Humans escrita por Arya


Capítulo 14
XIII - Por favor, me acordem quando esse dia tiver acabado.


Notas iniciais do capítulo

E aí está, espero que gostem ♥ Não é um cap tão bombástico que o anterior, mas isso significa uma coisa: No próximo, talvez seja melhor. -q
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/688815/chapter/14

E, novamente, Mayumi foi interrompida no ensaio por Haruka Sayori reclamando e se desconcentrando, o que a fez enfiar a cara na mochila que estava em cima da sua mesa, saindo da personagem.

No final, ela conseguiu o papel de Allison Reynolds, a menina estranha que fica no fundo da sala de detenção, que fala pouco mais chama atenção por suas atitudes, sendo consideradas loucas. Como, por exemplo, colocar açúcar em um sanduíche de queijo com presunto. Ela adorava aquele papel, achava que combinava, mesmo que não fosse realmente parecida com a Allison.

Mas qual era o problema? Sayori, a sua amiga, era uma pessoa realmente legal mas às vezes tinha um ego de estrela, ela conseguiu ganhar o papel de Claire Standish, a protagonista feminina com mais destaque na história. Com isso, seu ego de estrela aumentou tanto que provavelmente ela tinha que abaixar a cabeça para conseguir bater na porta, e aquilo a fazia achar que podia parar ou reclamar toda hora sobre coisas pequenas.

Haru, que fazia o papel de Andrew Clark, o atleta dos principais, a deu uma olhada como quem estivesse sem saco e depois olhou Hayami, que fazia o papel do nerd Bryan Johnson.

— Ah… — Hayami disse saindo da postura que estava e se afundando na cadeira. — Sayori, você decide isso de unha depois.

— Exatamente. — falou Victor colocando os pés em cima da mesa, passando a língua entre os lábios e olhando a platéia, vendo Yuuki comendo chocolate enquanto conversava baixinho com Morgana, mas assim que ela o notou, a garota deu um sorriso animado e acenou ao mesmo.

E, obviamente, Sayori ficou com ciúmes. De alguém que nem é seu namorado.

— Porque você não ficou com o rebelde? Acho você bem melhor. — disse e Haru a olhou, e Mayumi deu uma chutada em sua cadeira e fez sinal com a cabeça para ele falar nada. Mas claro, Haru não sabe ficar calado. — Temos uma química melhor.

— Concordo. Em termos de atuação, os dois são ótimos e já fizeram pares antes, então tem uma química já feita. — disse Hayami baixinho.

— Sabe quem tem mais química que vocês? Minha mão na sua cara. — disse Haru se levantando. — Quer testar?

— Ei! — exclamou o responsável pelo o clube de teatro, o professor Yamato Shiryuu. — Concentração.

Aquele ser em questão era professor de biologia do terceiro ano e, a partir daquele ano, professor de sociologia do primeiro. Além disso, ele trabalha dando aula em uma das maiores faculdades de Inazuma, e ainda é “casado” com Yamato Kira, não no papel, mas eles moravam juntos e até tinham o mesmo sobrenome. 

Não, eles não eram parentes. Apenas suas famílias tem o mesmo nome, mesmo que sejam realmente diferentes: A família de Kira era de Nagasaki e a de Shiryuu, pelo o que ela se lembrava, era de Tóquio.

Tecnicamente ele é aquele professor que arranca suspiros das garotas, mesmo que atualmente aquela magia acabou para seus olhos, pelo menos. Não sabia o porque, apenas não sentia que ele era aquilo tudo que achava no início do ano. Seus olhos alaranjados e cabelos da mesma cor chamava a atenção, além de ser alto e ter um físico muito bom, diga-se de passagem, atraia qualquer pessoa.

Assim que o sinal tocou, todos se levantaram e pegaram suas coisas, indo para suas salas. Ela arrumou suas coisas que usou para ensaiar dentro da mochila e depois olhou para frente, vendo Hikaru acenando a mesma. Ela colocou a mochila nas costas e saiu do palco, dando uma corridinha até ele com um sorriso no rosto e a abraçando brevemente. Assim saíram sem muita pressa.

Haru olhou os dois indo embora e colocou a mochila nas costas, saindo. Quando voltou para pegar o celular que tinha deixado em cima da mesa, o garoto viu que a Mayumi tinha esquecido seu casaco na cadeira. Pronto, um motivo para falar com ela.

