Amor de Maroto - Antes de Acabar escrita por Helena Prett


Capítulo 3
A primeira mentira


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, demorei muito, mas espero que gostem! hahah



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A primeira mentira

 

“Está sendo difícil, mas nós vamos superar. É só questão de tempo, Dór.” Sirius a garantiu. “Ela não se lembra de nada desde a época do natal do ano em que nos graduamos?” o maroto negou, fitando o chão. “Ela não sabe quando nós começamos a namorar e não se recorda de termos algum dia andado de mãos dadas. A Marlene basicamente voltou a ter dezessete anos.” concluiu. Os dois estavam tomando café na copa do hospital no horário de almoço da loira. O maroto ficara a manhã com a esposa e agora passava a tarde com Remo, que ainda não acordara. “Bem, eu preciso trabalhar. Acho que Lily vai passar aqui mais tarde para, bem, se atualizar. Se você acabar encontrando com ela, peça para me chamarem, sim?” ele assentiu, se despedindo da melhor amiga.

Sirius se dirigiu para o quarto em que o amigo estava, fechando a porta atrás de si. Novamente, sentou na poltrona ao lado da cama e voltou a ler o Profeta Diário, que por si só não tinha nenhuma informação relevante sobre o mundo bruxo. “Black?” Adam o chamou ao adentrar, o cumprimentando. O medibruxo então, como fazia de duas em duas horas, checou os níveis de Remo, trocou a bolsa de soro e anotou algumas palavras em sequência em uma prancheta. “Existe alguma previsão?” o maroto tentou a sorte. “Infelizmente, não.” Adam o respondeu cabisbaixo. “Tudo depende dele. Ele precisa querer acordar. Nós nos esforçamos para manter o corpo dele, mas pelo psicológico apenas ele é responsável.” informou-o, se dirigindo para a porta. “Mas se quiser, pode conversar que ele escuta. Vai ser um monólogo, mas ele vai te ouvir” o medibruxo sorriu, saindo do local.

“Eu mandei uma coruja para Rabicho ontem. Provavelmente ele responderá ou virá aqui amanhã mesmo” informou ao amigo, que não se manifestou. “Ele sumiu um pouco esses dias, não sei se você notou muito, mas parece também que ele está mais distante, sabe? Isso me preocupa. Nós sempre estivemos lá pra ele; me pergunto o que ocorreria se algum dia nós não estivermos… Mas, pensando em coisas boas, eu ouvi que Franco e Alice conseguiram arranjar um local seguro para morarem com o filho por enquanto. É uma das melhores notícias que eu tenho para te dar.” riu fracamente, fitando o chão. “Marlene não se lembra quando começamos a namorar, muito menos de quando ela descobriu que estava grávida. Achamos melhor não contar até que ela aceite que tem um pouco mais de dezessete anos e que ela já se graduou em Hogwarts… Realmente, não sei se estou de dando bons motivos para você acordar.” concluiu, se levantando.

 

 

 

 

“É muito arriscado, Tiago” Lily palpitou, ainda segurando Harry no colo. “Nós não podemos simplesmente nos esconder enquanto o resto do mundo bruxo cai aos pedaços.” “Lil, vocês dois estarão seguros e é só isso que importa pra mim nesse momento.” o maroto suspirou “Carol está sofrendo por conta de Remo e Almofadinhas voltou a namorar uma adolescente. Sendo muito sincero, não quero esperar para descobrir o que pode acontecer com vocês.”. A ruiva se sentou, cerrando os olhos. Não queria ir a um local seguro enquanto seus amigos enfrentavam o pior, mas ao mesmo tempo não queria que nada afetasse seu filho. “E como me esconder ajudaria em alguma coisa? Tiago, precisamos ajudar. Deixamos Harry com meus pais, ou alguém da família. Nós precisamos lutar.” ela pousou uma de suas mãos em seu ombro. O maroto, após ponderar, assentiu com pesar. “Eu vou visitar Remo e você mantenha a calma; vai dar tudo certo, querido.” o confortou, entregando-lhe o filho.

