Break Walls escrita por skyspracer
Alec já conseguia sentir o seu corpo querendo uma cama quentinha, com travesseiros macios e lençóis de 1000 fios o aquecendo e reconfortando. Mas querer não é poder. Seu estômago já fazia baixos barulhos para alertá-lo que estava com fome a cada minuto. Alec até poderia pedir algo para comer, mas ficou com vergonha e medo de Magnus pensar que ele era um morto de fome. O garoto e o seu grupo de estudos haviam acabado de ler e reler diversas vezes os capítulos indicados pelo professor. Já estava na hora de ir embora.
— Então, Simon — chamou o professor —, onde mora?
— Foster Avenue.
— Eu também — acrescentou Clary.
— E você... — disse Magnus com uma expressão confusa no rosto apontando para a moça de vermelho — Droga, sempre esqueço seu nome.
— Maia — respondeu parecendo brava. — Moro na Ditmas Avenue.
— Alexander? Ei, alô? Acorda! — o professor deu leves tapas em sua cabeça para fazê-lo despertar. Subitamente, Alec abriu os olhos claramente assustados. Esfregou os olhos e virou-se para Magnus. — Dorminhoco, posso saber onde mora?
— Clarkson Avenue, professor.
— Nossa, não tem vergonha de morar longe desse jeito? — Perguntou com cara de nojo. — Vamos logo, antes que cheguem em casa de madrugada. — Todos saíram da casa e entraram no carro. Sentaram-se nos mesmos lugares nos quais tinham vindo. Alguns minutos de silêncio depois, Magnus resolveu falar algo. — Clary e Simon, vocês serão os primeiros a irem embora. Depois Maia, e por último, Alexander. — Mas ninguém o respondeu e o silêncio voltou a instalar-se no carro. Quando chegaram às casas dos dois melhores amigos, eles despediram-se de forma gentil e saíram do carro. O professor esperou até que ambos fechassem as portas de suas casas e deu partida no carro. Quadras depois foi a vez de Maia se despedir deixando apenas Alec e Magnus dentro do carro sozinhos. Continuaram calados até chegar ao lugar aonde o de olhos azuis morava. — Está entregue.
— Professor, obrigado por me trazer em casa — parou de falar ao perceber que Magnus o olhava profundamente. — Não quero ser chato, nem nada disso, mas meu carro ainda está no colégio. E se eu não levar meu carro pra casa, eu não tenho como vir amanhã para a faculdade.
— Primeiro, já disse que deve me chamar de Magnus. — respondeu gesticulando o número um com os dedos e em seguida o número dois. — Segundo, eu posso te buscar em casa amanhã porque agora sei onde você mora. — Quando Alec abriu a boca para contestar algo, Magnus colocou o dedo indicador sobre os lábios do mais novo e, por um momento, esqueceu dos lindos olhos azuis que estavam ali presentes à sua frente. — Não diga mais nada, Alexander.
O professor aproximou-se aos poucos do banco passageiro, tirou o dedo dos lábios de Alec e posicionou suas mãos na sua nuca puxando seu rosto para mais perto. Magnus conseguia perceber o nervosismo de Alec, pois o mesmo havia prendido a respiração como se tivesse medo de que algo desse errado naquele momento. Talvez eles tivessem se beijado naquele exato segundo, se não fosse o toque do celular de Magnus assustando ambos e fazendo-os separar seus rostos. O mais velho resmungou baixo e se remexeu no banco para conseguir pegar o celular em seu bolso. Alec espiou o visor e viu que mostrava o nome "Camille".
— Essa desgraçada só pode estar brincando com a minha cara — disse Magnus ignorando a ligação e jogando o celular no banco de trás. — Dá pra gente acabar logo com isso?
"É só um beijo, Alec, você já passou por isso antes. MEU DEUS, ALEC, VOCÊ NÃO PASSOU POR ISSO ANTES!", pensou o mais novo desesperado. Magnus voltou a encarar o rosto angelical do rapaz e se inclinou para alcançá-lo. Suas mãos se puseram em volta da cabeça de Alec, seus dedos encaixaram-se entre os fios de cabelo. Alexander permaneceu paralisado, apenas tentando corresponder ao beijo. De repente, Magnus o soltou.
— Sabe, seria legal se você interagisse também. Ou meu beijo é bom demais que está te deixando sem reação?
— Desculpe. Ahn, vamos tentar de novo?
Novamente, seus lábios se encaixaram, mas dessa vez, Alec colocou suas mãos na nuca de Magnus, puxando-o mais para perto, quase fundindo seu rosto com o dele. Começou a puxar seu cabelo com delicadeza, enquanto as mãos do mais velho desciam e entravam por baixo de sua camisa. Sentiu os pêlos do corpo eriçarem ao sentir os dedos longos e gelados de Magnus apertarem sua cintura enquanto ele mordia seu lábio inferior. Alexander estava extasiado, queria mais. Bane tirou as mãos da cintura de Alec e resolveu levá-las a um lugar mais baixo. Apertou com força a bunda do mais novo e o puxou para seu colo. Alec estava confuso, mas mesmo assim foi. Sentou no colo de Magnus de frente para ele, colocou uma perna de cada lado e sentiu-se um pouco desconfortável naquela posição. O carro agora parecia pequeno demais. O beijo já durava alguns minutos, ambos já não encontravam mais o ar, então pararam. Um ficou olhando para o outro por alguns segundos e logo depois, beijaram-se novamente. Alec lembrou-se de um filme que havia visto em que um casal se beijava, e a mulher, que no caso estava na mesma posição de Alec, rebolava no colo do namorado. E foi isso que fez. De um jeito desajeitado, porém bom para ele, o rapaz rebolou sobre o pênis de Bane e o mesmo apertou sua bunda com mais força. Magnus pôs as mãos na borda da camisa de Alec e tentou tirá-la, mas o rapaz não permitiu. Só aí se deu conta do que estava acontecendo naquele momento.
— Eu... — sentia sua boca levemente inchada — Eu preciso ir. — Trocou de banco, pegou sua mochila e abriu a porta para sair, mas Magnus o segurou.
— Durma bem. Amanhã eu venho te buscar às 06:40, não se atrase.
— Boa noite, Bane. — Alexander com certa dificuldade, abriu a porta do seu apartamento e entrou correndo. — Puta que pariu, eu perdi o BV! — gritou, pouco se importando se alguém o ouviria.
Alec se despiu, jogou tudo para o alto e apenas deitou na cama. Seu pensamento só o levava para os beijos que havia recebido e dado. Colocou suas próprias mãos nos lugares onde Bane havia apertado e os apertou, lembrando-se dos mínimos detalhes. Agarrou seus fios de cabelo e arqueou seu corpo na cama. Quando percebeu, já estava segurando aonde não deveria. Ou deveria? Após tudo isso, apenas uma palavra veio a sua cabeça: "Merda!".
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