Break Walls escrita por skyspracer


Capítulo 7
Capítulo 6




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/695248/chapter/7

Pouco mais de três meses haviam se passado após o ocorrido na casa de Magnus, em que o mesmo chorou na frente de Alec que tentava, em vão, consolá-lo. Alexander nem mesmo se importava mais com o beijo, ou pelo menos fingia não se importar, mas também não sabia se Magnus dava alguma importância. Não pretendia saber, já havia se sentido disposto a seguir em frente há algum tempo.

Em um sábado à tarde, Alec como de costume, estava arrumando a casa, uma vez que não tinha como fazer isso durante os outros dias da semana. Ouviu o bipe do celular indicando que havia recebido uma nova mensagem. O garoto resolveu ignorar e continuou o cansativo trabalho. Tinha sujeira por toda a parte, parecia que o apartamento estava abandonado há anos. O dia já estava quase escurecendo quando terminou de fazer tudo que tinha para fazer. Alec tomou banho, pegou o celular e se jogou na cama. Abriu a mensagem e leu:

"hey alec
então, eu e o simon lindo que eu amo muito vamos fazer uma festa com alguns amigos amanhã que vai começar as 21h
amanhã eh feriado, então ta tudo certo
eu vou chamar o pessoal da faculdade, vc pode chamar alguns amigos se quiser
ah, quase esqueci
vai ser na casa do meu pai, mais tarde te mando o endereço

desculpa pelo "simon lindo que eu amo muito", vc ja pode imaginar quem mandou"

Alec riu imaginando Simon digitando a mensagem elogiando a si mesmo e depois ficou alguns segundos pensando no fato de que Clary certa vez disse que morava com a mãe e não tinha uma relação muito boa com o pai. Até pensou em perguntar algo, mas achou que estaria sendo indelicado, então apenas respondeu com um simples ok e disse que chamaria dois amigos. Fazia tempo que ele não via e tinha uma conversa pessoalmente com Jace e Izzy. Eram seus melhores amigos desde que ele se conhecia por gente, e hoje em dia, mal tinha tempo para mandar um oi.

— Jace? Oi, aqui é o Alec.

— Eu sei, meu celular tem identificador de chamadas — Jace respondeu e o garoto da outra linha ficou pensando em uma resposta melhor para dar, mas não encontrou e ficou em silêncio. — Tô brincando, cara. E aí, como você tá? Estudando muito?

— Estou bem, eu acho. E em relação aos estudos, eu não aguento mais. Segunda a sexta, o dia inteiro.

— Sério? Pra mim é super tranquilo, só estudo de manhã e venho pra casa.

— Sorte sua. Bom, eu te liguei pra te chamar pra ir numa festa.

— Você indo em festa? O menino que eu tinha que arrastar pra sair de casa? O que aconteceu? Tem namoro no meio, não é? — Alexander tentou acompanhar todas as perguntas que Jace fazia.

— Não é isso. É que tem umas pessoas na faculdade que obrigatoriamente eu tenho mais proximidade, e eles me chamaram pra ir nessa tal festa. Além disso, eu tô ficando meio cansado da rotina. E não, não estou namorando.

— Que vacilo, você ainda é BV? Por isso quer ir pra festa?

— Meu Deus do céu! Cala a boca, Jace, por favor. Você vai ou não? Faz um tempão que a gente não conversa.

— Depende, se tiver bebida eu vou. Onde é?

— Vai ser amanhã ás nove da noite. Nem sei o endereço ainda, mas quando eu souber te mando uma mensagem. Até amanhã.

— Tô com saudades de você. Amanhã a gente se fala, tchau — disse em seguida desligando o telefone.

Alec sentia falta das piadas de seu melhor amigo. Não havia horário para que ele as fizesse. Sempre estava de bom humor e o espalhava para as pessoas ao seu redor.

"Isabelle ainda era muito nova quando um vírus adentrou seu corpo, deixando-a internada por alguns meses. Estes não foram fáceis para Alec e sua família. Mas Jace sempre estava lá para alegrar os lindos olhos azuis de seu amigo. Um dia, quando foram visitar a pequena Izzy, Alec chorou bastante.

