Olicity - Dark One escrita por Buhh Smoak


Capítulo 4
Capítulo 03


Notas iniciais do capítulo

Essa fic é um desafio para mim, mas tenho que admitir que estou adorando desenvolve-la.
Espero que as coisas fiquem mais claras para vocês.


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Smoak

Dor não define o que eu estava sentindo quando abri meus olhos. Esperava chegar em algum lugar divino onde eu teria o descanso eterno que minha mãe sempre dizia existir após a morte. Não que eu acreditasse nisso, mas depois do que aconteceu era única coisa que eu podia esperar mesmo não acreditando nessa conversa toda.

— O cabelo dela não parece pintado.
— Não mesmo, será que queimou com a corrente elétrica do tal portal?

Ouvi a conversa em algum lugar por perto, porque eu estava sozinha no quarto onde estava. Quarto esse que eu não fazia ideia de onde era.

— Espero que ela acorde logo, porque não aguento mais o Oliver mau humorado e o Palmer brigão rondando a casa.

A porta abriu e eu fechei os olhos. Não estava pronta para encarar o que tinha acontecido comigo, porque eu parecia estar mais viva do que nunca. E ouvir o nome do Oliver não ajudava em nada, mas eu não fazia ideia de quem era Palmer.

— Ainda dormindo. – aquela voz era familiar, mas era impossível que a pessoa que vinha a minha mente estivesse ali a não ser que eu realmente estivesse morta.
— Olha, se ela não é quem a gente pensa que é esse mundo é muito injusto. - ouvi passos e um perfume amadeirado tomou o lugar.
— Porque?
— Duas Felicity´s lindas e tenho certeza que vou levar um pé na bunda dessa assim como levei da outra.
— Disso não tenho duvidas, Barry.
— E ai? Nada ainda?

Mais uma voz que fez um nó se formar em minha garganta, mas dessa vez era grave e lembrava um dos homens mais importantes da minha vida. Meu coração estava acelerado e um barulho agudo tomou o lugar.

— Ela está passando mal? – perguntou a mulher.
— Não, ela acordou. – sendo inevitável que eu abrisse os olhos.

Eu estava com meus olhos fixos no homem negro a minha frente. Aquele que me fez acreditar que mesmo depois de tudo o que passei na adolescência ainda valia a pena querer viver. A mulher, que estava olhando os monitores ao lado a cama, se virou e pela visão periférica a vi segurar no braço do homem mais novo, o Barry.

— Você.

Minha voz quase não saia, mas foi o suficiente para que me entendessem. Não se moviam e os olhos do homem parado aos pés da cama, que pela inclinação eu podia olhar em seus olhos sem fazer nenhum esforço, estavam cheios de lágrimas.

— Você me conhece?
— Conheço, mas não entendo como você pode estar aqui.
— Barry, chame o Oliver.
— NÃO. – um grito saiu de minha boca e o barulho agudo triplicou.

Eles me olhavam sem entender, mas somente a menção daquele nome já me fazia ter vontade de fugir. Não suportava a ideia de ter que dividir meu espaço com alguém que me magoou tanto.

— O que tem o Oliver?

Virei meu rosto para o lado e vi uma janela mostrando que ainda era noite. Senti meus olhos arderem e um toque em meu braço fez com que eu voltasse minha atenção para o outro lado novamente.

— Não sei quem é você. – disse Sara, que eu conhecia, mas em seus olhos era o mesmo que olhar uma desconhecida. – Mas se o Oliver não te faz bem, não vamos chama-lo.
— Você não pode estar aqui. – a encarei, com mais lágrimas acumulando em meus olhos.
— Eu? – soltando meu braço.
— Nenhum de vocês dois. – voltei a olhar para Diggle.
— Desculpe, mas do que você está falando.
— Vocês morreram. – o nó tornando quase impossível falar. – Na minha frente.

O primeiro soluço veio e eu me odiei por isso. Se tinha uma coisa que eu odiava era chorar na frente de alguém, mas depois que o caos se instalou em minha vida essa era uma rotina que eu estava quase me acostumando.

— Acho que temos muito que conversar, mas você precisa descansar. – disse o rapaz.
— Não, eu não quero descansar.
— Felicity.

Encarei novamente o Diggle sem entender porque ele estava me chamando pelo meu primeiro novo. Ninguém me chamava assim.

— Smoak. É assim que todos me chamam. Você sabe disso.

A expressão de confusão continuava em seu rosto, mas ele não disse mais nada. Caminhou até uma mesa que tinha no quarto e pegou uma bandeja com comida.

— Você precisa comer. Depois disso vamos conversar e entender o que está acontecendo.

Meu estomago roncou quando ele colocou a bandeja no meu colo. Mesmo não querendo desviar o assunto, eu tinha que comer alguma coisa.