A campainha tocou, chamando a atenção do casal, que desceu as escadas indo em direção à porta. Após olhar pelo olho mágico, Lily abriu a porta com um sorriso, logo cumprimentando Pedro Pettigrew. O bruxo adentrou na casa e a ruiva, após dar um beijo em Tiago e outro em Harry, se despediu do amigo, aparatando segundos depois de deixar a casa.

“O que te traz aqui, Rabicho?” Tiago logo indagou quando eles se sentaram. As roupas do amigo estavam amassadas e esse trazia consigo uma mala pequena de mão feita de um pano imundo. Observando melhor, Pettigrew estava consideravelmente sujo e com alguns machucados debaixo do casaco limpo que usava para esconder seu real estado. “Pedro, o que aconteceu com você?” a voz alarmada de Tiago resultou em protestos de Harry, que logo se calou. “Você-Sabe-Quem.” respondeu-o em um tom quase inaudível. “Vo…” o de óculos iniciou, sendo calado rapidamente pelo amigo. “Sh! Não fale o nome dele! Não é seguro!” garantiu, voltando a olhar o chão, suspirando.

Pedro contou ao amigo tudo o que lhe ocorrera desde que tinha se ausentado. “Então você basicamente virou um Comensal da Morte e pensou que seria uma boa ideia ser um espião, sem ao menos perguntar o que achávamos? Você ficou louco, Rabicho?!” o tom da voz de Tiago se alterou por um instante, voltando ao normal em seguida. A verdade era que Pedro jurara sua aliança a Você-Sabe-Quem por pensar que nunca teria um lugar no grupo novamente, já que os três amigos evidentemente tinham arranjado planos para suas vidas. Após se aproximar do Lorde das Trevas, percebeu que nunca o que os amigos em Hogwarts o proporcionara seria superado por qualquer outro tipo de integração que lhe fosse prometida. “Eu precisava me sentir útil! Só isso! Precisava que algo corresse bem comigo. Mas…” “Mas…?” o amigo indagou, esperando uma resposta válida. “Todos esses meses não serviram para nada; não consegui descobrir uma coisa sequer.”.

O amigo ficou um tempo sem reação, apenas digerindo o que Pedro acabara de falar. Evidentemente era difícil entender o que o quarto maroto fizera, porém o que importava era que, após sua fase obscura, ele tinha retornado a onde realmente pertencia. “É bom te ter de volta.” Tiago abraçou o amigo, o mandando para um banho.

 

 

 

 

“Aluado? Aluado?”

Imagens borradas apareciam em seu campo de visão, que por vezes era invadido por feixes de luz que iam e vinham aleatoriamente. Todas as palavras ditas ecoavam no cômodo, sem fazer o menor sentido. A única coisa que entendeu era que não podia fechar os olhos, embora quisesse, já que toda vez que o fazia alguém chacoalhava seu braço ou o chamava repetitivamente até que suas pálpebras subissem novamente.

“Remy?” dessa vez Dorcas tentou, passando o que agora reconhecia como uma mini lanterna em seu campo de visão. Aos poucos o maroto começou a identificar a cabeleira loura presa em uma trança de sua noiva, que estava mais vermelha do que deveria. Quando sua vista melhorou um pouco, percebeu que a loira estava chorando ao mesmo tempo que tentava mantê-lo acordado, sempre segurando uma de suas mãos. Ele sorriu fracamente ao vê-la daquela maneira, tão preocupada. A medibruxa suspirou em alívio ao vê-lo acordado, não soltando sua mão.

Após alguns procedimentos e exames, os medibruxos deixaram Remo e Dorcas sozinhos no cômodo, abrindo a oportunidade para esclarecer o que tinha ocorrido. Era evidente que o maroto tinha sido atacado, porém nenhum suspeito ainda fora determinado. “Você não lembra nem se era uma mulher ou um homem?” a loura tentou, sem sucesso. Ele negou com a cabeça. “Só consigo me recordar da marca de Comensal da Morte no braço, mas nada além.” lamentou, abaixando o olhar. “Eu estava andando no Beco Diagonal e depois, uma ou duas horas atrás, estava aqui. Realmente só lembro da marca.” “Não precisa se sentir mal, amor. É normal não lembrar de coisas assim, não se culpe.” Dorcas o tranquilizou, o dando um selinho. “Vai dar tudo certo, garanto.”.

Remo sorriu fracamente, sabendo que era mentira.


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