Ainda Viva escrita por Hissa Odair


Capítulo 9
Capítulo 9 - A maior criação e a marionete favorita


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Esse saiu rápido ^-^.
Ei! Eu tinha postado no último capítulo de Depois da Tempestade á história de como o Kidou e a Chiharu se reencontraram maaaas tinha acabado o flashback quando ela ia contar u.u
Eu não queria fazer ele longo mas deu 2.000 palavras >.>
Boa Leitura ♥!



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Autora Pov’s

—Você promete? – ela perguntou a ele – Promete que se eu contar você não vai contar pra ninguém e esquecer que me viu?

—Eu prometo – ele disse tentando parecer sincero.

Mordeu o lábio inferior. Não tinha certeza se devia falar. A existência dela deveria ser inexistente. Então estendeu o dedo mindinho, e ele ficou sem entender. Ela se sentiu meio boba.

—Promete de uma vez! – ela disse abaixando de leve a cabeça.

—Tá bom ... – ele disse meio confuso, também estendendo o mindinho.

“Depois de tudo ... Ela ainda é a mesma menina de sempre”

Prometa feita, ela levantou a cabeça e olhou para frente.

—Promessa de mindinho é o tipo de promessa mais forte que eu conheço – ela tenta se justificar – De qualquer forma ... Seria maldade você quebrar essa promessa.

Kidou escolheu não comentar nada sobre isso e Chiharu suspirou e começou a pensar de onde começaria.

—Vejamos ... Me diga o que você sabe ... Acho que essa história é mais longa do que eu pensava – ela disse enrolando uma mecha de cabelo atrás da orelha – Digo ... Eu posso falar e você não entender do que eu estou falando.

—As notícias disseram que você estava morta e isso gerou muita polêmica quando todos os planos de Kageyama foram descobertos e viram seu nome envolvido com a Água Sagrada e eles ligaram sua suposta morte e com uma coisa que você escreveu em um caderno explicando um pouco o que aconteceu e com a morte dos seus pais. Você tem até uma lenda – Chiharu olhou para ele sem acreditar nessa última frase – Tinha vazado uma notícia que você estava desaparecida, e não morta. Depois explicaram que a notícia era uma brincadeirinha de um dos funcionários mas algumas pessoas aproveitaram disso pra fazer uma lenda urbana.

A arroxeada ficou de boca semiaberta mas logo abriu um sorriso meio torto.

—Gente eu sou famosinha – ela disse tirando uma graça da situação, mas voltando para a postura mais séria – O que a lenda diz?

—Que você ainda está viva e fugiu para longe mas que pode ser vista andando na cidade, vendo se algo aconteceu com sua irmã. Também falam que todas as pessoas que sabem “da verdade” levam uma maldição pelo resto da vida ... Ficou bem popular entre os do 1º ano e ... – ele parou de falar quando ouviu a arroxeada começar a rir – O que tem de engraçado?

—Depois de tudo ... – ela disse já se acalmando – Finalmente eu conheço uma lenda urbana real.

A de olhos cinzas parou de andar e olhou para o céu.

—Então você sabe o que foi publicado nas notícias. Apenas as mentiras – ela deu um sorriso fraco – Eu e minha irmã tentamos fugir para outra cidade. Eu tinha medo que algo acontecesse com Zun. Mas no meio da fuga eu já não conseguia suportar tudo isso e pensei que estava morrendo.

Kidou a olhou surpreso e ela deu de ombros.

—Quando diziam que eu tinha uns probleminhas eles tinham razão. Eu tive um ataque da Síndrome de Cotard*. Já ouviu falar dela? – ela voltou a andar.

Demorou um tempo para explicar que essa doença misturadas com as dissociações da realidade a fizeram pensar que tinha morrido, conseguido manter a salvo sua irmã e alcançado felicidade com isso até o momento que “desmaiou de cansaço, bateu a cabeça no chão” e se deu conta do que realmente acontecia.

