Fim do Mundo – Interativa escrita por Sohma


Capítulo 34
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Olar, galere!
Ok, esse capítulo pra mim ficou "meio pombo", apesar de ser de extrema importância pro decorrer da história.

O próximo capítulo será um extra (finalmente, né), e teremos algumas revelações surpreendentes.

Espero que gostem deste.

Boa leitura!



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Sarah — POV

Já havíamos chegado ao bairro da Liberdade, as nuvens cinzentas dos últimos dias já haviam desaparecido e o Sol escaldante do meio de tarde estava sob nossas cabeças. Meus joelhos estavam flexionados, a posição era um pouco desconfortável devido o pequeno tamanho do buggy, mas não podia me dar ao luxo de esticar as pernas, porque iria chutar Lauren, e eu preciso dar graças à Deus por ainda estar viva.

— O que faremos primeiro? — a voz de Gael foi alta, chamando a atenção de todos. Lauren pigarreou.

— Primeiro, vamos para a delegacia leste, precisamos encontrar armas e munições. Depois... — ela ficou quieta por alguns segundos, observei seu rosto claro, uma expressão irreconhecível se formou nele, o que me deixou apreensiva.

— Vamos para a minha empresa, preciso saber se minha irmã e meus amigos estão bem. — Gael voltou a falar, a convicção em suas palavras mostravam a determinação dele.

Confesso que compreendia muito bem essa determinação, afinal, se eu precisasse procurar meu marido, eu faria tudo o que estivesse ao meu alcance.

O carro deu uma freada brusca, fazendo nós três, da parte traseira do carro, irmos para frente, batendo no estofamento do banco dianteiro. Lauren foi reclamar, mas quando ela levantou-se ela ficou muda, como se as palavras tivessem fugido de sua boca. Copiei seu gesto, mas inclinei apenas meu tronco para cima, e meus olhos se arregalaram.

A estrada na nossa frente, estava cheia "deles". Cobriam boa parte da rua, alguns carros estavam "estacionados" ao longo do caminho, com as janelas quebradas e corpos inertes no chão. Meu estômago embrulhou, e outra vez o enjoo tomou meu corpo. Mas segurei. Não é o momento exato para vomitar.

— Era de se esperar. — meu marido falou alto. Acredito que eu não fui a única a ficar com uma interrogação no rosto nesse momento, por que um silêncio imperou entre nós. — Bom, temos um rio aqui próximo, e acredito que à essa altura do campeonato todos já sabem que essas coisas reagem ao som, e desde aquela bomba, a cidade inteira está sem nenhum ruído. — depois dessa explicação eu consegui entender.

— Então quer dizer que...

— O som do rio está atraindo "eles" para cá, e estamos roncando alto o motor desse buggy, aposto que é o único som em quilômetros. — Lauren me interrompeu, concluindo.

— De fato. — finalmente ouvi a voz de Kenji... Ou melhor, Takagi. — Mas o que importa é como escapar dessa situação.

— Este buggy não é anfíbio? — Gael perguntou alto, sua voz era animada, como se ele tivesse encontrado a solução perfeita. — E se a gente entrar no rio? Esses zumbis não conseguem entrar na água, lembram? — ele estava certo! Podíamos despitá-los rapidamente dessa maneira.

— É possível o buggy não flutuar por causa da superlotação. — August falou alto, despistando toda a esperança que Gael e eu tínhamos.

Outra vez ficamos todos quietos, como se procurássemos a solução para esse problema.

— E se o Takagi usasse a espada dele como da última vez? — sugeri, observando justamente aquele garoto. Ele negou a cabeça.

— São muitos, um ou outro acabariam escapando da lâmina e poderiam entrar no carro. — explicou. Fazendo com que o silêncio imperasse outra vez entre nós.

