Billdip - De novo, Bill. escrita por LeaDoll


Capítulo 4
Triângulos


Notas iniciais do capítulo

perdoem minha demora, eu ando meio desanimada pra postar aqui no nyah ;;



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Ao chegarem na loja, Dipper não podia deixar de notar a curiosidade do outro. Bill parecia uma criança, querendo olhar e tocar em tudo. Sem perceber, ficou um bom tempo olhando para o loiro, até que o tal o chamou atenção.
— Ei, Pinheirinho! Olha o que eu achei, olha só! — Quando finalmente parou de brisar, Dipper notou o que o outro queria lhe mostrar. Era um tapa-olho preto, que parecia mais um triângulo virado para baixo, e até tinha uma borda dourada.
— Realmente, combina com você.
— Eu sei! Vou levar.
O moreno foi ao caixa e pagou pelo acessório. O preço era um tanto alto para um tapa-olho, mas se não comprasse Bill provavelmente iria ficar o irritando. E, também, não queria tirar o sorriso do rosto dele.
Ajudou o loiro a amarrar o tapa-olho e Bill se virou, sorrindo.
— Como eu estou?
— Bem... Bem obtuso. — Dipper riu da própria piada, o que fez o loiro revirar os olhos (e rir internamente, mesmo que não admitisse).
— Então, Bill, você não pode usar minhas roupas pra sempre. Eu não trouxe tantas para a viagem e se você for usá-las também não vou ter como-
— Quando você veio pra cá pela primeira vez sempre usava as mesmas roupas.
— Eu tinha esquecido a mala, a culpa não é minha! E eu lavava elas... as vezes. — falou, desviando o olhar — Enfim, como eu estava dizendo: você precisa de roupas. E acho que não tenho outra escolha a não ser comprar algumas pra você.
— Eu vou poder escolher elas, certo? — perguntou o loiro enquanto os dois caminhavam.
— Sim, Bill, você vai. Vem, o shopping é aqui perto.
Os dois andavam em silêncio, e Dipper estranhou que o outro não falava nada, considerando que Bill Cipher nunca ficava tão quieto. Ele parecia pensativo, intrigado até, e o moreno se perguntava porque. Pensou em dizer algo mas assim que foi falar já estavam na frente do shopping, e começou novamente: Bill queria olhar tudo, como se fosse a primeira vez dele num shopping.
— Olha, Pinheirinho, ali tem sorvete! Sempre quis tomar sorvete como um humano!
— Você não sabe nem como tomar refrigerante, imagina sorvete! E eu nem tenho dinheiro pra isso, já vou te comprar roupas. — Dipper revirou os olhos, mas a expressão de Bill era adorável demais. Se ao menos ele fosse menos atraente... — Ugh, tá bom, tá bom. A gente compra sorvete quando terminarmos as compras, feliz?
É, Bill certamente estava feliz. Ele conseguia tudo o que queria até mesmo como humano (claro que o fato de Dipper ter se tornado tolerável demais não ajudava muito, mas mesmo assim!).
As escolhas de roupa de Bill eram bem óbvias, a maior parte delas era amarela. O loiro decidiu provar uma camiseta de manga comprida amarela junto com um jeans preto, e wow, Dipper não conseguia negar que Cipher ficava muito bem em jeans. Ele voltou à cabine para experimentar outra blusa — também amarela, porém com muito mais detalhes —, mas o moreno percebeu que Bill estava demorando demais. Já haviam se passado quase dez minutos e ninguém demora tanto assim para colocar uma blusa.
— Bill? Uh, você tá bem? — Dipper perguntou do lado de fora do vestuário.
— Umm...
— O que aconteceu?
— Acho que, um, acho que preciso de ajuda. — Bill disse, abrindo a cortina e deixando com que o outro entrasse. E é claro que Dipper não ligava para o fato do loiro estar sem camisa e nem estava encarando ele — Eu não consigo colocar isso de jeito nenhum.
Bill segurava a blusa em suas mãos, e a peça continha vários zíperes, botões e algo que se parecia com uma corrente.
— Espera, tenta colocar assim... — Dipper abriu os zípers e desabotoou os botões, mostrando para o outro como colocar aquilo. A situação era meio estranha, mas o loiro não parecia se importar. Bill se virou para colocar a blusa e algo nas costas dele chamou a atenção de Dipper: uma marca bem grande, em forma de triângulo, como se fosse uma tatuagem. O moreno tentou tocar, por curiosidade, o que acabou assustando o outro e fazendo-o virar.
— O que você fez? — Bill parecia irritado, erguendo uma sobrancelha.
— A-Ah, desculpa! Eu só... Desculpa, foi curiosidade. Mas o que é aquilo?
— ... Huh? Aquilo o quê?
— A marca. — o loiro o encarou confuso, e Dipper percebeu que ele também não sabia o que estava acontecendo — Tem um tipo de marca nas suas costas, um triângulo.
— Ah... Isso é preocupante. — murmurou Bill para si mesmo, mas depois se virou para Dipper e deu de ombros — Não é nada, deve ser resultado da minha transferência a esse corpo. Provavelmente vai sumir daqui a pouco.
— Ah, uh, ok. Vou te esperar do lado de fora. — o loiro concordou com a cabeça e Dipper saiu, pensando. Bill parecia incerto sobre a marca, mas também parecia evitar o assunto. Se perguntava porque ele se assustou, talvez tenha sentido dor? Estranho, Bill costumava a achar a dor hilária ou algo do tipo.
Depois de várias trocas de roupa, compraram as vestes e saíram de lá, sem tocar nenhuma vez no assunto da marca. Dipper estava curioso, mas não sabia se deveria ou não perguntar sobre aquilo, pois percebeu que o humor do outro piorou muito depois daquela cena.
Olhou para o relógio e viu que já era praticamente meio dia e meia, se perguntando como o tempo passou tão rápido.
— A gente podia ir em algum lugar agora para comer, o que acha? — perguntou, pensando se ia em uma lanchonete ou na praça de alimentação do shopping.
— Sei lá. — Bill deu de ombros de novo, sem olhar para Dipper.
— Não tá com fome? — se virou para o loiro, apenas para perceber que ele ainda estava de mal humor — Bill, não tem algo que você queira falar?
— Não.
— Nós dois sabemos que não é uma boa ideia você esconder algo de mim e da Mabel.
— Não estou escondendo nada.
— Isso é por causa da marca, ou— Dipper foi interrompido por uma mão em sua boca.
— Eu... Eu te falo sobre isso depois. Só preciso de um tempo pra pensar.
— Oh... Ok. — os dois ficaram em silêncio por um tempo, Bill desviando o olhar e Dipper sem saber o que dizer — Você não parece muito bem. Se quiser, podemos voltar para a cabana agora.
— Tá brincando? — Bill abriu um sorriso — Você me prometeu sorvete, não quero ir embora justo agora!
— É, esquece, você tá ótimo. Talvez aquele frasco inteiro de xarope não te fez tão mal assim. — riu, segurando a mão do outro sem perceber — Vem, vamos comer algo.
E, por mais estranho que pareça, Bill segurou sua mão de volta. É, Dipper podia se acostumar com isso.


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