O céu depois de nós escrita por F T


Capítulo 7
Amélia


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos. Aqui está o primeiro capítulo do segundo arco da fic e espero que gostem. Claramente é um capítulo introdutório e que tenta tirar um pouco das dúvidas de vocês sobre o que está acontecendo com Clara e com o Doctor. Desculpe se não foi o capítulo do dinamismo, de verdade, mas acho que algumas coisas não tão dinâmicas precisam acontecer para que tudo faça sentido. Por favor comentem, favoritem, recomendem. Só não deixem de falar o que estão achando, o que estão supondo e se estão gostando dos novos rumos da fic.
Por favor falem comigo, não me deixem sozinha.
Boa leitura queridos.



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7. Amélia: Significa trabalhadora, mulher diligente, ativa, corajosa. 


HÁ MUITO TEMPO EM ALGUM LUGAR MUITO, MUITO DISTANTE…

Amélia Pond despertou assustada. Fazia mais de seis anos que o Doctor havia deixado sua vida. Seis anos nos quais a memória de um anjo lamentador a atormentava. O anjo que a tocou e a trouxe para Rory Willians em Nova York onde agora viviam suas vidas, vidas humanas, vidas felizes, vidas comuns. Rory era enfermeiro, Amélia jornalista e escritora. Tudo encontrou uma resolução, a vida estava seguindo e havia uma estranha alegria e tristeza nela. Tristeza por todas as pessoas que ainda não haviam nascido, pelos amigos perdidos, pela família que nunca mais seria vista.

Havia também uma estranha alegria nas visitas de River Song ou Melody Pond. Todas as coisas em contraste constante como se contassem um segredo. Contudo naquela noite Amy acordou, graças a um pesado diferente, e estava apavorada enquanto o marido continuava a dormir ao seu lado. A garota ruiva se colocou de pé se lembrando do pesadelo, apenas um sussurro que dizia “Amelía, Amélia…” e era a voz de seu Doctor.

A voz daquele que nada no mundo traria de volta e isso a matava por dentro.

Ela caminhou até o quarto ao lado: apenas um aposento vago já que os filhos nunca viriam e provavelmente nunca mais haveria ninguém. Amy foi até a janela e segurou o porta retrato que continha a foto do Doctor em sua decima primeira regeneração, Rory Willians e por fim ela mesma. Era uma bela foto que Melody havia recuperado como recordação.

Amy pegou uma vela e acendeu colocando ao lado do porta retrato no parapeito da janela. Encarou a imagem por alguns segundos e percebeu que o reflexo na janela era diferente. No reflexo a chama da vela tremulava enquanto que na realidade a chama se mostrava fixa. A mulher de cabelos ruivos piscou e ao abrir os olhos pulou para trás ao ver o reflexo do Doctor.

—Estou ficando louca - Amélia Pond sussurrou para si mesma.

—Ele está chamando por você, está chamando por todos nós - Uma voz ecoou atrás de Amy.

A garota se virou e encarou a figura atrás dela. Cabelos negros, vestido roxo, chapéu estranho, guarda-chuva. Havia uma maldade, uma imponência e ao mesmo tempo um divertimento ao redor daquela mulher que fez Amy engolir em seco antes de encara-la de modo combativo.

—Quem é você? Por que está na minha casa? - Amy exigia uma resposta.

—O Doctor está morto, está no meio de um caminho do qual ninguém jamais voltou - Explicou ela arqueando as sobrancelhas e se aproximando de Amélia - Chame seu marido, todos nós iremos salva-lo.

Amy Pond fitou a mulher seriamente e assentiu firmemente fechando o punho. O Doctor precisava de seus amigos.

***

A música era extremamente alta, o bar estava cheio e os copos de Jack Harkness e Gween Cooper também. Havia sido outro dia difícil, outra vez salvando a Terra e mais uma aventura. Algo na familiaridade entre os dois era real, era real o modo pela qual não desistiram de Torchwood e isso bastava, bastava que estavam mais uma vez fazendo a coisa certa apesar de tudo que fora perdido.

—Capitão? - Uma voz ecoou mais notável em meio ao bar lotado.

