Billdip - De novo, Bill. escrita por LeaDoll


Capítulo 3
Insegurança e Xarope




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O outro olho de Bill emitia um azul puro, mais claro do que qualquer outro azul, tão claro que se aproximava do branco. O demônio recuou assim que Dipper viu seu outro olho, o que o fez se assustar.
— Eu não queria que você visse. — murmurou Bill, desviando o olhar, com ambos olhos ainda visíveis.
— Por que não..? É lindo, Bill. — disse o moreno, sem nem prestar atenção no que estava dizendo.
Bill olhou para baixo e engoliu seco antes de começar a falar — Eu não consigo ver nada com ele. Quer dizer, até consigo, mas parece que é muito sensível à luz e me incomoda toda vez que tento enxergar com ele. Além de ser um humano, sou um humano patético. — falou, murmurando a última parte com aquela voz de quem estava prestes a chorar.
— Oh, eu... Eu sinto muito. — disse Dipper, já começando a se sentir mal pelo demônio. Não acreditava que estava passando por isso de novo (desde quando Bill ficou tão emocional?), e começou a pensar em formas de animar o outro, até que lhe veio uma ideia — Ei, Bill. Por que não compramos um tapa-olho pra você? Sei de uma loja que abriu recentemente por aqui, devem ter vários tipos.
— Não sei... — Bill continuou olhando para baixo, parecia realmente chateado.
— Se tivermos sorte, podemos encontrar um triangular. — disse Dipper, que abriu um sorriso quando viu que o outro levantou o rosto. O moreno usou uma de suas mãos para colocar a franja de Bill de volta no lugar e se levantou, estendendo a mão para o outro — Vamos?
Bill hesitou um pouco, mas concordou com a cabeça e segurou na mão de Dipper para se levantar, sem saber muito o que dizer. Assim que estava levantando, a porta do quarto se abriu, mostrando ali a garota de cabelos castanhos que finalmente acordou.
— Ei, Dipper! A Pacifica vai vir aq- — se calou ao ver os dois segurando as mãos, e abriu um sorriso largo.
— ... Não é o que você tá pensando. — Dipper soltou a mão do outro e desviou o olhar, mas ainda podia escutar Bill rindo.
Claaaro que não. De qualquer forma, como eu estava dizendo, a Pacifica vai vir  aqui daqui a pouco, então se arrumem. Nossa, vocês parecem dois zumbis.
— Na verdade, agora mesmo nós estávamos pensando em sair. Eu ia comprar uma roupa pro Bill, já que ele não pode usar as minhas pra sempre.
— Por que não? Ele fica sexy nelas! — disse Mabel, novamente com aquele sorriso. Dipper não podia negar que, de certa forma, o outro não ficava mal em suas roupas.
— Independente disso, uh... Bill, aonde você colocou as roupas que você tava usando quando chegou?
— Ah, eu joguei fora. — Bill ergueu os ombros.
— O quê? Como?
— Pela janela. Já devem ter ido embora, com o vento que estava. 
— Por que você fez isso?
— Eu não gostava delas. — ergueu os ombros mais uma vez, tossindo ao perceber que a sua voz estava um pouco rouca.
— Mabel, por acaso você tem algo para resfriado? O Bill ficou espirrando e tossindo a manhã toda.
— Acho que não, mas ele deve estar assim porque dormiu com roupas molhadas ontem. Isso já aconteceu comigo, daqui a pouco melhora. Aqui deve ter um xarope para tosse, esperem um pouco. — Mabel foi buscar o remédio, deixando os dois ali.
—... Xarope? — Bill olhava para o moreno confuso.
— Não se preocupa, não é tão ruim. — O demônio o olhou desconfiado — Ok, é horrível, se prepara. De qualquer forma, vou tomar um banho agora, quero sair daqui antes da Pacifica chegar. E Bill, faz um favor para a humanidade e fica nesse quarto.
Dipper tomou um banho rápido, e fez questão de levar roupas para o banheiro e se trocar lá, para não ter nenhum "incidente" com o Bill. Assim que voltou para o quarto, desejou nunca ter saído de lá.
— Dipper, não deixa o Bill sair! — Bill esbarrou nele e saiu correndo do quarto. Em seguida, Mabel passou por ele e voltou a seguir o loiro, com o xarope na mão.
