Amor de Maroto - Antes de Acabar escrita por Helena Prett


Capítulo 2
Amnesia


Notas iniciais do capítulo

Eu me esforcei bastante nesse capítulo para criar mais problemas (adoro!) hahaha

Boa leitura!



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Amnesia

 

“Os documentos dizem que ele é Lupin.”

Após essa confirmação, Dorcas foi incapaz de continuar o que fazia anteriormente. Suas mãos ainda tremiam e seu corpo parecia estar prestes a desabar. As lágrimas lavavam seu rosto atônito, que paralisara na expressão sem reação da loira. As vozes vindas do quarto e do corredor do hospital estavam abafadas por um ruído ensurdecedor que parecia vir de todos os lados. A mulher, ao ver o sangue de seu noivo em suas mãos, não conseguiu mais segurar os pedaços de algodão sujos, os deixando cair no chão.

Não sabia como, mas se encontrava sentada em uma poltrona ao lado de fora do cômodo, que agora tinha sua porta fechada. O barulho teimou a ir embora, apenas a deixando em paz quando o quarto foi aberto novamente, trazendo de volta todos os ruídos naturais do ambiente.

“Doutora?” um rapaz louro a chamou duas vezes, sem sucesso. “Dorcas?” tentou pela terceira, colocando a mão em seu ombro direito. Imediatamente, a loira saiu de seu devaneio, notando ser Adam, seu colega de trabalho. “Ele está estável, por enquanto. Vamos mantê-lo sob observação máxima por cinco horas, para garantir.” informou ela, que apenas assentiu com a cabeça. “Ele é seu parente?” perguntou-a, fazendo com que os olhos de Dorcas enchessem-se de lágrimas novamente. “Noivo” a palavra foi quase inaudível, por conta de sua voz enfraquecida. Antes que Adam pudesse dizer qualquer frase de consolo, os auto-falantes do hospital chamaram por ele urgentemente, fazendo com que o mesmo saísse às pressas da ala.

Dorcas ficou lá sentada por um tempo considerável. Imaginava que, se não retornasse ao quarto, nada daquilo seria verdade e ela só estaria com um paciente qualquer, por isso o atraso para o jantar com seu noivo. Seu noivo. Mais lágrimas escaparam de seus olhos, borrando toda e qualquer maquiagem reminescente em sua face.

“Dorcas?” uma voz familiar ecoou no corredor. O maroto estava com uma expressão preocupada, junto com desentendimento. “Você viu a… Ei, o que aconteceu?” Sirius indagou, sentando-se ao lado da melhor amiga, logo afagando seus cabelos. A loura demorou para conseguir falar no meio dos soluços, mas explicou a ele o ocorrido, logo retomando o silêncio. “Eu não tenho coragem de entrar lá…” ela admitiu, ainda encarando o chão gélido. “Eu não quero entrar lá.” declarou por fim, se afogando em seu sofrimento.

A expressão de Sirius não mudara desde que a notícia fora dada. Ele continuava a segurar a amiga, porém seu emocional estava tão devastado quanto o dela. Os dois ficaram lá por um bom tempo, tentando criar coragem para ver o real estado de Remo. Eles acabaram apenas indo porque Adam voltou ao corredor, os chamando.

“Preciso que alguns papeis sejam assinados para a entrada dele.” o rapaz declarou, esperando uma resposta da loura. Esta, por sua vez, não ouviu uma palavra sequer que saiu de sua boca; tinha se desconectado dos ruídos exteriores quando segurou a mão de seu noivo desanimado. Black firmou os documentos, logo indo ao lado do amigo. Sua face estava coberta de curativos um pouco sujos de sangue, que infestaram o corpo do hospitalizado. Muitos tubos estavam conectados ao seu corpo, cada um com uma função distinta.

“Por que você está aqui no St. Mungus?” a voz de Dorcas finalmente se pronunciou ao se dirigir ao melhor amigo, que estava do outro lado da maca. “Estou esperando Marlene. A consulta dela era às oito da noite. Eu só cheguei aqui às oito e meia, por conta do trabalho, mas já são nove e ela não apareceu ainda.”. A expressão da loira estava confusa, sem compreender. Sabia que a amiga não era de atrasar, então logo se preocupou. “Eu até encontrei com o médico dela e ela realmente não veio à consulta.” o rapaz informou-a, também sem entender a situação.

No meio dessa tensão, Sirius pôde ouvir um sussurro o chamando. Dorcas tentou identificar de onde vinha, porém o maroto já sabia. Colocou a mão no bolso e tirou do mesmo um pedaço de espelho quebrado, posteriormente o encarando. Viu de imediato Tiago, cuja face manifestava receio. “Almofadinhas, teria como você vir o mais rápido possível para Godric’s Hollow? Eu explico depois, só venha o quanto antes.” “Como assim, Pontas?” “Sirius,” Potter o chamou serio “não tenho como esclarecer agora. Só faça o que estou lhe pedindo, ok?”. Após essa fala, o rosto do maroto desapareceu.

