Hidden on the Bus escrita por Loran Leon


Capítulo 23
Adeus


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta u.U
Sem mais demoras...
BOA LEITURA :3



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—Acha que...é só amor de fã ou?

—Depende da maneira de como ela o disse Luke.

—Ela disse tipo "Gosto de você e isso é uma merda". -tentei fazer o olhar mais sério para Michael mas tive que morder o lábio para não soltar uma risada.

—Luke...sinceramente. A garota gosta de você e admite que isso é uma merda. -riu. -Eu considerava seriamente o meu propósito de vida.

—O que acha que andei a fazer a noite toda? -ri. -Agora falando sério...o que acha?

—Ela é uma garota fantástica e é uma sorte ela gostar de você...Quer dizer....já olhou bem para você? -voltei a lançar-lhe um olhar confuso -talvez pela 10° vez hoje- e ele apenas riu. -Você não a merece. Além disso...ela é uma garota, isso não devia impedir nada mas não é bem essa a questão ou é? -eu calei-me. Qual é a questão aqui? -Mas sim...ela gosta muito de ti. -encolheu os ombros de novo.

—Merda.

—Foi isso mesmo que ela disse.

—Acha que podia resultar entre nós?

—Luke... -Michael olhou-me sério. -Não brinque comigo.

—Eu não estou a brincar.

Michael levantou-se repentinamente.

—Se lhe tocar com um dedo que seja Luke...Eu acabo com você.

—O quê?

Ele desapareceu rapidamente.

Eu acho que não percebi.

POV SARA

—Eu não vos quero deixar. -Nuria falava num abraço apertado entre ela, eu e Sofia.

—Eu não quero ir. -choramingava Sofia.

—Também não.

—Eu vou sentir a vossa falta. De que vale ir em tour com um bando de comedores de pizza sem alguém feminino que nos faça companhia? E como ficarão os 5sos sem vocês?

—Nós não somos assim tão essenciais. Só nos querem aqui para nos mantermos de boca fechada. -separei-me do abraço das meninas e olhei para um sítio aleatório, só não queria ver as expressões delas com a minha fala. No fundo eu sei, é a verdade.

—Mas você é idiota? -a mais velha das raparigas falou com um tom um pouco alto. -Eles gostam de vocês!

Sofia preferiu não dizer nada, apenas direcionou o olhar para a
janela do hospital. Está a nevar?

—Desculpem...eu estava a viver o meu sonho e ver que vou acordar de vez é uma merda.

—O Ashton disse que me amava. -minha melhor amiga permanecia quieta, disse, brincando apenas com os dedos de suas mãos. -Mas agora nada disso interessa,- ela encheu-se de lágrimas de um momento para o outro. -porque agora eu vou embora e nunca mais o voltarei a ver.

Ver Sofia fez-me querer chorar também. Estava super feliz com o facto de Ashton a amar mas por outro lado -o maior lado- sentia uma tristeza enorme por aquilo parecer uma cena de filme dramático, em que os personagens principais sofrem por um amor impossível. Mas como todos os amores impossíveis, aquele tinha uma ponta de sorte: ela amava-o com todo o seu coração e os sentimentos dele era recíprocos, pelo menos parecia assim.

—Ai não chorem por favor. -Nuria implorou. -Eu posso parecer de ferro mas assim não dá. Sofia!? -dirigiu seu dialogo para a outra menina. -Sabe quantas raparigas, mulheres, avós e avôs dariam tudo para ter o coração do fucking Ashton Irwin nas mãos? Tu roubas-lhe o coração e ainda está a chorar? Levanta-se e diga ao Ashton tudo o que lhe vai no coração. Se o vosso amor é tão verdadeiro assim, vocês vão encontrar uma solução. -Sofia parou de chorar, talvez por ficar surpresa com o discurso, talvez por ter realizado que nem tudo é uma tempestade.

A rapariga levantou-se e eu suspirei de alívio por ela não ter mais aqueles fios colados ao corpo que antes a teriam impedido de sair da cama.

—Eu vou falar com o Ashton agora. - ela disse calçando rápido os chinelos estranhos do hospital. -Agora mesmo. -abriu a porta do quarto.-Ashton, precisamos de falar! -ela quase gritou virada para a parte da sala de espera fechando a porta do quarto depois.

Não me pude conter de felicidade e sorri. Será que o filme terá um final feliz?

Nuria e eu ficamos sós.

—E Sara...O Luke é apenas um garoto. Um garoto muito desejado mas apenas um garoto. -riu. -Mas você ama-lo. -suspirou. -E ele é um idiota.

—É muito idiota. -ri. -Obrigado por o que acabou de fazer pela Sofia, ela precisava de ouvir aquilo.

—Eu adoro espalhar amor mas quero ver no que isto vai dar, vem?

—Claro. -sorri.

*

—Então você vai embora panqueca? -Michael perguntou colocando o seu braço no meu ombro.

—Sim. -suspirei.-Tudo que é bom acaba um dia. -olhei-o sorrindo. -Não faça essa cara. Você é mais bonito quando sorri Mikey.

—Eu habituei-me a você e às suas depressões. -ele fez beicinho.

—Por isso mesmo, devia ficar feliz de não ter de ouvir mais os meus lamentos. -ri.

—Não seja idiota. -ele olhou-me nos olhos.

