Amor de Maroto - Antes de Acabar escrita por Helena Prett


Capítulo 1
Problemas no paraíso


Notas iniciais do capítulo

Eu decidi, finalmente, continuar a minha fanfic Amor de Maroto. Depois de muito tempo ponderando, consegui achar fatores que contribuiriam para o decorrer da história.
Bem, eu realmente espero que vocês gostem da continuação que começarei a postar e, se quiserem, dêem sugestões!

Boa leitura!



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 Problemas no paraíso

 

Uma grande dor se espalhou, enquanto algo se enroscava em volta de seu pescoço. Tentou, mas não conseguiu gritar por ajuda. Sentia seu corpo flutuando acima de sua cama, cujos lençóis estavam ensopados do sangue que ainda pingava de cortes abertos em sua pele. Seu corpo tremia enquanto ela se debatia no ar. Não conseguia ver nada ao seu redor que pudesse estar fazendo isso. Procurou por algo ou alguém, mas estava sozinha no quarto com apenas a luz do abajur ligada.

“Bellatrix.” após balbuciar o nome, despencou na cama de casal.

A bruxa logo apareceu trajando suas velhas vestes escuras, rindo histericamente como sempre. Contornou a cama, avaliando o estado de sua vítima e ora ou outra cutucava sua carne com a ponta da varinha, se deliciando ao vê-la se contorcer de dor. Um vento gelado vindo das janelas quebradas secava o sangue que estava impregnado em sua pele bronzeada, a resfriando. Sua respiração falhava por vezes ao tentar inspirar um ar com um aroma sutil de sangue.

“Infelizmente, não posso te matar…” lamentou a comensal, brincando com um cacho de seus cabelos negros. O som de sua risada invadiu o cômodo, ensurdecendo ela. “Vamos precisar de você viva até essa peste nascer” explicou com malícia estampada em seus lábios.

Enquanto Bellatrix brincava com objetos do quarto, ela tentava pegar sua varinha o mais rápido possível. O aparato estava a apenas meio metro de sua mão esquerda, que se esticava ao máximo enquanto seu corpo ia lentamente naquela direção. A tarefa se tornava cada vez mais difícil com a excruciante dor que sentia, mas estava quase lá…

“Sabe, acho que algum dia virei morar aqui” palpitou a bruxa, passando a mão em uma das prateleiras, deixando cada objeto que lá residia, um por um, cair e se quebrar no chão de madeira escura. Seu sorriso ficava cada vez mais largo ao ouvir cada barulho de vidro se rompendo em mil pedaços.

Finalmente, a vítima conseguiu alcançar o que desejava e pensou rapidamente no lugar onde seria acudida. Antes mesmo que Bellatrix conseguisse sequer pensar em impedi-la, a mulher já tinha aparatado.

 

 

 

 

“Dorcas, meu amor, já são nove horas.” Remo a chamou, brincando com as mechas louras da noiva. “Já coloquei seu café da manhã na mesa” avisou-a, retornando à sala.

A medibruxa se espreguiçou lentamente, sentindo todos os ossos de seu corpo acordarem, para depois dar espaço a um longo e demorado bocejo. Contemplou sua mão direita, onde um anel de brilhante tomava lugar, por algum tempo, sorrindo bobamente. Ainda não tinha se acostumado com aquilo e toda vez que se lembrava sentia uma onda de felicidade percorrê-la como eletricidade. A mulher encaixou seus delicados pés nas pantufas macias e logo caminhou em direção ao aroma irresistível de ovos mexidos.

“Bom dia, Remmy!” o cumprimentou calorosamente com um selinho e um abraço, sentando ao seu lado na mesa. O maroto retribuiu o cumprimento, colocando um pouco de suco nos dois copos dispostos a sua frente. “Aconteceu alguma coisa? Você me parece preocupado.” notou, passando a mão no rosto do noivo.

Remo se recompôs, negando qualquer problema e logo estampando um sorriso na face. “Apenas trabalho” justificou, comendo um pouco. A resposta pareceu satisfazer a loira, que não tornou a perguntar sobre o assunto. “Vamos jantar juntos após seu turno de hoje, certo?” a moça assentiu, bebendo um gole de suco em seguida.

Após comer, tomou um banho quente e vestiu sua roupa do hospital, prendendo seus cabelos em uma extensa trança. Pegou seus pertences e, posteriormente, rumou para o serviço, aparatando para deixar o caminho mais rápido.

O hospital estava calmo para um sábado de manhã, mas não comemorou, pois sabia que o pior ainda estava por vir. Bastava apenas que o horário de pico começasse que o mundo bruxo resolvia sofrer dos mais absurdos problemas, desde doenças raríssimas até acidentes mágicos únicos. Inúmeras vezes a loira já tinha presenciado situações hilárias, assim como trágicas, mas isso, embora não estivesse na descrição, fazia parte de seu trabalho.

