Entre vãos escrita por Miss Birth


Capítulo 19
Sem chances


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo pra deixar o feriado menos tedioso... :D



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—“Apenas um mês para a abertura da feira, Tony! Um mês! Tem noção do que isso significa?”, Pepper perguntou, impaciente, prestes a perder totalmente sua compostura sempre tão recatada.

—“Claro que tenho.”, ele respondeu, ignorando a seriedade da situação. “Preciso dar um polimento na Mark IV. Não fica bem aparecer de qualquer jeito na TV.”

Potts o encarou incrédula.

—“Alerto mais uma vez: temos que dá um jeito naquele problema com a praça de alimentação. Você sabe muito bem que está próxima demais dos estandes de inovações eletrônicas e tecnologia de cultivos inteligentes.”

—“Definitivamente, hot dogs não combinam com fluidos agroquímicos orgânicos.”, Tony observou. “Imagina o sabor intragável que isso teria.”

—“Dá pra me ouvir pelo menos uma vez sem fazer piadinhas, Anthony?”, ela pediu, respirando fundo para evitar jogar as pastas que segurava na cabeça dele.

—“Desculpe. É a ansiedade tomando conta de mim, Pep.”, ele confessou, animado. “Trabalhamos tanto para que a Expo Stark saísse do papel e veja só, apenas trinta dias para tê-la em forma.”

—“É lindo te ver animado com a feira e tudo mais... Mas o trabalho ainda não acabou, senhor presidente!”

—“Acho que vou confiná-la nesta sala, srta. Potts. Todas as vezes que você sai, me pergunto qual vai ser o rolo do momento. Daí você volta cheia de coisas para assinar, problemas para resolver, pessoas para contratar...”

—“Falando nisso, vou cobrir Tracy esta tarde.”, Pepper avisou. “Ela está a frente de algumas entrevistas com os candidatos, então alguém precisa tomar conta do departamento de assuntos externos.”

—“Vai me deixar sozinho nesse lugar assustador?”, ele protestou, fazendo biquinho.

—“Ah, é mesmo. Eu sempre me esqueço que você tem medo do trabalho.”, brincou ela. “Não é engraçado? Isso é a única coisa que vai encontrar nessa sala, sr. Stark. Divirta-se!”

*****

Na sala de espera do departamento de recursos humanos, Natasha e outras três candidatas aguardavam o chamado de Tracy Montgomery, encarregada de entrevistá-las naquela tarde. O sistema era por ordem de chegada; Natasha fora a primeira. Logo a recepcionista lhe indicou o caminho até Tracy.

—“Boa tarde, senhora Montgomery.”, ela cumprimentou, entrando calmamente na sala.

—“Boa tarde, srta... Rushman, certo?”, Tracy respondeu, olhando mais uma vez para a ficha cadastral de Natasha, ou melhor, Natalie.

—“Isso mesmo.”, confirmou Natasha.

—“Sente-se, querida. Não vai doer nada.”

Romanoff sorriu, ajeitando-se sobre a cadeira que Tracy lhe ofereceu.

—“Então, srta. Rushman.”, ela continuou. “Estamos precisando de alguém com experiência para integrar nossa equipe de assessoria jurídica por alguns meses. Nossa funcionária entrou de licença maternidade... Você entende, não é?”

—“Claro.”, Natasha concordou, esboçando um falso sorriso. “Não sou mãe, mas adoro crianças.”

—“Eu também. Kirsten é uma profissional notável, apesar da idade. Olhando seu currículo, posso afirmar o mesmo?”, Tracy perguntou. “Fale sobre você, por favor.”

—“Bem”, ela iniciou, “sou graduada em direito administrativo e financeiro. Tenho fluência em cinco línguas, estagiei durante dois anos no Nippon Ginko, ou seja, Banco do Japão e fiz alguns trabalhos como modelo em Tóquio. Minha renda durante a faculdade.”

—“Disponibilidade de horário?”

—“Sim, inclusive aos fins de semana.”

—“O que você sabe sobre as Indústrias Stark?”

—“Uma das maiores companhias multifacetadas de tecnologia. Alto índice de aplicação na bolsa de valores, alta rentabilidade e a número um em geração de empregos e renda. E também uma patrocinadora de outras empresas pelo mundo.”

