Posso te Contar Um Segredo? escrita por Mateus Sales


Capítulo 2
Um reencontro desconfortável


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo! Agora, as mentirosas estão novamente reunidas! Boa leitura!



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AGOSTO DE 2015

Início do novo semestre. Volta às aulas. Nada como estar completamente linda e brilhante como Hanna Marin: a garota mais popular de Rosewood Day. Ao lado dela, enquanto caminhavam para os armários da escola, estava Mona Vanderwaal, antiga nerd da escola que agora transformou-se na diva maior, assim como Hanna.

— Han, já ouviu o novo álbum do Cody Lindo Simpson? — Mona perguntou, aplicando uma nova camada do batom vermelho.

— Claro! — Hanna explodiu. — Que voz! Que melodia!

As duas amigas passavam por um corredor de alunos que as observava. As meninas olhavam com raiva por não serem como elas. Os meninos babavam com o corpo delas. Era sempre assim, todos os dias, e elas não paravam de gostar.

Em outro lugar da enorme construção de Rosewood Day, estava Spencer Hastings e aminimigo Andrew Campbell discutindo questões sobre revoluções históricas. Depois de alguns minutos brigando e reclamando, Andrew, indiretamente, tocou no assunto mais desconcertante para Spencer: o desaparecimento de Alison.

— Eu ainda não entendo como a polícia de Rosewood continua sem descobrir nada sobre o desaparecimento de Alison — Andrew falou, limpando o óculos com um lenço branco como neve.

— É difícil — Spencer falou simplesmente —, eu não consigo ficar sem pensar que ela desapareceu depois que brigamos.

— É, eu ouvi os depoimentos de vocês na televisão.

— Depois do sumiço da abelhinha, eu e as meninas começamos a nos afastar — Spence pegou seu smartphone Nokia e olhou para uma imagem dela com Aria, Emily e Hanna, quando ainda eram próximas. Na foto seguinte, Alison vestia uma blusa amarela e calça escura, o mesmo conjunto de roupas que ela usou na noite em que desapareceu. A última roupa que Alison vestiu, pensou Spencer.

Enquanto isso, um pouco longe dali, na Serenity Lane, Emily arrumava-se para ir à escola. Quando saiu do quarto, desceu as escadas e chegou à cozinha, sua mãe, Pam, estava sentada à mesa do jantar sorrindo e com o telefone da casa junto ao ouvido. Emily foi até à geladeira e pegou um pouco de um água e ficou pensando: Com quem ela está conversando tão animadamente?

No minuto seguinte (não que ela estivesse contando), Pam soltou o telefone e encerrou a chamada.

— Filha, temos ótimas notícias — Pam falou, levantando-se e segurando nas mãos de Emily.

— O que vêm por aí? — Emily falou, meio que sorrindo.

— Seu pai vai voltar para casa no próximo mês! — Pam exclamou, captando um sorriso enorme de Emily, ela adorava ver o pai em casa, e adorava conversar com ele até tarde da noite.

Elas se abraçaram e Pam falou que iria até o Rosewood Mall comprar uma roupa nova para o marido. Após, Emily, pegou sua bicicleta e dirigiu-se até Rosewood Day, pronta para mais uma rotina de estudos sem Alison, sem segredos, sem manipulação, sem diversão.

Tanto Emily quanto Aria, Hanna e Spencer ficaram com um sentimento meio-termo em relação ao desaparecimento de Alison. Nos meses antes de seu desaparecimento, Alison estava tão diferente da Alison que elas conheceram. Ela continuamente queria guardar os segredos das amigas e depois usá-los contra elas. Quando Alison sumiu, todo o clima tenso que ela havia criado sumiu junto. As garotas poderiam ter separado-se, mas alguns termos melhoraram muito.

Quando chegara no jardim frontal de Rosewood Day, Emily ouviu um gritou agudo e alto, clamando pelo seu nome.

— Emily! — Aria gritou, chacoalhando os braços.

— Aria! — Emily respondeu em exaustão, correndo para abraçar a amiga.

— Quanto tempo, Em — falou Aria, enquanto tocava nos cabelos castanho escuros da outra. — Nós meio que perdemos o contato, não é?

