós?

Sem contar que, uma parte minha, bem lá no fundo, se sentia muito mal por ter que mentir para pessoas que se tornaram tão especiais na minha vida e que faziam tanto por mim. E se algum dia, a verdade viesse à tona sobre Max e eu e nossos sentimentos, eu esperava que eles nos entendessem e nos perdoassem por isso. Não foi algo planejado. Não foi proposital. Só aconteceu. E acho até que Andrew previu isso antes de todo mundo. Ou pelos menos, gosto de pensar assim. Me reconforta de certa forma.

Quando acordei pela manhã, Max já tinha saído, mas tinha pedido café da manhã no quarto e deixado ali para mim: pães, leite, suco, torradas, geleia e frutas. Tudo fresco e gostoso. Ele deixou também um bilhete para avisar que tinha saído mais cedo para resolver o problema do carro com o mecânico.

Fiquei algum tempo vendo TV, enquanto esperava por ele. Como ele demorou muito e não ligou nem mandou mensagem, resolvi me vestir e sair para dar uma caminhada e movimentar um pouco as pernas. A cidadezinha onde nos encontrávamos, só era um pouco maior de onde morávamos. Mas não era muito diferente. Pouco movimento, muita tranquilidade e várias lojinhas.

Já era quase onze e meia da manhã quando Max me ligou e marcamos de nos encontrar num restaurante português na esquina, pertinho da praça. O carro estava novinho em folha. Depois de fazermos o pedido, ele me contou meio por cima qual fora o problema, mas como sou bem leiga sobre o assunto, não entendi praticamente nada do que ele disse, mas fingi que entendi.

Durante todo o tempo ele me tratou como se eu fosse sua namorada de verdade. Ele segurou a minha mão, beijou meu rosto, brincou com meus dedos, pediu sobremesa e até puxou a cadeira como um verdadeiro cavalheiro quando eu disse que precisava ir ao banheiro. Por um instante, me perguntei se seria sempre assim, se não tivéssemos que esconder nada de ninguém.

Bem que eu gostaria que as coisas fossem mais fáceis...

Fomos embora no comecinho da tarde... A estrada era longa. Chegamos em casa bem tarde da noite, totalmente famintos. Célia e Catarina não desgrudaram de mim nem por um minuto, querendo saber detalhes da minha conversa com a minha mãe.

Max apenas jantou e disse que ia subir para descansar um pouco.

Fui me recolher bem tarde, após a longa conversa que tive com as meninas na cozinha. Tomei um banho quente bem rapidinho e coloquei um pijama leve e confortável. Apaguei as luzes e me deitei, na esperança de que Max aparecesse a qualquer momento, mas ele não apareceu. Deve ter adormecido para valer, coitadinho. Dirigiu por muito tempo. Deveria estar exausto.

Senti sua falta, mas não tinha porque reclamar. Estávamos bem e tínhamos nos resolvido, concordando que as coisas seriam normais entre nós, como sempre fora.

Ou que pelo menos, tentaríamos.

**

Não foi exatamente como eu planejava, mas por fim ocorreu tudo bem.

Max voltou a aparecer praticamente todas as noites e nós conversamos, jogávamos cartas, nos beijávamos, trocávamos caricias e dormíamos, juntinhos, de porta trancada.

Outras vezes ele agia como se fôssemos apenas amigos, o que era difícil de entender. Nada de beijos, caricias ou contato físico. Apenas diálogos e risadas. Mesmo assim, era bom. Ao menos ele estava ali e isso era o mais importante para mim.

Só que eu também não podia deixar de questiona-lo e sempre que isso aconteceria, era sempre a mesma resposta:

— Tudo isso entre nós... Ainda é muito difícil pra mim. Às vezes você é tudo que eu mais quero e tudo que eu preciso é estar com você. Outras vezes me pego pensando em certas coisas e ainda me sinto culpado por tudo, mal consigo olhar para você. Me desculpe. Estou tentando me acostumar... Mesmo.