Jack Harkness se virou surpreendido. Dificilmente alguém se aproximava de forma tão silenciosa e era capaz de pronunciar uma só palavra sem que ele notasse previamente.

—Quem é você? - Perguntou ele se colocando de pé diante da mulher vestida de roxo.

—Missy, temos um intenso passado Capitão - Garantiu ela com um sorrio tocando no casaco dele com algum desdém - Não diga que se esqueceu de uma menina tão levada quanto eu.

Capitão Jack Harkness abriu a boca prestes a dizer algo e então a fechou. Havia algo naquela estranha mulher que ele reconhecia, mas ao mesmo tempo era incapaz de ter certeza.

—Mas claro…quando nos conhecemos eu era um garoto que adorava tirar sua vida. Como era mesmo meu nome? Saxon, Sailor, Satan? - Questionou Missy contando os nomes com os próprios dedos, abrindo os lábios surpresa e sorrindo. Recebeu em troca um olhar cheio de pavor de Jack.

O Capitão imediatamente retirou sua pistola e apontou para os corações de Missy. A arma tocava no corpo da Senhora do Tempo que apenas gargalhou com total indiferença enquanto Gween Cooper se colocava de pé ao lado do parceiro.

—Não seja tão rancoroso, sabe que é meu imortal favorito - Assegurou Missy ainda sorrindo mediante o olhar cheio de tensão de Jack - É o único pelo qual o prazer de matar nunca acaba.

—O que quer? - Foi Gween a questionar.

—O Doctor está morto e precisamos resgata-lo, precisamos mudar o tempo, o destino e as leis do universo - Explicou Missy mordendo o lábio com mais um sorriso - O que acha homem imortal? Está pronto para um desafio?

Jack Harkness voltou os olhos para Gween e se fitaram por um instante antes de assentirem um para o outro. Era tempo, era tempo de mudar tudo.

***

Martha Jones odiava lutar com Judons, definitivamente era uma função extremamente ingrata. Ainda assim com a ajuda de Mickey Smith algumas coisas eram muito mais fáceis de serem executadas, eles estavam tentando deter outro exagero do grupo guerreiro em uma instalação militar do outro lado da galáxia. Os mercenários do espaço eram mais fáceis de derrotar com o apoio que a Proclamação das Sombras havia oferecido para que o grupo rebelde fosse detido.

Mickey atirou no último que ainda estava de pé e Martha Jones se abaixou agilmente enquanto o marido atirava naquele que ela lutava insistentemente minutos antes. Todos os Judons estavam caídos, a missão fora concluída e teriam de reportar.

—Vejo que não estão mais ocupados - A voz de Missy ecoou do outro lado da base militar.

Martha Jones franziu as sobrancelhas olhando para o segundo andar da base na qual uma mulher com roupas roxas e guarda-chuvas parecia guardar um grande segredo. Mickey Smith se colocou ao lado da esposa também curioso.

—Quem é você? O que deseja? - Questionou Mickey.

—Quebrar o pequeno pescoço de Martha Jones já seria um grande feito - Assegurou Missy se teletransportando para baixo e ficando cara a cara com Martha - Uma vez você arruinou meus planos de dominação, o dia em que uma humana mudou toda a história do planeta…

—Mestre - Martha caminhou um passo para trás perplexa demais para dizer qualquer coisa.

—Nunca foi minha favorita…eu preferi todas as outras, mas admito que você é mesmo uma garota muito esperta - Assegurou Missy sorrindo - Venham, você e o seu marido idiota.

—Por que iríamos com você? - Martha Jones não estava convencida.

—Porque precisamos salvar o Doctor - Assegurou Missy como se essa fosse a única coisa a ser dita. - Todos nós estaremos reunidos no único lugar no qual poderemos resgata-lo da morte.

***

Rose Tyler estava sentada no sofá de sua sala de estar enquanto seus três filhos corriam pela casa. Ela estava preocupada demais encarando o próprio tablet tentando obter pistas sobre um dos mistérios que teria de resolver para Torchwood. Finalmente havia encontrado a resposta. Aliviada se colocou de pé e foi até a cozinha onde John Smith - ou apenas a metacrise do Doctor - fazia chá. Ela se aproximou do marido advertindo que sairia para uma caminhada e deixaria as crianças sob os cuidados dele.

