A Redenção do Tordo escrita por IsabelaThorntonDarcyMellark


Capítulo 39
Eu sou seu


Notas iniciais do capítulo

Aviso legal:
Capítulo impróprio para menores de 18 anos.



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Por Peeta

Eu e Katniss estamos prontos para dar início ao ritual que sela os casamentos em nosso distrito. Cada um de nós põe um pouco de lenha na lareira e acendemos o fogo juntos pela primeira vez, sentados um ao lado do outro sobre o tapete felpudo no chão.

— O pão que pedi pra você reservar é como aquele primeiro pão que eu lhe dei. – Pego o cesto que está nas mãos de Katniss e ela se vira para mim. — Recheado com passas e nozes.

— Eu percebi. Minha mãe também notou, quando viu os pães que você pediu para o Flavius trazer aqui mais cedo. – Ela me entrega uma pequena faca para eu cortar o pão. — Foi lançando aquele pão às chamas que você salvou a minha vida pela primeira vez.

— Parece até que esse ritual foi feito para nós dois. O pão e as chamas unidos… – reflito em voz alta, enquanto reparto o pão e entrego a ela para que atravesse os pedaços com um espeto. 

Nós dois o colocamos no fogo para torrar as fatias que vamos compartilhar. Quando a crosta delas fica um pouco queimada, Katniss observa:

— Foi exatamente assim que eu e minha família comemos o pão que você nos deu… Queimar pães para salvar minha vida é a sua especialidade, garoto com o pão. – Ela me abraça, apoiando uma das mãos em meu ombro e recostando sua cabeça em mim.

Retiramos o espeto das chamas e nos preparamos para oferecer um pedaço de pão um ao outro. Ela, então, sussurra:

Confie em mim. – Katniss segura seu olhar no meu por um longo tempo e eu assinto. — Contamos até três? – continua ela.

Eu me inclino um pouco e a beijo gentilmente, como fiz na primeira arena, após ela me dizer exatamente essas palavras. A diferença é que, naquela ocasião, ela me oferecia a morte disfarçada de amoras-cadeado. Hoje, o pão que eu e ela oferecemos um ao outro significa uma vida nova.

Naquele dia, na arena da 74ª edição dos Jogos, as únicas coisas que eu tinha em mente eram o meu amor por Katniss e a certeza de que não poderia viver sem ela. Não depois de arriscarmos a vida para salvar um ao outro. Não depois daqueles dias na caverna. Não depois de me descobrir ainda mais apaixonado por ela. Por isso, aceitei dividir aquelas amoras-cadeado, pois resultariam no único destino que eu aceitava como possível para mim. A minha morte ao seu lado.

Hoje também só consigo pensar no quanto eu a amo e em como não me imagino sem tê-la comigo, mas o pão que repartimos agora significa algo totalmente diverso. O início de uma vida junto dela.

O mais incrível é que os dois gestos, na arena e neste momento, salvaram nossas vidas. Desta maneira, prometo a mim mesmo que seguiremos unidos e o pão que partilhamos é o símbolo de que todos os acontecimentos da minha história serão, a partir de agora, ao lado dela. Juntos.

Até três— confirmo, como fiz há dois anos.

Entrelaçamos nossas mãos que estão vazias, apertando uma a do outro e começamos a contar em uníssono:

Um. – Em minha cabeça, começa um flashback. — Dois. – Um flashback diferente, composto de lembranças boas. — Três! – Memórias que nos fizeram chegar até aqui e às quais serão somadas as recordações que construiremos daqui por diante.

As lágrimas afloram em nossos olhos e, enfim, o ritual se concretiza. Katniss delicadamente coloca o pão em minha boca, enquanto repito o gesto, dando a ela o pedaço que eu seguro.

Alimentamos um ao outro com o pão e algo arrebatador e sublime acontece. Meu olhar fascinado está mergulhado em seus lindos olhos cinzentos e todos os relatos que escutamos desde crianças sobre o encanto da cerimônia de torrar o pão se confirmam para nós.