— Eu tenho uma ideia... — Lauren falou alto, fazendo com que todos olhássemos para ela.

~~~

Gael — POV

Eu, Sarah e Lauren estávamos escondidos atrás de um carro, observando o buggy correr por uma caminho reverso ao que íamos fazer originalmente. Ergui meu pescoço, vendo os zumbis seguindo o carro.

— Que loucura. — as palavras saíram de minha boca. — Servir de isca nessa situação. — mas nem era isso que eu estava achando loucura, o maior ato de loucura foi deixar August e Takagi juntos. Era mais que notável que os dois nutriam algo pior que antipatia, ódio talvez...?

— Não tinha outra saída. — Lauren comentou em voz alta.

— Eu sei. Mas deixar o Kenji junto com o August? Achei essa ideia maluca. — falei olhando diretamente para os olhos azuis de Lauren.

— Mas o Takagi ter ido com o August é perfeitamente lógico! O August precisa de alguém pra dar cobertura na hora de escapar desses monstros sem fazer barulho. — Lauren explicou calma, arrumando a mochila nos ombros, e segurando com firmeza sua arma.

Desviei meu olhar dela para Sarah, que mordia as unhas, segui seu olhar, apenas para afirmar que ela acompanhava cada movimento do buggy, até que por fim, ele desapareceu, descendo um barranco.

Andei vagarosamente até ela, e dei três toques leves em seu ombro. Os olhos dela focaram-se levemente em meu rosto, só consegui sorrir, tentando confortá-la. Ela respondeu ao meu sorriso.

— Eu não conheço bem essa parte da cidade. — virei meu rosto para Lauren. — Que caminho seguimos para o ponto de encontro?

Lauren sorriu triunfante. Ela levantou a mão, fazendo um gesto com os dedos para a seguirmos.

~~~

Alan — POV

Era provável que estivéssemos na metade do dia, mas eu não podia confirmar. Um relógio faz muita falta nesse momento. Meu corpo estava cansado, passamos a noite toda andando, e eu estava carregando um peso extra. Bella desmaiou depois daquele incidente insano, estava adormecida nos meus ombros. Mas eu prefiro que ela esteja assim ao invés... Afastei as lembranças da noite passada da minha cabeça. Aquilo me deixou desnorteado, ver Bella daquela maneira me deixou aflito demais.

Levantei meu olhar, vendo que Ana e Melissa andavam lado a lado, mas permaneciam quietas, e esse silêncio mórbido não ajuda nada na minha aflição. Nick também se mantinha calada, o que não era usual.

— Pra onde estamos seguindo? — tomei coragem pra quebrar o silêncio. E minha pergunta fez Ana parar, Melissa copiou seu gesto.

— Precisamos achar Melody e Miller... — Ana virou o rosto, olhando diretamente para mim.

— O que não vai ser fácil. — desta vez foi Melissa que se pronunciou. — Não sabemos qual caminho eles seguiram, ou se...

Ainda estão vivos, eu tinha absoluta certeza que essa era a última frase de Melissa. Suspirei. Estava cansado, com sono, com sede e muita, muita fome mesmo. E eu com certeza não era o único, acredito que um dos motivos do desânimo de minha irmã seja fome, ela sempre fica indisposta quando fica muito tempo sem comer.

— Não podemos parar em algum lugar pra descansar? — Nick indagou alto. — Já devemos estar na Liberdade, tem um shopping aqui nas proximidades e...

Ana fez um gesto com a mão para que Nick ficasse quieta. Nos escondemos atrás de um ônibus completamente destruído, e após alguns segundos de silêncio eu ouvi som de vozes. O que me deixou num misto de felicidade e angústia. Era bom por que tem pessoas por aqui, e o lado negativo é que não sabemos como eles podem reagir a nos ver. Nossa munição era pouca. A pistola de Bella estava sem nenhuma bala, a escopeta de Ana tinha (chutando alto) munição para 7 tiros, o fuzil de Nick talvez tivesse apenas três cartuchos, minha arma e a de Melissa só tinham cinco balas exatas. Infelizmente deixamos as munições na casa de Bella quando fugimos, as únicas armas que tinham munições o bastante era a de Melody e Miller, mas nenhum dos dois estavam aqui.

As vozes começaram a ficar cada vez mais altas. E eu consegui reconhecer duas vozes femininas e uma masculina.

Ana começou a andar na nossa frente, inclinando o corpo com cuidado, como se tentasse observá-los mas não querer ser vista. Nick começou a andar mais para frente, ficando exatamente ao lado de Ana.

— Lauren? — Nick berrou, me assustando. Logo ela começou a correr. Ana tentou segurá-la, gritei pedindo que ela voltasse, mas ela já estava longe o bastante.

Eu reconhecia esse nome. E nós conhecíamos apenas uma Lauren... Será que...?