— Obrigada.
— Vou avisar aos dois machos da casa que ela acordou. – disse Barry, sorrindo para mim.
— Para de ser estranho que está assustando ela. – Sara deu um tapa em seu braço e deu a volta na cama, sentando aos pés dela.

Vi quando o rapaz saiu do quarto como um raio e senti meu coração dar um pulo pelo susto.

— Mas o que...? – olhando para a porta, onde ele saiu sem que eu mal pudesse vê-lo.
— Depois te explicamos isso também. – disse Sara. – Come logo.

Ela continuava mandona como sempre, mas aquela mulher não parecia com a minha amiga. Os olhos dela não tinham a mesma raiva de sempre, ela parecia tranquila demais. Peguei a colher e peguei um pouco do mingau que estava no prato. Apesar da aparência estranha estava bom.

— Você se chama Felicity Smoak, certo? – perguntou Diggle.
— Felicity Megan Smoak, mas ninguém me chama de Felicity a anos. – sem entender o porque dele me perguntar isso.
— E você mora em Starling City desde sempre?
— Sim.
— Sua mãe chama Donna? – perguntou Sara.
— Minha mãe? – larguei a colher e a encarei sentindo raiva por uma pergunta estúpida como aquela. – Você está de brincadeira, não é? – o nó em minha garganta quase me sufocou ao lembrar de minha mãe.
— Não, ela não está de brincadeira.
— Minha mãe morreu quando eu era criança, vocês sabem disso.

A confusão continuava estampada no rosto deles, pareciam não entender o que eu dizia.

— Barry, me deixe entrar nesse quarto.

A voz de Oliver era tão alta que eu nem precisei me esforçar em escuta-lo. Larguei a colher de vez quando o incomodo da presença dele tirou meu apetite.

— Ela não quer te ver.
— Não quer me ver? Como assim ela não quer me ver?
— Então me deixa entrar. – outra voz desconhecida surgiu.
— Acho que você pode. – Barry parecia aflito pela situação.
— Pode deixar o Oliver entrar. – o apito do monitor triplicou quando eu disse isso. Me obrigando a arrancar o medidor que frequência que estava no meu dedo.

Diggle foi até a porta e a abriu, mesmo sabendo que além de Oliver tinha mais um homem querendo me ver, eu não consegui ver mais nada além dele. Senti meu coração dar um salto ao encarar aqueles olhos azuis de novo. Nosso último encontro não tinha sido dos melhores, mas ao mesmo tempo eu jamais esqueceria o que aconteceu entre a gente.

— Felicity. – o outro homem disse emocionado, chamando minha atenção.
— É Smoak. – disse a Sara. – Ela não gosta que chamem ela de Felicity.
— Como se sente?

A voz mexia comigo de um jeito que eu odiava e já podia ver a cara o Tommy me atormentando por não querer aceitar o quanto esse infeliz mexia comigo.

— Sem entender muito bem o que está acontecendo. – olhei para o Diggle e depois para a Sara.
— Tudo está muito confuso. – disse Diggle. – Pelo que ela disse eu e a Sara deveríamos estar mortos.
— Mortos? – ele olhou para o Diggle com a mesma cara de confusão que ele estava.
— Não é hora de ficar falando de morte. – disse o tal homem. – O que importa é que você está bem. – se aproximando dos pés da cama.
— Desculpa, mas quem é você?

O olhar que o homem me lançou era quase de dor, olhei para o Oliver que me encarava com a testa franzida.

— Você não lembra de mim?
— Eu não conheço você.
— Como não? – se exaltando.
— Ray, lembra do que conversamos? – questionou Diggle. Nem me abalei em perguntar o que eles conversavam porque não adiantaria querer entender.
— Aquela história absurda dela não ser a minha Felicity? – se virando para Oliver, quase avançando para cima dele. – A culpa é sua dela não se lembrar.
— Não é hora para encontrarmos culpados. – Sara estava tão raivosa quanto o tal do Ray.
— Será que vocês podem me explicar o que está acontecendo? – falei mais alto do que eles, cansada daquela ceninha.
— Felicity. – Oliver tentou começar a falar.
— Smoak. Ninguém me chama assim desde meus 10 anos.
— Nunca a chamamos assim. – disse Ray.
— Eu nem mesmo te conheço, como você sabe o modo como me chamam?
— Você deve estar com amnésia.
— Palmer. – gritou Sara. – Ela não é sua namorada.
— Noiva.
— Como é que é?

Oliver se aproximou de Barry e falou alguma coisa no ouvido dele que ninguém mais ouviu. Segundos depois ele saia do quarto como antes e Palmer também sumiu com ele.

