O céu depois de nós escrita por F T


Capítulo 8
Astrid


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos. Aqui está mais um capítulo desse arco que mais parece uma grande explicação sobre tudo que virá e que está acontecendo do que necessariamente uma aventura. Exatamente por isso peço desculpas pela ausencia de dinamismo, mas reafirmo que é preciso para que tudo fique claro e ninguém fique perdido no próximo arco que recomeça as aventuras. São esclarecimentos essenciais para o enredo e por mais que achem inútil agora verão que é necessário no final.
Então por favor tenham paciência comigo e com esse arco.
Além disso gostaria de pedir que comentem, favoritem e recomendem. Toda motivação é importante e bem vinda além de ser realmente importante saber se estão gostando da fic.
Enfim, não me deixem sozinha por favor.
Boa leitura queridos.



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8. Astrid: Significa “força divina”. (Dicionário dos Nomes)

 

AGORA EM ALGUM LUGAR NO “CAMINHO DO MEIO”.

O Doctor encarou Rose Tyler muito perplexo por algum tempo, estavam sentados na extremidade da piscina com os pés na água em meio a chuva que caia sob eles. Lado a lado como há muito tempo não acontecia e havia tanto medo, tantas dúvidas, tantas perguntas sobre a morte e nenhuma delas seria respondida a tempo ou seria?

—Vocês estão atravessando rápido demais o Caminho - Garantiu Rose Tyler com a voz cheia de apreensão - Estão fugindo de cada coisa que os mantém vivos.

—O que está dizendo? - O Doctor estava cético demais.

—Existe o mundo dos vivos, existe o mundo dos mortos Doctor - Começou Rose apreensiva olhando para a piscina e para a água límpida - E existe o “caminho do meio”….o percurso que atravessamos entre a vida e a morte. Quero dizer que se trata do caminho que todos atravessam rumo ao céu, rumo ao inferno…

—Quer dizer… - O Senhor do Tempo não queria continuar a frase.

—Vocês estão atravessando rápido demais - Assegurou Rose Tyler - Quando chegarem ao final do caminho nada poderá ser feito para traze-los de volta.

—E algo pode ser feito agora? - O Doctor olhava para o horizonte - Talvez seja hora de partir.

—Clara Oswald - Foi tudo que Rose Tyler pôde dizer e então fechou os olhos complementando como se pudesse sentir - Ela está assustada e ela não quer morrer, há tantas coisas para fazer. Ela tem tantos amores para viver, tantas aventuras, tantas pessoas para conhecer.

—A partida é inevitável, de uma forma ou de outra - Começou o Doctor cheio de censura - Você Rose, melhor do que ninguém, sabe disso.

—Quero que vença a morte por Clara Oswald - Pediu a garota loira - Quero que saia do caminho do meio, quero que faça o caminho de volta e pare de avançar rumo ao fim por Clara Oswald.

—Sabe que faria isso por ela - Assegurou o Doctor suspirando profundamente.

—Então faça, volte para nós. Volte para Clara e permita que ela volte para a vida - Foram as últimas palavras de Rose Tyler antes que sua perna fosse puxada e ela fosse levada para o fundo da piscina.

O Doctor se surpreendeu com a força que assolou o lugar. Se assustou com a forma abrupta pela qual Rose Tyler foi puxada. Ele mergulhou novamente, mas não havia nada. Era como se a garota tivesse sido arrastada de volta para algum lugar, provavelmente para a vida. O Senhor do Tempo se colocou de pé, retirou a gravata borboleta do smoking e decidiu que deveria encontrar Clara, deveria contar a ela tudo que está acontecendo por mais assustador que fosse e foi o que ele fez; o Senhor do Tempo correu de volta para o hotel, percorreu o saguão e em seguida subiu para os corredores procurando uma Garota Impossível em meio a um hotel localizado em lugar nenhum e ele correu, caminhou pelos corredores tentando encontra-la e quando se virou para mais um deles bateu de frente com Clara Oswald.