“Odeio ter que fazer isso, mas preciso ir. Pontas nunca se pronuncia de maneira tão rígida; tem algo errado. Se você encontrar a Lene, a avise que eu estou nos Potter’s, sim?” a amiga assentiu, o dando um último abraço. “Eu volto o mais rápido que puder, Dór.” e com isso, Sirius saiu do cômodo, se dirigindo o mais rápido possível para a casa dos amigos.

 

A entrada da casa dos Potter era bastante clássica, com uma grande porta de madeira branca na entrada. Antes que tivesse a oportunidade de bater na mesma, notou que ela estava aberta, mas o que o assustou foram as manchas vermelhas feitas por dedos, que desciam da maçaneta até o chão, onde parecia ter tido uma grande quantidade de sangue, agora sendo um grande borrão escarlate no piso de mármore.

“Pontas!” Sirius chamou-o, correndo escadaria acima. Deparou com o amigo do lado de fora de um dos quartos de hóspedes, que aparentava estar aguardando-o impacientemente. Ao vê-lo, seu olhar imediatamente se entristeceu, fazendo com que ele ficasse cada vez mais desorientado. “Me prometa que você vai manter a calma quando estiver no cômodo.” Tiago pediu, encarando o chão. Black hesitou um pouco, mas o fez, logo entrando. No mesmo instante teve vontade de arrancar seu coração fora após ver sua esposa cheia de curativos e com os olhos cerrados.

Seu andar foi lento e arrastado e seu corpo parecia pesar cada vez mais. Não queria avançar, mas, ao mesmo tempo, queria ver sua esposa de perto o mais rápido possível. “Como isso aconteceu?” sua voz soou como um sussurro, porém Lily o explicou como a encontraram. “Ela só disse ‘Black’, e depois apagou de novo. Não sabemos como ela chegou a esse estado.” completou, cabisbaixa. “Sirius?” o mesmo não respondeu. Permaneceu quieto, sem escutar seu entorno. Antes que Lily o chamasse novamente, Tiago lhe deu um sinal para não o fazê-lo. Ele estava em muito choque para conseguir raciocinar. “Eu vou ver o Remo.” a ruiva avisou o marido, o dando um selinho de despedida.

Após alguns minutos, Tiago colocou sua mão no ombro do amigo, tentando confortá-lo. “Ela vai ficar melhor.” afirmou o maroto de óculos, se sentando. “É só questão de tempo.”. Sirius assentiu, ainda acariciando a mão de Marlene. No outro cômodo, Harry tinha aparentemente acordado, fazendo com que Potter fosse ao seu auxílio, deixando Black com a esposa.

“Por que com você, Prin? Deveria ter sido comigo…” sussurrou para si mesmo, deixando algumas lágrimas escaparem. Marlene, que até então não se movia, tossiu fracamente, alarmando o maroto. Seus olhos amendoados analisavam o ambiente, se cruzando com os cinza de Sirius. “Não precisa se preocupar comigo.” ela pediu, sorrindo fracamente. “Estou bem”, completou, piscando lentamente.

“Você sempre foi uma péssima mentirosa, Lene.” Tiago retornara ao quarto, deixando a porta aberta atrás de si. Ela riu, logo em seguida tentando se sentar. Ignorou a dor e os protestos dos marotos, encostando as costas na cabeceira da cama com dificuldade. “Por que eu estou aqui?” Sirius e Tiago se entreolharam, sem compreender a pergunta “E como eu me machuquei tanto?” completou, ao contemplar o corpo. “Que caras são essas?” questionou ao ser fitada por rostos com expressões confusas. Antes que um dos dois respondesse, Harry voltara a protestar em seu quarto, chamando a atenção dos três. “Tem uma criança no corredor?” ela indagou, novamente não tendo resposta.

“Marlene…” “Sirius, vocês estão me deixando nervosa. O que foi?” resmungou a morena, pegando uma das mãos dele. “Lene,” Tiago iniciou a fala “qual é a coisa mais recente que você se lembra?” “Como assim, Potter? Qual é o sentido dessa pergunta?” contestou ao melhor amigo. Sirius a olhou com uma expressão séria, mostrando a gravidade da situação. Após um momento, ela os respondeu “Nessa semana, nós fomos ver um filme no cinema trouxa e… Por que você nunca me disse que já tinha ficado com a Dorcas?” ela se dirigiu a Sirius, que franziu o cenho. “Mas você já sabia disso desde…” sua voz cessou de repente. Tiago e Marlene esperaram até o maroto voltar a falar, mas isso não ocorreu tão cedo. “Prin, você lembra do presente que eu te dei nesse natal?” “Um esmalte e uma pulseira, mas por que ‘Prin’?”.

Harry voltou a se manifestar no cômodo ao lado. “O que vocês não estão me contando?” a morena perguntou com cautela. “Marlene, aconteceu alguma coisa ontem que você se machucou severamente” houve uma pausa “e acho que você deve ter batido a cabeça muito forte.”. A expressão da bruxa permaneceu confusa, encorajando Sirius a falar. “O que Pontas quer dizer, é que…” “É o que, Black?” o tom de voz dela aumentou. Os amigos se entreolharam e Sirius suspirou “Achamos que você perdeu a memória.”.


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