Dean correu, ou, melhor, tentou andar o mais rápido que podia da forma que ele estava.

Castiel estava ao seu lado, um pouco mais a frente para ser exato, e olhava para trás com uma careta confusa.

—Dean? – Chamou o anjo. – Você tem certeza que não quer que e...

—Ok. –Disse Dean emburrado parando. – Faa logo isso antes que eu perca o movimento das minhas pernas.

Castiel tocou a testa de Dean, e no minuto seguinte, o loiro não sentia mais nada. Dean suspirou e disse para Castiel, antes de desatar a correr:

—Cas, da próxima vez, maneire no uso da sua lâmina angelical.

Castiel corou absurdamente e correu atrás de Dean.

Virando o corredor para o quarto de seu caçula, Dean paralisou quando viu que Chuck olhava fixamente , completamente estupefato para a parte interna do quarto, e no mesmo momento Meg saiu de la, acenando positivamente com a cabeça, com a face tão quanto chocada.

Dean derrapou até chegar na porta do quarto, e entrou lá.

Sam estava dormindo no peito de Lúcifer, seu rosto estava escondido por uma massa grossa de seus fios castanhos, que tampavam quase completamente a visão do rosto dele. Lúcifer abraçava a cintura de Sam.

Se isso já não bastasse para que Dean posse aquele lugar abaixo, havia mais uma coisa.

O arcanjo estava dormindo.

Dean olhou para trás, totalmente irado e estupefato, esperando uma explicação pra oque diabos estava acontecendo ali. Não recendo-a, pelo fato de Deus em si estar em completo estado de horror, Dean iria partir para cima daquela cama e jogar Lúcifer de volta do buraco que ele saiu.

Mas em um segundo, Meg se pôs a frente dele, e tampou sua boca, impedindo-o de fazer barulho. O liro iria bater em qualquer coisa que se pusesse em seu caminho. Com uma força que ele não conhecia para combater demônios, Dean torceu o pulso de Meg que mordeu o lábio fortemente para não gritar, mas mesmo assim deu um chute na barriga de Dean, empurrando-o para fora do quarto. Incrivelmente sem emitir o mínimo som sequer.

Uma vez fora dos aposentos de Sam, a demônio fechou a porta e encarou o loiro, furiosa.

—Você realmente ia dar escândalo sem a menos saber oque esta acontecendo?

—Você saia do meu caminho ou eu...

—Dean. – Disse Chuck, fazendo Dean olhar para ele, esperando uma explicação razoável para a merda que estava acontecendo ali.

—Você deveria ficar calmo e...

—Vai para o inferno com ficar calmo! A merda do seu filho esta na cama com meu irmão e eu devo ficar calmo?

—Dean, pare. – Disse Castiel firmemente, embora seu rosto expressasse tamanha duvida sobre oque estava acontecendo ali.

—HÁ! Agora você também é do time Lusam, Samifer, a merda que aquilo – Dean apontou para a porta fechada - Se chamar?

Meg suspirou exasperada.

—Você não esta percebendo? Ele esta dormindo, Dean. Lúcifer esta dormindo!

Provavelmente a cara de Dean expressava a importância que ele dava para essa afirmação – Que era nenhuma.

—Sam perdeu a memória, Dean.

Dean parou por um  momento. Estava analisando a frase que Meg tinha dito. Como assim seu irmãozinho tinha perdido a memória?

—Não de vocês, Cass, eu, Ruby e etc. Na verdade, ele só esqueceu-se completamente sobre Lúcifer.

Agora Dean já tinha ultrapassado o nível do ‘’confuso’’

—Como assim? – Questionou o loiro –Porque Lúcifer?

Meg suspirou e deu de ombros.

—Ninguém sabe... Eles estavam sozinhos na sala, e quando Ch...Deus... Chegou, Sam estava com na maõ na cabeça, com do, e não se lembrava de Lúcifer.

—Você deixou Sam sozinho com Lúcifer? – Rosnou Dean para Chuck, que ainda não tinha falado nada.

Chuck virou-se lentamente para Dean, e disse com a voz extremamente protetora e confiante.

—Lucifer não machucaria Sam.

—AH NÃO? – Gritou Dean em um estado completamente odioso – Não sei onde diabos você estava quando seu filhinho saiu da casinha dele, e começou o apocalipse. Também não sei onde estava quando Sam se sacrificou pelo mundo e foi para a jaula com ele. E, claro, foi torturado por 1 ano. Sabe oque é 1 ano no inferno? COM LÚCIFER?

Chuck suspirou pesadamente. Parecia que ele estava carregando o mundo inteiro nas costas, oque não era uma mentira por completo.

—Lúcifer jamais machucaria Sam agora. – Afirmou Deus. –Se alguém conhece Lúcifer sou eu, e eu confiaria a vida daquele menino a ele mil vezes.

—E ELE MORRERIA MIL VEZES – Gritou Dean completamente irado. Oque estava acontecendo ali? Todos esqueceram quem era o maldito Lúcifer e toda a desgraça que ele trouxera até a vida de Sam?

—Dean... – O loiro virou-se espantado ao ouvir a voz de seu anjo. – Você me perdoou depois de ter feito Sam sofrer sem igual, derrubando o muro na cabeça dele. Você perdoou Ruby após ela trazer Lúcifer e o sangue de demônio para a vida de vocês. Você perdoou Meg por... – Castiel olhou para Meg em dúvida – Basicamente tudo. Não acha que todos merecem uma segunda chance?