— Mas, Jace, e se ela morrer?

— Para de chorar, Alec. Ela vai ficar bem, e quando ela melhorar a gente vai poder desenhar o corpo dela enquanto ela estiver dormindo.

—  E se ela não ficar bem?

— Você faz muitas perguntas. Ainda bem que eu trouxe canetas, podemos desenhar agora — Jace disse enquanto tirava canetas coloridas do bolso.

— Minha mãe vai ver e brigar com a gente!

— A mãe é sua, não minha.

O loiro estava prestes a encostar no braço de Izzy, quando a mãe de Alec entrou no quarto. Ela imediatamente perguntou o motivo para estarem quase rabiscando Isabelle. Jace disse que achou que estivesse segurando um termômetro e estava tentando checar a temperatura.

— Não deveria ter deixado vocês entrarem sozinhos. Venham agora!"

Alexander riu ao lembrar desse momento. Hoje percebe o quão malvado era querer rabiscar uma criança em um hospital apenas para se sentir feliz. Mas ambos eram apenas garotinhos, não tinham ideia do que estavam fazendo.

Ligou para Isabelle para avisá-la sobre a festa. Ela concordou na hora sem fazer perguntas e disse que sentia muita saudade do irmão. Os dois mal podiam esperar para se ver novamente. Haviam passado quase a vida inteira brigando, brincando e se divertindo, era óbvio que não conseguiriam passar tanto tempo separados.

Após um longo dia de faxina e ligações, Alec já se sentia exausto. Colocou o celular na mesinha ao lado da cama e foi dormir.

No dia seguinte, acordou com o toque de mensagens. Com dificuldade para mexer o braço dormente, o esticou e pegou o celular. Tinha uma mensagem da ruiva com um endereço que provavelmente era o da casa de seu pai. Alexander o encaminhou para Jace e Izzy, que apenas visualizaram e não responderam. Como já havia arrumado a casa no dia anterior, decidiu que naquele dia ficaria apenas deitado na cama até dar o horário de tomar banho e ir para a festa. E assim fez, tirando a parte de que precisou levantar algumas vezes para comer e ir ao banheiro.

Quando deu 18 horas, o rapaz foi tomar banho. Talvez fosse muito cedo, mas ele ainda precisaria procurar o lugar certo, o que com certeza demoraria, já que nunca se deu muito bem com o GPS do carro. Pegou uma calça jeans escura, uma camisa social e um tênis. Olhou-se no espelho e percebeu que estava parecendo alguém que estaria indo trabalhar. Muito formal. Então, trocou a blusa e colocou a mais simples que encontrou. Muito largado. Já estava quase desistindo, quando encontrou uma camisa xadrez que Izzy havia lhe presenteado em seu aniversário. A colocou e deixou-a aberta, com uma blusa branca por dentro. Até que não estava tão ruim. Quando se deu conta já eram 19h30 e ele precisava sair. Por algum motivo, passou perfume e checou várias vezes seu cabelo. Talvez estivesse se sentindo ansioso por ser sua primeira festa da faculdade.

Demorou um pouco até encontrar o lugar certo da festa, mas quando ouviu música eletrônica vindo de dentro de uma casa, teve certeza que era ali. Mandou uma mensagem para Clary perguntando aonde ele poderia estacionar o carro e a ruiva respondeu que abriria a garagem. Clary, então, abriu o portão e o fechou após Alec estacionar.

— Já estava achando que você não viria. Sua irmã Isabelle está aqui. Quero dizer, ela me disse que era sua irmã, então deve ser. Vamos subir. — Clary o cumprimentou e Alec a seguiu.

Chegando no lugar onde a festa realmente estava acontecendo, viu Izzy e Simon conversando e rindo bastante. Sentiu uma pontinha de ciúmes dela, mas a ignorou e foi direto abraçar sua irmã.

— Alec! — Isabelle se espantou ao vê-lo. Os dois ficaram abraçados por muito tempo.