Ele pegou rapidamente e saiu em disparada atrás da mesma. No meio do caminho, esbarrou em Tsunami, que reclamou em alto e o menino apenas acenou com um sorriso.

— Calma, Haru! — exclamou o garoto, e o de cabelos roxos o olhou, curioso. — Venha saber de uma notícia bombástica.

***

Enquanto Mayumi estava no ensaio, Claudine e Kira estavam indo conversar a sós antes da aula sobre algum assunto que a professora de filosofia não sabia.

Claudine se sentou na frente da mesa dos professores na sua própria sala de aula, após Kira trancar a porta para conseguir conversar com a mesma em paz. A mais velha não sabia o que era, nem ao menos fazia uma ideia, mas para algum aluno a procurar em particular era realmente… Assustador.

— Você sempre diz que podemos desabafar com você sobre qualquer problema que tivermos, então… — a morena disse e começou a contar tudo desde o início.

Do momento que descobriu da gravidez até mesmo sobre suas escolhas e dúvidas, e Kira apenas a escutou seriamente sem nenhuma expressão facial como se estivesse a julgando. Assim que ela terminou toda a história, a mesma fez um bico e assobiou.

— Ok, calma. O que você precisa agora é relaxar. — disse. — Você já sabe algo que você não queira fazer com o bebê? Pense bem, uma criança é uma responsabilidade enorme.

— Eu não quero abortar. — disse Claudine e Kira mexeu a cabeça para cima e para baixo. — Eu sou contra isso. Essa é a última coisa que eu quero fazer. Na realidade, nem quero.

— Ok, eu entendo. — disse Kira.— E sobre adoção?

— Eu também não estou afim de mandar para um orfanato. Sofri muito naquele lugar. — disse a garota de cabeça baixa. — Mas é uma boa opção, digamos assim. Eu tenho uma boa família, o bebê também poderia ter.

A professora sorriu.

— E sobre ficar com você?

Claudine a olhou e pensou um pouco.

—Não sei, a família de Minamisawa é muito complicada e eu… Cara… — ela passou a mão no rosto sentindo seus olhos começarem a lacrimejar. — Eu estraguei tudo que eu queria para o futuro com isso. Todas as chances de ter um futuro bom foram tecnicamentes jogadas e massacradas.

— Ei. — a mulher pegou na mão da mesma e fez carinho em um gesto amigável. — Claro que não. Nada é impossível, você pode ter uma vida boa com ou sem ter um filho, mas é claro que passará por dificuldades enormes.

Ela limpou o rosto da mesma com um pano que tinha em seu bolso.

— Não chora, você vai receber apoio da sua família, eu vou te ajudar também. Qualquer coisa você se enfia com o barrigão na casa, a gente compra roupa para o fetinho e parcelamos em 40 vezes no cartão do Shiryuu. — brincou. — Ok, nem tanto, mas  enfim…

Claudine deu um breve riso e o sinal tocou, então ambas se levantaram e a professora abriu a porta, enquanto a de cabelos longos foi rapidamente no banheiro, dizendo que estava apertada, para lavar o rosto. E Kira, por sua vez, foi para outra sala de aula, desviando de um furacão que passava pelo os corredores no momento.

— Cuidado com a velocidade, Haru! — exclamou e o garoto quase derrubou Tsunami, que estava conversando como se estivesse espalhando mais de uma de suas fofocas pela a escola.

Ela apenas deu de ombros e seguiu para a sala 3-B, do terceiro ano. No entanto, na conversa de Tsunami, quando Haru voltou para falar com ele, o rosado disse:

— Claudine está grávida. — disse o surfista e os garotos começaram a comentar, enquanto Haru arqueou a sobrancelha. — E do testudo!

***

Durante as aulas, Morgana não estava conseguindo se concentrar. Tinha conversado com a sua tia sobre aquele assunto por telefone no banheiro antes de ir para o auditório onde o clube de teatro ficava ensaiando junto a Yuuki. Ela arrumou seu cabelo em um coque bagunçado que não iria prender por mais de dez minutos, e alguns fios já começavam a cair em seu rosto.

Enquanto desenhava bonecos de palitinho varrendo a borda do caderno enquanto a professora de inglês estava dando aula, acabou que ela apenas prestou atenção em algo quando Kazemaru a cutucou e apontou para a janela que dava ao corredor, vendo uma mulher que a fez arregalar os olhos.