Decidiu não contar que tinha matado alguém. Os segredos de uma Odair são contados para pouquíssimas pessoas, mas geralmente elas contam para pelo menos uma pessoa. Mas aquele ela guardaria. Não tinha coragem de contar aquilo para absolutamente ninguém, mesmo tendo matado por legítima defesa, era uma vida.

Ela continuou a contar sua história, dizendo que ela já tinha voltado a Inazuma 3 vezes por 3 dias cada vez para ficar de olho na irmã.

Não disse que também estava tentando unir o Sakuma com a Atsumy porque ... Não era bem ... Algo que ela quisesse dizer ... Não ia falar sobre isso nem ferrando.

“Afinal de contas ... Eu ainda te considero como um capitão”

Mesmo que seu último capitão tenha sido Endou, Kidou tinha sido o capitão por mais tempo.

—E ... Foi isso o que aconteceu ... – ela disse se sentando em um túmulo – Essas são todas as informações que vai tirar de mim. Eu cumpri minha parte do acordo e ...

Ela percebeu que ele a olhava estranho. Então viu que era porque estava sentada no túmulo. Fez cara de inocente, e depois deu uma risada fraca.

—Ela foi enterrada bem aqui ... ... – disse encostando a cabeça na lápide.

Então Kidou leu o nome de quem estava enterrado ali. Odair Naomi.

—Ela é ...

—Minha mãe – ela completou assoprando uma mecha rebelde do cabelo – Ela e meu pai estão enterrados aqui, e eu venho visita-los quando posso. Uma vez eu vi Zun por aqui também. Ela estava chorando um pouco, e tinha uma moça com ela. Talvez tenha sido adotada. Mas eu fiz o certo. Minha irmã e todos dessa cidade serão mais felizes sem uma Chiharu por perto.

Passou uma leve brisa no lugar.

—Você e Haruna foram adotados por famílias diferente ... – ela tentou falar – Vocês também perderam os pais?

Um silêncio tomou conta daquele local.

—Quando Haruna tinha 5 anos nossos pais morreram em um acidente de avião. Eles sempre viajavam muito então não tínhamos tanto contato – ele começou – Então fomos parar em um orfanato. Fomos adotados por famílias diferentes.

Chiharu arregalou os olhos, se levantando imediatamente do túmulo.

—Sinto muito – ela se desculpou.

—Esquece isso ... E falando em pais, eu não sei o que aconteceu com os seus pais.

“Ele não sabe sobre isso? Eu escrevi sobre isso no diário”

—Não sabe? – perguntou com um tom meio irritado -

—Ele me disse que seus pais tinham morrido, mas não falou mais nada sobre isso – ele disse em tom de defesa – E outra que Sakuma que pensava mais sobre isso. Eu tentava não me intrometer nisso.

“Se controle, Chiharu”

Bagunçou levemente os cabelos roxos, recuperando a calma.

—Eles foram assassinados – Kidou abrir de leve a boca, e ela deu de ombros – Eles sabiam demais sobre Kageyama, e tinham documentos importantes. Eu e Zun estávamos em casa e ... Uma moça invadiu a casa e matou eles na nossa frente. Eu saí correndo arrastando Zun e ficamos pelas ruas até sermos levadas a um orfanato bem simpático por Kageyama. Ele queria que eu jogasse no Instituto Imperial e depois veio mais e mais chantagens com a Zun. Ele disse que ia adotar a Zun e a levar para longe. E eu não ia suportar. Depois as chantagens foram crescendo até ele a ameaçar de morte se eu não fizesse o que ele dizia. Devido a alguns inconveniente eu desobedeci ele e por isso que eu tinha ido embora do Inazuma Japão. Tentamos fugir para outra cidade.

—Isso é terrível ... Você tinha 14 anos ... – ele falou preocupado.

—11 ... Eu tinha 11 anos quando eu entrei no Instituto Imperial, Kidou Yuuto – ela o interrompe.

—... Quantos anos você tem, menina?! – ele pergunta.

