Olicity - Dark One escrita por Buhh Smoak


Capítulo 5
Capítulo 04


Notas iniciais do capítulo

Grupo no face: Fanfics da Buhh Smoak



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/691266/chapter/5

Oliver

Eu tentava me convencer que tudo aquilo não passava de um pesadelo, mas a voz insuportável de Palmer me trazia a realidade no segundo seguinte. Ele andava de um lado ao outro da sala e repetia que a culpa era minha, que se a Felicity não lembrava dele e que eu era o único culpado. 

Apesar dele não estar totalmente errado quanto à ser culpa minha, ele estava errado quanto a Felicity não se lembrar dele, porque a pessoa no quarto no fim do corredor não era nossa Felicity, e sim outra pessoa com a mesma aparência. 

Alguém que me olhava com tanta intensidade que eu chegava a perder o ar, mas que ao mesmo tempo trazia a tona uma realidade que eu jamais fui capaz de acreditar até aquele momento.

— Ela não pode se esquecer de mim, não depois de todos os planos que fizemos juntos.
— Ela não esqueceu de você Palmer. - tentou intervir Sara, mas ele parecia não ouvi-la.
— Ela sempre dizia que nosso casamento era a melhor coisa que aconteceria em sua vida e como agora ela não se lembra de mim?
— Ela não é a nossa Felicity. - falei baixo, sem olhar para ele, que continuou suas lamentações. 
— Ela queria morar nessa casa, na nossa casa. 
— Ela se foi. - aumentei a voz, mas ainda não era suficiente.
— Ela precisa se lembrar, ela tem que se lembrar.
— ELA NÃO É A NOSSA FELICITY. 

Gritei com tanta força que senti minha garganta arranhar. Eu tinha que parar com aquela ladainha porque tínhamos coisas mais importantes para resolver.

— Como ousa? - me virei e o encontrei me encarando com toda raiva que ele cultivava nos últimos dias.
— Você pode me culpar pela morte dela, porque sim... ELA MORREU. - falar isso era como apunhalar meu próprio peito milhares de vezes, mas tínhamos que encarar a realidade. - Mas ficar se iludindo que a Smoak é a Felicity não vai te levar a lugar nenhum.
— Ela não morreu, você a viu. Ela só está confusa com tudo.
— Não Palmer, ela não está confusa. - disse Barry, chegando e parando ao meu lado. - Aqui, os exames que você pediu.

Olhei para o envelope e sabia que ali era a confirmação definitiva de que a Felicity não estava mais entre nós. Mesmo já tendo certeza disso.

— Obrigado.
— Que exames são esses? - Palmer só não avençou em mim porque Barry estava entre nós dois.
— A prova que você precisa de que essa mulher não é a Felicity.

Abri o envelope e passei os primeiros exames que falava sobre a saúde dela, o que me interessava estava no fim do bolo de papeis. O teste de DNA. 

Como eu esperava, mesmo para mim que era leigo ficava claro de que a Smoak não era nossa Felicity. E aquele exame era a única forma de provar não somente para o Palmer, mas para Donna que sua filha não era a mulher que estava viva em nosso convívio.

— Aqui está a prova de que a Smoak não é a Felicity. - entreguei o papel para o Palmer, e devolvi o resto para o Barry. - O resto está tudo em ordem?
— Sim, ela está saudável, mas existem diferenças em seu organismo nunca vistas entre nós. 
— Como assim?
— Não sei explicar isso sem usar termos científicos, mas resumindo, o organismo dela é mil vezes mais resistente que o nosso. O Wells está enlouquecendo com as análises do sangue dela. Quando mais ele fuça, mais coisas descobre.
— Não pode ser. 

A voz de Palmer era de descrença e por um momento eu senti pena dele. Ele leu e releu o exame por inúmeras vezes, até que o deixou cair no chão e saiu em disparada para o corredor dos quartos.

Barry disparou na minha frente e quando cheguei ao corredor ele segurava o Palmer contra a parede.

— O que você pensa que está fazendo?
— Eu não acredito nesse exame. – a voz embargada não permitia que ele falasse alto. - Eu preciso falar com ela.
— Não. Ela precisa descansar antes de ser bombardeada de perguntas.
— Oliver, eu sou o noivo.
— CHEGA. – o peguei pelo braço e o arrastei de volta a sala. – Vamos esclarecer umas coisas. – o empurrei para sentar no sofá. – A partir de hoje você não vai falar com ela desde eu esteja junto.
— Quem você pensa... – tentando levantar, mas o impedi com meu corpo.
— Eu não penso nada, eu estou exigindo que você respeite aquela mulher que está no quarto. Ela não é a Felicity e você tem que aceitar isso. Você sabe quem eu sou, quem o Barry é e todas as loucuras que já enfrentamos. Então trate de começar a aceitar o que realmente está acontecendo aqui.

