Dangerous Woman escrita por Letícia Matias


Capítulo 5
5


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!!! Tenho uma surpresa pea vocês como eu disse :)
Como é feriado e a maioria fica acordado até tarde, resolvi postar mais um capítulo para vocês ❤
Espero que gostem. Me desculpem se houver algum erro de português ou de digitação
Boa leitura! :)



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Sou acordada com uma voz me chamando. Abro os olhos e os fecho rapidamente. Há uma claridade insuportável.
–Ei, vamos lá. Me ajuda, preciso tirar sua roupa.
Franzo cenho e abro os olhos novamente piscando algumas vezes, sonolenta.
–Onde é que eu estou?
Não consigo ver direito. Apenas vejo um cabelo muito ruivo.
–Está na minha casa. Olha, eu preciso te colocar debaixo de uma água fria, tenho que tirar sua roupa.
Torno a fechar os olhos.
***
Sinto algo frio sobre minha cabeça e abro os olhos desorientada. Olho para meu corpo. Estou vestindo apenas minha calcinha e sutiã rosa claro de renda. Estou apoiada em alguém, mas não sei bem quem. Tento olhar para cima para olhar o rosto da pessoa, mas não consigo. A única coisa que consigo ver refletindo no boxe de vidro é um cabelo vermelho.
Sinto um pouco de frio. Meus olhos se fecham novamente,mas antes disso, consigo associar o cabelo vermelho ao seu dono e digo seu nome em um sussurro abafado pela água que cai sobre minha cabeça.
–Kyle.
***
Estou deitada em uma cama com lençóis bagunçados e encardidos. Não sei bem onde estou, mas lembro dos cabelos vermelhos de Kyle. Ouço uma voz distante de onde estou, porém alta.
–Não interessa! Você é uma louca, porra! Ela estava jogada na calçada com a boca suja de vomito. E se eu não tivesse encontrado ela? - uma pausa - Ela está apagada! Nem a porra do banho frio acordou ela. - outra pausa. - Ah tchau Chloé, vai se foder.
Franzo o cenho. Quantos palavrões saindo de uma boca só.
Não sei que horas são, mas me sento na cama e dou uma olhada ao redor. O quarto é escuro e cheio de pôsteres de bandas de rock colados. Há um sofá pequeno de couro sintético com vários rasgos e algumas peças de roupa em cima dele. Um abajur pequeno de luz amarelada em cima de um criado mudo ao lado da cama que permite que eu veja tudo isso.
A porta do quarto se abre e um menino de cabelos vermelhos entra. Ele parece surpreso ao me ver sentada. Não consigo ignorar o fato de ele estar sem camisa revelando algumas tatuagens. Consigo ver com clareza uma andorinha saindo de uma gaiola do lado direito de seu peito e um arabesco na clavícula do lado esquerdo.
Desvio o olhar e olho para meus pés em cima da cama. Percebo também que estou vestindo apenas uma camiseta preta que tenho certeza de que é dele.
–Ah eu não sabia que você estava acordada. Você... Ouviu alguma coisa?
Olho para seu rosto. Com certeza ele está me perguntando se ouvi ele mandando Chloé se foder.
–Não. - minto. - Acabei de acordar.
Minha cabeça está latejando e ainda estou sonolenta. Não devo estar totalmente sóbria.
–Ah... Eu tive que trocar sua roupa. - ele aponta para a camiseta preta no meu corpo.
Sinto meu rosto queimar ao perceber que ele deve ter me visto de calcinha e sutiã. E sei que não estou usando nem um nem outro por baixo o que me apavora.
–Ah tudo bem. - digo. - Que horas são?
–Deve ser uma quatro e meia. - ele suspira e vem até a cama. Se senta ao meu lado com as pernas para fora. Posso ver que sua calça está molhada.
–Desculpe. - sussurro.
Kyle está olhando para o meu rosto e franze o cenho.
–Desculpa pelo que?
Olho para seu rosto cansado e depois para a andorinha em seu peito. A luz amarelada faz com que sua pele brilhe um pouco. Ele é tão atraente. Meus olhos se voltam para seu rosto novamente. Ele não desviou o olhar do meu rosto nenhuma vez.
Dou de ombros.
–Por... Fazer você me trazer até sua casa e... - aponto para sua calça jeans molhada. - fazer com que você tomasse um banho gelado.
Kyle sorri e balança a cabeça.
–Você não faz ideia de quantas vezes as pessoas tiveram que fazer isso comigo. Não se preocupe.
Tento sorrir, mas me sinto muito envergonhada.
–Você é uma boneca mesmo, não é? - sinto sua mão pousar em minha bochecha direita e olho para seu rosto.
O seu perfume ainda está em sua pele. É um perfume forte e inconfundível. É muito bom.
Seus olhos verdes estão com as pupilas dilatadas, provavelmente por causa da pouca luz no quarto e sua boca carnuda e rosa está entreaberta. Meu coração está batendo tão forte e rápido que tenho medo de ele poder ouvir naquele quarto silencioso.
–Eu vou tomar um banho. - Kyle fala e se levanta da cama. - Pode voltar a dormir. - Eu vou dormir no sofá.
–O quê? Não, a casa é sua! Não precisa dormir no sofá. Eu... Posso dormir lá.
