Flayer logo trouxe um punhado de roupas nos braços, para que Gil experimentasse. O vi arregalar os olhos ao ver tudo aquilo, mas antes que pudesse reclamar Flayer e eu o empurramos para dentro do provador e colocamos os looks para que ele pudesse vestir. Contra gosto ele se viu obrigado a experimentar um por um.

Sentei-me em um sofá de couro bege que ficava a frente do provador, esperando que ele trocasse de roupa, e saísse para que eu avaliasse. Que tarefa árdua não?

Talvez para ele.

O primeiro modelo foi um terno branco, confesso que isso ressaltava muito bem seus olhos azuis e cabelos levemente grisalhos, mas realmente branco não era seu tom. Depois fora um em marrom, com tom muito bonito, porém o corte não combinava.

Senti Gil suspirar depois de algumas trocas de roupa, quando ele saiu já desanimado, eis que temos o escolhido. O pretinho básico realmente não falhava. Porém a camisa por baixo do blazer não combinava. E a grava também não era a esperada.

Junto com Flayer optamos por esquecer-se da gravata, já que a camisa branca de botões que Flayer havia escolhido caia extremamente bem e não necessitava de acompanhamento. Olhei novamente Gil de cima a baixo e dessa vez foi em quem o comeu com os olhos.

— Com licença. – Disse baixo me aproximando dele.

Arrumei a roupa colocando a camisa para dentro da calça dele, percebi que ele se incomodou com o toque. Logo o fiz tirar o blazer, e dobrei as mangas até alguns centímetros a baixo do cotovelo.

— Ei, o que você acha? – Fitei Flayer.

— Nossa, mas ficou uma delícia. – Disse espalhafatoso.

— Tem que ser assim? – Gil se referia a camisa por dentro da calça.

— Para esse tipo de corte de roupa sim. – Sorri. – Existem outras calças que tu consegue colocar a camisa por cima, mas com certeza não é nem essa calça e nem essa camisa. – Fitei Flayer. – Vou levar. – Pisquei.

— Como Sara? Você já viu o preço disso daqui?  - Arregalou os olhos.

— Gil, vá se trocar que ainda temos muito que fazer.

Ele trocou-se e contra gosto comprei o conjunto e mais algumas camisas que havia gostado nele que com certeza ficaria magnífico se combinado com os jeans que veríamos nas outras lojas.  O dia mal havia começado.

Gil ficara indignado quando fomos ver os sapatos, e por fim acabamos levando cinco pares ao invés de um, claro que três para ele e dois para mim, afinal eram sapatos, não sou de ferro. Se ele não estivesse tão encabulado teria pegado mais um calçado que havia achado lindo para ele, o que faria posteriormente já que agora sabia o número de seu pé. Quando finalmente terminamos as compras, talvez umas seis horas depois nós largamos as compras no porta-malas do carro que estava no estacionamento, fechei o mesmo e o puxei de volta para o shopping.

— Sara, pelo amor de Deus, eu achei que havíamos terminado as compras.

— E terminamos, mas estou com fome. Vem, vamos à praça de alimentação comer algo.

Ele não me negaria isto, ele era a pessoa que mais insistia para que eu coma nos últimos dias, então com um sorriso vencido, ele me acompanhou.