Fim do Mundo – Interativa escrita por Sohma


Capítulo 7
Capítulo Extra – 02


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo extra pra dar uns pingos nos i's de algumas coisas que irão acontecer futuramente

Novamente todos os diálogos estão em inglês e blá blá.

Boa leitura!



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Aeroporto Internacional de Kansai – Japão

Camilo – POV

Já havia se passado um dia inteiro desde a última chegada do último avião. E tudo parecia estar na perfeita ordem. É. Parecia.

— 02, aqui é base de comando, responda 02. – uma voz chegava ao meu ouvido.

— 02 na escuta.

— Informe a situação.

— Sinceramente. O que precisamos agora não são de tiros, mas de um belo bombardeio. – brinquei, apesar de não ouvir nenhuma resposta do outro lado da linha.

— 02, abandone seu posto e vá para o Terminal de Passageiros.

Acontece que, mesmo com centenas de snipers, nossa situação estava precária. Vários comandantes haviam escondido suas mordidas e acabaram virando esses monstros. Todos os sobreviventes foram inspecionados e mandados para o Terminal de Passageiros. Era a única área segura em todo aquele aeroporto.

Derrick se aproximou de mim, ele ainda mantinha seu rifle empunhado. Era realmente um soldado dedicado.

Após alguns minutos, chegamos ao terminal. Era uma das maiores áreas do aeroporto. Grandes líderes internacionais, celebridades e suas respectivas famílias estavam nessa área. Mas mesmo assim... Estimulava-se que tinha menos de 1.000 sobreviventes.

— Só isso? – Derrick comentou a um segurança do aeroporto que nos recepcionou.

— Anunciamos que todos os sobreviventes viessem para essa área. Isso desde ontem. Mas só vieram essas pessoas. – ele explicou. Fechei meus olhos e fiquei pensando em Melody. Se aqui, neste aeroporto, no meio do pacífico esses monstros conseguiram chegar, imagino no Brasil. Como você está minha filha?

Peguei minha mochila e retirei de lá uma pequena caixa de charutos cubanos que ganhei de um antigo colega de serviço. Peguei junto um isqueiro e acendi um. Traguei bem forte.

— Hey! É proibido fumar aqui! – o segurança gritou se aproximando de mim.

— Ainda está preocupado com as regras? Toma. – estendi a caixa e ofereci um dos charutos para ele. – Se quiser fumar um, aproveita. Não se sabe se você estará vivo pra experimentar amanhã.

Ele, assim como Derrick me encaram sem expressão. Virei meu olhar e vi o meu inspetor chefe se aproximando.

— Campovilla, preciso de todos os atiradores no escritório em 3 minutos. – falou seco me dando as costas.

Escritório Geral do Aeroporto de Kansai

Quando cheguei ao escritório, me surpreendi. Foram chamados 35 atiradores da SAT para esse aeroporto. E contando com os soldados do exército americano, estimula-se que fossemos um total de 300 soldados.

Tinha apenas 17 sobreviventes.

— A situação está em estado de risco. – meu supervisor começou. – Perdemos muitos homens lá fora. E como muito de vocês devem saber, o Presidente dos Estados Unidos não está nesse aeroporto. Foi nos informado que ele, assim como seu secretário foram mortos há cerca de três horas...

— Espera aí! – um dos atiradores se pronunciou. – Estamos sem sinal de celular há quatro dias. Como vocês conseguiram contato com a Casa Branca?

— Existe um telefone na base de comando que não teve a linha cortada. Ele é usado apenas para comunicação com as grandes autoridades. – sua voz estava alterada, mostrando o quanto ele detestava ser incomodado. – Voltando ao assunto! Nosso querido presidente ativou o decreto 666D antes de morrer.

Um silêncio permaneceu na sala.

Assoprei a fumaça do charuto.

— Alguém aqui sabe que decreto é esse? – desta vez foi a minha voz que chamou a atenção de todos. Traguei forte o charuto. Assoprei. – 6-6-6 Delta é um dos maiores códigos de emergência internacional. É um aviso de que diversos mísseis nucleares foram ativados.

— Um ataque nuclear? Isso é o início de uma guerra? – um soldado se pronunciou, levantando o corpo.

— Enganado. – falei outra vez. Suguei, só que desta vez mais profundo, o charuto. – O código 666D é um ataque do míssil nuclear P.E.M.

Mais uma vez o silêncio imperou na sala.

— Vocês por acaso estudaram os códigos antes de resolverem virar agentes da SAT ou do governo americano? Que piada... – minha voz soava divertida, porém eu estava realmente chateado com todos eles. – O P.E.M, ou também conhecido como H.A.N.E. é uma bomba nuclear de grande altitude. Quando esse míssil explodir na estratosfera ele liberará raios gama que iram sobrecarregar as moléculas do ar, produzindo elétrons. Esses elétrons emitidos são capturados pelo campo magnético da Terra. Gerando um pulso eletromagnético. Isso também é chamado de efeito COMPTON.

Todos me encaravam seriamente. Como se não tivessem entendido o que eu acabei de falar.

Soltei uma risada. Traguei o resto de meu charuto. O joguei no chão e pisei.

— Em outras palavras: esse efeito frita o circuito de qualquer aparelho eletrônico! Celular, carro, mangueiras de bombeiros, robôs, computadores, todos esses objetos se tornaram inúteis.