Essa seria a última conversa que teríamos sobre esse assunto. Ficar se iludindo sobre o que aconteceu com a Felicity não nos ajudaria em nada.

— Se você quiser podemos encontrar outro lugar para ficar, mas se continuarmos aqui tem que respeitar a situação.
— Eu vou embora. – levantando, me fazendo dar alguns passos para trás. – Só que essa história não termina aqui. Jamais vou aceitar que ela morreu e pode ter certeza que sempre vou culpa-lo seja pelo que for. – passando por mim e empurrando meu ombro.

O cansaço pesava cada vez mais e eu tinha certeza que logo perderia a paciência em relação a ele. Barry me encarava, pela sua cara estava tão cansado quanto eu.

— Vai descansar Barry, eu fico aqui de olho nela.
— Tem certeza?
— Sim. Preciso de você depois e ninguém aqui precisa se desgastar mais do que já estamos.
— Vou encontrar algum quarto para deitar um pouco, mas qualquer coisa me chame.
— Pode deixar.

No segundo seguinte eu e Sara estávamos sozinhos. Diggle já estava descansando depois de muito eu insistir, mas eu precisava de todos em algumas horas para começar a pensar na cidade, então tínhamos que passar um tempo em silêncio digerindo a morte de Felicity antes de qualquer coisa. Sara ficou o tempo todo calada enquanto observava minha discussão com Palmer, mas eu sabia que ela estava no limite.

— Porque, Oliver? Porque ela?

Eu conhecia a Sara o suficiente para saber que o controle já não fazia mais parte dela. Encurtei a distancia e a abracei, enquanto o choro se tornava alto e compulsivo.

— Não sei, Sara. Se eu pudesse eu estaria no lugar dela. – me entreguei ao choro com minha melhor amiga.

Acreditar já não era o problema, mas saber que nunca mais a veríamos era dilacerante. Apesar da cópia morena de nossa Felicity, nada mais seria como antes.

— Será que ela sofreu? Ela não merece isso. – escondendo o rosto em meu peito.
— Tenho certeza de que cada suspiro dela até o fim foi pensando na gente, essa é nossa Felicity. - apertei meus braços envolta dela e deixei que ela continuasse a despejar toda sua tristeza.

Eu estava de frente para o corredor e vi a última pessoa que esperava. Smoak estava parada na porta do corredor e seus olhos brilhavam como nunca vi em ninguém. Mesmo chorando pela perda de alguém que eu realmente amava, aquela mulher fazia com que eu sentisse um alivio imenso de te-la por perto e isso só piorava a dor que apertava meu peito. Sara se afastou e limpou os olhos, o cansaço estampado em seu rosto como em todos nós.

— Vou descansar também e se eu fosse você eu faria o mesmo.
— Vou tentar.

Seguindo pelo corredor, ela seguiu sem encontrar Smoak, que provavelmente tinha voltado para o quarto. Eu tinha que dar uma olhada nela antes de mais nada e uma ansiedade estranha aumentava a cada passo que eu dava em direção ao quarto. Ela não estava na maca e sim parada ao lado da janela, vendo a noite sem movimento, uma vez que estávamos isolados de qualquer coisa.

— Na minha realidade eu fui a dois enterros de pessoas que eram muito importantes para mim e agora eu os vejo vivos andando por ai. Então acho que posso dizer que entendo o que você deve estar sentindo quando me vê. – olhando para mim, mas sem se mover de onde estava.
— Quem eram?
— Sara e Diggle. Nunca encontrei alguém parecido com o tal do Ray e o Barry.
— E eu? Tenho uma cópia?
— Sim, uma péssima cópia por sinal.
— Ela é do mal?
— Não exatamente, mas não ser do mal não o torna a melhor pessoa do mundo. Pelo menos não em relação a mim.

Ela voltou a se aproximar da maca e subir nela. Me aproximei, sentindo uma necessidade absurda de estar perto.

— Vou descansar um pouco, os outros já foram se acomodar.
— Eu odeio dizer isso, mas se importa de ficar aqui no quarto comigo? Sai aquela hora porque estava me sentindo mal.
— O que você está sentindo? – contornei a maca e parei ao seu lado. – Está com febre? – coloquei a mão em sua testa e me arrependi no segundo seguinte. – Está com febre.

