Corações Feridos escrita por Tais Oliveira


Capítulo 32
Entre nós duas


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde gurias ♥ aqui estou, com esse capítulo tão aguardado... por vocês, durante meses... Mas antes, como todas sabem, essa semana rolou uma votação lá na página,com o intuito de definir o desfecho de Corações Feridos. Como soube que algumas não estavam muito contentes, por conta da separação do nosso casal protagonista, recorri a vocês a maneira mais correta de resolver isso, e para a minha surpresa, a votação foi unânime, ambas optaram para que a fic continue como esta, como sou uma pessoa que acredita na democracia (nada semelhante a esse país...) deixando meu posicionamento político, para o FB e TT... Enfim, quero dizer que vou seguir então com os meus planos... Obrigada por confiarem em mim ♥ (mais do que eu mesma)
Gostaria de agradecer, a todos os comentários e mensagens que eu venho recebendo, vocês são maravilhosas! ♥ Me procuram no TT, me marcam em publicações, coisas do cotidiano de vocês em que lembram de CF, nossa é muito saber que a fic está presente nessa forma na vida de vocês... ♥

Sei que vocês querem ler o capítulo logo, por isso deixo o restante para as notas finais...

Link da chamada: https://www.facebook.com/Minhasfanfics/videos/2084821728410473/

Essa música, da Demi Lovato me inspirou muito, caso alguém queira escutar, quando a Regina estiver descobrindo a verdade...

https://www.youtube.com/watch?v=PRGJvLDj_tc

Vamos odiar a Marian mais um pouco? Vamos nos emocionar? Estou falando assim, por que eu também não li, apenas escrevi. Estava muito nervosa, deixei a leitura dele nas mãos da minha irmã, minha mãe e da Natasha.
Boa leitura! ♥



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Regina sentia a neblina gélida daquela noite contra seu rosto. Estava estagnada no cemitério em frente ao túmulo do seu filho. Embora, permanecesse ali, aquele pressentimento continuava lhe deixando angustiada.

Storybrooke estava fria naquela noite, mesmo assim, Regina sentou-se na grama, que aos poucos começava a ficar coberta por conta da geada. Suas lembranças mais dolorosas vinham daquele lugar. Foi onde vivenciou seu ápice e seu abismo. Onde sua vida havia começado e terminado em uma única noite, que fora capaz de mudar sua vida para sempre, a transformando em outra mulher.

Em memória...

“John Mills Benson -15/07/1997-15/07/1997.”

Encarando aquela data devastadora, proferiu;

—Dessa vez não vim lhe trazer flores, aliás, não pretendo ver rosas vermelhas na minha frente tão cedo... Senti uma sensação terrível, como se você precisasse de mim. O que é estranho, porque você está morto. (Sua voz embargou.) –Como eu queria ter você aqui. (Soluçou.) –Está tão difícil. Tudo seria mais fácil se você estivesse vivo.

 

15 de Julho de 2004.

“Era uma tarde de verão escaldante, como de costume em Outerbanks. Valerie completava seu sexto aniversário. Festejava ao lado de sua tia, sua avó, seu pai querido, e Marian, a namorada dele, não tão querida assim. Duas de suas amiguinhas da escola também estavam presentes.

Todavia, sempre faltaria alguém ao seu lado, sua mãe. Sendo assim, naquela tarde, enquanto assoprava as velinhas, pensou;”-Eu desejo encontrar minha mãe.”

 Em Nova York, a recém formada em direito, Regina Mills, tentava concentrar-se em seu trabalho, o que era difícil, especialmente naquela data. Começava a progredir já no seu primeiro ano de profissão. Seria uma grande advogada, em breve. Mas para que isto acontecesse, teria que suportar datas como aquela, em silêncio .Seu marido, Daniel, sequer comentava algo sobre esse dia. Sofria sozinha.

Observava algumas crianças brincando na praça que havia em frente ao escritório, considerava-se sortuda por ter aquela visão, todos os dias. Com exceção daquela tarde; inveja lhe sobreveio. Era difícil contemplar a felicidade dos outros, ver mães brincando com seus filhos, ambos felizes. Tudo aquilo fazia ela questionar-se, qual o motivo da vida ter sido tão cruel com ela? Havia tirado seu bebê, este que ela sequer conseguiu fitar os olhos.

Sua visão ficou embaçada; olhos marejados.

Foi desperta pela entrada de sua secretária.

—Dra. Mills, a reunião já vai começar.

Consentiu ainda de costas, para que esta não percebesse suas lágrimas. Ao escutar a porta fechar, suspirou. Estava na hora de erguer seus muros, engolir a dor. Tinha uma reunião para começar.

 Naquela noite, Valerie admirava a lua, com o intuito de desenhar uma semelhante em seu rabisco. Aos poucos, seu desenho criava forma, naquele pedaço de papel. Com suas mãos pequenas, contornava sutilmente o cabelo de sua mãe, ali constava a figura materna que a mesma desejava ter... Assim que o concluiu, sorriu satisfeita.

—Um dia vou te encontrar mamãe.”