E eu entendo perfeitamente o lado dele, principalmente porque ele me disse por várias vezes que não era de se apaixonar, porque se apaixonar deixa as pessoas vulneráveis e ele detesta se sentir nessa posição. Sem contar que para ele, se apaixonar é muito bom no começo, muito simples e fácil e depois as coisas mudam e pioram, que é quando veem as brigas e os desentendimentos e pelo que parece, ele só gosta das partes boas, porque talvez, só talvez, ele não saiba lidar com as partes ruins. Isso já ficou muito claro para mim desde o início, muito mais agora que estamos tendo algo mais intenso, que pode muito bem se classificar com paixão.

 Tudo isso pode ser demais para cabecinha dele, mas eu quero que isso mude. Quero que ele possa ser totalmente aberto comigo e que esteja totalmente envolvido nisso que estamos tendo agora. Preciso, desesperadamente, que seja reciproco. Preciso que ele confie em mim e mude sua horrível percepção sobre o amor.

É claro que isso não vai acontecer do dia para noite.

É um processo e leva tempo.  

Fora isso, o resto está bem normal. Continuo ajudando no que posso dentro de casa, só que pegando muito mais leve, até por causa da dificuldade. A barriga está crescendo tanto que nunca mais pude ver meus próprios pés e isso é maluco. E ontem, acho que finalmente consegui dar um final digno para a minha história. Só preciso reler agora e dar uma última analisada antes de ler para o Max e ele dar sua própria opinião a respeito.

Tomar sol lá fora sempre me deixava sonolenta, mas era difícil achar uma posição confortável para tirar um cochilo rápido. Por isso, resolvi subir para o quarto e acabei flagrando Max com o meu notebook em mãos. A cara que ele fez ao me ver entrar, pareceu até que estava fazendo algo muito ruim e secreto.

— Por acaso você não está espionando a história, está? – Fechei a porta e me aproximei dele, tentando dar uma olhada.

— É claro que não, boba. – Ele riu, afastando algumas mechas do cabelo do rosto. — O meu computador estava com algum problema, então eu só vim finalizar um trabalho de extrema urgência pelo seu. – Ele me mostrou o pen-drive. — Desculpa por não te pedir permissão antes... Espero que não se importe.

— Está tudo bem. Você pode usar o meu sempre que precisar. Não tem problema, Max. Estamos juntos nessa, lembra?

Enrosquei meus braços em seu pescoço e o puxei para um beijo lento e suave.

Ao se afastar, ele olhou bem nos meus olhos com um sorriso torto.

— Eu acho que eu... Eu...

Por um momento, achei que ele finalmente diria o que realmente sente por mim, com todas as palavras.

Meu coração estava quase explodindo de ansiedade.

Eu sabia que ele gostava de mim, mas ele nunca tinha isso diretamente. Ainda não e eu esperava que esse momento fosse agora ou o quanto antes. Eu precisava confirmar.

Eu sei. Sou ridícula. Admito.

— Eu acho que eu... Preciso ir. Tenho umas coisinhas para terminar e entregar para um cliente até o final do dia.

Ele beijou o meu rosto.

— Até mais tarde.

E ele se foi, levando consigo toda as minhas esperanças.

**

Eu finalmente escolhi os móveis do bebê, com uma ajudinha fundamental de Catarina, que entendia do assunto melhor que eu.

Por falar em Catarina, ela resolveu que estava mais que na hora de convidar seu amado professor/namorado para jantar lá em casa no sábado à noite e apresentar para nossa família.

Jonathan era o nome dele. Um super querido. Que acabou chegando mais cedo que o previsto. Nós ainda estávamos finalizando o jantar e ele mesmo se dispôs a ajudar com a finalização, enquanto eu colocava a mesa com o auxílio de Isabeli, que estava bem desconfiada com toda a situação.

Foi bonitinho ver o Max tentando ser durão, uma espécie de irmão mais velho protetor. Mas tudo não passava de pura encenação, pois conforme Jonathan e ele foram se conhecendo melhor e criando afinidades, os dois passaram a ser dar muito bem e quase não se desgrudaram mais.