— Eu não acredito que isso tá acontecendo. — Dipper revirou os olhos, seguindo os dois, que agora estavam dando voltas na sala.
— Vamos, Bill, não é ruim! — Mabel disse, aproximando uma colher de xarope do outro.
— Eu não preciso disso! — O demônio continuou a fugir dela, quase entrando em pânico.
— Bill, quanto mais cedo você tomar isso melhor. — falou, mas isso não parecia convencê-lo — Eu tava brincando quando disse que era horrível.
— Mesm— no momento que Bill abriu a boca para falar, a garota colocou a colher na boca dele, com um sorriso vitorioso no rosto.
— Viu, Bill, não foi tão ruim. — Disse Mabel, enquanto o loiro se forçava a engolir o líquido.
— Realmente, não é! Até que isso é bom! — falou, pegando o frasco da mão de Mabel e literalmente tomando tudo o que restou do xarope.
— Ai meu Deus, Bill.
— Não era pra isso estar acontecendo. — Dipper tirou a garrafa do outro, que o olhava confuso — Uh, deixa quieto.
O moreno jogou o frasco fora e avisou sua irmã que já estava prestes a sair, e provavelmente voltaria daqui uma hora. Passou no banheiro para se olhar no espelho, tentando deixar o cabelo no lugar.
— Nossa, eu tô horrível hoje. — murmurou Dipper para si mesmo.
— Eu não acho. Pelo contrário, você é bem atraente para um humano. — Bill apareceu do nada, observando cada movimento do outro atentamente.
— Acho que todo esse remédio te deixou chapado. — falou, era estranho ouvir um elogio de Bill.
— Haha. — o loiro disse, em um tom particularmente sarcástico — Mas é sério. Você mudou muito desde a última vez que te vi, Pinheirinho, não é mais aquela criança estranha e desajeitada! — Comentou, mexendo no cabelo do outro.
— Huh. — Dipper não sabia o que falar sobre o comentário do outro, não sabia se Bill estava sendo sincero ou se estava tentando o irritar — Ei, para de bagunçar meu cabelo, eu tô tentando arrumar ele.
— Tentando arrumar? Não parece estar dando muito certo. — bagunçou todo o cabelo do moreno, com um sorriso largo no rosto — Ei, Pinheirinho, você deveria deixar eu arrumar pra você!
— O quê? Nem vem!
— Vai ficar bem melhor! Se não gostar eu deixo você arrumar do jeito que quiser.
Dipper olhou para ele desconfiado, mas concordou, suspirando.
— Ótimo! Agora, um, preciso que você abaixe um pouco. — disse Bill, notando o quanto o moreno havia crescido nesse tempo — Certo, me deixe fazer minha obra prima!
Enquanto o demônio mexia em seu cabelo, Dipper não podia deixar de notar a proximidade de seus rostos, e começar a perceber cada vez mais detalhes no rosto do outro, dos lábios rosados aos cílios longos, que lembravam de quando ele era um triângulo e tinha um olho só. Agora que parou para pensar, faz sentido um dos olhos dele ser diferente.
— Acabei! O que achou?
Se olhou no espelho e, wow, até que não estava ruim. Para ser sincero, estava impressionado.
— Então..? — o loiro mordeu o lábio inferior, esperando uma resposta do outro.
— Não é como eu costumo o deixar, mas... — Por um momento, Bill parecia decepcionado — Mas eu gostei. Provavelmente vou usar assim daqui pra frente.
Bill abriu um sorriso, mostrando que estava orgulhoso de si mesmo.
— E o seu cabelo? Não vai arrumar? — Dipper perguntou. Não que o cabelo do outro estivesse bagunçado, mas queria saber.
— Nah. Essa franja me incomoda, mas não posso tirar ela do rosto ainda. — deu de ombros, e o moreno se sentiu um pouco especial ao perceber que era o único que sabia do outro olho de Bill — Já vamos?
Dipper concordou e se despediu de Mabel, e os dois garotos seguiram para a loja de acessórios. Só os dois.


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Notas finais do capítulo

juro que tem um motivo pro bill estar tão emocional ok



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