Chiharu cai na risada. Ela achava normal ele ter essa reação. Ela era mais nova que ele.

—Tenho 15 anos! – ela fala com voz mais fofa, tirando sarro da situação – E eu taco o dane-se nas formalidades com os mais velhos. Desde a época do Nanjoom eu tratava as pessoas de um modo e não vou mudar por ser uma menina e mais jovem! E você quantos anos tem?

Kidou ainda tentava entender a idade dela. Ela parecia mais nova, mas ele não imaginava que ela fosse realmente mais nova. Somente nesse ano ela teria idade para entrar no Ensino Médio. Só não era mais nova que Toramaru, que devia estar no 7º ou 8º ano. Ambos bem mais infantis.

—18 ...

—Pfff ... Desculpa, senhor maior de idade – ela tirou sarro – Então temos 3 anos de diferença. Legal, né?

—Não ...

—Rude! –ela disse, começando a rir.

Chiharu começou a fazer algumas caretinhas, e murmurando algumas músicas infantis e fofas. Kidou a olhou como se ela tivesse algum problema, mas depois sorriu.

Talvez essa garota ainda fosse a ingênua que parecia ter um parafuso a menos ... Se bem que agora era oficial que ela realmente tinha um parafuso a menos.

E começou a pensar em como essa personalidade possa ter sido esmagada como um graveto depois de tudo o que aconteceu na sua vida, e sentiu pena.

Quando a jovem parou de murmurar, a expressão dela se fechou.

—Kidou ... Como você conseguiu ficar em outra família longe da Haruna? – ela pergunta desviando o olhar – Eu não conseguia me ver longe da minha irmã. Ela era tudo o que eu tinha e eu tudo o que ela tinha. E vocês eram bem menores, e durante a época do Kageyama no Instituto, a Haruna era da Raimon então ... Deve ter sido difícil.

Kidou suspirou, olhando para cada túmulo daquele cemitério.

—Meu pai adotivo disse que se eu ganhasse o Futebol Fronteira 3 vezes ele teria a guarda da Haruna e poderíamos ser irmão de novo – ele disse – Então eu segui os passos de Kageyama, e me tornei a sua maior criação.

Ela o entendia perfeitamente. Ela sabia que ele não se orgulha de ter seguido os passos daquele ... senhor. Kageyama tinha uma fixação bem forte nele e na Chiharu. Ele tinha mais anos de convivência com Kageyama, mas Chiharu tinha participado de todos os planos.

Colocou uma mão no ombro do mais velho, e deu um sorriso.

—Eu te entendo – ela diz olhando de novo para o túmulo da mãe e para o do pai que estava ao lado – Nós dois tentamos ficar próximos das nossas irmãs. Então conhecemos Kageyama e nos arrependemos disso. Você é a maior criação dele e eu sou a marionete favorita.

Kidou olhou na direção da mais nova e a entendeu. Talvez eles sejam mais parecidos que pensavam. Ambos perderam os pais, e mesmo que tenham sido de maneiras diferentes e idades diferentes, esse sentimento de perda é igual. Talvez um assassinato seja mais traumatizante, porém ela sentia que nunca estava sozinha (mesmo que as vezes contra a vontade).

—Duas histórias parecidas que foram conectadas por uma pessoa cruel chamada Kageyama Reiji – ela disse olhando para cima – Ele teve muita influência em nossas vidas.

Então começou a se lembrar de toda a sua história. Kidou Yuuto agora sabia de uns 80% da sua história completa.

“Talvez ... Ter dito isso a ele não tenha sido uma coisa ruim”

Se sentia mais leve, e por mais que ela não quisesse admitir, estava feliz de ter falado com ele.

E deu um sorriso pequeno. O mais sincero que tinha.

Na saída do cemitério ...

A de olhos cinzas fechou a cara, a livrando de qualquer traço de emoção.

—Já ouviu o que queria – ela disse com tom frio – Minha mãe adotiva já deve estar me procurando e acho que você já perdeu tempo demais “falando sozinho”

Ela fez aspas com as mãos, e ele entendeu o que ela quis dizer.