 

Dias atuais...

 

Em um restaurante renomado francês, encontravam-se; Emma, Belle, e Mary Margaret. Ambas reunidas, planejando uma festa de despedida para Regina.

—Não podemos planejar algo grandioso, Regina não está animada para festejos.

São interrompidas pelo celular da loira, que começou a tocar. Era Cora.

—Alô, Emma? O Killian está com você?

Cora pergunta, atônita.

—Não, estou em um restaurante com Mary e Belle. Estamos planejando uma festa de despedida para Regina. A senhora está bem? Parece apreensiva.

— Henry e eu estamos preocupados. Mais cedo estivemos na casa de Regina, ela estava bêbada. Cuidamos dela, quando percebemos que havia adormecido, decidimos voltar para casa. Theresa acabou de ligar, nos contou que Regina saiu apressada, dizendo que iria onde sua vida havia terminado. Nós acreditamos que ela esteja se referindo aquela cidade que você e o seu irmão moraram durante um tempo...

—Storybrooke?

—Sim, essa mesmo. Gostaríamos de falar com Killian, ver se ele pode ir até lá conosco, uma vez ele disse que conhecia o caminho.

—Não se preocupem, eu irei. Vão para a casa da Regina, esperem ela por lá, caso retorne. Eu a procuro por Storybrooke, conheço aquela cidade muito bem.

—Obrigada, Emma.   

Esta se levanta, rapidamente.

—O que está acontecendo?

Belle pergunta, preocupada.

—A Regina sumiu. Cora e Henry acreditam que esteja em Storybrooke, eu vou atrás dela.

—Eu vou com você!

Afirma Mary.

—Eu também.

Conclui Belle.

 

                                                       ***

 

O carro capotou três vezes...

 

Valerie estava nos braços de Greg, este havia presenciado o acidente. Eufórico, foi até a jovem que estava caída no chão. A preocupação era nítida no rosto dele. Não sabia o que fazer, encarava a namorada, esta permanecia inerte, sua pele tão radiante, empalidecia em grande proporção.

Na tentativa de a acalmar e a si próprio, disse:

—Vai ficar tudo bem.

A fitou novamente, desta vez, percebendo o sangramento excessivo da jovem.

—Você está perdendo muito sangue.

Pronunciou, nervoso, colocando sua mão sob a dela.

Logo em seguida, ligou para a emergência, pedindo por socorro. Assim que informou a localização, desligou o celular.

Percebeu que Valerie estava da mesma forma que antes, abria e fechava os olhos com dificuldade, apreensivo, perguntou:

—Valerie?

—Eu estou aqui.

Sua voz saiu quase inaudível.

Proferiu, derramando lágrimas. Sentia seu ar sendo escasso, tentava encontrar forças para prosseguir, o que foi em vão. A fraqueza predominou, seu braço já enfraquecido colidiu contra o chão, fechou os olhos.

Greg gritou, desesperado:

—VALERIE! ACORDE! ACORDE!

Esta, por sua vez, parecia ter adentrado em um sono profundo.

 

                                                 ***

 

 As luzes que piscavam em determinado ponto da estrada chamaram a atenção de Emma, que logo sentiu um calafrio percorrer seu corpo.

O som das sirenes ficavam mais altos, conforme se aproximavam.

—O que será aquilo?

Perguntou Belle.

—Eu não sei, mas vamos descobrir.

Disse Emma, angustiada.

Assim que parou o carro, as três desceram. Pela movimentação de policiais e enfermeiros, deduziram que fosse algo grave.

Logo foram abordadas por alguns policiais, pedindo para que se retirassem. Entretanto, naquele momento, Emma reconheceu o carro de seu irmão.

—É o carro do Robin. O que está fazendo aqui?

Perguntou confusa.

—A senhora conhece a vítima?

Um dos policiais perguntou.

Os olhos de Emma lacrimejaram. Encarou as amigas, aflita.

—Sim, é do...

Respondeu, por fim, antes mesmo que pudesse concluir, teve sua atenção voltada para a maca, que carregava um homem que aparentava ter meia idade. O pior veio a seguir, ao ver sua sobrinha sendo levada da mesma forma.

—Valerie... Não, não pode ser.

Saiu correndo até a ambulância que a mesma estava sendo transportada.

Começou a tocar no corpo de Valerie, lágrimas faziam percurso pelo seu rosto.

—Não, não, não.

— Acalme-se, senhora, ela ainda está viva. Precisamos leva-la para o hospital o mais rápido possível.

—Dona Emma.

Greg disse, com a voz embargada pelo choro. Se abraçaram.

—O que aconteceu?

Foi o que ela conseguiu perguntar.

—Ela discutiu com a Marian e saiu... Eu vim atrás dela, foi minha culpa, se eu estivesse feito ela parar quando tive a chance, ela não teria atropelado aquele homem (apontou) – Não estaria daquele jeito.

Completou, soluçando.

—A culpa não foi sua Greg.

—Nós precisamos leva-los agora.

São interrompidos por um dos enfermeiros.

—Eu gostaria que vocês os levassem para o Hospital Mount Sinai.