Meus lábios se unem aos dela e finalmente se completa esse verdadeiro encontro de almas. Nós estamos casados, independentemente de qualquer formulário a ser preenchido ou de qualquer formalidade a ser observada. Quando o beijo termina, ela ainda me segura firmemente pelos ombros e roça seu nariz no meu.

— E pensar que eu sempre desdenhei das conversas que descreviam esse ritual como algo mágico. Prim sempre foi muito romântica e certamente daria risadas ao me ver engrossar o coro de que o ritual com o pão e o fogo, de fato, é muito mais do que uma tradição.

— Talvez isso soe antiquado, mas agora eu sei a razão pela qual ninguém realmente se sente casado no Distrito 12 até torrar o pão – confesso.

Eu me levanto e ofereço-lhe minha mão, que ela logo segura. Eu ajudo Katniss a se erguer do chão e trago-a para perto de mim. Nós estamos ainda perdidos na magia vivida durante o ritual dos pães.

— Eu e você estamos casados. Verdadeiro ou falso? – indago e esse é o momento mais feliz em que posso ouvir sua resposta.

— Verdadeiro.

Nós nos abraçamos demoradamente, colando nossas testas. Depois, eu me despojo do meu terno e, enquanto desabotoo os punhos da camisa, Katniss afrouxa o nó da minha gravata, liberando o acesso ao meu pescoço para seus dedos leves como plumas deslizarem por minha pele. 

Pego as mãos dela e as posiciono unidas à minha frente. Recomeço a doce tarefa de retirar uma a uma as flores que ainda adornam o cabelo dela ao longo de sua trança.

— Cada uma dessas flores simboliza algo que desejo para o nosso casamento. – Deposito-as em suas mãos em concha, enumerando meus anseios. — Amor, paixão, felicidade, companheirismo, amizade, fidelidade, cumplicidade…

Para cada palavra que digo, entrego a ela uma flor. Até que passo apenas a retirar as flores de seu cabelo, sem dizer nada. Reúno algumas em minhas mãos e entrego a Katniss apenas quando já tenho um bom número reservado entre meus dedos, fazendo a voz mais sedutora que imagino conseguir, com a boca colada em sua orelha:

— E o mais importante… Filhos. – Deixo um beijo em seu pescoço e Katniss não se move até eu estar novamente mirando sua face.

— Você quer dormir no sofá em nossa noite de núpcias? – Ela estreita os olhos pra mim e eu nego com a cabeça, com um sorriso maroto no rosto.

— Nada disso! Nós temos um acordo… E, se você insistir nisso, vou chamar Greasy Sae para ser nossa mediadora.

— Eu já disse a você que já me arrependi de ter dado ouvidos a ela? – Katniss tenta fingir aborrecimento, mas não consegue. — Além disso, Greasy Sae ficaria do seu lado, com certeza. Ela acredita que eu vou mudar de ideia algum dia.

— Bom saber que posso contar com ela – murmuro antes de beijar a ponta do seu nariz e me afastar até a pilha de madeira que será usada para alimentar o fogo da lareira. — E, Katniss, não se sinta pressionada. Eu só não podia perder a oportunidade de falar sobre filhos… – Dou uma piscadela em sua direção.

— Você me avisou que usaria todos os argumentos possíveis e imagináveis. – Ela sorri de lado, evidenciando as covinhas ao redor da sua boca. — Mas confesso que me assustei… Você encheu minha mão de flores! – Ela estende a mão repleta delas.

— Eu não sabia dos riscos que estava correndo. – Eu me divirto com sua inquietação, enquanto pego alguns pedaços de lenha.

— Peeta! – Seu tom leve ao me repreender denuncia que, de fato, não ficou chateada com a minha provocação. — Você está brincando com fogo!

— Literalmente, minha garota em chamas! – Exibo para ela os pedaços de madeira que estão em minhas mãos e me aproximo novamente da lareira.

Katniss estranha o fato de eu colocar um pouco mais de lenha sobre as chamas já acesas.