Toda a preocupação de Catarina foi embora quando Célia a puxou no canto para dizer que ela tinha encontrado um partidão.

Isabeli era a única com o pé atrás, apesar de Jonathan tentar conquista-la de todas as formas, sendo um fofo. Acontece que ela não estava acostumada com esse tipo de situação, sua mãe nunca mais namorou ninguém, então ela não entendia muito bem porque só agora que tudo estava mudando.

Mais tarde, quando ele estava indo embora, ele se abaixou na altura dela e lhe deu uma florzinha feita de papel toalha. No mesmo momento ela se encantou por ele, lhe dando um beijinho no rosto antes de sair correndo para o seu quarto nos fundos.

Com aquele gesto, Jonathan ganhou a noite e pôde ir embora se sentindo muito melhor, com o dever comprido.

— Eles parecem se gostar tanto! E eles combinam em praticamente tudo, você viu? – Comentei com Max, mais tarde.

Ele estava distante e pensativo.

— Quero te mostrar algo. Você pode vir comigo?

— Agora? – Me espantei. — Mas está tarde e...

Estávamos prontos para ir dormir.

— Não se preocupe. Não vamos muito longe. Vamos só até o outro lado do corredor.

— No seu quarto?

— É. Quero que você conheça o meu quarto.

Eu nunca tinha entrado lá.

— Você está mesmo me convidando para o seu quarto a essa hora da noite, senhor Max? – Brinquei, maliciosa.

— Exatamente.

Ele segurou a minha mão e lá fomos nós.

Era um quarto bem simples e do mesmo tamanho do antigo quarto do Andrew, meu quarto atual. Só era um pouco mais escuro do que eu esperava... E tinha desenhos espalhados por todas as paredes. Alguns bem bonitos e outros que não tinham sentido nenhum para mim, mas que para ele deveria significar algo.

Olhei cada detalhe com o máximo de atenção.

Adorando ainda mais o fato de que Andrew e Max eram extremamente diferentes, mas ambos extremamente apaixonantes.

Não foi atoa que me apaixonei pelos dois. 

— A maioria desses desenhos eu fiz quando ainda era um adolescente e achei legal expô-los nas paredes. Quase ninguém ia ver mesmo... Mas aí eu cresci e fiquei com preguiça de tirar, afinal, são tantos...

— Eu gostei...

— Sério? A Rosana nunca gostou muito ou nenhuma outra garota que veio parar aqui. Elas costumam dizer que é meio sinistro, assustador...

— Elas não entendem nada sobre arte...

— Então elas não entendem nada sobre mim. – Senti ele se aproximar e meu corpo todo se arrepiou. — Mas você entende.

Ele me virou de frente para ele e me olhou bem de perto.

— Eu te trouxe aqui hoje, porque queria que você me conhecesse melhor, me conhecesse por inteiro. E boa parte do que sou está aqui, nessas paredes. E você parece ter gostado...

— Eu adorei...

— E só para deixar claro: nem por um momento, eu quis que você se sentisse menor ou igual a todas as outras mulheres que vieram aqui e olharam para essas mesmas paredes e mesmos desenhos... Com você, Nikolina, é diferente. É tudo tão maior, tão mais intenso. E mesmo que eu nunca tenha dito nada, pelo menos não diretamente, quero que você saiba que você é muito mais para mim do que eu poderia expressar. E você, por já me conhecer tão bem, deve saber o quanto dizer isso está sendo difícil para mim, mas achei que você precisava saber o quanto a sua chegada na minha vida tornou uma proporção imaginável. E só para constar, eu nunca disse nada parecido a nenhuma outra. Acredite.

Ele beijou o canto dos meus lábios.

— Eu gosto mesmo de você e tudo que você representa na minha vida. - Ele sussurrou no meu ouvido. 

E para finalizar aquele momento tão especial e mágico, ele me beijou profundamente, com as mãos pousadas firmemente em minha cintura.

E ali eu me senti segura e amada outra vez.


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