— Oi também, Alec — disse Simon atrapalhando o reencontro para não se sentir excluído.

— Vejo que já se conheceram — Alec falou em um tom tentando parecer rígido.

— Pare de agir como o papai, estávamos só conversando enquanto você não chegava. Olha ali o Jace! — Isabelle exclamou e o garoto de olhos azuis virou-se.

— Porra, Isabelle! Eu ía tentar assustá-lo. Não era pra dizer que eu estava aqui! — Jace brincou. Logo após, abraçou Alec.

Os três, junto de Clary e Simon, ficaram conversando e bebendo. Quem mais falava era Izzy. A mais nova ainda morava com os pais, então estava contando tudo o que acontecia na sua casa para o irmão. Os cinco estavam divertindo-se juntos, até Alec perceber os olhares que estavam sendo trocados entre não apenas duas pessoas, mas quatro. Jace e Clary, Simon e Isabelle. Alexander estava sobrando ali, então resolveu deixá-los sozinhos e disse que iria ao banheiro. Havia uma pequena fila, então ficou esperando ali. Por íncrivel que parecia, tinha muita gente que ele nunca havia visto na vida e a casa ainda assim parecia grande. "O pai da Clary deve ser rico", pensou entre seus pensamentos quase totalmente bêbados.

— E aí? — cumprimentou um garoto de cabelos loiros platinados e olhos azuis. Alec o olhou confuso.

— E aí.

— Como você se chama?

— Alec, e você? — perguntou mesmo sem ter interesse em saber.

— Sebastian. Sou irmão da Clary.

— Ah, vocês não são muito parecidos.

— Somos irmãos apenas por parte de pai.

— Legal. — Alexander já não sabia mais o que responder. Odiava fazer novas amizades.

— Sabe, eu te achei bonito.

— Legal... — ele também havia achado o rapaz bonito, mas não precisava dizer isso em voz alta.

— Não sabe responder outra coisa? — Sebastian perguntou se aproximando. No mesmo momento a porta do banheiro abriu e Alec entrou correndo para dentro.

"Bom, eu estou numa festa, é normal que eu beije alguém. Mas o Jace disse que eu só viria pra festa pra perder o BV. Eu não sou mais BV, mas ele não sabe. Isso, Jace!", os pensamentos confusos voavam, se perdiam e se encontravam diversas vezes rodeando a cabeça de Alec. O garoto mandou uma mensagem para Jace dizendo: "cara o irmap da claruy quwr me beijae oq eu faço". Poucos segundos depois Jace respondeu: "vc eh gay? pq nunxa me contpu??? n consigp digitar. beija logo alezandwr".

Ele saiu do banheiro e Sebastian ainda estava ali. Não parecia estar esperando para entrar no banheiro e sim, esperando por Alec. Alexander andou como se não tivesse percebido, mas o loiro o seguiu e o puxou pelo braço.

— Ei, vamos conversar e beber um pouco. — Alec procurou pelos seus amigos e sua irmã, mas não os achou, então apenas seguiu Sebastian. Sentaram-se em umas cadeiras de plástico e o irmão de Clary o levou uma garrafa de vodka e dois copos. — Gosta?

— É óbvio. — Que não. Ele nunca bebera vodka. Beberia esperando que desse tudo certo e ele não vomitasse na cara do garoto. Sebastian encheu os copos e bebeu o líquido que estava dentro de um deles de uma vez só. Alec fez o mesmo, tentando, inutilmente, não fazer careta.

Eles ficaram conversando por algum tempo sobre tudo. Alec descobriu que Clary não falava com o pai e nem era próxima dele, pois ele batia na sua mãe quando estavam juntos. O pai disse que queria se aproximar mais dela, e que se ela quisesse, poderia fazer festas na casa dele, chamar os amigos. Mas a ruiva estrapolou um pouco e chamou mais do que os amigos.

Algumas doses depois, o moreno já se sentia muito tonto, mas ainda não estava perto de vomitar.

— Estou com sono — Sebastian falou.

— Eu também.

— Quer ir pro meu quarto?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Break Walls" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.