O dia caminhou lentamente até que o relógio de parede marcasse oito horas da noite. Dorcas suspirou de alívio com o fim de seu turno, já pensando em se aprontar para ir embora, porém, quando foi buscar sua bolsa, ouviu de longe seu nome sendo chamado com urgência no Pronto Socorro. Correu para lá e se deparou com um de seus colegas, Adam, conduzindo rapidamente uma maca com um paciente deitado sobre ela. “O que aconteceu com ele?” perguntou, abrindo uma das portas para que a cama passasse. O homem que seria atendido estava ensanguentado em todos os lugares onde sua pele deveria estar visível, com cortes profundos principalmente nos braços e no rosto, uma das bochechas contendo um dos piores. Seus cabelos estavam pretos como breu, sujos de terra e sangue, assim como o rosto. “Ele perdeu a consciência agora pouco, mas conseguiu balbuciar algo relacionado com veneno, esfaqueamento e vingança” a última palavra arrepiou a loira, que logo voltou ao seu estado normal, no qual tentava ser mais rápida na corrida.

Após atravessarem uma fração do hospital até chegarem à parte onde ficavam os antídotos, Adam e Dorcas conduziram a um quarto vago a maca, cujas rodinhas logo foram travadas. Os dois começaram a analisar os cortes do paciente, ligeiramente recorrendo a pedaços de algodão úmido para remover a sujeira. A medibruxa limpava delicadamente o sangue misturado com terra que a impedia de ver seu rosto.

Enquanto retirava o excesso de sujeira, notou que a raiz de seus cabelos, sujos de carvão, supôs, era mais clara, como um tom loiro escurecido. Era possível notar que seus lábios, embora machucados, eram finos e um tanto achatados, enquanto o nariz era reto. “Adam, qual é o nome dele?” a loira indagou alarmada, tentando se manter calma, enquanto afastava depressa o resto que lhe cobria o rosto. Não era possível. “Qual é o nome dele?” o tom de sua voz aumentou, porém falhas eram presentes em sua fala, pois as lágrimas a impediam de pronunciar as sílabas. Dorcas, cujas mãos estavam trêmulas, insistiu na pergunta até que sua voz já não mais a obedecesse. Não tornou a perguntar, pois temia saber a resposta.

 

 

 

 

Outro barulho pôde ser ouvido pelo casal. “Vá para o quarto com Harry!” Tiago demandou, sacando sua varinha rapidamente “Lílian, vá!”. A ruiva, por mais que não quisesse deixar o marido sozinho, o obedeceu, correndo escadaria acima.

Lentamente, o bruxo se aproximou da porta da cozinha, olhando de longe a sala. Nenhum resquício de movimento foi notado por seus olhos, o que o encorajou a se aproximar mais, entrando no cômodo. Seu coração estava acelerado e suas mãos escorregadias. Suas pernas andavam com cautela e seu corpo estava sempre encostado na parede. Quando finalmente decidiu olhar a entrada da casa, notou que a porta estava aberta e havia algo no chão. Algo não, alguém estava caído na entrada da casa, acompanhado com uma trilha de sangue. A porta, originalmente branca, tinha nela marcas de dedos em vermelho vívido que desciam desde a maçaneta até o chão, onde permanecera a mão da pessoa.

Tiago andou mais depressa até o corpo, logo o reconhecendo. Uma varinha estava caída ao lado da silhueta feminina que usava vestimentas noturnas ensanguentadas, com inúmeros cortes no decorrer de seu corpo. Seus cachos morenos estavam achatados e viscosos, molhados com o líquido que saía de sua testa. “Lily!” gritou ele, arrastando o corpo da moça para dentro da casa. Sua varinha se desprendeu de sua mão e suas pálpebras pesaram. “Lílian!” chamou novamente, desta vez mais desesperado, deixando que o medo o invadisse por completo. “Lílian!” mais uma vez a chamou, logo vendo uma figura feminina carregando um bebê no colo aparecer no final da escadaria. Sua esposa começou a se aproximar, mas não conseguiu prosseguir quando viu um corpo seguido por um rastro de sangue no piso de madeira. Após recobrar parcialmente a consciência, deixou seu filho dormindo no sofá e recorreu para ajudar.

Tiago tentava acordar a melhor amiga, enquanto Lily fazia feitiços curativos nos cortes, os limpando com um pano umedecido. Seu estado foi melhorando gradativamente após o esforço dos dois, que ainda estavam aflitos com a situação na qual se encontrava a morena. Após o que pareceram milênios, os olhos dela fizeram menção de se abrir, o que ocorreu lentamente.

“Black.” Marlene conseguiu balbuciar, fechando os olhos em seguida.


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