De Corpo e Alma escrita por Regina Rhodes Merlyn


Capítulo 40
Juramento


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, voltei. Valentina,chegou trazendo alegria, amor e trabalho pros pais.
Mas,nem só de fraldas e mamadeiras vive um médico. Algumas vezes o destino bate a porta, trazendo consigo decisões dificeis, que vão de encontro a um velho dilema: razão x emoção....Quem ganha??
Boa leitura.Rewiews..
Bjinhos flores.



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"Eu,solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da humanidade.....Praticarei minha profissão com consciência e dignidade. A saúde dos meus pacientes será minha primeira preocupação. Não permitirei que concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes. Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. Mesmo sob ameaça,não usarei meu conhecimento médico em princípios contrários às leis da natureza.

Faço estas promessas,solene e livremente,pela minha própria honra"

 Trechos do

Juramento de Hipócrates

Três semanas depois

Connor

" Na paz do seu sorriso, meus sonhos realizo, e te beijo feliz(2x); E na ânsia mais louca, no céu da sua boca, no alto as estrelas me dizem, meu bem; Que a vida é isso, que eu vivo por isso que você me dá, me dá..."

—Pode deixar,amor. Eu vou. Descanse.- digo,fazendo Sarah deitar-se novamente.

Passa das três da madrugada quando Valentina acorda. Nossa menina tem hábitos noturnos. Ama uma boa madrugada  Sem sono! Pelo menos por enquanto.  Nat garantiu que aos pouco mudaria. Por hora,não está atrapalhando em nada nossa rotina visto que estamos de licença,Sarah por doze semanas e eu por oito.

—Então,no momento mocinha, pode me acordar quantas vezes quiser que não vou reclamar- digo, pegando-a no colo,beijando sua cabeça- Contanto que não queira comer. Nesse quesito, não posso te ajudar! Aí vou ter acorda a mamãe mesmo. É isso que você quer? Está com fome?- coloco meu dedo mindinho sobre sua boca. Geralmente, quando o pega, é sinal de estar com fome.Lógico que não é um método infalível. Mas tem funcionado- Não, não quer não,né anjinho? Também, não fazem nem duas horas que mamou- converso com ela, caminhando pelo apartamento- Estou começando a desconfiar, mocinha, que já está sabendo a quem acordar e qual horário,não é espertinha!- deito no sofá, colocando-o sobre meu peito- Vamos combinar uma coisa: sessenta- quarenta. Sessenta  por cento pra mim quarenta pra você.Que me diz?-ela ensaia um choro ,me fazendo rir- Ok, você venceu. Fico com os quarenta por cento. Menos até, já que você anda monopolizando sua mãe. Sorte sua que, depois dela, você é a garota mais importante da minha vida. Tem sua tia também. Mas vocês duas ganham de goleada!- sinto-a mexer-se, inquieta--O que foi? Que ouvir uma canção?---Na paz do seu sorriso,meus sonhos realizo, e te beijo feliz...Na paz do seu sorriso,meus sonhos realizo e te beijo feliz..E a beleza é nada se for comparada com tudo que eu vejo em você, meu bem...—sinto a mão de Sarah acariciando meu cabelo, agachando-se ao lado do sofá....o amor é perfeito, me amarro no jeito que você me dá...me dá...Tudo isso que você, meu bem me dá!-faço um gesto de cabeça indicando nossa filha, que adormecera deitada sobre mim,e Sarah sorri, me dando um beijo....Tudo isso que vocês, meus amores, me dão....-canto junto a sua boca,fazendo seu sorriso aumentar.

Com sua ajuda, me levanto devagar para não acordar a pequena, caminhando até o berço, colocando-a lá, embalando-a mais um tempo...

—Só por garantia! - digo,piscando para Sarah, que encosta a cabeça no meu ombro.

Quando estamos saindo do quarto,surpreendo-a,pegando-a nos braços, levando-a para a cama.

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 Dois dias depois

Sarah

É o início do final de semana. Uma sexta feira anormalmente (para o clima de Chicago) linda e limpa. 

Aproveitamos o final de tarde para passear com Valentina na área do pier, levando-a para conhecer o mar, indo até a bem perto da água, molhando seus pesinhos.

Estamos caminhando lado a lado,Connor empurrando o carrinho, meu braço entrelaçado ao seu, quando vemos uma aglomeração, o que em Chicago é sempre sinal de uma coisa: alguém ferido. 

Ambos ficamos tensos, alterado um pouco nosso percurso a fim de evitar o centro da multidão.

Quando nos aproximamos, Connor para perto de um policial da área, perguntando o que havia acontecido.

—Mais um daqueles malucos.- diz,apontando um homem caído- Tentou agredir um cara e se deu mal. O sujeito é lutador,reagiu  ele acabou esfaqu...-Connor o interrompe

—NÃO!- grita - Não faça isso!- tenta alertar mas a recomendação chega tarde.

Ele corre até o homem ferido e só então entendo o que havia acontecido: ele havia,por dor ou desespero, retirado a faca do ferimento, provocando um grande sangramento.

