POV SOFIA

—Eu nunca poderia me esquecer de você. -Você é o Ashton Irwin dos 5sos. O Ashton, o rapaz mais simpático que eu já conheci. Eu nunca poderia me esquecer de você.

Não era preciso pronunciar nenhuma palavra agora. Tenho a certeza que ele percebeu o que eu quis dizer. Aquele sorriso perfeito transmite-me isso.

Isso e muitas outras coisas.

Ele me abraçou como nunca ninguém o fez antes e eu não podia ficar mais feliz. Nada podia melhorar aquele momento.

Mas podia piorar.

—Sofia! -a porta abriu-se muito rápido, tão rápido como o ar frio que apareceu.

—Mãe. -ela parecia cansada mas isso não a impediu de correr até mim com as lágrimas nos olhos. Ashton separou-se de mim em segundos. -O que está fazendo aqui?

—Como assim o que eu faço aqui Sofia? -a sua voz tinha se tornado rouca, provavelmente ela está com vontade de chorar. -Tu foi atropelada filha!

A mais velha abraçou-me -um abraço muito apertado mas que me aqueceu ainda mais o coração- perguntando mais uma vez se eu estava bem.

—Desculpe mãe. -os meus olhos rapidamente se encheram de uma grande quantidade de água quando vi que a minha mãe chorava abafada no meu ombro. -Está tudo bem agora. -ri fraco.

—Eu devo ser a pior mãe do mundo. Nunca deveria ter-te deixado sozinha a viajar por ai. Sou uma irresponsável.

—Não mãe. -falei calma passando as minhas mãos por seus cabelos. -Você é a melhor mãe do mundo. Não tente negar. -ri

Esperei que a minha mãe se acalmasse para poder a separar dos meus braços. Muitas coisas passavam pela minha cabeça, eu não devia ter preocupado as pessoas assim. Fui uma tola.

Olhei para Ashton que ainda permanecia no mesmo lugar, ali, ao meu lado. Ri ao entender que ele não estava a entender nada da nossa conversa de mãe e filha. Impressionante...ele ainda mantém aquele sorriso no rosto. Sorri para ele que logo riu.

—E esse quem é Sofia? -a mulher perguntou interrompendo assim a minha viagem às nuvens patrocinada por Ashton.

—Mãe, esse é o Ashton. -falei apontando para o rapaz.

—Oh!!! -a boca da minha mãe está em prefeito "o". -Ashten Malik, prazer. -ela esticou a mão até ao outro lado da cama.

—Mãe, ele não percebe português! -ri ao ver o olhar confuso de Ashton.

—Its veri gud mit iu. -ela falou e eu continuei rindo.

Ashton apertou a mão da minha mãe. Os dois sorriam.

—Sofia? Será que o teu amigo nos pode deixar por um momento? - a mulher sorriu.

Expliquei a situação ao Ashton -no seu idioma- e ele apenas disse que não se importava de todo, saindo assim do quarto hospitalar.

—Mãe...a senhora está muito séria.

—Eu acho que é melhor voltarmos para Portugal.

—Como assim para Portugal? -ri. -Eu vou ficar melhor brevemente, tenho a certeza. Posso ficar até ao fim da tour.

—Não tornes mais difícil filha. -ela olhou a janela. Flocos de neve haviam aparecido no exterior. -Eu não vou deixar que isto aconteça.

—Você está falando sério? -perguntei e ela apenas me lançou um olhar de confirmação. -Mãe, eu estou a viver o meu sonho. -o meu tom de voz subiu involuntariamente. - A senhora não pode levar-me de volta para Portugal.

—Eu posso. Eu sou sua mãe.

—Isso é muito injusto. -segurei as lágrimas que haviam secado à pouco.

—É o melhor para você.

—Não é não! E Sara? Vou deixá-la sozinha? -perguntei já chorando. Era impossível eu deixá-la sozinha aqui.

—Ela vem também. Já falei com a mãe dela. Estamos as duas muito preocupadas.

—Saia daqui.

—O que?

—SAIA DAQUI! DEIXE-ME SOZINHA MÃE! -gritei levando as mãos ao rosto tapando-o com força.

—Um dia vais perceber que foi o melhor para ti. -suspirou retirando-se depois.

Só pode ser um pesadelo.

POV SARA

—Acha que já podemos entrar? -Nuria perguntou olhando para a porta do quarto em que Sofia estava internada.

—Eu não sei...o Ashton só me disse que elas queriam estar sozinhas.

—Desculpe só aparecer agora. -ela olhou os pés.

—Tudo bem. -tentei sorrir. -Você já não estava com o seu namorado há muito tempo e eu só lhe avisei hoje. Desculpe.

—Que é isso? Não tem de pedir desculpa. -ela abraçou-me. -E porquê essa cara melancólica? A Sofia já acordou.

—Algo está estranho. -falei.

Algum tempo depois, a mãe de Sofia saiu do quarto com uma cara bem triste por sinal. Não perdi tempo e corri até ela.

—Tudo bem D.Sofia? Alguma coisa se passou com a Sofia?

—Está tudo bem Sara. -ela sorriu fraco. - Mas vá falar com ela...e desculpe. -fiquei sem perceber mas antes que a pudesse questionar ela desapareceu nos corredores do hospital.

Com um gesto chamei Nuria para perto de mim dizendo que já podíamos entrar para ver Sofia.

Abri a porta com um certo receio descobrindo uma Sofia chorando.

Não disse nada e Nuria também não, apenas a fomos abraçar.

Ela acalmou minutos depois conseguindo assim pronunciar alguma palavra sem soluçar.

—O que se passa Sofia? -perguntei olhando-a nos olhos.

Ela limpou as lágrimas agressivamente.

—Vamos voltar para Portugal.

POV LUKE

—Decidiu aparecer? -Calum olhou para mim com uma certa raiva no olhar.

—Ela já acordou?

—Isso realmente lhe importa? -Ashton falou frio sem olhar para mim por um segundo.

—Eu estou aqui agora não é? Será que dá para serem mais compreensivos? -falei sentando perto do Michael.

—Não liga. -o de cabelos coloridos murmurou. -Todo mundo está  estressado. Mas sim...-ele me olhou sorrindo. -Ela já acordou.

—Que bom...e Sara? -perguntei tentando parecer o mais normal possível.

—A Sara está com ela no quarto. E você...o que andou a fazer? Nem dormiu no hotel está noite. -Michael olhou, provavelmente, para o meu cabelo bagunçado.

—Eu não dormi mesmo. -falei observando as minhas mãos pousadas no meu colo.

—Como assim? Não me diga que....?

—Não...-ri levemente. -Andei por aí...literalmente. Andei pelas ruas a noite toda.

—Isso explica o seu aspeto de mendigo.

—Pare com os elogios. -ri. -Promete guardar um segredo? -susurrei e Michael apenas me lançou um olhar de surpresa seguido de um "sim". Cheguei mais perto do seu ouvido. -A Sara gosta de mim.

—E o segredo? -franziu a testa. -Só falta dizer que você não  disso.

Lancei o olhar mais confuso que consegui para Michael enquanto encolhia os ombros.

—Oh...você não sabia.

—Não!

—Você é ridículo.