— Pois é — Emily colocou as mãos na cintura enquanto caminhava com Aria até a entrada da escola. — As coisas aqui estão muito mudadas.

Depois de conversarem sobre o Brasil e sobre como Rosewood continuava a mesma, as duas entraram na sala de aula. Lá, um homem de terno escrevia seu nome no quadro negro.

Aria sentou-se ao lado de Emily. Mas à frente, Hanna e Mona Vanderwaal estavam fofocando sobre algo mais interessante que a aula. No canto, Spencer acenou para Aria e começou a anotar algumas coisas no caderno.

Quando Aria resolveu olhar para o professor, algo muito estranho aconteceu. O homem que estava lá, revisando a matéria, era Ezra, um cara com quem Aria beijou no dia anterior. Quando ele percebeu a presença de Aria, parou imediatamente de falar e ficou a observando. Todos os alunos olharam para ela. Depois do constrangimento, Aria recebeu uma mensagem de texto, mas resolveu não verificar, não queria causar mais problemas.

NO DIA ANTERIOR

— Querida, eu sei o quanto é difícil voltar — Ella, mãe de Aria, interviu, enquanto a filha arrumava o cabelo agora sem mechas rosas —, mas tudo que fizemos foi muito bom e uma hora ou outra nosso retorno era de se esperar.

— Tudo bem, Ella — Aria disse, sorrindo. As duas se abraçaram e, depois, foram até a cozinha. Lá, Mike, irmão de Aria, e Byron, pai da família, conversavam sobre lacrosse e Rosewood.

— Alguém sabe onde meus sapatos estão? — Mike questionou.

— Vamos, querido, eu acho que sei — Ella respondeu, arrastando-o até a garagem.

Depois, Byron aproximou-se de Aria e tocou no assunto que Aria mais queria esquecer.

— Filha, eu sei o quanto você quer proteger a família, mas... — Byron começou, mas foi interrompido por Aria.

— Pode ficar calmo, pai, eu vou guardar seu segredo.

Desconcertante, Byron foi até a sala de estar e, quando Ella e Mike chegaram, a mãe pediu para que Aria levasse o irmão até o treino. Quando concordou, Aria recebeu um beijo carinhoso na bochecha de Ella.

Depois de ter deixado Mike no treino, Aria dirigiu até um pub colorido na Main Street. Lá, ela fez seu pedido e, depois, visualizou uma pequena imagem de Alison presa num canto da parede.

CONTINUA DESAPARECIDA

ALISON DILAURENTIS

ATUALMENTE TERIA 16 ANOS

Quando abaixou a cabeça, uma figura que estava sentado perto dela aproximou-se.

— Sofrendo? — ele perguntou, observando Aria levantar a cabeça.

— Sim, jet lag.

— Chegou de onde?

— Rio de Janeiro, Brasil.

— Sério? — ele exclamou, sorrindo. Aria, de repente, sentiu algo bastante estranho formando-se por dentro de si, algo que ela não sentia há muito tempo.

— Sim. Por que?

— Há duas semanas cheguei do Rio Grande do Sul — quando ele falou, Aria também sorriu, percebendo a quase coincidência. — Eu sou Ezra.

Ele entregou a mão à Aria, que respondeu educadamente tocando a mão dele.

— E eu, Aria. Aria Montgomery.

Na meia hora seguinte, eles conversaram sobre clássicos ingleses, poemas curtos, poemas longos... enfim, tudo relacionado à literatura. Não dava para disfarçar, Aria estava sentindo algo realmente bom por estar conversando com ele. Atração, talvez. Sabe o que aconteceu depois? O que acontece quando duas pessoas sentem-se atraídas. Ezra e Aria foram até o banheiro feminino do bar e começaram a beijar-se. Eles não podiam negar que estavam atraídos. Mas tudo acaba e, algum tempo depois, Aria teve que ir pra casa, sem nem mesmo pegar o número de Ezra. Ela passou o resto do dia arrumando o material escolar para a rotina de aula no dia seguinte, mas sempre pensando em como foi bom ficar com um cara mais velho.

Ela mal podia saber que o destino havia separado outro encontro para eles, só que muito mais desconfortável.


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