—Me arranjem toalhas, panos, o que quer que seja, para pressionar o ferimento- ordena e uma das atendentes da lanchonete ali de perto corre, voltando minutos depois com as mãos carregadas de pequenos panos de prato,entregando a ele, que tenta parar o sangramento.

—Preciso dar um jeito de pinçar essa veia- escuto-o dizer- Me arranjem álcool, uma faca ou canivete- pede e o policial lhe estende um canivete que ele esteriliza assim que lhe entregam o álcool.

—Vocês tem maleta de primeiros socorros?- pergunto a mesma moça que trouxera os panos e ela acena afirmativamente, já correndo em direção ao bar, enquanto coloco o carrinho de Valentina ao meu lado, me ajoelhando junto a Connor- Como posso ajudar?- questiono, recebendo a maleta da garota.

—Procure algo para pinçar a veia- responde,concentrado, abrindo a lateral do homem.

Abro a maleta, procurando algo que pudesse ser usado como pinça ou prendedor, escutando as sirenes ao longe. Encontro um clipe de papel grande.

—Serve?- mostro-o e ele acena afirmativamente.

—Amor, seca isso pra mim.Não estou conseguindo enxergar direito.- para um segundo- Ele está entrando em choque. Tenho que parar o sangramento agora.

Me inclino para ajudá-lo e paro,assustada, prendendo a respiração,o coração disparado, começando a tremer.

—Sarah?- Connor me chama, intrigado.

—É...foi...ele- balbucio,nervosa - Foi ele Connor. Ele que nos atacou no hospital- falo e ele me encara, incrédulo.

Por um segundo nossos olhares se cruzam..

—Ele vai morrer!- exclama a garçonete, horrorizada. 

—Não. Não vai não- Connor fala, a voz fria como nunca o havia escutado falar- Ele tem uma divida comigo. E quero que pague na cadeia!- exclama, endurecendo o maxilar, voltando a concentrar-se em salvar a vida do homem que quase destruiu  a nossa.

Me recupero do susto,voltando a ajudá-lo. Juntos conseguimos conter o sangramento pouco antes da chegada da ambulância. 

Sentada em uma cadeira, Valentina em meu colo,observo Connor passar para Silvie  e Jimmy todos os procedimentos que havia realizado para conter o sangramento, ajudando-os a colocá-lo na maca e na viatura, fechando a porta, voltando para junto de mim, recebendo os cumprimentos das  pessoas ao redor.

—Você está bem?- pergunta, abaixando-se a minha frente e aceno que sim_ Sabe que não poderia,por mais que quisesse, deixa-lo morrer não é? Não aqui, em minha...Em nossas mãos - corrige-se, segurando minha mão, beijando-a em seguida.

—É por isso que eu te amo!- digo, acariciando seu rosto.

—Só por isso?- questiona, um sorriso malicioso no rosto.

—E por muitas outras coisas mais- acrescento,beijando-o, colando nossas cabeças, Valentina entre nós- Seu pai é um herói amor! - digo, beijando a cabeça de nossa filha,que se balança, rindo, as mãos no rosto do pai, que lhe dá um beijo de esquimó.

—Nem tanto - diz- Não sabe a força que tive que fazer para não deixá-lo simplesmente sangrar até a morte!- revela, endurecendo a expressão- Falando nisso- leva a mão até o bolso,pegando o celular, ligando  para alguém- Will, vocês devem receber dentro de alguns minutos um paciente especial. -diz,me encarando- Cuidem bem dele. Quero ele vivo.

Will pergunta algo e ele responde.

—Você vai entender quando ele chegar- fala - Mais tarde nos falamos,ok?

< Certo. Até mais.> despede-se, desligando a seguir.

—Vamos pra casa. Acho que nós e Valentina já tivemos emoções demais por hoje- peço, levantando-me - E você precisa de um banho e trocar essa roupa suja de sangue.

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Apartamento de Sarah e Connor

Narrador

Ao chegarem em casa, Sarah e Connor vão direto para o banheiro, tomando banho juntos com a pequena Valentina.

Após terminarem, Connor permanece no quarto com a neném enquanto Sarah vai  pegar uma muda de roupa para a  menina, que depois de mamar, adormece, sendo levada para o berço pelo pai.

Retornando ao quarto,Connor encontra a esposa sentada na cama, passando um creme no corpo.

—Humm, que cheirinho bom!!- exclama, engatinhando até ela, cheirado seu pescoço, acariciando as pernas, subindo devagar- Que tal aproveitarmos que Valentina nos deu uma folga e namorar um pouco? Que me diz?- pergunta, deitando-se sobre ela, beijando-a.

—Proposta aceita!- responde Sarah, abrindo o roupão do marido e o seu em seguida, sorrindo.

Na paz do seu sorriso,meus sonhos realizo, e te beijo feliz-sussurra, cantando em seu ouvido...

..." E nós dois num abraço,rolando no espaço, me perco mo amor com você, meu bem...E perco o juízo,pois o paraíso é o que você me dá...me dá.. Tudo isso que você, meu bem me dá..."

Na paz do seu sorriso

Roberto Carlos 

 

 


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Notas finais do capítulo

Nada como um final de tarde,com a consciência tranquila, ao lado de quem se ama!!
Bjinhos flores.



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