Meu erro foi toca-la. Afastei minha mão, mas não consegui me afastar por completo. Levantando o rosto ela olhou para mim e seus olhos tinham o mesmo tom de azul de Felicity, mas com uma diferença, várias pintas acinzentadas se misturava as cores.

— Não me incomodo pela febre, mas ficar nesse lugar sozinha não está me fazendo bem. – falando baixinho.

Dei dois passos para trás, mas continuamos nos encarando. Aquela situação era surreal e eu tinha que lembrar que aquela mulher era uma desconhecida apesar de parecer muito com alguém que eu conhecia muito bem.

— Vou avisar o Barry que você está com febre para que ele veja o que pode ser feito e já volto para dormir no sofá.
— Tem certeza que não se incomoda?
— Tenho. Descansar sem saber como você está me incomoda também. – falei sem conseguir conter as palavras. – Já volto.

Sai do quarto antes que ela dissesse alguma coisa. Primeiro pelo receio daquela conversa continuar e também por me preocupar com ela. Se seu organismo era diferente do nosso, a cura para qualquer coisa poderia ser complicada também. Acordei Barry, que nos segundo seguinte ao saber da febre da Smoak foi para Central em busca de respostas. Demorei um pouco para voltar para o quarto e quando o fiz ela estava dormindo de novo. Me aproximei da maca e de perto ela estava um tanto pálida. Seus traços eram idênticos a de nossa Felicity, mas algumas linhas marcavam seu rosto, como se ela não fosse tão cuidadosa com sua pele. Queria tocar em seu rosto e saber sua textura, mas quando estava prestes a levar a mão até seu rosto, ela começou a se agitar.

— Não, Malcom. NÃO.
— Smoak?

Ela se mexia tanto que precisei segurar seus braços para não se machucar. Era desesperador ver seu descontrole, além de ouvir de sua boca aquele nome que só me trazia dor de cabeça.

— Acorda, é só um pesadelo.
— Não, eu não quero ir. – se debatendo ainda mais.

A fiz sentar na maca e a prendi em meus braços, ela era extremamente forte, mas isso não me impediu de mobiliza-la.

— Não, NÃO. – tentando se soltar.
— Sou eu Smoak, o Oliver. ACORDA.

Falar mais alto pareceu surtir efeito, mas enquanto ela se debatia eu não me preocupava em estar tão perto dela, mas agora que ela tinha se acalmado eu sentia o calor que o corpo dela emanava e isso não ajudava em nada a tentar manter o controle de meus pensamentos em relação a ela.

— Oliver?

A soltei quando ouvi sua voz oscilar. Dei um passo para trás e a encarei, percebendo que ela não sabia o que tinha acontecido.

— Você estava se debatendo.
— Acho que tive um pesadelo. – esfregando o rosto. – Só que não lembro sobre o que era.
— O nome Malcom te lembra alguma coisa?
— Ah sim, sempre tenho pesadelos com esse homem. – voltando a deixar na maca.
— Não me admira que ele tenha uma cópia também. – fui para o sofá para tentar disfarçar meu desconforto. – Mal também?
— Em dobro, porque na minha terra ele era meu sogro.
— Sogro?
— Sim, namorei o Tommy por um tempo e acabei descobrindo que o pai dele é um criminoso.

Não consegui reagir ao que ela tinha me contado. Fiquei a encarando imaginando ela e Tommy juntos, mesmo que não fosse o mesmo Tommy da minha realidade eu senti um incomodo fora do normal com isso.

— Então ele tem uma cópia de corpo e de alma... – consegui falar. - ... porque aqui ele também é bandido. Só não provamos isso ainda.

O cansaço deu as caras e me acomodei no sofá. Era bom ter uma desculpa para dar fim a conversa, estava com receio de saber mais sobre sua relação com Tommy e não ser capaz de disfarçar meu incomodo.

— Vou dormir um pouco, se precisar de mim é só chamar.
— Pode deixar.

Fechei os olhos e respirei fundo, sabia que não conseguiria dormir, mas de olhos fechados eu tinha algum tempo para digerir todas aquelas informações e também esperava encontrar alguma lógica sobre o que sentia. Ou pelo menos saber se isso era por causa da Smoak ou pela lembrança que ela me trazia de Felicity.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Olicity - Dark One" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.