Fim do Mundo – Interativa escrita por Sohma


Capítulo 35
Capítulo Extra — 07


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora deste capítulo, aliás, a partir de agora eu não vou ter nenhuma data exata para as postagens, infelizmente vai ser no famoso "segura na mão de Deus e vai!"

Mas agora estamos seguindo para a reta final da história (ALELUIA! Gente foram mais de cinco meses escrevendo isso!!!!).

Espero que gostem deste capítulo!

Boa leitura!



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Central Sede do F.B.I. — Estados Unidos

Camilo — POV

— Merda! Mira na cabeça! Na cabeça! — foi a única que eu consegui gritar para Derrick e George. Os tiros saíram de suas Beretta's a cada segundos, acertando com precisão as cabeças "deles".

Apoiei na primeira coisa que encontrei, erguendo meu corpo do chão. Meu peito doía, ardia, o ferimento de lâmina ainda estava ali, vermelho, igual ao sangue que escorria de meu braço.

Logo o som de engasgo chegou aos meus ouvidos, e assim como os dois ao meu lado dei meia volta, correndo por um dos extensos corredores.

— Precisamos sair daqui! — George gritou se aproximando de mim.

— Precisamos achar o frasco primeiro! Depois fugimos! — retruquei, tampando o ferimento do braço esquerdo com a palma da mão direita, tentando sem sucesso conter o sangramento.

Era insano. Estamos aqui há apenas dois dias, e numa situação pior do que o aeroporto. Claro que aqui, na "Capital Americana" temos energia, comida e água, completamente diferente do Japão, só que eu preferiria estar ilhado no meio do mar da Ásia do que estar no meio desses filhos da puta na terra do tio Sam.

Mas eu tinha uma missão, e eu precisava cumpri-la.

2 Dias Atrás

Os helicópteros desciam com calma, alcançando por fim o gramado de um local enorme, tão extenso que não podia se ter uma noção em metros quadrados. Quando um, em especial, aterrissou, Camilo e Hans desceram, o mais velho foi guiado pelo homem negro, até que ambos ficaram na frente de uma porta eletrônica, com dedos hábeis, Hans digitou uma senha no painel que estava ao lado mesmo, e em questão de segundos três portas se abriram à sua frente.

Camilo levantou uma sobrancelha, curioso. Conhecia o trabalho do F.B.I., mas nunca havia frequentado — ou até mesmo, pesquisado — sobre os mesmos. Tinha total consciência de que a tecnologia era de primeira, só não esperava algo do tipo.

Antes de seguir Hans, a voz grossa e autoritária imperou:

— Como vocês ainda tem energia? Tivemos a informação de que P.E.M.'s foram usados por todo o território mundial!

— Nós recebemos a confirmação de nosso saudoso presidente para ativarmos as ogivas. — Hans explicou, ainda de costas para Camilo. — Mas resolvemos não ativarmos uma, em especial a de destino ao continente americano. — por fim, virou o corpo, encarando o rosto bruto e sério do atirador. — Afinal de contas, não podíamos trabalhar sem energia.

— Mas qual foi a necessidade de atirar essas bombas? — questionou, cruzando os braços diante do peito. Este assunto começara a incomodar o brasileiro.

— Países como a China, Rússia, dentre muitos outros tinham preparados mísseis nucleares para a extinção de muitos continentes. — a voz de Hans era carregada de arrogância, as palavras saíam de sua boca como se explicasse aquilo para uma criança de dez anos, e isso deixou Camilo mais irritado do que ele mesmo gostaria. — A única alternativa que o presidente teve foi deixar os direitos humanos, e a ética, de lado, e ativar o P.E.M. antes que esses mísseis nos atingissem.