Laurelle Sivan. Sua tia por parte de pai e advogada.

Estava usando seus cabelos presos em um rabo de cavalo enquanto usava um terno preto, com enormes saltos finos que, se ela jogasse em alguém mataria na hora. Quando a mulher disse a garota que iria falar com o diretor, ela não sabia que seria naquele exato momento.

A mulher, que abusava de um olhar sério e forte, andou acompanhada da secretária do colégio até a sala do diretor, onde abriu após bater duas vezes firmemente.

Entrou no local, e o homem abriu um sorriso no rosto.

— Laurelle, responsável pela a Morgana Sivan? — perguntou e a mulher sorriu.

— Sim, eu sou a tia dela. Mas, nesse momento, eu não vim como a responsável dela, e sim como advogada de Violetta Morozova. — disse a mesma sorrindo e o homem fechou o rosto.

Ela abriu a maleta que levava em mãos e retirou um envelope, o entregando.

— Isso é uma intimação em cima de você sobre a festa que a própria Raimon está patrocinando, e a principal organizadora sendo a sua filha, Natsumi Raimon. — disse seriamente e tirando um folheto que pegou na frente da escola. — Essa festa tem o tema blackface, e ainda tem, atrás do folheto, dizendo que eles podem vir vestidos de… — ela pigarreou para falar e olhou. — Ku Klux Klan.

O homem a olhou.

— E daí?

E daí… — Laurelle começou, o imitando. — Você assinou um contrato com a ONG Sokolov, criada por Violetta Morozova, em que diz que você não irá incentivar nenhum ato de racismo, homofobia, xenofobia e qualquer coisa que poderá ofender um grupo de pessoas. Em troca disso e mais algumas coisas, ela ajudará e patrocinará o colégio.

Ela deu um breve sorriso vitorioso.

— Você está sendo processado por quebra de contrato e discriminação. — disse sorrindo vitoriosa. — Mais detalhes aí. Eu ia pedir a sua secretária o endereço do seu advogado para o entregar, mas achei melhor falar com você. Qualquer dúvida não precisa contatar a minha cliente, e sim a mim.

Ela se levantou o entregando seu cartão ao mesmo e se curvou, saindo calmamente e deixando o diretor assustado, abrindo rapidamente o contrato enquanto mandava a secretária ligar para o advogado naquele exato momento. A mulher saiu do colégio, passando na frente da sala de Morgana e olhando rapidamente a garota brisando durante a aula de matemática.

Assim que saiu do colégio, ela saiu da postura e alargou a gravata, olhando o carro de Violetta a esperando. Ela tocou duas vezes na janela de trás e a mulher abriu, e então a mesma entrou. Elas sorriram uma a outra e bateram palmas.

— Será que vai dar tudo certo? — perguntou o motorista, que era um dos fundadores da ONG junto a Violetta.

— Claro.— disse a mesma. — Karma existe. Ele mexeu com a gente, e agora pagará por seus atos.

***

Zakuro entrou no vestiário feminino para se preparar para a educação física, escutando uma conversa das garotas sobre a “vadia da Raimon”. A princípio, achava que estavam falando de Fuyuka e nem ligou tanto, depois veria como a de cabelos roxos estava, afinal: Ninguém merece gente cuidando da sua vida e ainda falando mal dela sem ter nada a ver com o assunto.

— Mas a Claudine… — começou a garota de cabelos loiros amarrados em um rabo de cavalo que a de roxo nunca viu na vida. Zakuro retirou a blusa.  — Ela sempre foi muito assim. Você vê, ela namorava o Fudou e, do nada, começou a namorar o Minamisawa tipo… Nem esperou um pouco, além de Fudou ser um dos alunos mais problemáticos da escola, de má índole.

A de cabelos roxos olhou o trio.

— Oi gente. — disse sorrindo. — Mas, o que estão falando da Claudine?

A loira a olhou e virou os olhos junto a sua gêmea, que não tinha o cabelo pintado. Então, a do meio, que estava de maria-chiquinhas, disse:

— Tsunami escutou ela falando com a Kira que estava grávida do Minamisawa. — disse a mesma.

A arroxeada arregalou os olhos, colocando a blusa da educação física.

— Oi? Grávida?

