Muito Além de Mim escrita por Mi Freire


Capítulo 15
Vida nova, tudo novo.




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Já era fim de tarde quando chegamos ao aeroporto. Andrew e eu esperamos Eliezer e Fernando fazerem tudo que tinham que fazer – coisas de documentação - e depois seguimos para o portão de embarque ao qual eles foram destinados. Nós ainda tínhamos alguns minutos.

Eu não ia chorar, pois tinha feito essa promessa a mim mesma. Não queria tornar isso ainda mais difícil. E para ser bem sincera, essa era uma das únicas despedidas da minha vida na qual eu me sentia mais feliz do que triste. Feliz porque meu amigo finalmente tinha encontrado a própria felicidade ao lado de um cara bacana e especial como o Fernando.

É verdade que no fundo eu sentia uma pontinha de tristeza, não tinha como evitar. Até porque era o meu melhor amigo que estava partindo. Meu irmão de coração. Eu nunca que imaginei que isso aconteceria tão cedo, apesar de imaginar que um dia isso pudesse acontecer de fato. E aconteceu.

— Você não vai chorar. – Eu me aproximei dele e olhei no fundo dos seus olhos. — Você não tem o direito de me fazer chorar. – Eu e ele sorrimos. — Se quiser chorar, chore quando estiver no avião. 

— Nossa, como você é cruel! – Ele fungou, ainda sorrindo. Todo bobalhão. — E só para você saber, eu não vou chorar no avião. Não daria esse gostinho a você, sua vaca.

Dou risada.

— Eu odeio você por me deixar. – Faço beicinho.

— Eu odeio você por ser tão egoísta. – Ele retruca.

E então nós nos abraçamos.

Não chore, Nina. Não chore.

— Faremos chamadas de vídeo pelo menos três vezes no mês, trocaremos mensagens todos os dias e todas as horas, ligaremos um para o outro pelo menos uma vez por semana...

— Combinado.

Fernando se aproxima.

— Precisamos ir. – Diz ele ao Eli em espanhol. Depois ele olha para mim e completa em inglês: — Sinto muito...

Abraço ele também.

— Nem ouse tira-lo de mim.

Fernando solta uma risadinha sem jeito.

— Eu nem cogitava essa possibilidade.

— Acho bom mesmo, porque senão eu acabo com você.

Volto-me para o Eli outra vez.

— Eu te amo, Eliezer. – Seguro suas mãos.

— Eu te amo, Nikolina. – Ele beija as minhas mãos.

Andrew se aproxima também.

— Será que posso me despedir também?

— Claro! – Eli puxa ele para um abraço desajeitado. — E você, cuide bem da minha amiga ou eu volto e castro você.

Todos nós nos abraçamos, nos despedimos e então Eli e o Fê precisam ir antes que percam o voo. Eu sorrio e aceno o tempo todo. Estou tão feliz e emocionada. Mas não sei se suportaria passar por isso sem o Andrew bem ao meu lado.

De repente eles desaparecem de vez e eu não faço ideia de quando voltaremos a nos encontrar novamente.

— Você pode chorar agora... Ou...

Limpo uma única lágrima que escapou.

— Ou...?

— Podemos sair daqui bem depressa e afogar essa tristeza toda em coisas deliciosas de comer.

— Eu adorei a ideia. – Passo meu braço em volta de sua cintura e seguimos até saída abraçados. — Eu já disse hoje que te amo?

**

Muitas coisas na minha vida mudaram nos últimos dias.

Outras nem tanto.

Como eu já não tenho mais aula de inglês pela manhã, tenho entrado mais cedo no Café e trabalhado mais do que antes, quando eu era só uma estudante e tinha meu direito de exercer meio expediente por causa dos estudos.

Apesar de tudo, as coisas funcionam da mesma forma. Eu ainda sirvo café aos clientes ou o que for e limpo tudo o tempo todo e tento manter as coisas em ordem.

Pelo menos agora eu ganho mais e o Mr. Wilson não fica o tempo todo de olho em mim, esperando um deslize.

Quando fui conversar com ele sobre meu contrato e as mudanças previstas, ele chegou até a me elogiar, disse que eu era competente, responsável e uma garota admirável.

Agora eu já não tenho mais tanto medo dele.

Desde o incidente aqui no Café, quando eu quase arranquei os cabelos da Judy, nós não nos falamos mais. Eu não faço questão e ela tenta se manter distante, com medo que eu a ataque de novo. Eu não atacaria. Mas se ela abrir a boca para falar alguma merda de novo, eu não respondo por mim.

Sydney e eu continuamos muito amigas, ela tem frequentado bastante a casa do Andrew ou devo dizer nossa casa? De qualquer forma, ela vai bastante lá. Não só por minha causa, mas também por causa do Noah. Eles estão ficando.

Parece sério.