Kyle revira os olhos.
–Se você acha que vai dormir no sofá, está enganada.
–Você também não vai. - cruzo os braços em frente ao meu corpo.
Vejo um sorriso de divertimento em sua boca e ele assente.
–Tudo bem, então.
Sorrio e ele se vira para sair do quarto. Observo a covinha no meio das suas costas e torno a me deitar quando ele fecha a porta.
Estou me sentindo sonolenta e cansada, por isso adormeço antes que Kyle volte.
***
Quando acordo novamente, estou sozinha na cama, mas a porta do quarto está entreaberta. Ouço a voz de Kyle, mas não consigo entender o que ele está dizendo.
Levanto-me da cama e vou até a porta, fico atrás dela ouvindo com clareza agora a voz do menino de cabelo de fogo.
–Não, não transei com ela.
Ouço uma risada.
–Qual é cara, perdeu o jeito? - ouço uma voz masculina.
–Ela estava bêbada!
–Mas você tirou a roupa dela.
–Tirei, claro. Tive que tirar!
–E você não ficou nem um pouco excitado? Ela é uma belezura.
Franzo o cenho. Quem quer que seja essa pessoa que está falando é um escroto. E como sabe que sou uma belezura?
–Ela é... - ouço Kyle suspirar. -Linda. Mas você acha que eu ia me aproveitar dela? Ela estava totalmente apagada. Vou matar a Chloé.
–Sua prima é mesmo uma louca.
Prima? Franzo o cenho. Chloé disse que ela era amiga de Kyle, não prima. Kyle disse que sou linda.
–Mas você gostou de dormir do lado da bonequinha, fala sério Kyle.
Ouço uma risada.
–Ah cala a boca, seu porra.
–Eu adoraria estar no seu lugar.
–Cala a boca, caralho. Estou avisando.
–Está apaixonadinho, Kyle?
–Você é idiota, porra? Claro que não. Acha que vou me envolver com uma garota assim?
Ouvir aquelas palavras me atingem como um tapa na cara. Ele parecia tão... Apreensivo e fofo horas atrás.
–O que tem? - ouço a outra voz masculina perguntar. -Não é como se ela fosse ser a primeira que você leva pro mal caminho. Lembra da Jenna?
–Jenna foi uma distração, apenas. E ela não era... Certinha como ela. Não vou me envolver com uma pessoa assim. É inocente demais.
Sinto a raiva queimar dentro de mim. Estou cansada das pessoas me tratarem como criança, como uma puritana.
Tenho que ir embora. Procuro por minha bolsa e a encontro em cima do sofá de couro sintético rasgado. Pego meu celular e olho a hora. Ótimo, estou aqui sendo vista como uma criança, do outro lado da cidade e perdi o horário de ir para escola/academia de ballet. Simplesmente ótimo, Alice. Você é demais!
Encontro minhas roupas dobradas e secas ao lado da bolsa e fico agradecida por ele ter lavado elas, mas estou com raiva dele.
Visto a roupa com pressa, incluindo as roupas íntimas e calço meus sapatos. Pego a bolsa e coloco a alça no ombro.
Abro a porta do quarto e no mesmo instante Kyle e um menino um pouco mais alto do que ele e loiro se viram para me olhar. Tenho certeza de que estou com uma cara emburrada. Espero que ele saiba que eu ouvi tudo o que estava falando de mim.
–Bom dia. - Kyle diz.
Olho para ele e depois para seu amigo escroto que tem um sorrisinho nos lábios e um piercing prateado em seu lábio inferior.
–Oi. - digo. -Olha, eu preciso ir. Eu agradeço por não ter me deixado jogada na rua no meu vômito ontem a noite.
Kyle franze o cenho.
–Tudo bem, mas toma um café primeiro. Tem café preto e eu te levo pra casa...
–Não estou com fome. - minto e meu estômago me trai na mesma hora, roncando tão alto que todos no Brooklyn ouviram.
–Imagina se você estivesse com fome. - o loiro diz sorrindo.
–Matt, acho que está na hora de você ir andando. - Kyle olha para ele com um olhar de advertência.
Como se isso fosse amenizar minha raiva.
Matt sorri olhando para Kyle e depois para mim.
–Claro cara, eu tenho que ir mesmo. - depois olha para mim. - Foi um prazer te conhecer, boneca.
Tenho vontade de mandá-lo tomar no cú. Por que todos estão me chamando de boneca? Não respondo e Kyle abre a porta para Matt, o escroto.
Matt sussurra algo no ouvido do amigo que o empurra com força para fora do apartamento enquanto ele ri.
Kyle olha para mim com cautela.
–Você está bem?
–Ótima. - digo. - Eu preciso mesmo ir. Tenho coisas para resolver já que perdi meu segundo dia de aula.
–Tudo bem, eu levo você.
–Não. - me apresso a dizer. -Tudo bem. Eu tenho cara de criança, mas não sou. Sei me virar sozinha, apesar da noite passada.
Kyle para e entende tudo.
–Ah... Olha me desculpe por isso, Matt é um idiota. O que você ouviu exatamente?
–O suficiente.
Abro a porta do apartamento e saio pisando duro com meus saltos fazendo eco no corredor.
–Ei, espera! - ouço Kyle dizer e o barulho de um molho de chaves.
Tento descer as escadas mais depressa e posso vê-lo fechando a porta do apartamento com o pé enquanto veste uma regata preta.