— Você pretende mesmo ficar por aqui? – pergunta ela com ar aflito. — Eu não estava falando sério…

— Isso nunca passaria por minha cabeça! – Eu a interrompo, achando mais graça ainda de sua preocupação. — Quem vai precisar da lareira pra se aquecer pelo resto da noite é Buttercup – explico.

— Ah! – exclama ela, como se só agora percebesse a inconveniência de dividir o quarto com o gato daqui pra frente. — Tenho que providenciar uma cama pra ele ficar por aqui.

Katniss empilha três almofadas perto da lareira e arruma também ao lado algumas vasilhas com água e comida para Buttercup. Eu termino de atiçar o fogo na lenha recém-colocada e me ergo do chão, ficando de frente pra ela.

— Acho que assim está bom. – Katniss enlaça minha cintura e indica com os olhos as novas acomodações do gato.

— Não sei se está bom pra ele… Eu não trocaria a sua companhia por nada! – afirmo e recebo seu sorriso.

Beijo sua testa carinhosamente e meus lábios descem por seu rosto devagar, até roçarem em sua boca, cautelosos, apenas sentindo sua textura macia.

— Você quer subir antes para se preparar? – pergunto.

— Sim. – Katniss ruboriza. — Deixei seus objetos pessoais no banheiro aqui do andar de baixo, caso você queira tomar um banho e mudar de roupa.

— Você precisa de ajuda para abrir o vestido?

— Basta abrir um pouco a parte de cima – aquiesce ela e se vira de costas pra mim.

Abaixo o fecho um pouco mais que o solicitado e tracejo com o dedo indicador a linha de sua espinha na pele agora exposta. Ela estremece levemente.

— Estarei lá daqui a pouco – sussurro em seu ouvido. — E, por favor, não desmanche a sua trança.

— Suponho que agora essa tarefa será sempre sua. – Ela me olha por sobre o ombro e beijo sua face enrubescida.

— Supôs corretamente – assinto, enquanto observo-a subir os degraus da escada.

Vou até o banheiro e lá encontro meus pertences e uma caixa de presente com roupas masculinas dentro, uma camisa branca e uma calça de um tecido confortável, com um bilhete me desejando feliz aniversário, escrito com a bela letra de Katniss.

Depois de me banhar, vou até o quarto dela. Agora, o nosso quarto. Buttercup já está esparramado no colchão. Eu o pego no colo e ele protesta um pouco.

— Eu sinto muito, companheiro, mas hoje ela é somente minha – resmungo baixinho.

Desço com o gato em meus braços e ele se acalma, quando encontra a cama improvisada e a comida que deixamos no canto da sala.

Volto para o quarto e, novamente, não encontro Katniss. Ela ainda está se aprontando.

Passo a mão por meus cabelos e me olho no espelho. Não adianta ajeitar nada, pois ela gosta deles bagunçados.

Ando de um lado a outro. Reparo que as janelas estão abertas. Fecho-as e cerro as cortinas. Depois, abro-as novamente. Por fim, deixo uma delas fechada e a janela lateral, que é indevassada e através da qual ainda se pode ver a lua, fica aberta, encoberta apenas pela cortina diáfana.

Sento-me na cama. Apoio minhas costas na cabeceira e ponho minhas mãos cruzadas atrás da minha cabeça. Tenho que relaxar ou, ao menos, parecer relaxado. 

É só seguir os meus instintos, entrar em sintonia com ela e deixar tudo acontecer. Nossos corpos vão ditar as regras. Tudo vai sair bem. 

Será? 

À medida que os minutos passam e ela não aparece, o nervosismo só aumenta.

O que fazer com a minha perna mecânica? 

Decido retirá-la. Mas eu me lembro de que posso precisar dela. Coloco-a no lugar novamente.

Volto a caminhar pelo quarto com as mãos nos bolsos e só agora Katniss sai do banheiro. Ela está de costas para mim para poder fechar a porta. No entanto, mesmo depois de trancá-la, não faz menção de sair do lugar.

Seus pés se cravam no chão e ela parece hesitar em dar um passo sequer.

— Katniss… – chamo.