A brisa fria fazia o meu corpo tremer e Michael já tinha feito questão de me emprestar o seu casaco apertando o meu corpo ao dele depois.
A culpa era dele. Quando eu disse que queria falar com ele não era exatamente no terraço do hospital -onde a temperatura era abaixo de zero- que eu queria ter a conversa.

—Vamos continuar a falar?

—Você quer? -perguntei enquanto esfregava as mãos uma na outra. Que frio insuportável.

—Claro que sim. -sorriu- Somos amigos certo?

—Certo. -esbocei um sorriso também. -Mas você vai se esquecer de mim de qualquer das maneiras.

—Ai pare com isso Sara. Valoriza-se um bocado por favor. Você é doce, inteligente, talentosa, apaixonada. Por favor... -ele abraçou-me e eu senti um nó na garganta.

—Posso chorar nos seus braços uma última vez? -perguntei abafada no seu ombro.

—Claro panqueca. -fechei os olhos e as lágrimas que saiam dos meus olhos quentes tornaram-se agora frias, gelando uma linha desenhada no meu rosto.

—Eu não quero ir embora. Vocês são o meu sonho e eu não quero desistir.

—Vocês foram muito loucas, sabe? -ele riu. -Ou vocês gostam muito de nós ou tem problemas mentais.

—Acho que as duas opções são bem possíveis.

Michael...ele é a melhor pessoa que eu conheci até hoje e para sempre. Ele é o meu anjo de cabelos coloridos.

—Vou ter saudades.

—Eu também Sara...Eu também.

Luke.
Talvez o meu final não seja daqueles felizes.
Talvez eu nunca possa toca-lo de novo.
Talvez fosse melhor assim.

POV LUKE

Algo não estava bem. Definitivamente nada estava bem.

O Michael não voltou a aparecer desde a última conversa que tivemos. Qual é o problema dele? Eu só queria saber se valia a pena conhecer melhor Sara. Será que ele é o pai dela?

Calum ajudou-me a descobrir onde Michael estava já que eu não podia deixar as coisas assim. Chegamos à conclusão que ele estava no terraço e Calum foi embora antes que eu pudesse abrir a porta do mesmo.

Lá encontrei Sara e o amigo que eu procurava, abraçados. Arranhei a garganta e os dois separaram-se deixando o rosto vermelho de Sara à vista.

—Michael, podemos falar? -perguntei mantendo a distância entre os dois.

Ele não disse nada, apenas bufou e depositou um beijo na bochecha de Sara. Não demorou muito até ele aparecer perto de mim o que fazia a cara de Sara ficar ainda mais confusa.

—O que se passa? -eu perguntei e ele olhou para trás, talvez para checar Sara.

—Eu só não quero que a magoes.
Eu não tinha a certeza do que iria responder mas sei que as dúvidas dele são as minhas certezas.
Fazendo o que fizesse eu iria acabar por magoá-la.
O que eu tinha na cabeça quando pensei que podia resultar?

Ela é uma miúda e eu sou um idiota.

—Não sei o que vai decidir mas...Não a magoe.

Eu assenti e ele foi embora.

Sara olhava-me enquanto se abraçava com frio.
Merda,merda, merda. Ela não me pode olhar assim. Torna-se quase impossível fingir que não me importo com ela.

—Hey...

—Hey...-ela disse envergonhada

—Está calor aqui não está?

Ela olhou para o céu. Pela segunda vez neste dia, a neve começou a cair.

—Não. -rimos.

—Pois não. -completei.

—Nunca tivemos um abraço de ídolo para fã. Você talvez...queira um? -ela assentiu e eu aproximei-me.

Eu tinha medo. Medo que se eu lhe tocasse ela pudesse desfazer-se em pedaços. Mas eu queria, queria mesmo abraçar-lhe -mesmo que fosse a última vez- e desta vez eu não tinha uma desculpa. Não era o clima, não era a cidade, era apenas o que eu queria.

As minhas mãos escorregaram pela sua cintura com delicadeza e ela estava finalmente encostada ao meu peito.

—Luke? -murmurei um "Hm?" e ela sentiu-se à vontade para continuar. -Você tem uma voz muito bonita, canta muito bem. Sou muito fã sua.

Aquilo era engraçado, saber que já passava um mês desde o dia em que nos conhecemos e ainda não tivemos um momento assim.

Será que nunca nos lembra-mos disso? Que ela é uma fã e que eu sou um dos seus ídolos?

—Obrigada. -susurei. -É bom saber.

—Diz-me a verdade. -ela separou-se de mim, o que me deixou nervoso e um pouco ansioso. -Você nunca sentiu algo mais pois não?

—Algo mais? -questionei fingindo não perceber o óbvio.

—Eu sou apenas um fã certo? -um sorriso forçado tinha aparecido no seu rosto assim como tristeza nos seus olhos.

Eu ia magoá-la de qualquer maneira.

A curto prazo se respondesse sim, a longo prazo se respondesse não.

Querendo ou não eu ia magoá-la, é isso que idiotas como eu fazem, magoam.

Para quê adiar o inadiável.

—Sim. -mordi o lábio olhando o céu. Era impossível mentir se a olhasse nos olhos. -Apenas uma fã.

Ela era mais que uma fã.

Ela é...

—Sim. -ela fungou o nariz. -Era o que eu pensava...então...adeus. -ela afastou-se e eu deixei.

Adeus Sara.

...o  que eu sempre quis.


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Notas finais do capítulo

Até ao próximo!
LOVE YOU ALL



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