Dean soltou uma risada sem graça para Castiel, e encarou todos ao redor, que basicamente pareciam concordar com oque Castiel dissera.

Dean realmente não estava acreditando.

—Oque? Agora vocês querem que eu seja a madrinha do casamento daqueles dois?

Um longo e irritado suspiro foi ouvido atrás deles , e Lúcifer apareceu com sua típica irritação.

—Do que diabos vocês estão falando?

Dean partiu para cima do arcanjo, praticamente berrando na cara dele.

—Você vai ficar bem longe de Sam, me ouviu? Não ache que só porque ele perdeu a memória você pode ir como uma vadia abandonada para cima dele, que não pode. – Dean cuspiu as últimas palavras, sem dar chance de o arcanjo reagir – E quero você fora daqui. Isso não é lugar para aberrações como você.

Porém, dessa vez, Dean não estava preparado para isso.

Não para a força de Deus.

O loiro sentiu o colarinho ser puxado para trás, e logo depois suas costas bateram fortemente na parede oposta. Uma onde de dor se alastrou por sua coluna e logo depois por todas as partes de seu corpo. Chuck segurava seu pescoço com força, e sua expressaõ não era das mais amigáveis.

—Peça. Desculpa.

Dean não abriu a boca.

O aperto aumentou. O rosto do loiro começou a ficar vermelho.

—DEAN! – Chamou Castiel, indo para cima de Chuck, que com um olhar jogou o filho para o outro canto da sala.

Meg olhava a cena com um espanto crescente. Não ousava se mexer.

—Pai. – Chamou Lúcifer com a voz supreendentemente calma. – Deixe-o ir. Eu não vou ficar mais tempo nesse buraco de qualquer jeito.

Chuck se virou para Lúcifer.

—Como?

Dean foi solto, caindo no chão. Nesse momento Meg correu para ele, enquanto Castiel já estava vindo.

—Dean? – Chamou a demônio, apalpando o pescoço do loiro, fazendo-o granir.

Castiel se ajoelhou na frente de Dean, envolvendo-o com seu braços, iniciando o processo de cura.

—Eu não vou ficar. Estou indo embora. – Disse Lúcifer abaixando o tom de voz para que somente Chuck escutasse.

—Filho, por favor. –O morno estava desesperado – Você sabe que ao minuto que sair daqui, Amara virá atrás de você.

Lúcifer vacilou. Claramente a decisão de sair havia sido precipitada e imediata

—Porque agora? – Questionou Chuck, aproximando-se de Lúcifer, que retrocedeu um passo.

—Eu... – O arcanjo respirou fundo, de repente, ele estava acabado – Eu dormi, pai. Eu dormi! Sabe oque isso significa?

Chuck olhou para o filho com dor.

—Você chorou quando o menino Winchester morreu, apenas la. Você dormiu com ele. Apenas ele. Você sabe oque isto significa?

—Sim – Respondeu ele(Lúcifer) com a voz tremula.

—Você vai ficar. Mas também irá se afastar dele.  –Chuck ficou pensativo – Ao menos que... – Um sorriso esperançoso traçou o rosto de Deus  - Ele o fez mudar de ideia? Você... Você se tornaria um humano por ele?

Lúcifer hesitou antes de dar a mesma resposta que vinha dando por séculos. Será que por Sam...?

—Não. – Respondeu Lúcifer – Eu me mataria antes de virar um humano –Disse ele com nojo, e depois de tomar fôlego para a seguinte frase, disse com força – Eu o mataria mil vezes antes de virar um humano.

—Claro. – Chuck parecia desapontado, mas não surpreso.

—E quanto a Dean –Disse Lúcifer olhando para o loiro nos braços de Castiel – Não é ele que precisa se desculpar para mim.

Chuck não disse mais uma palavra sequer, e manteve firme o olhar de Lúcifer até o de olhos cristalinos virar-se e ir embora da vista do pai.

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Meg se aproximou do emaranhado de lençóis onde Ruby dormia e se enfiou ali em baixo, percebendo que a outra tremia.

Meg franziu as sobrancelhas. Estava frio, mas não tanto.

Se aproximando mais da outra, Meg passou um braço pelas costas dele, e a abraços, trazendo-a para mais perto. As duas estavam deitadas de lado, uma de frente para a outra, e agora Ruby estava com o rosto afundado no pescoço de Meg, que passava uma das mãos pelos fios negros da outra enquanto a outra mão segurava a cintura dela.

Ruby abriu os olhos negros, e olhou para cima. Meg a encarava com um sorriso preocupado. Ruby apenas deu um sorriso de canto e enrolou suas pernas na perna direita de Meg, enquanto ambos os braços abraçavam a cintura de Meg.

—Ruby? –Chamou Meg com a voz abafada pelos cabelos da outra.

—Huum? – Ronronou a outra.

—Lúcifer disse que você tinha algo para me contar. Sobre o porque de você estar assim e eu não.

Meg sentiu Ruby ficar tensa.

—Podemos falar sobre isso depois?

—Por quê? – Perguntou Meg preocupada  - Ruby oque você fez?

—Não é nada grave – No meio da fala a demônio tossiu, e depois continuou irritada pela tosse – É só... Eu sei que você vai ficar puta e... Eu só quero ficar mais um pouco assim.

Meg suspirou.

—Ok. Agora durma ervilhinha.

—Não me chame assim –Reclamou Ruby.

Meg soltou uma gargalhada.

—Você sua fome por ervilhas na Escuridão. Serio, nunca vou superar isso.

Ruby bufou e fechou os olhos, se aconchegando mais perto de Meg e caindo no sono.