A garota estava apavorada, seus olhos apreensivos, suas mãos tremendo e quando ela se viu perante o Doctor apenas o abraçou com força, com todas as suas forças e eles ficaram assim apenas por um minuto. Um minuto de luto pelas próprias mortes, um minuto de lástima por tudo que não poderia ser mudado e pelas inúmeras desventuras de partir para sempre.

—Doctor estamos mortos - Era tudo que Clara conseguia sussurrar - Nós morremos.

—Sim, eu sei - O Doctor ainda não conseguia se lembrar como havia acontecido. - Estamos em algo chamado Caminho do Meio.

—Entre a Terra e o Céu - Completou Clara - Nao me lembro de como partimos.

—Céu ou inferno. Agora me diga… como soube sobre nossa morte? - Perguntou o Doctor se afastando do abraço.

—Astrid - Declarou Clara com os olhos ainda apreensivos - Ela está aqui, ela morreu por você.

—Eu me lembro de todos, eu sempre me lembro de todos - Garantiu o Doctor agora percorrendo os corredores.

—Acha que isso é mesmo verdade? Depois que partimos há mesmo algo além? - Clara ainda estava cética.

—Aparentemente há - Assegurou o Doctor erguendo os braços a fim de ressaltar o lugar em que estavam - Eu não sei todas as coisas, nunca saberei tudo.

—Então estamos atravessando, estamos percorrendo o caminho rumo ao fim - Clara se sentou novamente no chão ainda tentando segurar as lágrimas - Este é o fim.

—Não ainda - Disse o Doctor encarando a garota agora sentada no corredor - Não acabou ainda.

—Como não? Estamos com todos os outros que morreram antes do tempo! Estamos atravessando o caminho junto com todos eles! Com todos aqueles que partiram cedo demais! - Clara era enfatica, contudo sua voz permanecia embargada pela desesperança.

—Houve uma vez - Assegurou o Doctor se sentando ao lado de Clara - Que Ashildr abriu um portal que traria para a Terra aqueles que morreram.

—Está dizendo que há um submundo? - Clara o encarou ceticamente mais uma vez.

—Eu chamei de submundo na ocasião…todos chamam esse universo dos mortos de algum outro nome - O Doctor estava claramente pensando alto - Mas eu me lembro que era algo vindo do céu…

—Então estamos na ponte entre o mundo dos vivos e o mundo daqueles que já partiram. Estamos no “Caminho do Meio”, um caminho que tem apenas uma direção. A direção rumo ao céu - Começou Clara Oswald sussurrando.

—Precisamos escolher o caminho de volta, precisamos voltar mesmo que o único caminho seja em frente - Explicou o Doctor como se isso fosse magnifico e terrível.

—Porque quando alcançarmos o final não haverá volta - Suspirou Clara - Como faremos isso? Como voltaremos para o mundo dos vivos?

—Eles estão aqui - Disse o Doctor com um leve sorriso cheio de pavor - Todos que tiveram que partir no passado voltaram por nós. Eles, os vivos, querem nos salvar.

—Isso não será o bastante - Explicou Astrid repentinamente aparecendo no corredor - Sinto muito, eu ouvi tudo.

—Astrid - Sussurrou o Doctor recebendo um sorriso da mulher loira.

—Ninguém nunca voltou, mas se há alguém que pode talvez seja você - Começou Astrid se sentando ao lado de ambos - Alguns ficam presos, alguns estão presos até que o tempo no qual deveriam estar na Terra acabe e então possam chegar ao fim do caminho.

—Como você - Afirmou o Doctor assentindo.

—Sim, eu estou esperando. Já vi muitos outros atravessarem, já vi vários percorrendo o caminho - Explicou Astrid ainda com algum temor - E eu diria que não podem fugir das realidades nas quais são jogados, quanto mais rápido abandonam uma realidade mais facilmente são lançados para a próxima e o tempo de vocês se esgota….ou seja vocês percorrem o caminho para o fim mais rapidamente.

—Então devemos ignorar tudo que estávamos fazendo anteriormente e aceitar as realidades? - Questionou Clara encarando o Doctor cheia de repreensão.

