Contei para Daphne e Even que iria fazer um passeio na casa de papai acompanhada por Nataniel, não demorou muito para que a noticia se espelhasse.

— Vocês estão namorando? - perguntou uma das Selecionadas para mim. - por isso querem ir  visitar a casa do seu pai? Por que estão de relacionamento sério? 

Fingi não escultar. 

Na hora do jantar, comemos um delicioso cordeiro com polenta cremosa.  Na hora da sobremesa um apetitoso mousse de maracujá.

Fui para o  quarto mais cedo que todas as outras garota, pois queria pensar. Dispensei Clarisse e passei alguns minutos andando pelo quarto. No dia seguinte, vesti os trajes escolhidos por Clarisse, minha emprega, e antes mesmo das garota adentrarem para tomar café, parti com Nataniel de limousine preta.

— Você nunca andou em uma dessas? - me perguntou o príncipe, percebendo a curiosidade e admiração em meu olhar.

— Nunca. - respondi, sorrindo de leve. - Obrigada, Nataniel. Você é um doce! Juro que vou me comportar. Eu juro.

Ele abriu um sorriso. - Você falava sério quando dizia querer ir embora?

Parei para pensar em tudo que vivenciei naquele outro dia. - Acho mudei de ideia. Aliás, está esbanjando muitos privilégios comigo... As garotas já estão impacientes para ter uma chance de se encontrar com você.

Ele olhou pela janela do automóvel, admirando a paisagem de praças, mercadinhos e ruas do país. Eu amava Camélia! Amava o frio europeu e as flores de campos mais que tudo!

— Minha futura esposa precisa ser paciente. - Nataniel me disse. - precisa também saber a hora certa de agir e a hora de repousar.

Pensei no que ele havia dito nas últimas horas de viagens. Meu bairro - Jardim Europeu - ficava um pouco mais distante. Perto de praças, com vista para montanhas frias e sempre com a decoração de guinomos em cada jardim vizinho.

— É ali. - apontei para a propriedade onde morava. Meu peito quase saltou para fora.

O motorista parou bem na frente. Descemos eu e Nataniel, que animadamente tocou a campainha. Um homem de cabelos acajus abriu a porta, esse homem era o meu pai. 

— Ah, céus! - exclamei, pulando sobre o seu corpo. E o abracei fortemente. Depois de alguns minutos nos apertando, eu o soltei. Sorrimos juntos. Eu o amava tanto, amava-o mais que tudo.

— Filha, - papai me olhou. - você está perfeita!

Ri também. Era aquele homem o meu verdadeiro pai e pouco me importava naquele momento  se era legitimo ou não.

Me virei para o lado. Nataniel sorria, parecia muito comovido com o nosso encontro.

— Este é o príncipe! - me apresei em apresenta-los. Fiquei um pouco vermelha.

Papai reverenciou para Nataniel.

 Foi tudo muito divertido, tomamos chá e rimos muito. Nataniel pediu para conhecer a parte de cima da casa, eu lhe mostrei o antigo quarto onde costumo guardar as minhas lembranças de infâncias. Eram caixas e mais caixas, repletas de brinquedo e roupinhas de bebê.

— Aquele é o meu quarto. - apontei para a porta esquerda do corredor.

— Posso entrar? - ele sorriu. - nunca entrei em um quarto de garota antes.

E ele entrou sem nem ao menos ouvir a minha resposta.

— Ei, - assim que adentrei no comodo escutei sua risadinha exagerada. - aquele sou eu?

Fiquei vermelha de vergonha ao me deparar com o poster de Nataniel na parede. E o pior é que eu tinha escrito com pincel em letras graúdas "Diasy e Nataniel, almas gêmeas!" Ele pareceu de divertir com a minha cara de quem sentia o rosto queimar de desconcerto. Nataniel se jogou na minha cama e rolou de rir.

— Para! - fiz  bico. - vamos logo lá pra baixo.

E nós descemos. Natan quase caiu da escada na hora de descer de tanto rir.

— Adorei a sua casa e você é muito hospitaleiro. - cumprimentou ele o meu pai, na hora de irmos embora. Pude sentir um traço de amizade ou algo do tipo. Eles deram as mãos e por fim eu me despedi com lágrimas, abraços e beijos.

Natan me atirou piadas como "costumava me dar boa noite antes de dormir?" e "Sou mesmo sua alma gêmea?" enquanto voltávamos de carro para casa.

Quando chegamos, cruzamos o salão rindo, o que fez todos se voltarem para nós.

— Alteza! - ouvi uma das empregadas, Clarisse, dizer ao se aproximar. - Desculpe o incomodo mas uma das Selecionadas foram pegas roubando.

Fiquei boquiaberta. - O quê? - disse antes mesmo que Natan perguntasse algo.

— Achei isso - ela tirou um colar de rubi do bolso do uniforme. - o colar de rubis da sua mãe nas coisas de Eleven Swift.

( colar   http://mlb-s2-p.mlstatic.com/colar-em-rubi-e-diamante-folheado-em-ouro-18k-18393-MLB20154436948_082014-O.jpg )

Quase fui parar no chão.