Pediu. tentando recobrar os sentidos.

—Como quiser.

Logo Mary e Belle aproximaram-se.

—Acho melhor seguirmos eles. (Sugeriu Mary.) -Eu dirijo.

Completou.

—Eu preciso avisar o meu irmão.

 

                                                    ***

 

   Robin caminhava de um lado para o outro na sala. Estava preocupado, seu pressentimento aumentava, na medida que o tempo passava.

Assim que seu celular começou a tocar, vislumbrou a figura de sua irmã no visor, atendeu.

—Alô, Emma, a Valerie está com você?

Sua irmã ficou em silêncio, tentava encontrar a melhor maneira de avisa-lo sobre o que havia ocorrido.

—Emma? O que está acontecendo?

Contendo-se o máximo que podia, esta respondeu:

—Aconteceu uma coisa, Robin.

—O que houve? Você está chorando?

—A Valerie, ela... Ela.

Sua voz arfava, não conseguia sequer completar uma frase.

—Ela o que Emma? Me diga o que está acontecendo!

—Sofreu um acidente.

O silêncio foi irremediável, Robin buscava palavras, mas não as encontrava. Lágrimas surgiram em seus olhos, queria que tudo fosse um pesadelo, contudo, sabia que não era.

—Como... Como, ela está?

Sua voz saiu enfraquecida.

—Estamos a caminho do hospital.

—Para onde estão levando ela?

—Mount Sinai. Zelena, David ,e Whale estão por lá, vão nos ajudar.

Robin desligou seu celular, saindo apressado.



 A chegada dos pacientes, causou grande agitação no hospital. Emma pedia encarecidamente para as enfermeiras, para que salvassem sua sobrinha. Esta era amparada por suas amigas.

Robin adentrou o hospital desorientado, conseguiu apenas ver a maca onde sua filha estava ser levada ás pressas para a sala de cirurgia.

Quando seu olhar encontrou-se com o de sua irmã, ambos foram um até o outro, abraçaram-se.

—Por que isso está acontecendo conosco? Por que? Por que comigo? Com a minha filha? Por que? Eu, eu... Não consigo entender Emma.

Pronunciava, em meio as lágrimas.

Belle, Mary, e pessoas distintas presenciavam a cena comovidos.

 

Horas depois...

 

 Assim que Whale saiu da sala cirúrgica, foi abordado por Robin e Emma.

—Como ela está?

—Ela está com escoriações pelo corpo, algumas leves, outras mais profundas. O impacto da batida, fez com que ela sofresse uma contusão pulmonar, por enquanto, ela vai ter que respirar com ajuda de aparelhos (Emma leva sua mão até seus lábios.) –Ela está com insuficiência respiratória, mas, acredito que em alguns dias isso seja resolvido por aqui, temos um excelente Pneumologista, o maior problema no momento, é que ela perdeu muito sangue. Precisa de um doação, de alguém compatível. Eu usei alguns estoques que sobraram, mas não foram suficientes. O negativo, é o mais raro. Vocês conhecem alguém que pode ajudar?

Emma pensava, angustiada.

É desperta pela resposta do irmão.

—Eu conheço.

—Quem?

Ela pergunta, curiosa.

—A Regina.



                                                      ***



 Passava das 04:00 horas da madrugada, quando enfim, Regina regressou par casa. Seus pais a aguardavam preocupados. Ao escutar o ranger da porta, Cora exclamou:

—Até que enfim!

—Mãe? Pai? O que vocês estão fazendo aqui? Nesse horário?

Questionou, encarando o relógio.

—Você ainda pergunta? Theresa nos avisou que você havia saído apressada, ficamos preocupados com você.

—Não tinha necessidade de se deslocar da casa de vocês até aqui, estou bem.

—Onde você estava? Faz tempo que saiu.

Indagou, Cora.

—Storybrooke.

Sua voz saiu abatida.

Henry e Cora, trocaram um olhar apreensivo. Todavia, seus conselhos teriam que esperar, são interrompidos por batidas bruscas na porta. Ao espiar no olho mágico, viu Emma.

Abriu a porta, sendo surpreendida por um abraço avassalador, cujas lágrimas banhavam sua jaqueta.

—Emma, o que está acontecendo?

Pergunta Henry.

—Eu preciso da sua ajuda.

Encarou Regina, seus olhos exalavam sofrimento.

—Emma, se acalme. O que houve?

Regina perguntou, preocupada.

—A Valerie... Ela, sofreu um acidente.

—Acidente? Ela está bem?

—É sobre isso que eu vim falar com você, ela perdeu muito sangue. Precisa de uma transfusão de sangue. Robin lembrou que vocês possuem o mesmo sangue, pode ajuda-la?

Regina encarou os pais, voltando seu olhar a Emma respondendo:

—Sim.

 

                                                  ***

 

Regina permanecia estagnada diante da porta, sabia que do outro lado encontrava-se seu martírio. Não estava pronta para deparar-se com ele.

Fora tirada de seu devaneio por Mary Margaret.

—Regina, você está bem?