—Ignore tudo que falei anteriormente Clara, minhas teorias estavam equivocadas - Disse o Senhor do Tempo constrangido e com os olhos no rosto zangado da garota.

—Se desejam sair das realidades, se simplesmente se concentram demais no que é falso acabam interrompendo a realidade na qual estão - Garantiu Astrid como se fosse óbvio - Precisam ficar na mesma historia pelo máximo de tempo possível porque apenas assim não estarão avançando e se ficam mais tempo no “Caminho do Meio” acabam ganhando mais tempo….

—Para que nossos amigos nos encontrem e nos resgatem - Completou o Doctor assentindo.

—Precisam parar de fugir, precisam parar de correr. - Astrid tinha a voz cheia de certeza - Quando partimos não é o fim, é apenas mais uma aventura. Esse mundo dará a vocês as mais impressionantes aventuras, os mais esplendidos papéis…farão de vocês maiores do que jamais foram antes - Começou Astrid com um sorriso - O Caminho do Meio é uma grande jornada e não devem desperdiça-la porque caso alcancem o fim…haverá apenas o que sobrou do céu.

—Venha conosco - Pediu Clara como se pudesse compreender que nenhuma jornada deve ser solitária.

—Eu já tenho meus companheiros - Assegurou Astrid com um sorriso e se colocando de pé - Você e o Doctor precisam fazer isso juntos…e querem saber? No fim não será mais tão importante se poderão ou não voltar ao mundo dos vivos. Depois de algum tempo esse é o único mundo no qual vale a pena se aventurar.

Astrid sorriu mais uma vez para o Doctor e deixou o lugar descendo as escadas. No primeiro andar do saguão encontrou todos os outros que morreram ao lado dela naquela fatidica noite de Natal junto ao Titanic e ficou feliz por viver uma jornada que vale a pena ser vivida. Havia compreendido há muito tempo que não se trata do antes e sim que se trata daquilo que vem depois.

O Doctor também se colocou de pé permanecendo ao lado de Clara e então seguraram as mãos um do outro e caminharam em frente como se o fim do corredor pudesse representar de fato alguma coisa, mas não representava. Era apenas o começo de alguma coisa que estava depois.
Faltavam apenas dois passos para o fim do corredor quando uma voz ecoou.

—Olá docinho - O Doctor imediatamente parou de caminhar, imediatamente apertou a mão de Clara Oswald e então se virou ficando frente a frente com River Song.

River Song, cabelos cacheados, olhos claros e saltos altos. Imprevisível, incrível e terrível como sempre fora e agora ela sorria como se dissesse: “Não acredite que ficará entre os mortos por muito tempo, temos surpresas”.

—River - Disse o Senhor do Tempo compreendendo que ela assim como Astrid era uma moradora fixa do Caminho do Meio, era alguém que sempre estaria lá.

—Eles estão aqui, todos eles estão aqui para salva-los e em suas aventuras os encontrará - Começou River como se soubesse segredos ainda maiores do que antes já soubera. - Eles irão guia-lo para que volte, para que retorne para o mundo dos vivos.

—E como os encontrarei? Como eles poderiam reverter a única garantia que todos possuem? - Questionou o Doctor cheio de dúvidas.

—Spoilers - Disse River Song com um sorriso.

Tudo mudou nesse instante. Estavam em outra história, em outro enredo ainda maior e teriam de viver uma aventura e descobrir a saída para a maior inevitabilidade da existência no universo. Eles tinham uma missão. Essa seria a história a ser contada: o céu depois de Doctor e Clara Oswald.


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Notas finais do capítulo

Qual deve ser a história de ficção para um arco um pouco maior entre Clara e o Doctor? Sim, uma história que terá um pouquinho mais do que um capítulo e que pode ser mais bem desenvolvida. Esperarei a sugestão de vocês já que no próximo arco vamos para essa aventura. Estão gostando? Dúvidas? Algo que gostariam de ver nesse arco mais explicativo? Alguém que deveria aparecer? Falem comigo por favor, comentem, favoritem, recomendem.
Beijos queridos.