É bom ter uma amiga agora que eu não tenho mais o Eli. Não que ele seja substituível, mas é bom não me sentir tão sozinha e ter alguém para conversar sobre qualquer besteira.

Eu tenho me relacionado melhor com o Josh. Com o tempo, descobri que apesar de ele ter uma cabecinha de vento, ele é um bom rapaz e é divertido, está sempre me colocando para cima e fazendo a gente rir. Arrisco dizer que trabalhar aqui no Café tem feito ele amadurecer aos poucos.

Nós não damos mais mole a ele só por ser o filho do chefe. Ele faz tudo que nós fazemos. Chega de moleza. Chega de se aproveitar de nós. Isso aqui é um trabalho e não a casa dele.

Acho que ele finalmente entendeu o recado.

Me mudar para a casa do Andrew foi bem fácil, já que eu não tinha muita coisa. O mais difícil foi me adaptar a minha nova rotina, numa nova casa, com mais três pessoas. O bom é que eu sou uma pessoa que se acostuma fácil com mudanças. No começo foi complicado, mas logo fui pegando o ritmo.

E é muito fácil conviver com o Andrew, mas também não é como se passássemos o tempo inteiro juntos. Já que nós dois trabalhamos pelo dia e voltamos para casa só a noite.

Andrew fez de tudo para facilitar as coisas para mim. Nós até pintamos o quarto e compramos coisas novas de decoração. Ele queria que aquele espaço tivesse a nossa cara. Eu disse que não me importava, pois não é como se algum dia eu já tivesse tido um espaço inteiramente meu, mas ele fez questão. E então eu concordei e acabei gostando disso.

Noah e Mason também são super de boa como colegas. Tenho ficado muito próxima a eles e muito mais intima.

Tenho aprendido muito com tudo isso.

 Por exemplo: sei que Mason é mais desorganizado e vive esquecendo toalhas e sapatos por aí. Sei que Noah adora um banho quente e demorado e que gosta de passar muito tempo trancado no quarto com a Sydney dando risadinhas.

O mais importante é: nós respeitamos a individualidade e o espaço de cada um. Eu não me meto nas coisas deles e eles não se metem nas minhas. Cada um faz a sua parte e fica tudo certo. Sem complicações. Sem conflitos.

E eu nem teria porque ficar bancando a chata, mandona, certinha. Fui eu que me mudei para cá. Basicamente, eu sou a estranha aqui. A novata. A casa é mais deles do que minha.

Como trabalhamos o dia inteiro e chegamos muito cansados em casa, Andrew e eu não fazemos muita coisa, além de tomar um banho, comer algo, conversar e dormir.

Mesmo cansada, faço o possível para ser presente. Enquanto ele toma um banho, eu preparo o jantar. Ou assim, vice-versa. E quando estamos os dois de banho tomado e de pijamas, nós comemos e conversamos sobre os nossos dias.

Algumas vezes nós namoramos até não aguentamos mais ou nós apenas dormimos e esperamos pelo fim de semana.

É nos finais de semana quando mais aproveitamos, exatamente como antes, quando vivíamos separados. A única diferente agora é que nós sempre voltamos para casa juntos e dividimos a mesma cama. O que certamente é a melhor parte dos nossos dias: descansar nos braços um do outro sem nos preocupar com mais nada.

Eli cumpriu a promessa. Pelo menos por enquanto.

E aí dele se quebrar isso. Eu vou atrás dele e o corto em pedaços.

Nós trocamos mensagens todos os dias. Na maior parte do tempo ele me manda fotos dos lugares ou áudio por estar ocupado demais conhecendo o mundo e viajando o tempo todo de um lado para o outro. Aos finais de semana ele liga. Geralmente no domingo de tarde. Nós ficamos várias horas falando e falando. É tão bom ouvir a voz dele. Faz parecer que ele ainda está próximo e só foi ali no mercado, mas já volta.

E quando possível, nos falamos por vídeo. E é quando eu chamo todo mundo – exceto o Noah por motivos óbvios – e todos nós conversamos com ele e fazemos mil perguntas sobre as viagens pelo mundo. 

Ao que parece, está tudo bem. Tudo perfeito. Ele e o Fê estão vivendo uma verdadeira lua-de-mel dos deuses.

Mas eu sinto a falta dele. E sinto muita.

E as vezes dói, mas logo passa.

**

— O que é tudo isso? Onde estão todos? – Estou levemente surpresa com o que vejo quando entro em casa.

Há velas por toda parte e muitas flores de todas as cores.

A casa inteira tem cheiro de flores e... Chocolate.

Posso ouvir alguma música de fundo. Suave, lenta e baixa.

— Ainda bem que você chegou. – Andrew veio até mim com um sorriso.

Aparentemente, ele tinha acabado de tomar banho. Estava bonito e cheiroso.