—Eu não sei se estou pronta para encara-lo.

Respondeu fitando o chão.

—Você precisa salvar Valerie.

Regina suspirou, antes de responder.

—Eu sei.

Criou coragem, em passos lentos caminhou até a porta. Bateu, ao escutar o consentimento, entrou.

—Doutor...

Robin assim que escutou a voz dela, virou-se de imediato para encara-la. Sentia o nervosismo que ele já conhecia, aquele sentimento que se apossava dele, sempre que ela estava por perto.

—Robin.

Completou, sua voz saiu baixa. Regina percebia o quanto os olhos deste estavam inchados, sabia que era por conta do choro. Notava a preocupação presente na expressão dele, queria abraça-lo, dizer que tudo ficaria bem. Entretanto, sabia que não precisava, ele tinha outra para fazê-lo em seu lugar.

 Para Robin, escutar aquela voz suave chama-lo era estarrecedor, afinal o que pareceu tão sútil algumas vezes, agora era um tom sonoro carregado de dor, ao pronunciar seu nome.

—Regina.

Disse, a fitando com os olhos marejados. Tinha impulso de correr em seus braços, escutar suas palavras de conforto, contudo sabia que aquilo seria um equívoco, iria ferir ambos ainda mais. Sendo assim, continuou inerte, diante da cama onde sua filha estava.

—Onde posso fazer a transfusão?

Regina perguntou, para o Dr. Whale que também encontrava-se na sala.

—Venha, vou te levar até lá.

Os dois se encaminhavam até a saída, Robin a encarou uma última vez, até ela fechar a porta.

No corredor, Whale é chamado por um dos enfermeiros.

—Você não se importa de esperar um pouco aqui Regina?

—Não, tudo bem.

Ela responde, ainda nervosa por ter encontrado seus oceanos azuis. Logo em seguida, o Dr. se retira.

Neste momento, Marian se aproxima.

—Então, você é a famosa Regina?

—Sim, por que?

—Eu sou a esposa do Robin, Marian.

Regina não imaginava que poderia ficar mais inquieta.

Ao perceber que a mulher a sua frente lhe estendia a mão, resolveu cumprimenta-la, não sabia até que ponto Robin havia falado do relacionamento deles.

Marian sorriu.

—Meu filho fala muito de você.

Agora Regina compreendia o porquê do complemento “famosa”.

Tentou sorrir, mas não conseguia.

Marian, com falsidade, continua:

—Eu sinto muito pelo rumo que as coisas tomaram entre você e o meu marido. Ele me falou do que aconteceu entre vocês (Regina corou.)- eu disse a ele que tudo bem se quisesse continuar com você, mas ele me falou que queria reconstruir nossa família, eu aceitei, fico feliz em ter a oportunidade de consertar as coisas. Mas ,não acho certo o que ele fez com você.

Regina sentiu seus olhos lacrimejarem, estes exalavam sua decepção que era evidente. Robin sequer havia sido sincero com ela. Empalideceu.

—Você está bem?

Marian perguntou.

 Na sala, enquanto encarava a filha ligada a todos aqueles aparelhos, Robin se deu conta que não havia agradecido Regina por ajuda-lo. Decidiu que iria fazê-lo, encontrava assim, uma desculpa para afrontar aqueles olhos, mais uma vez. Saiu da sala apressado:

—Regina espe...

Dizia ao deparar-se com esta, e Marian.

Percebeu o quanto Regina parecia estar abalada, trocaram olhares por um tempo, esta o fitava com desgosto.

São interrompidos pela chegada de uma das enfermeiras que encara Regina.

—É a senhora que vai realizar a doação?

—Sim.

Sua voz saiu embargada.

—Me acompanhe, por favor.

Regina agradeceu mentalmente pelo surgimento repentino dela. Tinha vontade de sair correndo daquele lugar.

Enquanto a cuidava se afastar pelo corredor, Robin encarou Marian.

—O que você disse a ela?

—O suficiente para fazer com que ela esqueça você.

                                                  ***

 

—Eu já disse para você que não preciso fazer esse exame. Eu e Valerie já doamos sangue para uma pessoa antes, sabemos que possuímos o mesmo tipo, O negativo.

Regina discutia com uma das enfermeiras, enquanto esta coletava uma amostra de seu sangue.

—Sinto muito, senhora. Mas esse procedimento é necessário, o chamamos de “Tipagem Sanguínea”, é usado para que possamos ver as porcentagens de compatibilidade que os pacientes tem com os seus doadores. Para que não ocorra erros, isso pode causar reações graves aos pacientes.

Explicava, enquanto mandava pela assistente os frascos para o laboratório.

—Eu acho desnecessário, se estou dizendo que somos compatíveis, e...

São interrompidas pela chegada de Whale.

—Regina? O que está fazendo aqui?

—Eu vim fazer a transfusão, mas essa enfermeira insiste que eu faça um exame.

—Está tudo bem, Meredith. Regina é de confiança, sabemos que ela é compatível, além do mais o caso de Valerie é grave demais para que espere sair o resultado.

—Acabei de mandar para o laboratório.