Todos esses eternos minutos de espera não me prepararam para a visão que me hipnotiza completamente, quando ela se vira.

Katniss está vestida numa camisola branca, longa, feita de um tecido liso e de uma renda transparente desde sua cintura até o limite do seu busto.

Duas discretas fendas laterais deixam parcialmente à mostra suas belas pernas. Seus pés descalços, os pés que eu adoro, completam a imagem irretocável diante de mim.

— Demorei um pouco, pois estava indecisa sobre usar essa camisola ou não. Minha mãe me deu de presente mais cedo.

— Obrigado, minha querida sogra! – falo como se a Sra. Everdeen pudesse me ouvir. — Fico muito grato pela sua consideração. O presente foi pra mim…

Katniss sorri lindamente e, num instante, estou próximo à porta do quarto, com as mãos no bolso da calça e, no segundo seguinte, estou junto de Katniss, enlaçando sua cintura e procurando a sua boca com a minha.

— Você está nervosa? – Pressiono suavemente a parte superior de suas costas e sinto um pouco de tensão em seus músculos.

— Você sabe que sim. – Ela arrepia-se com cada palavra e cada toque. — Tenho medo de decepcioná-lo.

— Isso nunca aconteceria – afirmo, segurando seu rosto próximo ao meu. — Eu não deveria reconhecer isso, para não deixá-la mais tensa, mas eu também estou apreensivo. 

— Por quê? – Katniss põe suas mãos sobre as minhas.

— Serei o primeiro e quero ser o único. E pretendo fazer por merecer essa honra… A dádiva de ter você. – Deposito beijos ternos desde o lóbulo da sua orelha até a base do seu pescoço. — Gostaria que tudo beirasse a perfeição.

— Como foi você que escolhi para estar aqui comigo, não há como ser diferente disso. – Katniss me beija em meio ao meu sorriso.

— Se, em algum momento, você achar que há algo de errado, eu preciso que me diga. Você é tão forte, mas é também tão delicada. Eu prometo que serei cuidadoso. – Passo meus polegares em suas bochechas rosadas.

— Peeta, você sempre é cuidadoso.

— Você é tão pura, Katniss, mas desperta em mim um desejo incontrolável.

— Eu não quero que… – Katniss começa a dizer, porém não termina a frase, balançando a cabeça, relutante.

— Não quer…? – Eu a instigo a falar, beijando o canto de sua boca.

— Que você se controle. – Ela deixa escapar um suspiro e meus lábios se abrem em surpresa. — Eu estou pronta.

Retenho a respiração ao baixar minhas mãos até a curva de seus quadris. Katniss assente e, sem esperar mais nenhum instante, estende os dedos até as alças da camisola. Eu movo minhas mãos imediatamente para impedi-la.

— Eu gostaria de fazer isso.

Viro-a de costas para mim e desfaço lentamente os laços que sustentam a camisola nos ombros dela. O tecido leve escorrega pelo seu corpo até o chão. Colo meu torso em suas costas, enquanto beijo e mordo levemente sua nuca. Ela inclina a cabeça para me dar maior acesso à pele sensível do seu pescoço.

Abro seu sutiã e ela leva as mãos aos seios para segurá-lo. Giro seu corpo e cubro suas mãos com as minhas, buscando seu consentimento para nos desfazermos da peça de roupa que ainda me impede de apreciar seu precioso colo. Katniss abaixa suas mãos e solta o sutiã, que cai aos seus pés.

Seus seios perfeitamente formados atraem minha atenção. O silêncio entre nós é eletrizante.

Embora ela pareça estar extremamente acanhada, não consigo evitar meu olhar admirado para suas belas formas e para a perfeição de sua silhueta.

Roço o nariz em sua face e pouso minhas mãos em sua cintura. Percorro suavemente com meus dedos um caminho até a pele nunca antes revelada a mim, até tomar seus seios com gentileza em minhas mãos. Ela cerra os olhos e respira fundo. Incentivado por sua reação, eu massageio seus seios de modo provocante, ora com toques leves, ora com uma pressão maior, sentindo seus mamilos enrijecerem em resposta. Seu coração pulsa freneticamente sob meus dedos.