—“Muito bem.”, elogiou Tracy. “Você deu uma resposta excelente, simples e sucinta. É uma forte candidata, parabéns!”

—“Obrigada, sra. Montgomery.”, Natasha agradeceu.

—“Por nada. Agora você preencherá este formulário e o entregará à recepcionista. Entraremos em contato caso você seja aceita. Boa sorte, querida.”

—“Agradeço novamente.”

Romanoff saiu rapidamente da sala, sentando-se novamente entre as outras candidatas para preencher o documento que Tracy lhe dera lá dentro. Concentrou-se nas respostas e em poucos minutos já estava entregando a folha na recepção. A primeira parte fora concluída com sucesso. Restaria esperar o resultado final; torcer para que fosse escolhida, ou então teria de dar outro jeito para se infiltrar ali.

*****

O telefone tocava sem parar – Tony já havia desistido de fazer qualquer outra coisa somente para atendê-lo. “Isso é desumano!”, pensava ele. O expediente chegava ao fim e nenhum sinal de Pepper. Sua vontade era sair pelos corredores em busca dela, mesmo que fosse só para dar um oi. Ele quase fez isso, mas Rhodes chegou de repente, obrigando-o a ficar ali.

—“Cadê a Pepper?”, James perguntou, puxando uma cadeira para se sentar.

—“Oi pra você também, amigo.”, Tony disse, preparando duas doses de bebida.

—“Não temos tempo para enrolação, Tony.”, Rhodes falou, meio impaciente.

—“Mas temos tempo para beber.”, ele respondeu, lhe entregando um copo com uísque. “Qual é a bola da vez?”

—“Acabei de chegar de Washington.”

—“E...?”

—“O senado não está nada contente com sua postura de super heroi.”, James disse, sem rodeios.

—“Ué? Deviam me agradecer.”, Tony disse. “Limpei a zona de guerra deles sozinho. Coisa que fariam em meses, sacrificando soldados inocentes e aumentando cada dia mais as baixas civis.”

—“Parece loucura, né? Você tem prestado um ótimo serviço ao país e tudo o que eles sabem fazer é reclamar.”, comentou Rhodes.

—“Se até você concorda comigo...”

—“O negócio é que eles querem a armadura dentro dos portões do exército. Seria uma boa contar com essa tecnologia em nosso arsenal, mas você é o único que a conhece bem, que tem condições de usá-la sempre que precisar, sem se importar com os limites da jurisdição.”

—“Obrigado, cara.”, agradeceu Tony. “Sei que você está segurando uma barra com esses senadores. Uma hora eles vão perceber que não tem a mínima chance de possuírem meus trajes e voltarão aos seus projetos de lei fajutos.”

—“Assim eu espero.”

—“O que eu perdi, rapazes?”, Pepper perguntou ao encontrá-los.

—“Olha só quem apareceu.”, Tony disse. “Pensei que tivesse fugido, srta. Potts.”

—“Eu te avisei que estaria no DAE.”, ela respondeu, preparando um drink para si mesma, sendo observada por Rhodes e Tony. “O que foi?”

—“Nada.”, Rhodey retrucou, desviando o olhar.

—“Você? Bebendo durante o trabalho?”, Tony indagou, sorrindo maliciosamente.

—“Isso não ocorre com a mesma frequência que ocorre com você, mas eu bebo sim.”, Potts respondeu, sentando-se numa das poltronas.

—“Suas farpas gratuitas me machucam mais do que você intenciona, Pepper.”, ele reclamou. “Posso saber o motivo de tanto estresse?”

Rhodes se ajeitou na cadeira em silêncio. Era divertido vê-los discutindo às vezes.

—“Se fizesse seu trabalho direito eu não teria de ficar estressada.”

—“Como assim?”, perguntou ele, confuso. “Passei a tarde atendendo telefonemas.”

—“Atendendo e repassando para outras pessoas. Inclusive para mim.”, ela rebateu. “Estou começando a concordar que você é mais produtivo em casa.”

—“Isso é óbvio!”

—“Mas você é o presidente.”

—“E o Homem de ferro também. Quer um autógrafo?”