Agora tudo foi lógico para o franco atirador, ele sabia, sempre soube, que existia um motivo exclusivo para a ativação do REM, não poderia ter sido apenas para deixar as outras capitais sem luz, mesmo que, isso já aconteceria sem necessidade das bombas. Mas o que lhe incomodava era o modo de Hans dirigir-se à ele. Grosso, arrogante, um ar de superior que irritava qualquer um. Igualzinho a sua filha. E com essa lembrança, Camilo se permitiu sorrir, lembrando-se da filha, a segunda pessoa que ele mais amou — e ainda ama.

~~~

Após três horas, um banho quente e muita comida, Camilo era outro homem, relaxado, descansado, se estivesse em sua casa está seria a hora perfeita de pegar uma caneca do café mais forte que encontrasse no armário, sentar-se na sala, assistir ao jogo de futebol e por fim, dormir como nunca.

Claro que ele podia optar por dormir, esse benefício não lhe foi negado, mas a curiosidade de querer descobrir se haviam conseguido arrancar algo dos ministros e líderes mundiais martelava sua cabeça. Não sabia se Jacqueline abriu a boca para revelar o que lhe havia contado, ou melhor, ele mesmo deveria contar? Essa era a maior dúvida de Camilo. A segunda era sua crença nos fatos narrados, ele mesmo não parecia acreditar em Jacqueline.

— Camilo? — George apareceu no campo de visão de Camilo, ele também parecia um novo homem, a barba já estava feita, os cabelos bem penteados, a serenidade no olhar. Incrível o que um banho podia fazer com uma pessoa. — Está tudo bem?

— Acho que não. — respondeu, apoiando as costas numa das paredes de metal, observando como todos os corredores pareciam iguais. — Eu não consigo acreditar nisso tudo ainda. Zumbis, ogivas nucleares, F.B.I., se isso fosse algum roteiro de Hollywood, com certeza teria sido mandado diretamente pro lixo. — brincou, dando uma gargalhada sem humor.

O silêncio imperou entre os dois soldados. Não havia mais o que ser dito.

— Senhores. — uma nova figura apareceu, este tinha cabelos negros extremamente curtos, os olhos castanhos com olheiras abaixo deles, confidenciando as horas de sono perdidas, a pele era amorenada, trajava uma roupa formal, a gravata azul estava folgado no pescoço, a camiseta branca estava com as mangas arregaçadas, os três primeiros botões estavam abertos, a calça de brim amassada e os sapatos lustrados pareciam ser a única coisa impecável no vestuário.

— Collins! — George cumprimentou o amigo, dando-lhe um abraço caloroso. Logo, com a mão apoiada nos ombros do agente, sorriu para Camilo antes de dizer: — Este filho da mãe aqui, conheço ele há mais de vinte anos, ele é padrinho da minha filha. E esse aí. — agora apontou para Camilo, se dirigindo a Collins. — É um dos melhores atiradores que eu já conheci, ele consegue acertar até uma noz de castanha jogada no céu.

Os três riram. Isso poderia ser um reencontro de amigos, um momento de felicidade no meio do caos que se alastrou.

— E as crianças? — George perguntou espontâneo, e como se um tapa atingisse sua cara, ele se arrependeu de suas palavras. — Me desculpe...

— Não. Tudo bem. — Collins respondeu, tranquilo. — Mas Alan e Nicole não são mais crianças, já são adolescentes. — o tom em sua voz era um pouco triste, deprimente, mas era notório que ele tentava a todo custo não transparecer isso. — Mas e Lauren, como ela está? A última vez que eu a vi foi quando ela voltou da missão na Europa, e isso já faz algumas semanas.

— Infelizmente não consegui contactá-la. — George respondeu sóbrio, mas em nenhum momento ele abaixou o olhar. Apesar de tudo, George era muito orgulhoso, não demonstraria nenhuma fraqueza na frente de pessoas, mesmo que estas fossem seus amigos. — Mas você conhece a peça, ela é inteligente, com certeza deve estar bem. — sorriu amargo, como se em sua mente a figura da filha fosse presente, reconfortando-o e o martirizando.

O assunto não durou muito tempo, todos foram enviados para os quartos, que estavam perfeitamente decorados, e mesmo que o cansaço tomasse conta do corpo de Camilo, ele não conseguia dormir em paz. Duas coisas martelavam em sua cabeça: a primeira era a filha, sempre seria ela. E a segunda... O filho. Infelizmente Camilo não tinha mais contato com o mesmo, o expulsou de casa há exatos cinco anos atrás, lembrava das palavras duras que usou, a sua ignorância. Não queria morrer antes de se despedir dele. Não podia.

E com esse pensamento, foi levado para o mundo dos sonhos, onde teve paz por apenas duas horas.

Um alarme soou alto, acordando-o, ainda desnorteado, Camilo vestiu os sapatos que estavam ao lado da cama e saiu pelos corredores de metal, procurando qualquer um que poderia informá-lo o que estava acontecendo.

— Não se mexa! — o grito veio atrás de si, um homem de óculos usava um jaleco branco, o que realmente chamou a atenção de Camilo foram os respingos de sangue que cobriam a superfície branca, assim como em seu rosto.

— Mas que porra...? — Camilo não pode terminar quando viu uma horda se aproximando deles, num ato altruísta, o italiano tentou levantar aquele cientista do chão, mas foi impedido pelo mesmo.

— Eu já fui infectado. Mas você pode se salvar. — remexeu no bolso do jaleco, retirando de lá um crachá. — Encontre Hans, a está altura ele poderá explicar...

Camilo tentou retrucar alguma coisa, mas aproximação "deles" o fez agir mais rápido, guardando o crachá no bolso dianteiro, correndo em qualquer direção.

Agora muitas indagações cobriam sua mente: Como eles entraram? O que teria acontecido para os zumbis conseguirem invadir a cede do F.B.I? Falha na segurança? Não. Existia algo muito maior por trás.

~~~

Camilo — POV

— Feche a porta! — foi o que consegui gritar quando todos adentramos aquela sala, era o laboratório, nosso principal destino. E sem adrenalina, meu corpo ganhou o chão, sentindo meu braço doer, não era a dor de um tiro, algo muito pior que isso. Retirei a camiseta, apenas para revelar a marca de mordida que ali estava.

Eu não consegui esconder meu sorriso amargo. Então... Este seria meu fim, não é mesmo? Morto por uma dessas coisas.