— Alguém pede pra esse cara parar de fazer isso. – meu coração deu outro salto.
— Ele tem poderes sobrenaturais. – disse Oliver.
— É um meta humano?
— Sim. Você não conhece o Barry também?
— Não.
— Acho que chegou a hora de esclarecermos algumas coisas. – pegando a bandeja do meu colo e devolvendo para a bancada. – Como está se sentindo, Smoak?
— Confusa.
— Estou querendo saber fisicamente, como se sente?
— Com o corpo um pouco dolorido, mas só.
— Então podemos conversar sobre o que realmente interessa.

Sara foi até a porta e a trancou. O que eu agradeci porque não queria lidar com a loucura do tal Ray. Oliver sentou aos pés da cama e me encarou de um jeito que me lembrou muito nosso ultimo encontro.

— Qual a última lembrança que você tem?

Afastei qualquer pensamento sobre Oliver e me foquei sobre o que tinha acontecido, no que parecia, dia anterior.

— Eu lembro de correr por Starling fugindo do meu ex sogro.
— Ex sogro? – questionou Sara.
— Sim, o Malcolm Merlin. Ele tinha descoberto alguma coisinhas que eu sabia dele e veio atrás de mim. Eu cheguei no centro da cidade, naquele ponto onde tem vários prédios comerciais e nos deparamos com um tornado. Ele cresceu do nada e começou a varrer tudo e quando eu voltei a correr no sentido oposto com o Merlin, tropecei em alguém.

A lembrança da loira caída no chão fez com que eu sentisse um pouco de tontura. Fechei os olhos e senti meu estomago revirar.

— Você está bem? – quis saber Diggle.
— Não. – sentindo o nó em minha garganta.
— Podemos deixar essa conversa para depois. – disse Oliver.
— Não, eu estou bem. – voltei a abrir os olhos. – É que eu vi uma coisa que é difícil de acreditar.
— E o que foi?
— Uma mulher, caída no chão. Ela era... loira e... – não consegui concluir a frase pelo absurdo da situação.
— E... – Oliver tentava se conter, mas todos me olhavam apreensivos.
— E ela era igual a mim.

O silêncio permaneceu por alguns instantes, quando Oliver levantou da cama indo em direção a janela. Eu não estava entendendo nada, mas ao que tudo indicava aquela mulher era conhecida deles.

— Vocês me chamam de Felicity, o tal do Ray acha que eu sou a noiva dele e vocês ficam me olhando com essa cara de assustados. Essa mulher, parecida comigo ou igual a mim, ela é amiga de vocês?
— Sim, Smoak. – Sara foi a única que se aproximou de mim, porque Diggle tinha ido até onde Oliver estava. – Sei que parece ainda mais absurdo, mas essa pessoa que era sua cópia era alguém muito importante para nós. E ela morreu antes do tal tornado tomar conta de tudo.
— Não estou entendendo nada. Como é que eu nunca a vi antes? Ela era quase a minha irmã gêmea loira.
— Acreditamos que vocês nunca se viram porque não estavam na mesma cidade, apesar de ambas morarem em Starling City.
— Como isso é possível?
— Você já ouviu falar em dupla dimensão? – o Barry entrou como um raio e novo no quarto, mas agora pela janela.
— Não, mas você pode parar de fazer isso? – coloquei a mão no peito, já sentindo meu coração acelerado.
— Desculpa.
— Felicity. – começou Oliver, se virando, com os olhos vermelhos pelas lágrimas contidas. – Quer dizer, Smoak.

Concentrei minha tensão nele, mesmo que isso fosse muito difícil para mim.

— Sei que as coisas vão ser muito difíceis de hoje em diante, mas temos que ser realistas. Você está aqui e a nossa Felicity parece estar no lugar no qual você pertence. Não fazemos ideia de como isso é possível, mas estamos trabalhando para entender e quem sabe reverter isso. Quero que você se recupere e quando estiver pronta para sair dessa cama vamos conversar novamente, mas agora nem você nem nenhum de nós tem condição de tentar entender ou encontrar respostas. – o choro dificultando a fala. – Só preciso saber de uma coisa.
— Se eu puder responder. – sentindo uma tristeza imensa tomar conta de mim por ve-lo daquele jeito.
— Ela estava... morta?
— Acredito que sim.

Oliver me encarou até que a primeira lágrima caísse, para somente então sair do quarto. Ninguém falou nada, mas eu sabia que eles estavam sentindo o luto com a perda de alguém importante. Foi o mesmo luto que eu senti quando perdi Diggle e Sara, mas agora eles estavam ali na minha frente, mesmo parecendo outras pessoas. Tudo estava muito confuso e eu queria perguntar mais, entender mais, só que naquele momento eu permaneci em silêncio respeitando a dor que vinha daquelas pessoas a minha frente.


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