Corações Feridos escrita por Tais Oliveira


Capítulo 31
Martírio


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou de novo... hehehe ♥ Capítulos em dose dupla nessa tarde de Domingo :)
Algumas de vocês me perguntaram, qual o motivo de postar dois capítulos... Eu sou muito indecisa na hora de escolher as capas, e os nomes dos capítulos...kkkkk então aproveitei que esse daria para mim dividir, e assim o fiz ♥ o anterior focado na Regina, e este focado no Robin... Será revelado a conversa dele com a Marian.
A chamada é a mesma, vou deixar o link aqui... se você não assistiu, é melhor que assista, para que possa vislumbrar o momento final desse capítulo.

LINK DA CHAMADA:
https://www.youtube.com/watch?v=58k3IeSAcfQ&feature=youtu.be

Boa leitura ♥



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 Uma semana de repúdio havia passado para Robin. Este sequer pregava os olhos durante a noite. Menosprezava sua conduta. Se martirizava, havia ferido a mulher que amava. Tinha descumprido as promessas proferidas a sua mãe em seu leito de morte. Honra não era uma palavra que pairava sobre si. Perdeu todos os seus princípios no momento em que atravessou aquela porta.

Sabia que era julgado por todos, o próprio se condenava. Apesar de sofrer, preferia sair machucado, ao invés de carregar o remorso de ter magoado alguém. A vida o obrigou a escolher dentre seus dois amores.

 

Sete dias atrás...

 

 Robin adentrou ao quarto de Marian. Esta, assim que o viu, sorriu.

—Robin, meu amor. Como você está? Já faz tanto tempo.

—Três anos.

Completou.

—Esses anos fizeram bem para você.

Ela comenta.

—Já para você, nem tanto.

—Nossa, você nunca falou assim comigo. Está diferente.

—Estou diferente, a vida me mostrou algumas coisas, e me presenteou com outras.

—E o nosso filho? Como ele está? Já deve estar tão grande. Me fale sobre ele.

—Ah, Roland é um menino gentil, doce, encantador. (Elogiava, com graciosidade.) –Gosta de brincar com seus carrinhos, tem medo de tempestades, não dorme sem que alguém lhe cante, ou narre uma história.(Marian percebeu o afeto nas palavras de Robin. Com mais seriedade, finaliza...) –Durante  muito tempo, ele se sentia carente pela falta de afeto de uma mãe.

—Você fala como se ele não sentisse mais.

—Eu conheci alguém, Marian.

A mesma o encara com espanto.

—Você está com outra mulher? Me traindo? E, ainda por cima, ela está com meu filho?

—Eu te traindo? Eu li a carta que você me deixou antes de fugir, foi você quem me traiu. Você não deve questionar minha vida, eu encontrei alguém. Eu a amo. Regina adora nosso filho, faz um excelente papel de mãe, o que você se recusou a tentar com Valerie.

Marian suspira:

—Tudo bem, eu entendo que você tenha suas necessidades com homem, Robin. Mas, agora eu estou aqui, vamos reconstruir nossa família. Termine o seu relacionamento com essa mulher.

—Você fala como se Regina fosse um objeto sexual, ela é muito mais que isso. Como eu já disse, eu a amo e não pretendo terminar o meu relacionamento com ela, pelo contrário, eu quero aprofunda-lo ainda mais. Em breve, ela assinará o divórcio, eu estava estudando uma maneira de conseguir o nosso... (Marian o encara com os olhos marejados, exalavam raiva.)- Agora que você acordou, as coisas vão ficar mais fáceis. Eu pretendo pedir Regina em casamento.

—Você não pode fazer isso!

—Não só posso, como vou. Não faz sentido algum eu continuar com você, sendo que eu amo outra mulher. Está na minha hora de ser feliz. Se estou aqui, é para avisa-la das minhas decisões, eu quero o divórcio e a guarda compartilhada do Roland.

—NÃO! Você pode até ficar com ela, mas esqueça do Roland. Se você leu a carta, sabe que ele não é seu filho! Eu sei que August quer a guarda dele, ele já me procurou, e eu neguei ter qualquer tipo de relacionamento com ele, mas, pelo que estou vendo, eu era para ter aceitado. Basta um telefonema, e eu destruo qualquer laço fraterno que tenha criado com ele. Eu e August somos os pais biológicos, eu sumo com o menino da sua vida para sempre.

Ao escutar aquelas palavras, Robin ficou em silêncio. O medo lhe atingiu, seus filhos era seus triunfos, suas vitórias. Não se imaginava sem nenhum deles. Todavia, não conseguiria abrir mão de seu amor por Regina. Sendo assim, contestou:

— A Regina é uma das melhores advogadas desse país, juntos vamos encontrar uma maneira de ganharmos a guarda do Roland.

Marian gargalha.

—Nem o melhor advogado do mundo conseguiria te ajudar. Sabe por quê? Não há laços sanguíneos que os una a Roland. O que um juiz decidiria ao ver na sua frente uma pobre mãe que sofreu um acidente, e ao recobrar a consciência, descobre que foi trocada pelo marido...

