Cupido Não escrita por Dramática


Capítulo 5
5 - Caro admirador secreto


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores! *-*

Quero tanto agradecer a minha amiga por divulgar e as pessoas que resolveram aparecer e dar chance a fic. Por comentar fico grata a Memories, Fofula, KuroiInu e positividade. São muito importantes para mim, não sabe o quanto significam. Fizerem meus dias.

E a Cherry Bomb, Memories, Jowlly, pequenocampos, Mysterious Missing, Andrômeda e CupCake por acompanharem e Cherry Bomb, Ayrton Barbosa e Chuchu por favoritarem. Deram uma cor a mais a minha fic, sem falar o quanto fico feliz por saber mais pessoas estão acompanhando.

Muito obrigada gente. Espero que possamos traçar essa caminhada juntos, com momentos tristes, felizes, dramáticos, românticos, fofos! Tenho muitos planos para essa fic.

P.S: Infelizmente vou apagar o anterior, assim como esses comentários maravilhosos. É uma pena, mas tem de ser feito.



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Capítulo cinco

Caro admirador secreto

 

“Eu sem você sou só desamor
Um barco sem mar, um campo sem flor
Tristeza que vai, tristeza que vem
Sem você, meu amor, eu não sou ninguém.”

(Vinicius de Moraes)

 

Acordei com o meu despertador, tomei o café sem vontade alguma, não tive a companhia do Cooper no caminho a escola e, por fim, senti um dejavu ao vê-lo beijando novamente a Quinn.

Contudo nada me prepararia para o que descobri ao abrir o armário.

Em meio a enxurrada de livros, que caiam novamente em mim por conta da minha desorganização, encontrei um papel diferente, de cor azul, que caiu longe dos outros materiais.

Quase que as patricinhas, incluindo a Emma, pisavam na folha, mas felizmente pude pegá-lo ao me jogar no chão de uma maneira tão ágil que até eu fiquei surpresa.

“Se fosse você me olharia no espelho o tempo todo para venerar a beleza que tem, teria vontade de beijar os próprios lábios, de casar consigo mesmo. Felizmente por ser outro alguém, que não a doce Alexis, posso fazê-lo em seu lugar. E espero que meu desejo se realize logo.

Com amor,

Pessoa oculta.”

Amassei essa porcaria e enfiei na mochila, ia jogar a rosa no lixo, mas resolvi entregar ao primeiro aluno que encontrei. Quem sabe assim poderia dar uma melhor utilidade a essa flor que não a minha?

— Não é James. — sussurrei para mim de forma baixa e, confesso, tristonha.

O tal admirador secreto, que tinha um pouco de criatividade por ter trocado a tão costumeira assinatura, não me conhecia. Pois saberia que eu detestava quando não se declaravam pessoalmente, ainda mais quando escreviam um ridículo poema.

Falso romântico barato!

Fiquei mal-humorada ao ponto de ter de pegar um ar, quem sabe atrás do colégio eu não precisaria encarar o meu melhor amigo, que nem sei se posso chama-lo assim, e sua “adorável” namorada.

— Que cara é essa? — perguntou o intrometido.

E não poderia ser ninguém menos que o Aidan, vulgo corno, que convivia mais comigo nesses dias, tomando o lugar que antes era do Cooper nos intervalos.

Ao seu lado estava uma garota de cabelo castanho, liso, com um olho de um verde oliva, que era o que mais chamava atenção. Só que mirar um pouco mais a baixo notei que estava sem a parte de cima, aparecendo apenas o sutiã preto de renda.

Nada pareceu a abalar ou mover um músculo para pôr a camiseta, que por sinal parecia minúscula, de volta no corpo, nem sequer a minha mirada fulminante a fazia ficar constrangida. Abraçou-o de uma maneira da qual dava para enfiar suas mãos por baixo da blusa dele, para depois beijar o pescoço de maneira lenta. Poderia facilmente que usava muito a língua para fazer o trabalho.

— Garota, não percebeu que tem um sutiã onde deveria estar a camisa? — encrenquei, pouco me importo com a pergunta descarada e capciosa do Houston.

— Sim. — sussurrou, dificultando um pouco a entonação por conta de estar com uma goma de marcar na boca, para depois fazer uma bolinha e estourar. Mesmo com a cena ridícula de ficar com o doce grudado no rosto a tirou da forma mais provocadora possível.

— Então por que não coloca? — devolvi, pegando uma mecha do meu cabelo e o enrolando entre meus dedos.

— Por acaso tem algum monitor por aqui ou a diretora? — disse ao olhar para o moreno e piscando para ele, para depois me encarar com escarnio.

Sinceramente? Quero é encher essa garota de tapas!

Foi neste momento que afastou os seus braços, que o apertavam, e virou em direção a garota que falava. Interrompendo também a minha ânsia de arrancar fio por fio da sua cabeleira.