—Tudo bem, eu vejo quando estiver com tempo. Deixe o resultado em cima da minha mesa.

A enfermeira consente.

—Eu não disse. Quanta incompetência! Valerie precisando de sangue, e essa mulher atrapalhando.

Logo a doação foi realizada. Regina foi atingida por uma tontura, assim que levantou, esta mais forte que as outras, teve que ser amparada pelo Dr. Whale, que a colocou na cadeira novamente.

—Regina? Você está bem? Está pálida.

—Sim, só me sinto um pouco fraca.

—Um pouco? Você não conseguiu manter-se de pé! Pelo visto, não deveria ter realizado essa doação, olha o seu estado, vou trazer algo para que possa se alimentar.

Regina enxergava tudo embaçado, fechou os olhos. Estes, só foram abertos com o retorno de Whale, ao ambiente.

—Trouxe um lanche para você, espero que fique bem.

 

                                                  ***

 

 Os dias que se sucederam colaboraram para a recuperação de Valerie. Para a felicidade de Robin, que havia ficado ao lado da filha todos os dias...

A jovem nunca se sentiu tão importante, diante de tantas visitas recebidas. Certa tarde, havia falado com Regina, esta estava preocupada, até escutar a voz vibrante de Valerie, que lhe agradeceu inúmeras vezes pela doação de sangue.

Doutor Whale organizava em uma pasta todos os exames realizados de Valerie, que receberia alta no fim do dia. Sua mesa estava uma bagunça, sentia-se perdido em meio a tantos papéis. Logo, encontrou debaixo de uma pilha destes, o exame de tipagem sanguínea entre Valerie e Regina. Os seus dias haviam sido tão turbulentos, que sequer havia aberto o envelope deixado pela enfermeira dias atrás...

Por impulso, abriu. O que lhe deixou atônito, com a informação que ali constava.

Encarando o papel, ligou para Zelena.

—Nós precisamos conversar, é urgente. Venha até minha sala.

                                                ***

 

Valerie arrumava suas coisas, não via a hora de retornar para casa. Apesar, de ainda sentir dores pelo corpo, sabia que nenhum lugar do mundo se comparava ao seu lar.

—Será que o doutor vai demorar muito? Não aguento mais ficar aqui.

—Eu também não.

Marian sussurrou. Esta, fora obrigada por Robin a se desculpar com a jovem pelas ofensas proferidas na noite do acidente.

—Vou procurar pelo Dr.Whale, me informar se falta muito para você receber alta.

Disse, retirando-se.

Caminhou pelo corredor, a porta encontrava-se entreaberta, estava prestes a bater ,no entanto, o que era discutido naquela sala lhe chamou a atenção.

—A Regina já engravidou alguma vez?

Whale perguntou, o que deixou Zelena inerte, questionando-se como ele poderia saber, se a própria havia descoberto semanas atrás...

—Você não vai me responder?

—Sim, mas ele morreu.

—Você tem certeza?

—Por que você está me perguntando isso? Está me assustando, possui conhecimento de algo que eu não saiba?

—A sua irmã, tem certeza que o bebê morreu? Viu o cadáver?

—Eu não sei, Regina nunca falou sobre isso comigo, eu descobri a pouco tempo, nem sequer sabia que ela teve um filho.

—Mas ela tem.

Zelena sentiu seus olhos marejarem.

—Você está querendo dizer que... Que o bebê da minha irmã não morreu? (Whale consente com a cabeça.) –Ai, meu Deus, eu não posso acreditar. Pelo visto, você sabe quem é. Me diga.

—Valerie Lockesley.

—O quê?

Colocou a mão nos lábios.

—A Valerie... (Sussurrou.) –Não, mas não pode ser, deve haver um engano e...

—Veja, e tire suas próprias conclusões.

Disse o doutor, entregando o exame de tipagem sanguínea.

Zelena percorreu as mãos tremulas pelo papel, sabia o que aquela notícia causaria na vida de sua irmã.

“Compatibilidade 99,9%.”

—É verdade.

—Você acha que a sua irmã abandonou ela?

—Não, Regina, não seria capaz de uma coisa dessas. Acredita que seu filho está morto.

—Você precisa contar a verdade para ela.

 

Do outro lado da porta, Marian escutava tudo.

“Então, Regina é a mãe da bastardinha (como costumava se referir de Valerie) que notícia maravilhosa para se revelar nesse momento.”

Pensou, satisfeita.

Voltou até o quarto de Valerie, que pergunta:

—Então, você já sabe quando ele vai me liberar?

—Não falei com ele sobre isso... Mas, eu descobri uma coisa importante a seu respeito.

—Hum... O que?

Perguntou, enquanto terminava de guardar suas roupas.

—Quem é a sua mãe.

A jovem lhe observa. Não queria que tudo passasse de uma brincadeira sórdida de Marian. Contudo, percebeu que era verdade, diante da expressão no rosto da madrasta que continua:

—Não sei se você ainda tem interesse em saber quem é a sua mãe, como é a mulher que te rejeitou, ainda mais agora que você a conhece.