—Eu tenho aquela carta, ela prova que você foi infiel ao nosso matrimônio.

—O arrependimento de uma mãe vale mais do que qualquer coisa. Você sabe que é verdade. Terá que fazer uma escolha, entre essa mulher e o seu filho.



                                                  ***

 

 A chaleira chiava. Robin estava sentado diante da mesa. Permanecia estagnado fitando o anel de noivado adornado em prata, qual resplandecia seu reflexo. No contorno de dentro haviam seus nomes, e a data que este pretendia pedi-la em casamento; 28/08/2016.

Dentro da caixinha, com pequenas letras douradas constava uma mensagem; “Quando um homem lhe presenteia com uma rosa, é a maneira que ele encontra de dizer que te ama todos os dias, mesmo que seja em silêncio.”

Robin Locksley  

Se tudo houvesse saído como o previsto, Regina poderia estar usando o anel em seus dedos delicados, naquele momento.

Lembrou-se com exatidão do dia em que havia o comprado, investiu todas suas economias nele. Neste momento, restava apenas o desejo de pedi-la em casamento, a culpa por jamais faze-lo, e a nota fiscal de sua aquisição.

 Ao escutar passos se aproximando, Robin guarda tudo em seu bolso. Logo, vislumbrou a figura de Marian adentrar a cozinha, esta usava um perfume que lhe causou náuseas. Questionou-se como era possível ter apreciado aquele aroma um dia? Talvez, por até então, não ter se inebriado pelo suave aroma que Regina exalava.

Foi desperto por Marian, que deposita seus braços envolta de sua nuca, esta, logo sussurrou em seu ouvido:

—Vamos aproveitar que estamos sozinhos e saciar a saudade.

O mesmo levanta-se atônito, respondendo:

—Você nunca me dará amor como ela.

—Sempre essa mulher! Se ela é tão importante assim como vocês dizem, em breve estará com outro, e nem vai se lembrar de você.

—Já chega, Marian!

—Eu não consigo entender, você não gosta mais de mim.

Robin passa a mão em seu cabelo, suspirando logo em seguida.

—Eu gostei muito de você, e sofri na mesma proporção, você não tem ideia do quanto. Durante anos vivi só pelos meus filhos, descuidei de mim, até alguns meses atrás... Quando eu realmente descobri o que é amor, e com certeza não é o que eu sinto por você.

—Não tem mais nada em mim que te agrade?

—Eu não vejo mais nada atrativo em você, nem como pessoa, nem como mulher. Se estou aqui, é somente por causa do meu filho. Só há espaço para uma mulher na minha vida, e ela não é você.

Disse caminhando em direção a porta.

—Onde você está indo? Sempre sai nesse horário.

—Eu preciso arejar minha cabeça.

—Espero que você não invente de ter um caso com essa mulher, se eu descobrir alguma coisa, um dia você terá a surpresa de chegar aqui e não encontrar o seu filho. Você até pode amá-la, mas é comigo que terá que ficar.

—Regina não é tipo de mulher que se presta a isso. Eu jamais a usaria dessa maneira, como já disse, eu a amo.

Concluiu, retirando-se.

 

 Robin caminhava pelas movimentadas ruas de Nova York, seu principal intuito era chegar ao seu destino o mais rápido possível. Sentou-se no banco da praça, como de costume nesses últimos dias... Encontrava naquele momento uma forma de se sentir inteiro novamente. Entretanto, naquela noite as coisas seriam diferentes. As luzes da sala de Regina estavam apagadas, ela já havia finalizado seu trabalho.

Durante toda a semana, Robin realizava aquela rotina; observar Regina. Saia geralmente depois do jantar, ás 20:55. Em dias como aquele, na tentativa de fugir, nem sequer comia. Dependendo do dia, chegava na praça ás  21:13, e ficava a admirando até que a mesma fosse embora, por volta das 23:05. Esperava até que ela saísse segura, para somente depois ir embora. Ficava feliz por senti-la mais de perto, mesmo que ela não soubesse.

Contudo, naquela noite, as coisas seriam diferentes. Não sabia se sentia um alívio, por Regina não se desgastar tanto como estava fazendo nos últimos dias, ou se ficava apreensivo, com medo de que ela estivesse fazendo algo impulsivo.

Um calafrio lhe percorreu pelo corpo, sentiu aquela sensação da qual ele mais temia, que algo tenebroso estava prestes a acontecer...

 Assim que regressou para casa, Valerie, Greg e Roland ,já haviam retornado da pizzaria.

—Boa noite.

Robin cumprimentou.

—Boa noite, senhor.

Valerie percebia o descontentamento nas feições abatidas do pai.

Logo, Marian adentra a sala.

—Até que enfim você chegou! Seu jantar, está servido.

—Não estou com fome. Vou tomar meu banho, com licença.

Marina suspira, ao vê-lo se retirar, resolve ir atrás de seu filho.

—Seu pai não parece estar bem.

Comentou Greg.

—E não está. Se separar de Regina foi um erro. Ele está sofrendo.

—Ela antecipou a viagem, está com tudo pronto. Vai embora na próxima semana.