— Depois continuamos. — seu tom era doce e rouco.

— Pode ter certeza que vou cobrar. — atenuou a última parte.

E, com apenas duas palavras, a fez botar a blusa, sem nem precisar brigar, usufruindo da gentileza para isso. Vendo-o agora não parecia aquela pessoa que dava medo nos outros, obrigando-os a fazerem o que quer com xingamentos e chantagens. Nem precisando usar da força física para manipulá-la.

— Vejo que consegue deixar esse seu lado ogro por alguns segundos. Poderia então se portar dessa maneira mais vezes ou sempre? — praticamente implorei.

— Alis, eu dou graças por não tão doce em comparação contigo. — revidou.  

Uma simples palavra composta de quatro letras fez as engrenagens do meu cérebro trabalharem. Doce.

— Foi você! — praticamente exclamei.

— Qual a acusação dessa vez? — retrucou, parecendo estar sem paciência.

Rolei os olhos, respirando e inspirando algumas vezes antes de continuar. Trocando o lado da perna que apoiava, colocando a esquerda para encostar a parede.

— Que me mandou aquela carta ridícula. — conclui.

Ele nem se importou com a minha acusação, que vinha carregada de ira, e levou a grande mão no bolso, trazendo de dentro um maço de cigarro. Colocando-o entre os dedos para, no fim, manusear em sua boca. Percebi também na hora que foi pegar o isqueiro, fazendo-me arregalar os olhos em perplexidade.

— É contra as regras, seu idiota. — esbravejei.

Simplesmente deu um sorriso de lado, ainda com aquela droga na boca, deixando-o com uma imagem mais delinquente do que era. Eu não ia admitir em voz alta, no entanto a maneira como se portava o deixava mais sexy ainda, sua postura, olhar e os músculos do braço acentuados pela blusa sem manga me fez perder a fala por um instante.

— Já disse que precisa ser mais relaxada, não é? Deve ser por falta de sexo, se quiser eu posso resolver esse problema. — murmurou, ainda assim tentando fazer o fogo aparecer por entre o objeto.

— Eu falei que é proibido! — repeti, todavia agora com mais irritação.

— Ninguém se importa. — desdenhou.

O meu lado que era contra injustiças foi o que se sobrepôs para que eu reagisse dessa maneira, que me fez pegar aquele cigarro e o despedaçar, jogando-o no chão. Como resposta simplesmente pegou o próximo e pôs nos lábios, mas nesse instante tirei com um forte tapa.

— Vai. Pegue o próximo! — incentivei-o, pronta para chutar sua parte intima.

— Você precisa mesmo esfriar a cabeça garota. — murmurou.

E em poucos passos já estava em minha frente, interceptando meu braço, prensando-me na parede e tocando novamente a sua boca com a minha. Pela surpresa eu abri a minha boca, fazendo-me não ter mais uma volta, se não de tentar afastá-lo. Passava a mão pelo meu corpo, enlaçando-me com desespero, diminuindo mais o espaço entre nós, o que não me permitia empurrá-lo o bastante para eu conseguir escapar. Senti a alça da mochila deslizar por entre meu ombro e cair no chão.

Eu deveria resistir. Precisava.

Mordi sua língua com uma força desnecessária, fazendo-o me largar, o sangue escorria por entre sua boca e passava para o queixo. A ira em seus olhos, arrependimento nos meus. E só o que eu fiz foi correr para que não voltasse a me agarrar, apenas pedindo para a primeira pessoa que enxerguei ajuda-lo.

— Esqueci minha bolsa. — finalmente recordei.

“Cometi um crime.” — Alexis.

Foi o que enviei para a Ana enquanto caminhava por entre o pátio e o bloco atrás da escola para tentar encontrar minha pasta, escutando o primeiro sinal bater, porém não a achava.

Tremia com a sensação de que ia chegar atrasada. Eu sou realmente horrível por tudo o que fiz. Sendo que nunca, em doze anos de escola, cheguei depois do horário.

“Querida, você já fez isso quando não deixou o gostoso do Aidan continuar os beijos.” Anastásia.

Ela estava me espiando?

Deixei essa questão para outro momento e tentei chegar antes da professora na sala, mesmo sem os materiais em mãos. O suor escorria por entre a testa, contudo comemorei ao perceber que essa regra não tinha sido quebrada.

“Do que está falando?” — Alexis.

Vi dois garotos conversando perto de mim, porém um deles parecia envergonhada. Meu lado aluna queria ignorar, no entanto a parte em que eu era conselheira tinha certeza que algum romance poderia rolar entre os dois.

Queria tanto juntá-los.

“Naquele dia no corredor. Ele é tão quente, gostoso, tem pegada. Um bad boy que todos querem. Ia transar contigo, por que não deixou?” — Anastásia.