Quando ela novamente abre os olhos, enxergo uma pessoa completamente diferente: Katniss agora é uma mulher movida por um intenso desejo. Sua boca percorre o caminho até a minha e Katniss me ajuda a me despir de minha camisa.

Tiro o elástico que prende a ponta de sua trança. Solto mecha por mecha, enredando meus dedos por toda a extensão de suas madeixas e em seu couro cabeludo, até que seus cabelos se espalham por seus ombros e sobre seus seios como um véu.

A luz da lua invade o quarto por entre as cortinas e imprime sombras por sua pele cor de oliva, formando uma aura em volta do seu corpo.

— Eu já lhe disse que você fica deslumbrante à luz do luar. Não tenho palavras pra descrever o que estou vendo agora, quando essa luz vem iluminar você dentro do nosso quarto.

Nosso quarto. É a primeira vez que me refiro assim em voz alta ao lugar em que me encontro agora.

— Eu estou vendo um pouco do meu reflexo em seus olhos, Peeta. Meu melhor espelho.

Agora eu percebo que ela se entrega a mim com mais confiança, não parecendo nem um pouco amedrontada. Eu conduzo meus movimentos devagar, tentando me manter no controle da situação, mas cada gesto dela incendeia meus sentidos.

Estou indo com calma, garantindo que ela aproveite cada estímulo, cada movimento, e se sinta igualmente à vontade para me sentir e me tocar. Não quero antecipar nenhuma etapa.

Katniss consegue se soltar um pouco mais, fazendo carícias sutis e ao mesmo tempo ousadas, como se estivesse aprontando alguma travessura.

Eu saboreio a sua boca, o gosto do champanhe que ela provou na hora do brinde final, o sabor do pão que compartilhamos há alguns minutos, o calor de seus lábios já avermelhados pela intensidade de nossos beijos.

Quando me afasto um pouco, Katniss logo se reaproxima e torna a me encarar, passando a me fitar nos olhos. Ela desabotoa meu cinto e faz o mesmo com minha calça. Eu me livro rapidamente dessas peças e me perco em seu olhar antes de sentir seus dedos passeando levemente sobre meu peito. Seguro suas mãos, colocando-as em volta do meu pescoço, e ergo seus quadris para que ela envolva suas pernas em minha cintura, quando tenho a oportunidade de acariciar suas coxas, que me apertam firmemente.

Levo-a até a cama, onde a deito com cuidado para, assim, deslizar minha boca pelo vale dos seus seios, beijando e sorvendo cada um deles. Desço meus lábios por suas costelas até a pele macia ao redor de seu umbigo, enquanto agarro sua cintura. Katniss arranha minha nuca carinhosamente e, depois, afunda seus dedos em meus cabelos.

Ajoelho-me no colchão ao lado dela, ficando a certa distância para contornar delicadamente sua figura quase nua com as pontas dos dedos, imaginando que estou pincelando a mais perfeita das obras de arte. Katniss abre seus olhos e se depara com meu olhar cheio de desejo, contemplando cada centímetro do seu corpo.

— Você não imagina o quanto esperei por esse momento. Não posso deixá-lo passar sem registrar você, tão sensual, tão linda, em uma pintura mental. Você é uma obra de arte, uma verdadeira obra-prima.

Ela, então, tenta se cobrir com suas mãos e braços e vira-se de barriga para baixo, dizendo:

— Peeta, você não se atreveria a me pintar nua.

Solto uma risada curta e falo, desafiador:

— Você acabou de me dar uma ótima ideia – Exploro suas nádegas e suas costas com minhas mãos ávidas por tocá-la e sussurro em seu ouvido, depois de me erguer sobre ela, sustentando meu tronco em meus antebraços. — E nada mal admirar você por esse ângulo também.

Ela gira seu corpo e se posiciona de frente a mim para me beijar intensamente. Enquanto Katniss acaricia minhas costas e braços, eu os relaxo, grudando nossos corpos. Tracejo a linha de um ombro a outro com beijos e mordidas e ela se contorce debaixo de mim.

