Billdip - De novo, Bill. escrita por LeaDoll


Capítulo 5
Respostas


Notas iniciais do capítulo

*joga mais angst aqui*



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O tempo passou muito rápido.
Já era final de tarde quando Dipper e Bill saíram do shopping, carregando várias sacolas. Dipper tinha que admitir que gastou muito mais tempo (e dinheiro) do que esperava, mas o dia até que foi divertido.
Chegaram na cabana e assim que entraram se depararam com Mabel, que olhava para o moreno de braços cruzados.
— Aonde vocês estavam? Dipper, eu te liguei vinte e duas vezes!
— O quê? Eu não recebi nenhuma ligação sua! — Dipper pegou o celular e lá estavam: exatamente vinte e duas chamadas perdidas — Uh, esquece. O que eu quis dizer é que eu e Bill acabamos passando tempo demais no shopping, só isso.
Mabel olhou desconfiada: sempre foi uma garota ingênua, mas não o suficiente para não estranhar a situação. Dipper suspirou.
— Eu tive que pagar um sorvete pra ele.
— Meu Deus, Dipper. — Mabel riu, revirando os olhos — Mas não foi tão ruim vocês terem demorado, o Soos tava aqui até agora a pouco. Ah, aliás, olhem o que a Pacifica me ajudou a fazer!
— Ufa, não queria ter que explicar pro Soos que— Dipper foi interrompido por Bill, que passou na frente dele e pegou o suéter que Mabel tinha feito, com um sorriso no rosto.
— Isso é perfeito, Estrela Cadente! — o loiro observava o suéter amarelo, que tinha uma figura centralizada de um triângulo com um olho no meio.
— Acho bom que você tenha gostado, deu trabalho pra caramba. Por que você não vai experimentar? — Bill concordou com a cabeça e foi para o quarto de Dipper se trocar. Ele se trocaria ali mesmo, mas humanos são tão frescos...
— Wow, você realmente fez um suéter pra ele. — o moreno comentou assim que Bill saiu.
— É. Sabe, não sei se eu deveria desconfiar do Bill ou acreditar nele. As vezes ele parece tão... humano.
— Eu sei, mas, de qualquer forma, não baixa a guarda. Não esquece de quem ele realmente é. — Bill voltou para a sala assim que Dipper terminou a frase, com um sorriso.
— Como ficou? — perguntou o loiro, com o suéter que era um pouco grande demais.
— Aww, Dipper, admite, ele é adorável! — a garota disse para o irmão, com as mãos no rosto.
— Uh.
— Sério que você acha isso, Estrela Cadente..?
Em vez de responder, Mabel correu para o loiro e o abraçou, murmurando coisas como "socorro" ou "você é fofo demais".
— Ew, isso é aquela forma de afeção humana a qual vocês chamam de abraço? — Bill sussurrou para si mesmo, com cara de nojo, e Dipper não pode evitar o riso, o que fez o outro o encarar e revirar os olhos.
— Bem, eu já to meio cansado, acho que vou pro quarto. Me avisa quando resolver largar do Bill. — disse Dipper, que saiu rindo de lá.
Não muito tempo depois do adolescente ter chegado no quarto Bill entrou lá correndo, fechando a porta atrás dele.
— Sua irmã tem que aprender quando parar de abraçar as pessoas. — murmurou o loiro, enquanto Dipper se jogava na cama — Ei, Pinheirinho, aonde eu vou dormir?
— No chão, se quiser posso até procurar por um colchão. — respondeu em um tom monótono, e o outro o olhou com uma expressão decepcionada.
— Mas eu sou o convidado, você deveria deixar eu dormir na sua cama! — resmungou Bill.
— Ninguém te convidou aqui, e, aliás, eu que não vou dormir no chão.
— Mas você não precisa dormir no chão. A gente pode dormir na mesma cama!
Assim que o demônio disse isso, Dipper se virou pra ele, sentando-se na cama.
— O quê..? Não vou dividir minha cama com um demônio, não mesmo.
— Por favooor.