Andei vagarosamente, ainda com Bella sobre meus ombros, chegando na extensa rua meus olhos se arregalaram quando eu a reconheci.

— Lauren! — também gritei.

Nick estava bem na minha frente, mexendo os braços, mostrando nossa localização.

Lauren — POV

— Lauren?

Escutei alguém gritar meu nome, automaticamente virei meu corpo para trás, vendo no outro lado da rua uma garota de longos cabelos negros mexendo as mãos. Será que era... Não podia ser...

— Lauren!

Gritaram outra vez, mas desta vez era um garoto. Sim! Eram eles. Eu não consegui evitar um sorriso.

Escutei Gael destravar a arma, por impulso eu levantei meu braço, num gesto mudo para que ele não atirasse. Comecei a correr até aquelas crianças, deixando minha mochila e armas caírem no chão durante o trajeto.

— Nicole! — abracei-a com força, sentindo um alívio preencher meu peito. — Alan! — dirigi meu olhar para ele, sentindo lágrimas se formarem em meu rosto. — Eu não acredito que vocês estão vivos!

— O que você faz aqui? Não estava na base? Você falou com meu pai? — Nick começou a perguntar diversas coisas, olhando diretamente em meus olhos.

Eu não conseguia responder nada no momento. Sabia que o pai de ambos estava nos Estados Unidos, provavelmente trabalhando em algo relacionado ao meu antigo caso. Mas... Não tinha certeza de que ele estivesse vivo. Não posso confirmar. Mas... Como eles reagiriam ao souber que seu pai, a única pessoa que eles tem, estaria morto?

Um barulho despertou-me de meus devaneios. Vi duas garotas se aproximando de nós, reparei numa que tinha a pele morena num tom claro, depois na outra de corte masculino. Virei meu rosto, vendo que Sarah e Gael também se aproximavam de nós.

— Apresentações são desnecessárias agora. — falei séria, revezando meu olhar para cada um. — Estamos indo para um abrigo, querem vir conosco? — perguntei, olhando diretamente Nick e Alan.

Eles se entreolharam, logo balançaram a cabeça numa afirmativa.

~~~

Miller — POV

— Por que eu não devo te matar agora? — perguntei, apontando minha preciosa para a cabeça de Melody, que também tinha aquela baioneta apontada para mim.

— Por que eu seria mais útil do que você pensa. — ela respondeu no seu habitual tom arrogante. — Sabe, Miller, você precisa de alguém para te orientar no caminho atrás dessa sua garota misteriosa. E como você me disse, ficou preso durante dois anos...

— Quase dois anos. — corrigi.

— Tanto faz. — aquele tom... — Mas a questão é, você precisa de alguém que conheça a cidade. Ela mudou muito em quase dois anos.

Melody tinha razão, eu precisava de um guia, mas jamais admitira isso, principalmente para ela. Quando contei minha trágica história de vida para ela ontem, a minha intenção seguinte era matá-la. Consegui já o que queria dela. Uma boa transa. Ela não era mais importante...

— Miller... Eu tenho conhecimento sobre armas, táticas de guerra, meu q.i. é mais avançado que o de qualquer pessoa que você possa conhecer. — ela estava tentando me convencer que eu precisava dela. Ela não quer me deixar... Talvez aja algum motivo para isso. Eu não consigo encontrar um por quê. — Você precisa de mim.

Sim... Eu precisava dela, apenas por um tempo, só até encontrar Claire. Alguém como Melody também possa ter conhecimentos medicinais, talvez. Assim não precisarei da tomboy. Apenas Melody seria o bastante.

Abaixei a preciosa no exato momento em que a baioneta de também também era abaixada, e com passos rápidos ela se aproximou de mim, passando uma mão em meu cabelo, me puxando para um beijo lascivo. Sentia a língua dela explorando cada detalhe de minha boca. Melody pode ser chata pra caralho, mas ela sabe beijar e transar como nenhuma outra.

Isso é o que quero dela. Apenas isso.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?

Bom, o Titã praticamente exigiu desenhos novos :v, eu na realidade já tinha feitos alguns sketchs das cenas e personagens, mas nada que realmente me agradace.
Então, aqui está um desenho do Miller: http://imgur.com/9NI03G6 (eu particulamente buguei na anatomia desse desenho, mas eu o adorei, esse ar de perigo ♡)