—“Me poupe, Tony.”

—“Se poupe, Pepper. Está decidido. Vamos voltar para nossa casa.”

Pepper franziu o cenho.

—“Nossa casa?”

—“É, minha casa. Você ouviu errado. Vou arrumar alguém de confiança pra tomar a frente por aqui até passarmos por toda a agitação da abertura da Expo Stark.”, disse ele, determinado.

—“Mas Tony...”, ela tentou protestar.

—“Você é minha assistente, Potts. Preciso de você comigo, onde eu estiver. Pode fazer isso?”

Rhodes não conseguia conter o riso, por isso havia pegado uma revista qualquer de cima da mesa de centro e escondido o rosto numa tentativa de disfarce.

—“Posso, claro.”, ela disse, dando-se por vencida. “Já pode parar de rir, Rhodey.”

—“Desculpe, Pepper.”, James falou. “Não tem como não rir de vocês dois discutindo como duas focas brigando por um peixe.”

Tony revirou os olhos.

—“A conversa é entre patrão e empregada, senhor comediante.”, ele retrucou.

—“Não está mais aqui quem falou.”, Rhodes levantou as mãos, se isentando da culpa.

—“Fique tranquilo, James.”, Pepper pediu. “Você poderá falar e até rir muito esta noite.”

—“Esta noite?”, os dois perguntaram juntos, olhando confusos para ela.

—“Sim, esta noite.”, confirmou. “Jantaremos na mansão, beberemos mais um pouco... Claro, depois que Tony terminar de assinar estes papéis.”

—“Estava bom demais pra ser verdade.”, Tony resmungou.

*****

Base da S.H.I.E.L.D, localização confidencial.

Vinte e quatro horas depois...

Natasha detestava ficar ociosa, vendo o tempo passar sem ter nada realmente importante para fazer. Desde que voltara das Indústrias Stark, quase um dia atrás, estava limitada a assistir TV na sala de convivência da base em Los Angeles, levantando-se apenas para as refeições e para dar uma espiadinha no que Coulson fazia.

—“Tem algo que eu possa fazer, Phil?”, perguntou ela, parando ao lado dele, que estava concentrado na leitura de uma pilha de papéis.

—“Não consegue relaxar, Romanoff?”, Phil não desgrudava os olhos dos documentos. “Se quiser, a louça do almoço precisa ser lavada...”

—“Não, obrigada.”, ela disse, dando uma volta na mesa e se sentando em frente a ele. “Cadê todo mundo?”

—“Em missão.”

—“É disso que eu preciso.”, murmurou.

—“A sua mal começou!”, Coulson exclamou, pela primeira vez olhando para Natasha. “Como foi na entrevista?”

—“Nada fora do comum.”

—“Com um currículo daqueles...”, ele comentou, sorrindo de lado. “Você viu seu futuro ‘chefe’?”

—“Stark?”, Natasha perguntou. “Não. Aquele prédio é enorme. Quase me perco pra achar o andar de recursos humanos.”

—“A gente acostuma com o tempo.”

—“Já esteve lá?”

—“Oh, claro. Fui designado para interrogá-lo sobre sua fuga do cativeiro em Kunar, Afeganistão.”, Coulson explicou. “Iniciativa Vingadores, você sabe.”

—“Você tomando cafezinho com o ricaço enquanto Clint e eu seguíamos o Dr. Bruce Banner por algum buraco no meio do nada.”, ela provocou.

Coulson riu, revirando os olhos.

—“Essa sua opinião vai mudar.”, ele retrucou. “Assim que começar a trabalhar na Stark.”

—“Tentando fazer medo, Coulson?”

—“Estou sendo sincero, Natasha.”

—“Nem sei se serei contratada.”

—“Você vai.”, disse ele. “Se não for pelo modo convencional, sabe que o diretor vai dar um jeito.”

—“É, vai mesmo.”

—“Aonde você está indo?”, Phil perguntou ao vê-la se levantando rapidamente.

—“Checar meus e-mails.”, Natasha caminhou para a saída, olhando para trás. “Deseje-me boa sorte, Phil.”


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Notas finais do capítulo

Ainda vai ter muita onda por causa da Natasha... kkkk



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