— Espera aí! Você quer dizer que todo tipo de aparelho eletrônico ira parar de funcionar? – um outro soldado gritou.

— Foi isso mesmo que eu acabei de dizer.

— Mas esse míssil irá atingir o planeta inteiro?

— Não. Por mais que um míssil P.E.M. tenha um longo alcance, existem sete mísseis em todo o globo terrestre. Esses sete mísseis são pra atingir áreas específicas. E acredito que o primeiro a ser ativado será o continente asiático.

— Espera! Nós estamos na Ásia.

— Seremos os primeiros alvos. – falei dando as costas e me retirando.

— Campovilla, aonde você pensa que vai? – meu supervisor gritou chamando minha atenção.

— Quero realizar um último desejo antes desse míssil nos atingir. – abri a porta e sai do escritório.

~~~

Estava fora do terminal de passageiros com o rifle empunhado. Existe um telefone fixo na base de comando que ainda funciona. Preciso chegar até ele e tentar me comunicar com Melody.

— Senhor! – uma voz me chamou, olhei para trás e encontrei Derrick. – Eu te acompanho!

— É muito perigoso. E é um pedido egoísta. Não quero que me acompanhe.

— Quando o senhor perguntou se eu tinha família... Eu menti. – ao contrário do convencional, a voz de Derrick soava mais comum, tranquila. Sem aquela formalidade do exército. – Fui casado uma vez, e tenho uma filha de 6 anos. Mas ela tem um estado avançado de câncer. Nunca saiu do hospital. E eu só vi ela uma vez... No dia de seu nascimento.

— Por que está me contando isso agora?

— Por que eu também quero chegar a esse telefone e falar com ela, uma única vez...

— Você tem esperanças de que ela esteja viva?

— E o senhor tem?

Touchê, Derrick.

Empunhei minha arma e andei vagarosamente até a torre de comando, Derrick estava logo atrás de mim. Descobrimos que eles não enxergam e são guiados apenas pelo som, mas, eles tem uma força diferente do normal. Caso um desses monstros te agarrar... Já era.

Um deles se aproximava, peguei minha adaga, que estava presa a bainha do meu cinto e passei pelo pescoço. Decapitando-o.

— Derrick, evite atirar. Use sua faca ou adaga e elimine os mais próximos. Os outros podem ouvir os tiros e se aproximarem. – sussurrei.

— Afirmativo.

Levamos 20 minutos pra fazer um trajeto de 3 minutos. Uma das maiores consequências desse trabalho era o cansaço extremo que passei a sentir.

Quando chegamos a base de comando. Havia uma garota sentada numa grande cadeira de rodas negra. Ela tinha cabelos cor de cobre atados num coque alto, um par de olhos castanhos amendoados e uma pele pálida. Ela se surpreendeu a nos encontrar e disse que era uma área restrita.

— Viemos fazer algo que dura menos de 10 minutos. – me aproximei dela, encostando em seus ombros fazendo com que ela continuasse sentada. – Pode ir primeiro.

Derrick se aproximou do telefone. Quando tirou o fone do gancho percebi que suas mãos tremiam levemente. Discou os números e levou pouco tempo até que alguém atendesse.

— Oi... Vocês estão bem? – sua voz "normal" era estranha aos meus ouvidos. Ele sempre foi extremamente formal. – Que bom que conseguiram se esconder... Eu poderia falar com Emily? Sei que nunca estive presente na vida dela, mas... Ah, claro, espero...

Silêncio.

— Olá Emily... – Derrick chorava. – Eu? Eu sou... sou um amigo... Olha Emily. Saiba que eu te amo. Nunca se esqueça que Derrick Welsh te ama... – ele colocou o telefone no gancho antes de ouvir a resposta do outro lado da linha. Derrick passou o braço sobre os olhos retirando as poucas lágrimas que ali estavam. Se afastou do telefone acenando com a cabeça para que eu ligasse.

Toquei seu ombro, demonstrando que ele fez a coisa certa.

Me aproximei do telefone e disquei o número da Melody de memória.

Primeira toque.

Segundo toque.

Terceiro toque.

— Alô! Papai? Papai é você? Alô? – eu sentia meus olhos começarem a marejarem.

— Sim, filha. Sou eu. Você está bem? – respondi em português.

— Papai aonde você está? Você vai voltar? – Melody estava eufórica do outro lado da linha, eu podia escutar os soluços que ela tentava esconder.

— Parece que não. Você está em casa?

— Não. Sai de lá faz tempo...

— Pegou minhas armas?

— Peguei algumas. Onde você está? Quando o senhor volta?

— Eu não sei se vou voltar, filha.

— Não! – ela gritou. – Não diga isso!

— Melody... Eu te amo minha pequena melodia... Nunca... – uma grande luz piscou nos céus. O telefone chiava alto. O coloquei no gancho.

— O que foi isso? – Derrick perguntou.

— Isso... Isso é um aviso... Um aviso que nossas noites serão um eterno breu.


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Notas finais do capítulo

Um pouco dramático, não?
Ah, só uma explicação, nem todos os capítulos extras iram tratar de Camilo. Eu só precisava explicar algumas coisas que não tem brechas para fazer com as protagonistas.

Críticas e dicas – e personagens masculinos – são bem vindas!