— Peeta… – Ela ofega.

Eu sorrio levemente, pedindo paciência a ela com o olhar.

— Você é linda demais para eu apressar qualquer movimento. – Eu me inclino, inspirando seu pescoço, apalpando a lateral de seu tronco até a curva do quadril, seguindo com a ponta dos dedos cada pedaço de pele desnuda.

A expectativa desse momento sempre foi sublime, porém a sua realização é uma experiência extasiante.

— Katniss, eu desejo tanto você… – sussurro e ela me fita com seus olhos intensos.

No fundo deles, posso enxergar sua urgência e isso desperta um calor que se espalha por todo o meu corpo. Ela rola para cima de mim. Sinto seus lábios subirem pelo meu maxilar e sua língua brincar com o lóbulo da minha orelha.

Desse jeito, colada em mim, ela pode sentir como seus avanços me deixaram excitado.

— Assim eu não vou aguentar muito tempo. Preciso ter você… agora.

Deito-a novamente de costas e escorrego minhas mãos por debaixo dela. Meus dedos deslizam por suas pernas até seus pés, retirando a única peça de renda fina que ainda lhe cobre. Em seguida, termino de despir toda a minha roupa.

Seguro seus pés com devoção e beijo devagar, arrastando meu polegar ao longo da parte de cima deles, buscando relaxá-la, antes de minhas mãos subirem pelas suas panturrilhas, fazendo meu caminho de volta até ela.

Tateio a parte interna de suas coxas e demoro um pouco mais nas carícias nessa região, ao percebê-la se arqueando com o meu toque, até eu alcançar a pele quente e úmida que me indica que ela já está pronta para me receber. Ela abre os olhos e eu aproximo nossos rostos, mas não vejo medo ou qualquer sombra de arrependimento. Eu encontro o seu ardor que é o retrato do meu próprio desejo.

À medida que sua respiração acelera, seu rosto e seu colo ganham um tom rosado. Katniss corre suas unhas em minhas costas com vontade e eu solto um gemido, que sai abafado com a minha boca em seu ombro. Quando ela não consegue mais manter os olhos abertos, imagino ser o momento certo.

Seguro seus joelhos e me posiciono para me unir a ela, o que tento fazer com o máximo cuidado para não machucá-la. Ouço um leve gemido seu e pergunto:

— Está tudo bem? Você prefere que eu pare?

— Não foi nada. Apenas um pequeno desconforto – murmura ela.

— Não quero lhe causar dor.

— É inevitável, Peeta. É a minha primeira vez.

— É a nossa primeira vez, meu amor, e eu quero que seja perfeita… para nós dois. – Beijo suavemente seu pescoço.

Ela toma o meu rosto em suas mãos.

— Peeta, você é o amor da minha vida e eu preciso de você, eu preciso ter você de todas as maneiras. – Katniss toca o meu rosto e desliza seus lábios vagarosamente até a minha orelha. — Eu quero você, Peeta, quero muito. Só você. Não posso mais esperar.

Ela diz e todo o controle que ainda me resta se esfuma.

Com sua permissão, então, devolvo seu beijo e uno nossos corpos. Eu a preencho e nós nos completamos. Então, somos dois, transformados em um só. 

Tento ver seu rosto para me certificar de que ela está bem. A tensão inicial vai desaparecendo aos poucos e Katniss relaxa sob o peso do meu corpo, fazendo carícias que descem pelo meu pescoço e meus braços e mexendo o quadril. Acompanho seus movimentos, selando nossos lábios e aproveitando cada contato. Ela solta um longo suspiro, o que me incentiva a me mover dentro dela.

Aos poucos, ainda que de modo desajeitado pela inexperiência, encontramos nosso ritmo e consigo arrancar dela alguns outros gemidos, não mais de dor, mas de deleite.

Nenhum embaraço ou falta de jeito é capaz de suplantar o prazer da descoberta, a felicidade de me sentir pleno, a alegria de pertencer inteiramente a ela e de senti-la entregar-se a mim sem restrições.

