Break Walls escrita por skyspracer


Capítulo 6
Capítulo 5




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Com um sorriso estampado no rosto, amanheceu Alec. Lembrando-se do que havia acontecido na noite passada na porta de sua casa, apertou os olhos e espreguiçou-se. Sentou apoiando as mãos no colchão devido ao seu cansaço matinal e logo depois foi tomar banho. Fez todas as coisas que havia feito desde que a semana havia começado, e então, ficou na porta de seu prédio esperando estranhamente ansioso Magnus vir buscá-lo. Após alguns minutos de espera, Magnus apareceu. Abriu a janela do carro e tinha uma feição indiferente.

— Você vai ficar parado aí ou vai entrar no carro? — Perguntou Bane. Alec até se sentiu assustado por alguns segundos, mas mesmo assim entrou. Poucos e ainda longos minutos de silêncio haviam se passado. O mais novo sentia-se envergonhado e sujo cada vez que lembrava do que tinha feito no banco daquele carro com o homem ao seu lado. Sentia-se também confuso pois Magnus não havia comentado sobre o assunto até aquele momento. Decidiu não falar nada e apenas esperar que o mais velho tomasse alguma atitude.

Ao chegarem no estacionamento, alguns professores que chegavam no mesmo momento pareceram espantados ao ver Magnus chegar com mais alguém que aparentava ser bem mais novo em seu carro. O professor apenas ignorou e foi andando até à faculdade, seguido por Alexander. Na sala, perceberam que estavam sozinhos e que ainda faltava algum tempo até que o sinal tocasse e algum aluno aparecesse.

— Então... — Alec disse em voz baixa.

— Então o quê?

— Você não vai dizer nada sobre ontem? — No mesmo momento se arrependeu de ter soltado as palavras. Ele estava agindo como um completo tolo apaixonadinho, e não era o que estava acontecendo.

— Foram só alguns beijos, e você já quer que eu te peça em casamento? — Respondeu rispidamente.

— Eu só estou curioso, porque ontem você não estava me tratando do jeito que está agora.

— Olha, Alexander, pare de agir como se nos conhecessemos há anos. A gente só se beijou, então, não pira.

Alec foi até alguma cadeira e se sentou. Fingiu estar mexendo no celular para evitar contato visual com o professor. O mais novo por algum motivo que desconhecia se sentia triste. Talvez estivesse assim porque havia tido seu primeiro beijo com um cara que mal conhece, e o mesmo está o tratando de uma forma, para ele, terrível. Alexander estava definitivamente confuso, sendo que Magnus começou com tudo isso ao chamá-lo pra almoçar, ao levá-lo e buscá-lo em casa, ao beijá-lo, e naquele momento estava indiferente. Pobre Alec, nunca havia gostado de alguém e estava achando que no mundo em que vivia, todos se apaixonavam à primeira vista, e que não havia apenas o interesse em pegar e largar.

Após um longo dia de aula, e muita frustração, havia chegado a hora de ir para a casa de Magnus estudar. Mas ele não iria do carro do mesmo, e sim no seu. De qualquer forma, ele já sabia o caminho da casa do professor, mas resolveu seguir o carro para não se perder. Quando estavam lá estudando, Magnus saiu da sala olhando para o celular e dizendo que iria beber água, ou algo do tipo. Alec não havia prestado atenção, mas estava bem próximo da porta e pode escutar Magnus gritar estressado com alguém. Não entendeu tudo que o rapaz falou, apenas palavras como "Ele também é meu". Se já estava confuso antes, agora, mais ainda. O professor demorou mais alguns minutos para entrar na sala. Seus olhos estavam avermelhados e suas mãos tremendo.

— Desculpem, mas eu preciso que vocês vão embora. Meu empregado irá levá-los. — Magnus falou e logo saiu sem nem mesmo dizer "tchau" ou "boa noite". Os alunos estranharam, mas apenas assentiram e foram para o carro em que seriam levados para casa, menos Alec.

— Não irá conosco, rapaz? — indagou para Alexander o senhor que serviria de motorista.

— Ah, não. Eu trouxe meu carro — respondeu. — Pode me informar onde fica o banheiro?

O garoto dos olhos azuis seguiu o caminho indicado pelo empregado, ou pelo menos fingiu seguir. Esperou que ele fosse embora e começou a procurar pelo quarto de Magnus, lugar em que o mesmo provavelmente estaria. Enquanto andava pela enorme casa, encontrou uma porta semiaberta e deu dois toques nela como se estivesse pedindo para entrar.

— Vai embora. — disse uma voz falha. Alec ignorou o pedido e entrou, encontrando Magnus sentado na cama olhando para uma foto e chorando. — Eu disse para ir embora, Jo... Alexander? O que está fazendo aqui? — secou as lágrimas imediatamente.

— Eu percebi que você parecia irritado e por algum motivo idiota eu vim te procurar.

— Definitivamente idiota.

— Não vai me contar porque está chorando? — tentou parecer solidário e sentou-se ao lado de Magnus.

— Não.

— Ah... — o mais novo estava sem jeito, mas continuou tentando ampará-lo. — O que eu posso fazer pra te ajudar?

— Ir embora.

— Tem certeza?

— Alec, sério. Meu dia está sendo péssimo. Pare de tentar se aproximar de mim e ficar se ridicularizando. Vai embora, por favor. — respondeu ainda chorando. O rapaz mais novo abraçou o mais velho, tentando fazê-lo melhorar, mesmo se sentindo um idiota. Depois, foi embora.

Já em casa, Alexander começou a pensar sobre a vida e no que tinha mudado desde segunda-feira. Seu professor havia começado a dar em cima dele, eles se beijaram, Alec começou a gostou a gostar dele e ele o ignorou. Tudo em menos de uma semana. Pensou também sobre o que Magnus disse sobre Alec estar se ridicularizando ao tentar ajudá-lo. Ele era apenas mais um caso com um aluno para o professor, não deveria estar lá para o que ele precisasse. Mas na noite anterior Bane estava sendo tão gentil com o mais novo... Talvez estivesse agindo assim por estar passando por um momento díficil.

 

Passaram-se semanas, mas Magnus ainda estava agindo como uma pessoa grosseira, e cada dia piorava. Ele nem mesmo olhava para Alec. Desde então, eles só se falavam quando era algum assunto relacionado aos estudos. Parecia decepcionado consigo mesmo, sem vontade de viver. Alexander queria perguntá-lo o que estava acontecendo, mas tinha medo de que Magnus o ignorasse como havia feito das outras vezes. Resolveu então esquecer o que havia acontecido, e parar de esperar por Bane. Ele nunca tomaria nenhuma atitude, de qualquer forma.


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