A mulher loira abriu a porta e começou a caminhar. Era uma manhã nublada, as árvores formavam sombras curiosamente assustadoras e o frio era intenso.

Rose vestia um sobretudo branco, calças negras, cabelos soltos e se arrependia por não ter trazido suas luvas. Realizou a curva alcançando a próxima rua que era mais estreita e haviam casas com luzes distantes, árvores enormes e uma leve luz que tentava irromper pelo caminho.
Rose Tyler caminhava quando algo atrás dela surgiu. Uma garota corria ao seu lado, uma garota corria apavorada e em meio a ansiedade tocou levemente sua mão e olhou para trás assustada ao sentir a presença de outra pessoa. A garota desconhecida enquanto corria dizia “Nos ajude”.

Rose não compreendeu como pôde sentir o toque de algo que parecia um espectro, de como pôde sentir o toque do fantasma de uma garota de olhos grandes e cabelos castanhos curtos.

—Você viu o fantasma de Clara Oswald - Explicou uma mulher atrás dela.

Rose Tyler se virou ficando frente a frente a figura antes atrás dela. Aquela mulher parecia de fato real, não parecia um espectro, mas ao mesmo tempo sua aparência era de loucura absoluta.

—Quem é você? - Questionou Rose Tyler.

—Missy, Master, Saxon… - Começou Missy entediada como se todos os seus nomes fossem desnecessários.

—Entendo - Rose Tyler compreendia o perigoso Time Lord diante dela - Por que eu vi o fantasma da companheira do Doctor?

—Como sabia que era uma companheira do Doctor? - Missy agora sorria, gostava de garotas tão astutas quanto ela. - Está presa nesse universo paralelo há muito tempo.

—Eu vi todas elas, eu estive no futuro dele, eu estive no passado dele. Eu vi tudo que aconteceu, que acontecia, que poderia ter acontecido e o que de fato aconteceu - Explicou Rose Tyler como se isso fosse algo natural e então ela pousou um dos dedos na cabeça - Está tudo dentro de mim, sempre estará aqui.

—Então sabe que ele está morto. Ele morreu ao lado de Clara Oswald - Explicou Missy se aproximando de Rose - E todos nós precisamos salva-lo.

—Precisaremos morrer para salva-lo - Rose Tyler tinha certeza que não havia outra maneira de alcançar aqueles que partiram.

—E todos nós morreremos, mesmo que apenas por um tempo. - Garantiu Missy com um sorriso cheio de ousadia - O que me diz Lobo Mal, está com medo da grande e inevitável partida?

—Todos nós, todos que conhecem o Doutor, foram convidados? - Perguntou Rose assentindo.

—É a morte do Doctor, uma morte que precisa ser revertida. Absolutamente todos foram ou serão convidados a salva-lo - Assegurou Missy como quem sabe que isso está prestes a ficar melhor.

—Chamarei os outros que estão presos nesse universo- Assegurou Rose Tyler fechando os olhos por um instante - Por que eu vi o espectro de uma garota morta? Por que vi o fantasma de Clara Oswald?

—Eles estão no caminho do meio, eles estão entre a terra e o…paraíso ou seria inferno? - Questionou Missy com alguma ironia - Estão ligados a todos nós e estão mandando recados.

—Ela conseguiu me tocar - Explicou Rose ainda pensando nos olhos apavorados de Clara Oswald.

—Clara é uma vadia egoísta. Agora que ela te tocou como um espectro estarão…ligadas para sempre - Garantiu Missy abrindo o guarda-chuva - Chame os outros e iremos partir.

Rose Tyler assentiu. Sabia que teriam de savá-lo, sabia que tantos outros seriam convocados. Aquela era a morte do Doctor e todos seriam convidados.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Surgiram respostas? Surgiram dúvidas? Foi um capítulo muito ruim? Por favor falem comigo, me digam o que estão achando. Não esqueçam de favoritar e recomendar também. Beijos queridos.

P.S. O que acharam da capa nova mais democrática?