Os olhos da jovem marejaram.

—Valerie? Você está bem?

—Sim, é só que... Eu me afeiçoei a ela.



                                                      ***

 

 Enquanto sentia a água escorrer sob seu corpo, Robin tinha seus pensamentos tomados por recordações... Desde o primeiro beijo selado, até a última lágrima derramada.

“Vamos nos dar uma segunda chance.”

“Curar a dor com amor?”

“Eu te amo.”

“Prometo não te decepcionar.”

Socou a parede.

 Se martirizou mais uma vez pelas juras de amor que havia quebrado. Regina podia ter gritado, o humilhado, no entanto, não foi isso que ela fez. Optou pelo silêncio, carregando a decepção em seus olhos... Nem o tempo era capaz de atenuar seu remorso.

É desperto pelo choro agudo de seu filho. Uma elevada alteração de vozes vindo da sala, saiu de imediato.

 Em seu quarto, Roland apreciava o quadro que havia ganhado de Regina, a imagem deles dois refletia em seus olhos. Almejou ter uma mãe durante tanto tempo, agora, a sua havia acordado. Todavia, sentia falta de Regina, e aquele quadro era a única lembrança que ele tinha dela.

Sua mãe, não era tão divertida quanto ele imaginava, esta não tinha paciência alguma com ele. Foi surpreendido pela chegada repentina dela.

—O que você está fazendo com esse quadro? Eu já disse que não quero nada que lembre essa mulher aqui nesta casa.

Reprendeu pegando objeto de maneira brusca das mãos do menino.

—Me devolve, por favor.

—Eu já estou de saco cheio, até parece que você gosta mais dela do que de mim.

Jogou o quadro no chão com força, fazendo com que ele se partisse. Causando lágrimas comoventes em seu filho, que foi até a sala procurando pela irmã.

—Val...

Dizia em meio aos soluços.

—O que aconteceu?

Ela perguntou preocupada.

—Marian... Ela quebrou o quadro que a Regina me deu.

—Ela fez isso?

—FIZ! QUAL O PROBLEMA?

Perguntou Marian.

—Você não tem vergonha? Fazer isso com o seu filho? Ele gosta dela.

—Não me interessa, ela vai ter que aprender a viver sem ela.

—Como você pode ser assim? Viver desse jeito? Será que não percebe que ninguém aqui te suporta?

—Como não? Seu pai me escolheu.

—Meu pai não ama você! Ele está infeliz aqui, ele ama a Regina!

—Quem é você para falar de amor? Seus pais te abandonaram, tem que se contentar com as sobras do amor dos outros.

Aquelas palavras ecoaram na cabeça de Valerie, a raiva foi substituída pela dor. Sabia que Marian estava certa.

Pegou as chaves do carro, e saiu em disparada.

Greg foi atrás da namorada, mas esta já estava adentrando ao carro de seu pai. Escutou somente a pergunta eufórica dele.

—ONDE VOCÊ ESTÁ INDO?

—Onde minha vida começou.

Ligou o carro e saiu. Greg preocupado, decide segui-la.

 

 Do outro lado da cidade,  Regina desperta atônita de seu pesadelo. Sentiu um pressentimento desconhecido até então. Uma necessidade de ficar mais próxima ao seu filho. Sendo assim, resolveu que iria até Storybrooke, onde este estava enterrado. Seus pais não estavam mais em sua casa, o que facilitava concretizar seus planos.

Colocou a primeira roupa que viu e saiu. Contudo, não imaginava que Theresa ainda estivesse acordada.

—O que está fazendo? Precisa descansar... (Regina pegava seu casaco.) Onde a senhora está indo?

—Onde minha vida terminou.

Disse batendo a porta.

 

                                                      ***

 

  A estrada era escura, se não bastasse isso, aquela região era atingida por uma grande camada de neblina. Mesmo assim, não foi o suficiente para fazer com que ela diminuísse a velocidade do carro.

Suas decepções eram mais visíveis do que qualquer coisa naquele momento. Avistou, enfim, a placa “Bem vindo á Storybrooke”.

Distraída, sequer percebeu a presença de alguém na estrada. Quando se deu por conta, já era tarde demais, freou o carro bruscamente. Vislumbrou o para-brisa quebrar com o impacto da batida. Girou o volante duas vezes e atravessou uma cerca, o que a fez sair da estrada.

O carro capotou três vezes.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam?Robin está perdoado?Um pouco pelo menos... A pergunta que não quer calar, quem sofreu o acidente??? Valerie ou Regina? Grandes especulações estavam sendo geradas antes mesmo do capítulo ser postado... Vocês vão saber na chamada do próximo capítulo, neste também será apresentado um personagem novo, tecnicamente ele já está presente... quem será que acerta?
Preparem todas as emoções para o próximo capítulo, se você já odeia a Marian, irá despreza-la ainda mais...
Um beijão a todas vocês, bom Domingo. ♥ Agradeço a todos os comentários, ainda não tive tempo de responder, mas ainda hoje termino de responde-las... :) Bom final de Olimpíadas :)