Pego suas mãos e as posiciono ao lado de sua cabeça, entrelaçando nossos dedos.

Algo inteiramente novo acontece conosco. Ela atinge o ponto máximo de satisfação, enquanto seu corpo pulsa em regozijo e eu me derramo junto com ela, em questão de segundos.

Segundos que duram uma eternidade. Pequenos instantes cuja intensidade muda a nossa perspectiva do mundo. 

Não sei mais como farei para apreciar o que é comum daqui pra frente, depois de ter experimentado o que é extraordinário junto com ela.

E enquanto eu me desligo lentamente de seu corpo, observo seu rosto com ternura e noto que seu semblante está tão extasiado quanto deve estar o meu próprio. O prazer da sua companhia agora tem um novo significado.

— Sonhei infinitas vezes com esse momento e nenhuma dessas vezes sequer se aproximou do que acabou de acontecer.

Nunca em toda a minha vida havia experimentado tal paz, a paz do encontro mais profundo e definitivo, nem tal felicidade, a felicidade dos eternos amantes. No entanto, não estou satisfeito… Não num sentido ruim, pois tudo o que aconteceu foi incrível. A insatisfação vem da certeza de que jamais estarei saciado da sede que tenho dela nesse momento e que só faz aumentar. 

No entanto, temos a vida pela frente para descobrirmos um ao outro, nossas preferências, novas formas de levar um ao outro ao êxtase, como acaba de acontecer.

Ofegante, sinto o calor de sua respiração profunda e lenta em minha pele, enquanto me deito ao seu lado. Ela vira-se para mim, relaxada.

Eu me aproximo para acolher seu rosto com as mãos e cobri-la de beijos, com ternura. Ela enche seus pulmões de ar, parecendo realizada.

— Eu não tinha razão para ter medo. Foi tudo perfeito. O medo que tenho agora é de perder você. – Ela fecha os olhos e franze um pouco a testa.

— Então, pode desfazer essa ruguinha aqui. – Encosto o dedo suavemente em sua fronte. — Pois não há o que temer.

— Eu preciso de você, Peeta, como sempre precisei, mas não admitia antes.

— Você admitiu uma vez.

— É verdade. Você consegue se lembrar?

— Foi tão marcante aquele momento na praia. Acho que, muitas vezes, mesmo sem saber, eu me agarrei a ele para não desistir de tudo.

Então, ao final da nossa primeira noite de amor, após experimentar a sensação mais maravilhosa ao lado da mulher da minha vida, ela diz:

— Eu amo você, Peeta. Nunca me cansarei de dizer… Você me ama, verdadeiro ou falso?

Eu beijo sua boca, sua bochecha, seu nariz, seu pescoço, enquanto pronuncio repetidas vezes a palavra:

— Verdadeiro… Verdadeiro… Verdadeiro.

Trago uma de suas mãos até os meus lábios para beijar-lhe os dedos suavemente, fechando os olhos, cansado, completo.

Logo antes de pegar no sono, tenho a impressão de ouvi-la falar dormindo. Alguns sons são apenas murmúrios ininteligíveis, porém Katniss pronuncia também palavras que consigo distinguir perfeitamente:

— Peeta… Meu garoto com o pão.

Acaricio sua face até ela adormecer definitivamente em meus braços, mais feliz do que nunca.

Eu sou seu garoto com o pão. Eu sou seu marido. Eu sou seu amante.

Eu sou seu, Katniss.

 


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoal!

Estou muito feliz por ter chegado até aqui!

E gostaria de esclarecer que a fic não chegou ao fim! Pretendo escrever ainda sobre muitos acontecimentos: a inauguração da padaria, a Turnê Presidencial no Distrito 12, outros casamentos, as gestações e os nascimentos dos filhos, a morte de alguém (estou decidindo sobre isso ainda)... 

Só preciso parar para estruturar tudo isso com calma antes de dar continuidade. Isso não deve demorar, pode deixar! Aceito ideias e sugestões.

Grata por tudo.

Beijos!

Isabela