Ele tirou a bolsa dos meus ombros e jogou sobre o sofá, depois tirou minha jaqueta jeans e pendurou por ali, por fim, me conduziu até a cozinha e sobre a bancada havia algo.

— Andrew...

— Dá para acreditar que já faz 6 meses que você veio morar aqui? – Perguntou ele, fazendo eu me sentar. — Nós precisávamos comemorar isso. Então, reservei essa noite para nós dois. A casa é só nossa. E olha só... eu fiz fondue.

— É, estou vendo. – Eu estava bem impressionada com o capricho e o preparo de tudo. — E cortou morangos e uvas.

— Porque sei que você adora.

Ele mergulhou um morango no chocolate e levou até a minha boca.

— Eu não mereço tudo isso. Eu nem se quer lembrava que já tinha se passado tanto tempo assim...

— Não tem importância. – Ele sorri, inclinando o corpo na minha direção. — Você merece tanto por ser simplesmente... Você.

Eu o beijo.

— Você é a melhor coisa que já me aconteceu. – Confesso.

Após nos saboreamos com a fondue, Andrew me leva para o quarto, onde ele também colocou velas e flores. A janela está um pouco aberta e uma brisa fresca refresca o cômodo, fazendo as cortinas se mexerem suavemente.

— Tire o vestido.

— O quê?

— O vestido. Tire-o.

Uau. Ele nunca foi tão direto. Acho que gosto disso.

— Pronto... E agora?

— Deite-se de costas.

Continuo fazendo exatamente o que ele pede.

Após eu me deitar, Andrew se posiciona sobre mim. Primeiro ele afasta meus cachos indomáveis do pescoço, depois deposita ali beijinho delicados. Eu gosto tanto que fecho os olhos e relaxo. Mas de repente ele para e agora suas mãos estão trabalhando em minhas costas, numa massagem perfeita.

Então era só isso...

— Está gostando?

— Hm... É... Hmmm...

Não consigo nem dizer nada, só sentir.

Minutos depois ele para e quando dou conta ele está tirando a camisa para ficar mais à vontade.

Algo cai do bolso de sua bermuda. E eu pego.

— O que é isso?

— Ah... Isso. Não é nada. Besteira.

— Duvido.

Faço o máximo de esforço e desdobro o papel.

Ele escreveu algumas coisas.

— Tudo que eu adoro em você. – Leio.

— Ah, esquece isso...

— Espera aí – Faço com que ele saia de cima de mim, me viro e me sento. Só de calcinha e sutiã. Normal. — Desde quando você se envergonha das coisas que escreve para mim?

— Não é isso...

— Então leia. – Devolvo o papel a ele. — Leia para mim o que você escreveu aí.

— Nina...

Andrew. Por favor.

— Tudo bem. – Ele respira fundo e senta-se de frente para mim de pernas cruzadas, como um garotinho. — Coisas que adoro em você.

Sorrio, incentivando-o a continuar.

— Eu adoro o seu cabelo, principalmente a bagunça que ele é pela manhã, assim que você acorda. Eu adoro a forma como você revira o olho quando eu digo alguma bobagem. Adoro também quando você se joga de barriga na cama ou no sofá de maneira dramática só porque está de saco cheio de algo. Adoro os pulinhos que você dar quando o Eli liga. Adoro a forma como você me xinga do outro lado da porta quando estou demorando no banho e você precisa usar o banheiro.

Sorrio ainda mais, sem conseguir parar de olhar para ele.

Estou tão apaixonada!

— E o que mais?

— Adoro observar sua expressão de boba quando está lendo algo que te escrevo, adoro como você dança toda desengonçada todos os ritmos de música e sempre da mesma forma, adoro como quase sempre você quase cospe o que está bebendo quando dizem algo engraçado perto de você... E – Ele tira os olhos do papel e o larga por ali. — Adoro o quão linda e natural você fica assim, só de calcinha e sutiã na minha frente, toda a vontade, mesmo sem saber que eu estou louco de desejo para morder cada pedacinho do seu corpo...

E de repente ele está sobre mim, me beijando, me tocando, me puxando, me sentindo. E eu adorando, me entregando, te amando, me abrindo, me entregando.

— Guardei o melhor para o final. – Diz ele um tempão depois. Andrew tira algo de dentro de uma gaveta.

— Isso é...

Ele me entrega uma espécie de livro ou é um caderno?

— Um caderno de recordações. – Ele me ajuda abrir. — Coloquei aqui algumas dos nossos milhares de fotos, alguns bilhetes e cartas que te escrevi e cartões postais. Escrevi algumas datas e algumas frases para melhor identificação.

— Ai, meu Deus. Isso é lindo!

Agora estou mais emocionada do que nunca.

— Você é perfeito demais para mim, Andrew Muniz.

**

Não estou mais trabalhando no Café.