Valerie, com os olhos marejados, pergunta:

—Eu a conheço? Quem é ela?

Sua voz saiu embargada.

—Regina é a sua mãe. Ela abandonou você.

As lágrimas escorriam demasiadas no rosto da jovem.

—Regina? Ela é a minha mãe?

Perguntou, com ressentimento.

Naquele momento, compreendeu as sensações que ela tinha quando Regina estava por perto, lhe depositando carinho... Entendia a ligação que ela tanto desconhecia.

Regina Mills era a mulher que havia abdicado dela. Rejeição era a única coisa que passava em sua cabeça.

—Sim, Valerie, a Regina é a sua mãe. Sinto muito que você tenha descoberto dessa maneira. Foi por isso que ela se envolveu com o seu pai, na tentativa de se aproximar de você. Usou Robin e o seu irmão, provavelmente, para se redimir, por ter te desprezado.

—Isso é mentira! Você deve estar inventando que a Regina é a minha mãe porque não aceita que o meu pai prefira ela.

—Eu não estou mentindo, pense; por que ela doou sangue para você? Mas, se ainda está com dúvidas, pergunte ao Dr.Whale, ele tem o exame em mãos nesse momento. Sei que deve ser difícil para você, descobrir que ela te enganou por todo esse tempo, além de te rejeitar, é claro.

Valerie sabia que Marian tinha razão, eram compatíveis, ambas haviam realizado uma transfusão de sangue para Ruby, meses atrás...

Neste instante, Valerie não conseguia acreditar que a pessoa, a qual havia confidenciado sua vida, fora a causadora de todo seu sofrimento. Aquilo a fez sentir-se enganada.

Chorava, soluçando sem parar. A mesma caminhava pelos corredores do hospital angustiada, a procura do Dr. Whale. Em busca da verdade.



                                                  ***

 

 Para Regina, os dias que haviam passado, não tinham sido nada produtivos. Esta teve de adiar sua viagem para Washington, por conta de alguns problemas que teve ao elaborar seu último trabalho. Admitia que estava com tanta pressa de ir embora que havia cometido alguma falhas...

Enfim, se tudo ocorresse como o previsto, partiria na próxima semana.

A fome se fez presente mais uma vez naquele dia. Seguia em direção a porta, seu celular começou a tocar, o que a fez voltar de imediato, aguardava a ligação de um cliente.

Ao olhar para o visor, percebeu que era Zelena, esta sequer lhe deixa falar.

—Nós precisamos conversar. É importante! Venha até o hospital, agora.

—Você sabe que eu não quero ir até aí, não quero encontrar Robin. Além do mais, tenho muito trabalho para fazer e...

—Regina pare, nada do que você tenha para fazer é mais importante do que eu tenho para dizer.

—O que?

—Sabe... O seu bebê?

—O que tem ele?

—Ele... (com a voz embargada, Zelena continua...)- Ele não está morto.

—Como assim?

Sua voz saiu quase que em um sussurro.

Regina sentia as batidas de seu coração aceleradas, seus olhos lacrimejaram, diante da perspectiva do que viria a seguir.

—Sabe aquele exame de compatibilidade que você fez? (Diante do silêncio da irmã, Zelena prossegue.) –Então... Valerie, é sua filha.

Regina sentou prontamente. Sua visão, completamente embaçada, por conta do rio de lágrimas que se formavam em seus olhos, incrédula com o que acabara de ouvir. Afinal, havia acreditado que seu bebê estava morto durante dezenove anos. Questionou-se o que havia acontecido naquela noite. Como era possível seu bebê estar vivo? Como Valerie poderia ser sua filha, se até onde sabia, havia gerado um menino?

Saiu aos prantos de sua sala, chamando a atenção de seus funcionários. Quando percebeu já estava dentro do carro, em direção ao hospital.

Divagou...

 

“-O nosso filho ele... Ele... Bom, você teve muitas complicações no parto, e ele morreu. Nosso filho está morto!”

 

“-Noites como essa me lembram a chegada de Valerie em minha vida. Algo inusitado que me faz feliz até hoje.”

 

“-Valerie não é minha filha de sangue, foi adotada por mim.”

 

“-Eu trabalhava na pensão da vovó, era uma noite como essa, tempestade constante. Não sei se quando você esteve em Storybrooke, chegou a presenciar... Enfim, tocaram a campainha, fui atender e acabei sendo surpreendido com um bebê dentro de um cesto chorando ,assustado.”

 

“-Durante um tempo, ela manteve o desejo de procurar pelos pais verdadeiros, eu nunca a impedi, acho que ela tem o direito de saber, mas agora, ela não possui mais a vontade de conhece-los. Pelo contrário, detesta sequer tocar no assunto. A mágoa que ela sente é muito grande, acho difícil que os perdoe.”

 

A cada quarteirão que atravessava, tinha sua mente aturdida por memórias, estas lhe fazendo compreender com mais exatidão os detalhes ignorados até então...

 

—E você, quando faz aniversário?

”-15 de Julho.”

 

 Entrou no hospital, atônita. Subia os degraus da escada, apressada.