— Não escutou? É o que todos estão falando no momento. Como a menina que todos desejam se tornou uma vadia.— disse a garota calmamente. — Beleza realmente não define caráter, Claudine é a prova disso.

— Ela nunca foi tão bonita. Acho a Irene melhor.

— Ambas são lindas. — disse a mesma.— E eu acho que a Claudine é tão bonita no interior quanto é no exterior, assim como todos. Olha só vocês, tão cagadas.

Ela saiu andando a procura da de cabelos negros, e ao entrar no banheiro feminino do corredor, a garota escutou um choro vindo de uma das cabines. Ela empurrou as cabines até achar a fechada.

— Claudine?

— Vai embora, Maddison.

— Calma, eu quero conversar com você.

—Eu já disse para ir embora! — exclamou a garota, com voz de choro.— Eles estão me chamando de vadia toda vez que eu apareço, ficam me olhando com nojo e… Eu realmente não sei o que fazer.

— Eu estou aqui, Claudi. Seus amigos estão aqui. Quer que eu chame alguém? — perguntou.

— Minamisawa. Eu quero ele agora. — disse e a garota respirou fundo, pensando no que fazia. Prendeu o cabelo.

— Ok, fica aí, vou chamar. — disse e a mesma saiu.

Ela correu loucamente pelo os corredores, entrou no vestiário masculino procurando o garoto, mas nada do menino com a franja mais estranha que ela conheceu. Ela saiu e procurou por todos os outros lugares que pudesse imaginar, até mesmo dentro da lixeira. Depois de um tempo ela gritando enquanto chamava o garoto de todos os nomes que ele poderia atender, ela estava indo de cabeça abaixada para o banheiro, mas tomando cuidado para ninguém ver que ela ainda não tinha se preparado para ir à educação física.

Quando estava entrando no banheiro, ela escuta uma voz a chamando.

— Oh, Fudou. — disse. — Você viu o Minamisawa?

— Ele saiu no meio da aula com os amigos. — disse Fudou cruzando os braços. — Porque?

Zakuro Maddison Noir sabia que Claudine e o menino do moicano eram ex-namorados faz tempo, mas naquele momento ela teve a suposta ideia louca que o menino poderia ajudar a menina naquela hora. Mesmo que… Bom, ele tenha quase feito o Dimi ser preso, tirado fotos da Irene trocando de roupa e outras coisas.

— Claudine. — disse. — Ela não quer sair do banheiro feminino por causa do que estão falando, está chorando m...

O menino nem esperou ela terminar a fala e foi correndo até o banheiro feminino, e a garota foi atrás dele já não aguentando mais correr. Assim que eles entraram, o garoto se deparou com Natsumi junto as outras três meninas que a Maddison tinha visto. Elas estavam obviamente falando de Claudine, fingindo que não sabiam que ela estavava em uma das cabines.

A garota se virou vitoriosa aos dois.

— Fudou, o que faz aqui? — disse assustada.

— Não é nada. — disse o mesmo abrindo as cabines. — Cadê a Claudine?

— Essa garota… Tão irritante quanto as amigas. — disse a mesma. — Só um pouco mais vadia, não?

Fudou a olhou mortalmente de modo que até mesmo a de cabelos roxos ficasse assustada, fechando o punho.

— Então...— começou a mesma. — Soube que a Claudine está grávida do Minamisawa, não é?

O garoto continuou a abrir as cabines até achar a última, onde não abria e provavelmente tinha a mesma.

— Sim. — disse. — E daí? O bebê é seu? De alguma de vocês? Não, então parem de se meter e a chamarem de vadia. Afinal, Natsumi, você é chata assim de graça ou está sendo paga?

Natsumi não respondeu e o menino a olhou de modo que a mandasse ir embora, e assim o quarteto o fez. Zakuro foi até o menino, que bateu na porta.

— Vamos, Claudine. — disse o mesmo. — Ignora essas garotas, abra essa porta e pronto. A gente conversa aqui, não entra em pânico.

Ele apoiou a cabeça na porta, fechando os olhos.

—Minamisawa fugiu com os amigos durante a aula de inglês, e eu encontrei a Zakuro no caminho e decidi vir. — disse antes dela perguntar algo a respeito dele ali. — Vamos, Claudine, eu posso não ser quem você queria, mas eu me preocupo com você tanto quanto ele deve se preocupar.  