Num certo dia, uma mulher elegante por volta dos cinquentas anos, entrou no Café devastada. Estava chovendo muito lá fora, quase um temporal. Ela estava toda molhada e muito abalada. Tinha acabado de descobrir que uma amiga especial de infância tinha acabado de falecer quando foi pega pela chuva e entrou no Café em busca de abrigo.

Eu ofereci um café a ela e me sentei em sua frente. Fiquei preocupada com seu estado emocional. Até ofereci uma toalha para ela se secar um pouco. Ela sorriu e agradeceu. Começou então a desabafar comigo como se fossemos muito intimas. E foi quando descobri tudo sobre ela. Ou quase tudo.

A tal mulher, que por acaso se chama Denise, voltou mais vezes e ficou para um café. O gesto só passou a ser frequente porque ela tinha um escritório por ali e resolveu que seria uma boa tomar algo antes de começar mais um dia de trabalho.

Em pouco tempo nós nos tornamos muito próximas.

E então algo inusitado aconteceu.

Certo dia, ela acabou me revelando que sua assistente havia se demitido no dia anterior, pois estava de casamento marcado e iria se mudar com o futuro marido para longe. Eu disse que sentia muito, mas que estava confiante que ela logo arrumaria outra pessoa, pois parecia ser uma chefe muito boa.

— É. Talvez. – Disse ela de cabeça baixa e deu um gole em seu café. Foi tudo muito rápido. De repente ela estava olhando para mim de novo. Agora com um brilho no olhar. — Mas e você, eu gosto de você... Você não gostaria de trabalhar comigo?

Eu não estava esperando. Não foi uma decisão fácil. Eu gostava muito do Café e até ganhava bem, mas não era algo que eu queria fazer muito tempo. Além do mais, eu devia muito ao Mr. Wilson. Ele foi muito bom para mim nesse tempo.

— Eu sei que você trabalha aqui e é muito competente, mas.... Você pode pensar, está bem? E então me ligue. – Ela me deu seu cartão. — Pense nisso. Será algo bom para nós duas. – Ela terminou seu café e se foi.

Não entendi porque logo eu e foi isso que passei o resto do dia muito pensativa.

Quando cheguei em casa conversei com o Andrew.

— Eu vou te apoiar em qualquer que seja a sua decisão.

O resto era comigo. Eu tinha que me decidir e resolver essa questão. Bastou algumas horinhas e uma boa noite de sono para eu chegar um veredito: eu ia aceitar essa proposta de emprego. Ia explorar novos horizontes e me dar essa oportunidade de aprender algo novo, talvez melhor.

Fui para o Café só para conversar com o Mr. Wilson e acertar minhas contas. Em seguida, fui procurar pela Denise. Ela me esperou em frente ao prédio do seu escritório, onde me apresentou tudo e falou mais sobre minhas novas tarefas.

Ela estava radiante. Eu também.

— Sinto que seremos grandes amigas.

Pois é... Agora sou assistente de uma advogada. Aqui eu ainda sirvo café, mas não é só isso. Agora tenho minha própria sala, meu próprio computador, pastas e mais pastas para verificar, e-mails para checar, papeis para organizar. Além de ter meu próprio uniforme: saia escura e blusinha branca cheia de botões. Para os dias frios, um blazer da cor da saia.

Mas não foi só isso que mudou.

Agora eu tenho uma nova amiga, bem mais velha e toda experiente. Denise me convida com frequência para jantar na casa dela com o Andrew como acompanhante, onde eu já até me familiarizo com seu namorado bonitão e rico. Ela é divorciada e não tem filhos. Mas tem uma casa enorme e um carrão.

Lá em casa, as coisas andam bem estranhas.

Sydney não está mais com Noah, mas sim com Mason. Coisa que ninguém esperava. Para mim, ela disse que foi algo inesperado e que realmente se apaixonou por ele como nunca antes. E o mais interessante de tudo isso é que o Noah não parece dar a mínima, o que me faz acreditar que ele nunca gostou tanto assim dela como ela merecia e foi por isso que deu no que deu.

Andrew e eu temos conversado muito sobre procurar um lugar só para nós dois. Foi bom conviver com os garotos por um tempo e deu até certo, mas acho que todo casal chega em ponto que precisa de espaço e mais privacidade. E ter a liberdade de poder fazer coisas bobas sem se preocupar com mais nada: como poder andar de roupas intimas pela casa.

Bom, mas por enquanto é só uma ideia.

Se tem uma coisa com a qual eu não me preocupo mais são as mudanças repentinas em nossas vidas. De um dia para o outro pode acontecer tanta coisa e mudar tudo. Mas pode também não acontecer nada. Tudo que podemos fazer é viver... Sem esperar muito. Só deixar acontecer.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando. Certas coisas estão por vir.



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