Não sei bem o porquê eu estava tão nervosa. Não era muito por ele falar que não queria nada comigo. Não era isso, eu nem o conhecia e não me importava. Mas eu estava profundamente cansada das pessoas acharem que eu era uma criança e culpava meus pais por isso. Será que eu realmente passava essa impressão para as pessoas? Uma imagem de santinha, criança, inocente... Uma maldita bonequinha?
Quando chego na calçada do prédio, ouço os passos de Kyle atrás de mim e logo depois sinto uma mão segurar meu braço com força.
Olho para ele com a raiva estampada em minha face.
–Me solta.
–Olha, deixa eu explicar. O Matt é um idiota. O que você queria que eu dissesse? Eu...
–Olha aqui, eu não queria que você dissesse nada, só quero que me deixe em paz. Eu agradeço muito pelo o que você fez, como eu já disse, mas agora você pode soltar meu braço e deixar eu ir embora.
–Não, você tem que me ouvir, Ally.
Franzo o cenho e lhe dou um empurrão.
–Quem você pensa que é para me chamar desse jeito? Você não é nada meu. Ninguém me chama assim.
–Não posso deixar você ir embora, você nem sabe como voltar.
–Olha, eu tenho cara de retardada, mas não sou. Sei muito bem voltar para minha casa. Me deixa em paz.
Dou um empurrão nele e entro no táxi que para em frente a calçada. Eu entro e fecho a porta com força. Informo meu endereço para o taxista e olho para trás quando o táxi se afasta de Kyle. Ele está olhando para mim com o cenho franzido e eu estou soltando fumaça pelos ouvidos e narinas.
***
Quando entro no meu apartamento, sinto uma súbita vontade de chorar. Estou com tanta raiva. Que... Merda!
Sento-me exausta no sofá e pego meu IPhone. Há mensagens de Sean perguntando se eu já cheguei em casa. São mensagens de onze e meia da noite. Disco seu número e coloco o telefone na orelha. Ele atende logo no primeiro toque.
–Oi, você está bem? - ele parece preocupado.
–Não. - digo e conto tudo o que aconteceu na noite anterior até há meia hora atrás.
Quando termino de contar, Sean suspira e diz:
–Olha, você não pode ficar brava com o cara por ter falado isso.
–Está defendendo ele? - guincho.
–Não! Só estou dizendo que ele se conhece melhor do que você o conhece e se ele não quer se envolver com você, é para o seu próprio bem.
Franzo o cenho.
–Não é essa a questão! Eu não estou nem aí para ele. - guaguejo. - Mas estou cansada das pessoas acharem que eu sou a porra de uma inocente.
–Então mostre a elas que você não é. Só não vai fazer nenhuma besteira, tudo bem? E nem se embebedar de novo e desmaiar na rua, pelo amor de Deus. Mas... Você foi um pouco dura com esse tal de Kyle. O cara foi legal com você.
Não era isso o que eu queria ouvir, isso faz com que eu pense que eu possa ter agido como uma louca mal agradecida.
– Você acha que eu fui uma puta mal agradecida? - pergunto.
Ouço Sean sorrir.
–Não, não uma puta. Mas você foi um pouco... Louca. Mas tudo bem. Talvez seja melhor assim. Afinal, você não quer nada com ele mesmo não é?
Fico em silêncio.
–Hmmm.
–Não quero! - me apresso a dizer. - Não mesmo. Não faz diferença.
–Então não tem o porquê se preocupar se você foi ou não uma puta mal agradecida.
–Certo.
–Certo. - Sean ri. - Olha, preciso ir. Se cuida, tudo bem? E qualquer coisa, me liga.
–Certo. - resmungo e desligo o telefone.


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Notas finais do capítulo

E ai?? O que vocês acharam? Nosso lindo Luke também apareceu no capítulo hein
Espero muito que estejam gostando da história!
Grande beijo e até a nossa #DangerousMonday :)



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