— Não, nem vem. E, aliás, eu ainda estou esperando você me contar sobre aquilo de antes. — E com "aquilo de antes", o moreno queria dizer as marcas nas costas de Bill.
— ...
— Você disse que iria me contar.
— ...
— Sabe que a qualquer momento eu e a Mabel podemos te expulsar daqui caso você não colabore, né?
— ...
— Eu deixo você dormir comigo se você me contar. — E finalmente Bill olhou para ele — Mas só essa noite.
— Tá... Então... — O loiro se sentou na cama, olhando para baixo — Geralmente, eu ficaria nessa forma só por um tempo até recuperar meus poderes, mas parece que eu estou ligado a esse corpo de certa forma e essa marca é a prova disso. Eu não tinha considerado essa opção antes, e agora não sei o que fazer... Que irônico. Um ser que antes sabia de tudo agora é só mais um humano fraco e desesperado.
Respirou fundo antes de continuar a falar, fechando suas mãos firmemente.
— Por isso que estou vulnerável a essas emoções humanas inúteis. Isso só me faz sentir mais patético ainda. É humilhante, Pinheirinho, e... eu só quero ir embora. Só quero sair dessa forma, eu nem sequer me sinto mais como eu mesmo, eu nem lembro como era ser eu! — falou, aumentando o tom de voz e seu rosto estava vermelho, lágrimas descendo pelas suas bochechas — Parabéns, Dipper Pines, se você queria se vingar de mim, conseguiu com sucesso.
Dipper ficou em silêncio, observando o outro, que soluçava e não parava de chorar. Não sabia se era mais estranho o fato de Bill Cipher estar chorando ou o fato dele ter chamado-o pelo nome. De qualquer forma, o moreno se sentia muito mal. Era horrível ver alguém naquela situação, mesmo que fosse o Bill — afinal, o tal nunca havia experimentado emoções humanas, e isso tudo deve ser novo para ele.
— Desculpa. Eu não devia ter te feito falar isso. — Dipper disse, engolindo seco. Droga, pensou, não sei o que dizer.
Bill ficou em silêncio por um tempo, o único som no quarto eram os soluços do mesmo e o vento frio que vinha da janela.
— Você ainda vai me ajudar, né..? — Bill pergutou, em um tom baixíssimo de voz.
Pensou em falar que não, que na verdade só queria se livrar dele o mais rápido possível e que só estava fingindo ajudá-lo pra ver o que estava tramando.
Mas não.
Dipper não tinha coragem para dizer algo assim. Pelo menos não numa situação dessas.
— Claro que sim. Foi o que eu prometi, não foi? — disse suave e cuidadosamente, tentando não piorar a situação.
— É... — Bill enxugou as lágrimas com a manga do suéter e se virou para o outro com um sorriso — Você é realmente adorável, Pinheirinho.
— O-O quê? — ficou totalmente vermelho, encarando o outro confuso, o que só fez o loiro rir ainda mais — Eu só tava tentando te fazer se sentir melhor!
— Por isso mesmo. — Bill pulou na cama e olhou para o outro, abrindo um sorriso daqueles que só aparecem quando ele quer irritar alguém — Sabe, Dipper, até que você é um humano aceitável! É uma pena que nossos primeiros encontros foram como rivais.
— Desde quando você começou a me chamar de Dipper..? — perguntou, e não recebeu resposta nenhuma. Quando se virou para Bill, ele já estava dormindo, e como diabos ele dorme tão rápido?
Ainda era final de tarde, mas Dipper se recusou a acordar o outro, sabendo que depois teria que lidar com as consequências caso alguém ficasse sem sono de noite.
Encarava o loiro dormindo mais uma vez. Mais uma vez observando seus traços e tentando negar o fato de que no fundo não conseguia odiar o Bill, independente do que ele tenha feito no passado.
Humano aceitável, huh?


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