—Não pretendo esquecer disso, entendeu? – ele disse e ela o olhou irritada.

—Você me prometeu!

Então ele levantou a mão, mostrando que tinha cruzado os dedos. Chiharu não acreditou no que estava vendo.

—Isso não vale – ela protestou irritada.

—Claro que vale. Eu cruzei os dedos, então a promessa foi quebrada – ele deu um sorriso vitorioso – Mas eu não vou contar pra ninguém que eu te vi. Mas eu vou me lembrar de você

—Você vai se arrepender disso – ela avisou – Lembre-se que eu carrego uma maldição. Você vai sofrer se fizer isso.

—Só acredito vendo – ele desafia, dando um sorriso de canto – E afinal de contas ... Não vamos quebrar essas coincidências. Se era o destino eu ter te visto e agora saber do que está acontecendo eu não vou fingir que você está morta. E o que você vai fazer? Cortar o meu dedo? Você não é capaz de fazer isso.

Assim que disse isso, ele só viu a lâmina de um estilete batendo em seu rosto.

—Em primeiro lugar eu sou capaz de fazer isso. Em segundo lugar se eu tivesse usado a parte afiada e ter acertado no olho você teria ficado cego – ela diz analisando o estilete - E não me subestime, Kidou Yuuto.

Ele ficou em silêncio diante a suposta ameaça. Como podia ter certeza que não estava brincando? As quedas mudam a mente das pessoas. Principalmente as quedas que ela superou.

—Você ladra mas não morde – ele disse tentando parecer confiante – E além disso ...

—Eu continuo sendo mais rápida que você –ela diz rapidamente e com um sorriso vitorioso – O suficiente para te alcançar caso pense em fugir.

—Acredito muito, Haru – ele diz “Haru” com tom de deboche.

Ela o olhou indignada. Ninguém nunca a chamou de algum apelido na vida. Lançou a ele o olhar mais irritado que tinha.

—Ninguém NUNCA me chamou de um apelido – ela protesta, enfatizando a palavra “nunca”.

—Então eu sou o primeiro e pronto – ele sorri ao vê-la irritada.

“Depois de tudo ... as chances dela realmente me atacar são poucas”

Então ela dá um sorriso de canto.

—Entendi ... Yuuto – ela disse com cara de vitoriosa, o chamando pelo nome.

Kidou a olhou corando e virando a cara o que fez a arroxeada rir alto.

—Algum problema, Yuuto? – ela disse o cutucando – Se você me chama de Haru eu tenho todo o direito de te chamar de Yuuto. Mano você corou mesmo? Nacredito! *altos risos*

—Claro que não!

—Eu te avisei que eu ia fazer você se arrepender. E eu tenho muitas maneiras – ela disse com um sorriso sapeca – Tenta falar comigo de novo e eu faço questão de fazer você MORRER de vergonha alheia!

“ISSO ela realmente pode fazer ‘-‘ ”

—Ta bom ... Pode tentar ... Kodomo (Criança) – ele diz brincando da idade dela e com a personalidade.

Chiharu ficou irritada, puxando o cabelo do de óculos e mostrando a língua.

—Vai te catar, Yuuto!


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Notas finais do capítulo

Tempo do capítulo: 1 ano depois da suposta morte.
—---------
Uma amiga minha shippa a Chiharu com o Kidou e ela já sabe ... TUDO! Ela sabe altos spoilers sobre essa bagaça. Inclusive o final definitivo da Chiharu (não, eu não vou matar ela, eu só vou fazer um final ... abaixem as armas por favor '-')
Á relaão dela com o Kidou é algo que até então eu não tinha demonstrado tanto nessa fanfic.
Obs: No último capítulo eu tinha planejado colocar "algumacoisa PARTE 1" e por isso que eu tinha colocado nas notas que era óbvio que ia ter uma continuação daquele trecho da história mas depois eu mudei o título O.o
KISSES!



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