— Calma Camilo! — Derrick me falou calmo, aquela voz meio adolescente, olhando agora para Derrick eu nunca tinha reparado no quão jovem ele era. Ele poderia ter a idade de meu filho.

Ah... Meu filho...

— Nós vamos encontrar o soro, ele vai te ajudar, nós... — George balbuciava. E eu jamais esperaria ouvir palavras positivas dele numa situação como essa. Ele sempre fora pessimista.

— Mesmo que o soro funcione em mim... Eu morreria por hemorragia. Esse ferimento não ia se fechar, eu sangraria até morrer. — expliquei calmamente.

Observei o enorme laboratório, até que finalmente foquei meu olhar numa grande cápsula. O soro deve estar naquela cápsula, sempre fica em cápsulas, não é isso que acontece nos filmes?

Apontei para aquilo, meu braço tremendo, estou quase sem sangue, ainda é um milagre eu estar conseguindo me mexer.

Derrick e George arrombaram aquela grande cápsula, onde ali revelava exatos quatro frascos e uma única seringa. Claro. Sempre uma única seringa!

Minha visão já estava ficando turva, e o que houve nos próximos segundos não consegui captar, só retornei aos meus sentidos quando senti algo perfurando minha perna.

Não. Não! Não gaste isso em mim! Não adianta, eu não vou sobreviver... Eu não vou...

~~~

Teatro Municipal de São Paulo — Centro

Heero — POV

Alice ressonava calmamente no meu colo, ela pegou no sono há poucos minutos, chorando novamente. Ela teve uma nova crise, assustada, berrando, pedindo pela mãe que nunca mais verá. Mas ela foi acalmada, não por mim...

Levantei meus olhos encontrando Claire, os cabelos louros cortados de uma forma desajeitada, parece que ela passou a navalha ali sem nenhuma ideia de corte, mas eu imagino que antes os cabelos deveriam chegar até suas costas, ela é muito bonita. Até demais. Como eu queria gostar de mulheres... Eu gostaria de tentar algo com Claire, mas...

— Não acha melhor... Não acha melhor a gente sair por aí? — com essas palavras eu acordei de meu transe, encontrando os olhos azuis-esverdeados dela. — Quer dizer, olha esse lugar, a infraestrutura já era, nossa comida não vai durar muito tempo, e precisamos achar água. — ela sugeriu, com a voz calma. Percebi que quando a conheci ela estava nervosa, no entanto Claire é bem gentil.

— Mas temos outros problemas. Nossa única arma é sua 9mm, e esse assault rifle aí atrás. — apontei para a mochila dela, que estava jogada próxima ao piano. — Não temos muitas munições, se precisarmos atirar pra valer vai ser um desperdício...

— Você conhece muito de armas para um pianista. — Claire me interrompeu, um sorriso meigo se formou em seu rosto. Ah, se eu gostasse de mulheres...

— Meu pai é um franco atirador, tive aulas de tiro, conhecimento de armas, claro que minha irmã conhece bem mais do que eu... Só que eu não tive opções, tive que aprender na marra... — meu pai... Eu não o vejo há tanto tempo. Não consegui fingir a frustração em meu rosto, e percebi isso quando Claire tocou em meu ombro, tentando me confortar.

— Sei como é viver numa família conturbada. — ela sorriu novamente. — Mas você não está sozinho, Heero. Estou aqui para te ajudar, e a pequena Alice também. — vi que ela acariciou os cabelos encaracolados da criança. — Mas nós precisamos sair daqui... Não adianta ficarmos esperando. Você precisa encontrar sua irmã, e eu... preciso encontrar meu... "primo". — percebi o falsete na palavra "primo", Claire parecia estar escondendo algo de mim.

Mas eu não ia exigir isso dela. Também, não adiantaria nada eu saber.

Alice remexeu em meu colo, apenas para mudar de posição, voltando a dormir tranquilamente. Como eu queria poder descansar em paz como ela. Mas existem muitas arestas que eu precisava consertar antes de me sentir em paz.

Encontrar meu pai e Melody era uma delas.

E Claire estava certa. Nós precisamos sair daqui para poder encontrá-los.

— Quando Alice acordar... Nós partiremos!


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Notas finais do capítulo

Notas Finais:

CAMILOOOOOOOOO~!

E então, o que acham que vai acontecer com nosso querido franco atirador?

Eu honestamente pensei muito nesse capítulo, e ainda acho que ficou faltando coisa... Mas eu precisava postar isso o quanto antes, sinto que estou deixando essa história de lado, apesar dela ser um amorzinho meu.

Aliás, ela foi a minha primeira interativa, e quando comecei a escrevê-la, eu não tinha a mínima ideia de como se escreve uma, apesar dos pesares, está história é muito importante para mim!

Obrigado a todo mundo que está acompanhando! ♡

Ah, estou com uma interativa nova junto com uma amiga: https://fanfiction.com.br/historia/708377/Battle_Royale_Interativa/ ainda temos vagas, caso queiram! o/

Acho que é só isso! :v

Inté o próximo!



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