Valerie caminhava aos prantos pelo corredor. Carregava consigo o resultado da verdade. Algo que havia almejado grande parte de sua vida constava ali, naquele pedaço de papel...

Recordações se fizeram presentes...

 

“-Querida... Você é jovem ainda. Também há tempo! Tem tanto pela frente... Que tal sermos confidentes, hein?”

 

“-Talvez ela tenha abdicado de você para lhe dar uma chance melhor.”

 

Repugnava sua mãe. Não somente pelo abandono, mas também, pelas mentiras vividas até então. Renunciava a qualquer afeto que Regina quisesse lhe proporcionar, no seu coração só havia lugar para um único sentimento referente a ela; desprezo.

Ambas atormentadas acabaram se esbarrando naquele exato momento.

O contato visual fora imediato. Uma remetia dor, euforia, esperança em meio as lágrimas. Já a outra, afronta, repúdio, descontentamento, rancor.

—Valerie...

Regina pronunciou, comovida.

—Você... Eu já sei de tudo.

Valerie proferiu com desdém.

—Como você descobriu? Quem te disse? Eu, eu... Não estou entendendo.

—Como não? Você sempre soube! Não se faça de desentendida, esse papéis comprovam tudo!

Afirmou a jovem em meio aos prantos, enquanto jogava os papéis sobre Regina. Esta, os fitava, ainda descrente.

Lágrimas banhavam seu rosto.

—Eu não sei... (Suas mãos tremiam.)- eu achei que você havia morrido. Eu fui na sua lápide, eu te levei flores.

Contou, emocionada.

—Mentira! Você me usou, fingiu amar meu pai, teve coragem de enganar meu irmão, sendo a mãe que ele precisava. Tudo isso para aliviar a sua consciência! Os seus erros! Eu não consigo acreditar que você enganou a todos nós! (Gritava, a raiva crescia a cada palavra pronunciada.) –Eu confiei em você...

A jovem disse, em meio aos soluços.

Aquele alvoroço chamou a atenção de algumas pessoas que estavam ao redor, logo Dr. Whale se fez presente.

—Não, não. Me escute, por favor! (Pediu, desesperada.)-Eu não enganei  ninguém, meus sentimentos por vocês são verdadeiros, eu amei você, antes mesmo de saber que era a... Minha filha.

Concluiu em um sussurro, tentando se aproximar da jovem, que recua.

—Eu não acredito em você!

—Não.

Regina proferiu, em meio as lágrimas, procurando por amparo, encontrando em Whale seu alicerce. Este, sentia as lágrimas abundantes de Regina em seu jaleco.

—Vocês precisam, se acalmar. Estão nervosas.

Sendo completamente ignorado por Valerie, que continua:

—Você me abandonou!

Exasperou, o rancor era nítido em sua voz.

—Já chega! Pare!

Regina gritou, colocando a mão na cabeça.

—Eu não abandonei você.

Afrontou a jovem, com sinceridade, sua voz quase inaudível, fraca. Olhos benevolentes. Mesmo assim, não era o suficiente para convencer Valerie, esta permanecia dominada pela fúria.

—Você pode dizer o que quiser, eu não vou acreditar. Nada que me diga fará com que eu mude de ideia, você não sentiu compaixão por mim quando me abandonou naquela porta, e eu não vou sentir nada por você agora. Só eu sei quanto sofrimento eu passei. Cada dia das mães, cada aniversário, cada desejo que eu fiz para encontrar a minha mãe! Meu Deus, como eu fui estúpida! Eu não preciso de você na minha vida, não tem ideia o quanto eu te desprezo, a dor que causou em mim não vai passar nunca. Mas, sabe de uma coisa? Eu não me importo, sabe por que? Eu já vivi dezenove anos sozinha, sem uma mãe, e não preciso de uma agora. Eu odei...

É interrompida, pelo grito agudo de seu pai:

—Valerie, chega!

Robin havia escutado o suficiente para entender o que estava acontecendo. Encarou Regina, a mesma não poderia estar mais pálida. Escutar aquelas palavras fora devastador, sentia suas pernas cambaleantes, respiração descompassada. Sequer conseguia encara-la nos olhos, completamente desconcertada.

—Você já sabe tudo que eu penso a seu respeito.

Regina não aguentava mais ficar naquele lugar, se, até então, achava que a vida havia lhe castigado o suficiente, acabara de descobrir que tudo podia ser pior. Desapareceu, em meio aos prantos.

Valerie se jogou nos braços de Robin, soltando soluços agudos, enfatizados de amargura.

—Dói tanto, pai!

Exasperava.

Robin envolvia a filha em seus braços, tentava conforta-la, dar a ela o apoio que precisava. Todavia, também estava preocupado com Regina, não havia gostado da maneira que esta deixara o hospital, ás pressas. Sentiu-se impotente, por não poder dar assistência as pessoas que mais amava.

 

                                                   ***

 

“ -Ai, Meu Deus! Não pode ser! Eu o ouvi chorar, ele está vivo!”

