Já era quinta-feira da outra semana quando Rose resolveu finalmente tomar uma atitude sobre Zach. Sua preocupação já vinha desde o dia da confusão com a Katie, mas como ela sabia que se tocasse nesse assunto o resultado não seria muito bom, tentou evitar ao máximo.

Mari, Katie e Rose estavam sentadas na arquibancada como costumavam fazer todo recreio. A loira dava uma olhada no Instagram enquanto a morena terminava o capítulo do seu livro. Rose mexia a mão paranoicamente tentando achar um jeito de puxar o assunto.

—O que foi, Rose? –perguntou Mari, tirando os olhos do livro. –Ta tudo bem?

—Tudo sim! Acho que eu exagerei no café, só isso. –ela comentou com uma risadinha. –Mas... Eu tava aqui pensando, sabe? Vocês tem alguma notícia do Zach?

—Não. –disse Katie sem tirar os olhos do celular.

—É que... A gossip girl parou de falar dele, e você também não comentou nada...

—Se eu parei, é porque não tem mais nada pra comentar. –ela respondeu olhando nos olhos da ruiva. –E acho bom você não falar dele, Rose. Afinal, vocês podiam até ser amigos, mas agora eu sou sua BFF, e não ele. Lembre-se disso. –disse Katie se levantando. –Mari, vem comigo até o banheiro?

A morena levantou e deixou Rose sozinha com o artigo da semana passada da gg na cabeça: “Será que o Z é o nosso novo garoto solitário? Chega atrasado, sai sozinho... Onde será que ele tem almoçado? Não temos nenhum sinal do nosso antigo rei, a não ser no fundo escuro da sala de aula.”

Ela precisava tomar uma atitude. Ela sabia exatamente pra quem pedir ajuda. Mas... Se certo alguém descobrisse, a guerra civil não estaria longe de acontecer.

...

—Senhor Crosby? –disse uma moça, assim que Greg atendeu o telefone de sua suíte presidencial no Trump Soho Hotel.

—Sim.

—O senhor tem uma vizita.

—A regra é clara: se for mulher, pode entrar. –ele disse com calma.

—Sim, senhor. –respondeu a moça, desligando o telefone.

Não demorou muito para uma menina loira bater na porta. Greg a recebeu sorrindo. Não era um sorriso de felicidade, mas sim um safado, como ele costumava dar para as meninas.

—Lucy Miller... Saudade é pouco para o que eu sinto. –ele respondeu com ironia.

Ela sorriu e o beijou.

—Ué? Pensei que me odiasse... –ele falou surpreso.

—Não te odeio. –ela disse o jogando na cama e o beijando.

Ela abriu a bolsa enquanto ele sorria por achar que iria “além de beijos”, e tirou uma algema. Ela prendeu o braço de Greg na cama.

—Ei, sua safada! Volta aqui! –ele gritou, assim que ela se afastou.

Lucy pegou o celular dele de cima da mesa de centro do quarto e saiu.

—Se eu te odiasse, não teria batido na porta. –a loira disse sorrindo.

“L entrando no Uber com um IPhone 6 na mão? Pensei que ela fosse do time Samsung... Talvez G tenha mostrado o que uma maçazinha pode fazer...”

...

sexta-feira, 7h.

—Eu to te falando, cara! Ela pegou o meu celular e foi embora! –disse Greg com raiva.

—Que maluca. –suspirou Henry.

Os dois estavam caminhando juntos em direção à St. Judes, quando viram uma menina passando. Olhos azuis, cabelo castanho escuro e um sorriso enorme. O uniforme não mentia: ela era uma nova aluna da Constance.

—Quem é ela? –perguntou Greg. –Muito gata. –ele disse enquanto via a menina caminhar com pressa. Ela parecia meio estabanada, já que o seu jeito de caminhar era estranho.

Henry parecia ter visto um anjo. Sua respiração tinha parado, os olhos estavam imóveis e as sobrancelhas erguidas.

—Violet! –gritou uma voz do outro lado da rua. –Eu te falei que a Constance era pro outro lado!

—Eu conheço essa menina. –disse Greg olhando pra garota que tinha acabado de gritar. –Elena Campbell, aluna nova. Ela é amiguinha da Savvy, a irmãzinha do Zach. Eu devia tentar ficar com ela, sabia? Não com a Elena, mas com a Savvy. Se bem que... Essa Elena não é nada mal... Henry? –ele perguntou olhando pro amigo. –Henry! Você ta me ouvindo.

—To sim. –ele disse, ainda admirando a morena.

...

Sexta-feira, hora do almoço.

Rose estava ali. Na hora e no lugar que anotou na sua agenda roxa. Ela abriu a porta e encarou o restaurante mal iluminado. Lá estava ele, na mesa do canto, olhando pro nada.

Rose respirou fundo e foi até a tal mesa.

—Zach. –ela suspirou. –Como você ta?

—Rosie. Eu não sabia que você vinha. Quem te contou que eu tava aqui? Foi a Savvy, não foi?

—Aham – ela disse com um sorriso fraco.

—Você falou com ela? Mesmo sabendo que a Katie poderia descobrir?

—Olha, Zach... –ela disse sentando em sua frente. –Eu sei que o que a Katie fez foi errado, e é por isso que eu vim aqui.

—Mas mesmo assim você continua sendo amiga dela. Mesmo depois de tudo o que ela disse.

—Eu to aqui, e é isso que importa.

—Não, Rosie. Não é isso que importa. Porque por mais que eu queira acreditar que você está do meu lado, você não ta. Eu sei muito bem que você não vai sair por aquela porta conversando comigo. Por mais que você se importe com o que eu sinto, você sempre vai ser amiga da Katie, e a Katie sempre vai ser a Katie.

—Ela é minha amiga, Zach.

—E eu quero que você seja a minha, Rosie. Mas se for as escondidas, eu prefiro continuar sozinho. –ele falou sério.

A ruiva o encarou por um tempo e saiu. A única coisa que ela queria, era ter escolhido o lado certo.

“sexta-feira a noite, e eu cheguei pra alegria de todos falar desse dia cheio de emoções. Mas antes, um comentário: que tipo de sexta é essa sem uma festinha? Parece que o G não tem mais o seu celular com os seus mega contatos. E o que foi aquela manha esquina da St. Judes? Será que o H ta apaixonadinho? Que fofo! Só cuidado pra não se machucar. A V veio direto do campo pra Constance, e por mais que ela não esteja acostumada com os garotos da cidade, a sua priminha sabe muito bem como lidar com eles, não é mesmo E? E sobre a hora do almoço... Acho que ninguém viu, mas eu não sou ninguém, né? R e Z conversando em um restaurante! Pelo visto, nossa ruivinha querida andou conversando com a S pra saber onde seu irmão estava... A K já sabe? Depois desse post, com certeza vai saber! Escolham seus lados, queridos. A guerra civil acaba de começar.

Vocês sabem que me adoram,

XOXO,

gossip girl”