Depois de dez minutos de silêncio, Claudine abriu a porta e Fudou a olhou, e do nada foi surpreendido por um abraço seguido de choro da mesma. A de cabelos roxos, no entanto, disse a eles que ia os deixar a sós para a mesma se sentir melhor ao se abrir e saiu, dando um sorriso como se fosse um cupido.

***

Allen olhou Tachimukai, esperando a explicação dele. Mesmo que todos esqueceram da foto de Tachimukai no colégio após o escândalo de Claudine, cujo o albino queria procurar para conversar com ela, a imagem e os momentos em que viu aquela foto estava na sua cabeça e eram impossíveis de retirar.

— Me diz logo, garoto. Ficou mudo? — perguntou cruzando os braços. — O que você estava fazendo com esse cara?

— Aquela foto não é recente. — disse o mesmo. — Eu conheci esse menino, Daichi, em uma balada quando a gente teve aquele término no meio do ano passado. E, no final do dia, acabamos transando. Tiramos algumas fotos como aquelas, teve mais duas vezes, mas logo eu parei depois porque não era para ser. Eu gostava muito de você para isso.

Allen cruzou os braços.

— E porque ele foi colocar essa foto agora?

— Ela vazou. O Daichi foi hackeado e vazaram aquela foto, já que não tinha apagado quando “terminamos”. — disse fazendo aspas. Allen o olhou confuso sobre as aspas. — Como podemos terminar algo que nem começamos? Por isso as aspas.

Allen abaixou a cabeça. Não sabia se acreditava ou não, estava dividido entre várias opções em sua mente, mas ao olhar nos olhos do garoto ele sentiu que era verdade. Afinal, o garoto não conseguia mentir para ele tão facilmente, iria deixar algo a mostra para notar que era mentira. O albino respirou fundo e o abraçou após conferir que não tinha ninguém ali, sorrindo.

— Desculpa. — disse calmamente. — Eu enlouqueci, fiquei com ciúmes e medo de ser traído e… — ele respirou fundo, se afastando.— Nem pedi uma explicação antes.

— Tudo bem, eu entendo. — disse o mesmo e ambos trocaram dois selinhos sem ninguém ver, rapidamente. — Vamos? A aula já começou.

O garoto fez careta e o menino o puxou.

—Ok, ok… Vou tomar água e eu já vou. — disse e o menino concordou, saindo rapidamente e entrando animado dentro da quadra.

O albino seguiu em passos leves e calmos até o bebedouro, onde logo bebeu água e molhou seu rosto levemente, passando o braço para secar o rosto e depois passou a blusa. Olhou para o lado, vendo dois garotos parando em um canto e ofegantes por terem corrido demais, sorrindo um para o outro. Um deles o garoto logo reconheceu como o Kidou, e depois de olhar de longe notou que era Yuri.

Eles estavam sorrindo e felizes, provavelmente tinham fugido de algo no dormitório masculino como sempre. Talvez uma brincadeira de mal gosto de um garoto da sala, que fazia sempre uma zoação com o vestiário deles. Deu um sorriso enquanto os dois se encaravam, e logo se beijaram. Pareciam apaixonados, felizes e… Porque Allen desmanchou o sorriso naquele exato momento?

Poderia ser constrangimento com a demonstração de afeto demorada do beijo de ambos, mas assim que eles se separaram e ficaram se encarando, com Yuri alisando levemente a bochecha do Yuuto… Aquilo incomodava. Sentia algo de dentro dele florescendo, querendo tirar Kidou dali e os separar para todo o sempre.

Depois de notar que estava encarando demais e Yuri tinha notado enquanto Kidou falava alguma coisa limpando os óculos, o garoto acenou timidamente e saiu andando rapidamente do local, torcendo para não ter ficado óbvio o que ele estava pensando ou coisa do tipo, afinal não queria que o Morozov achasse algo errado dele.

Aquilo não era nada bom.

Na realidade, não teve nada de bom naquele dia para ninguém daquele colégio. Quando acabou, todos suspiraram aliviados e foram para suas casas, querendo que o dia passasse rápido rezando para que, no final, o amanhã fosse melhor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tumblr: http://weare-just-humans.tumblr.com/
Espero q tenham gostado. Não é um dos melhores, realmente, mas enfim... É o que tem para hoje e o próximo será melhor, creio eu. -q
Adios, sayonara... Ok, XOXO



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Humans" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.