“ -Sim, foi logo em seguida. Você fechou os olhos e logo... Logo... Eu sinto muito, deveria ter levado você ao hospital.”

“ -Era um menino ou uma menina?”

“ -Um menino.”

 Aqueles pensamentos a guiaram até uma pessoa, somente ele poderia esclarecer suas dúvidas por completo. Daniel.

Estacionou o carro, sequer havia percebido como chegara até ali.

Bateu na porta, que logo em seguida, foi aberta.

—O que você fez com o nosso bebê?

Perguntou, com sua voz suave, carregada de dor. Olhos inchados de tanto chorar, Daniel nunca havia visto Regina daquela maneira. Foi pego de surpresa com aquele questionamento.

Este vivia um remorso consigo. Embora houvesse optado por encobrir a verdade, sua culpa o martirizava.

—Por que você está me perguntando isso?

—Tudo indica que ela está viva, nós não perdemos nossa filha. Eu acho que... Roubaram ela de nós, aquela parteira deve ter feito alguma coisa...

Para de falar, ao perceber a expressão que se formava no rosto do marido.

—Você não está surpreso... Já sabia e não me disse nada.

Concluiu, com pesar.

Daniel deixou que toda culpa fosse colocada para fora.

—O que você fez para esconder a verdade de mim?

Diante do silêncio do marido, continua:

—Por que você fez isso comigo?

O afrontava, angustiada. O choro compulsivo.

—Eu sinto muito.

Foi o que ele conseguiu dizer, desesperado. Depositou suas mãos no pescoço de Regina, fazendo com que esta o encarasse.

—Queria dar uma chance de vida melhor para nós.

Respondeu, em meio as lágrimas.

Regina o fitava com desgosto, negava com a cabeça o que acabara de escutar.

—Não! Eu não posso acreditar.

Foi a vez dela de por sua mão na nuca dele, seus olhos exalavam piedade.

—Me diga que você não fez isso... Que é mentira!

Diante da quietude dele, Regina o segura firme pelo colarinho da camiseta, ao exasperar, desconcertada:

—Me dia, Daniel!

—Eu não posso.

Ele disse, aos prantos.

Regina, com a voz carregada de dor, sussurrou céptica:

—Você a abandonou.

—Eu renunciei a ela naquela noite.

Regina se afastou de Daniel rapidamente. Frustrada com o que acabara de confirmar, a decepção era evidente, toda a esperança de que tudo não passasse de um equívoco, e que Daniel jamais havia abandonado a própria filha, se esvaiu.

—Tem ideia do que você fez?! Agora ela me despreza, me odeia, jamais irá me perdoar...

Pronunciava ofegante. Daniel percebia que Regina estava ficando alterada demais, sua pele empalidecia.

—Regina, se acalme.

—Não encoste em mim!



 Em seu quarto, Valerie destruía todos os seus desenhos. Sabia que a paixão pela arte havia sido adquirida pela mãe.

Jogava fora todos os presentes recebidos por Regina, inclusive os livros que tinha ganhado nos primeiros dias de estágio.

Em determinado ponto, nem quebrar os objetos, embolsados pela mãe, eram suficientes, sendo assim, começou a destruir tudo que estava a sua frente, na tentativa de conter sua raiva. Quando esta se fez ausente, a dor por tudo que havia ocorrido nas últimas horas se fez presente. Deixou com que lágrimas percorressem sua face, em um misto de dor e rejeição.



—Sequer deve imaginar o que causou a nossa filha, meu Deus! Ela nunca vai olhar para mim como mãe...Meu bebê não morreu.

Concluiu, em meio ao choro. Respirava com dificuldade.

—Eu vou falar com ela, consertar as coisas...

—Consertar? Você acha que pode concertar? Não se concerta um abandono, Daniel! Você arruinou a minha vida!

Gritou desesperada, perdia suas forças gradativamente.

Em seu ventre, um ser ainda se formando gritava por clemência.

“Mamãe, pare, por favor! Isso está me deixando nervoso, está me prejudicando. Mamãe? Mamãe?”

—Regina?  





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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Calmem, Regina não vai perder o bebê... antes que vocês me perguntem,apesar de gostar de drama, não sou tão ruim assim a ponto de fazer ela descobrir que tem uma filha em um capítulo, e matar o outro no próximo.... Gostaram da participação dele? Era deste que eu me referi no capítulo anterior, quando disse que um personagem novo iria aparecer...
Coitada da Regina, Marian é com certeza o personagem que eu mais odiei até agora, o Daniel pesa um pouco, mas ainda assim, essa mulher, eu fico com raiva quando eu estou escrevendo sobre ela... E a Valerie??? Quem fara com que ela acredite na mãe?
Como eu disse, estava muito nervosa com esse capítulo, minhas unhas não existem mais, consumi a caixa inteira do meu chiclete favorito da padaria, sem unhas para roer, começo a comprar chiclete kkkkkkkk :)
Bom, não deixem de comentar, estou um pouco atrasada em responde-las, eu sei. Não estou dando conta, mas mesmo assim me digam o que acharam, que eu vou responde-las em breve. :) ♥ Beijoss