Anotem o que eu digo, essa garota é depravada.

“Deve ser por que estávamos na escola, com várias pessoas de plateia?” — Alexis.

Tinha a certeza que uma resposta nada boa ia ser enviada, por isso resolvi prestar atenção na aula. Era algo sobre melanina, albinos. E, de uma maneira surpreendente, o tal de Aidan apareceu. Sendo que nem era dessa classe.

— Alexis Harper, está me devendo, e muito! — foi o que eu disse, sem nem dar “bom dia”, pedir licença ou avisar pelo que estava aqui. A maneira como falou, um pouco dificultosa por conta da língua estar machucada, fez-me gargalhar por um momento.

Como se fosse o dono do lugar passou por entre as carteiras, parando ao se posicionar ao meu lado. Cruzou os braços apenas para ressaltar seus braços musculosos, fitando-me da maneira mais séria possível.

— Vai para a sala, não tenho nada a falar contigo. — de uma forma mais baixa.

            Sua expressão ficou mais sombria, lembrando-me do porquê o temiam por entre as paredes desse colégio. As brigas que se meteu, as vezes em que foi a diretoria, sua rebeldia.

— Nem minha mãe manda em mim, quem dirá você. — revidou, pegando em meu fino pulso, puxando-me com facilidade para fora do lugar.

            Sem nem um protesto por parte dos meus colegas e professora, nem quando eu enfinquei minha mão na mesa que eu usava para tentar parar seu ato. Era como estarem vendo alguma cena de violência sem nem fazer algo para deter. E a culpa dessa inércia era o medo.

— Vai ter de me ajudar a voltar com a Emma. Está me entendendo? — apertando mais o meu braço e me encarando de perto, mostrando o quanto era aterrorizante.

— Por quê? — provoquei.

— Ela não quer voltar comigo de jeito nenhum, nem com beijos, xingamentos ou chantagens. Não sei mais o que fazer. — informou.

            Encostei meus dedos de leve onde me tocava e o fiz entender que estava machucando, pegando-o para selar de maneira delicada e terna. Porém, de todo modo, ainda era sensual.

— Seja gentil. — sussurrei, fitando-o com firmeza, lançando um sorriso em sua direção.

— Então me ensine a ser assim. — implorou.

— E irei. — aceitei na mesma hora.

E com a minha confirmação devolveu a minha bolsa e deu um aceno, liberando-me para voltar a escutar sobre biologia.

— Anastásia, que foi? — essa foi minha pergunta ao vê-la correndo em minha direção.

Seu cabelo estava desgrenhado, tanto que sua trança se encontrava quase destruída, assim como sua face estava vermelha, da qual obtinha uma expressão espantada que me deixava mais curiosa ainda.

— Preciso... água. — pediu com dificuldade, como se estivesse perdida há dias em uma ilha.

            Não aguentei e ri um pouco ao imaginá-la nessa situação.

— Tenho apenas chá gel-

— Pode ser. — nem sequer deixou-me esperar e derramou o liquido de uma vez em sua boca.

Só que antes de toma-lo todo taquei a garrafa no chão.

— Amiga, é o verde. — completei a minha frase de forma receosa.

— Você ainda o trás Alex? Eu já falei para nem tomar mais essa coisa maldita dos infernos sua filha da puta! — disse de maneira irritada.

Sim, ela se transforma de uma pessoa fofa a boca suja em segundos.

Começou a coçar os olhos, assim como a reclamar que estava com dor na língua e uma falta de ar. E antes que pudesse vomitar, o que significava que seria alvo de chacotas por um tempo, eu a puxei pelo braço em direção a enfermaria.

— O que ela tem? — quis saber a mulher.

— Alergia a chá verde. — disse simplesmente, fazendo-a entender que a situação era grave.

Tive de sair dali, ficar uns minutos sentada na cadeira da cantina. Quando comi um delicioso croissant de chocolate resolvi voltar, encontrando-a acordada, porém seu rosto ainda estava inchado.

— Agora vai me contar o que aconteceu? — pedi.

— Vi duas pessoas transando no banheiro! — informou como se fosse o maior pecado de todos, portando-se como uma legitima Madre Teresa de Calcutá.

Às vezes penso que ela é bipolar, porém agora tenho certeza.

— Quem? — queria mesmo saber, sendo que até poderia ser a garota que me mandou aquele e-mail quando estava no corredor.

— Emma e Aidan. — declarou, sem nem se importar.

E esse decretou o fim do meu acordo com ele, que nem tinha começado.   


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Notas finais do capítulo

O que acharam em relação as pessoas que transaram? Acharam que foi o Aidan que mandou a carta (trocou de assunto)? E a Anástacia é doida né gente? Saudades da Quinn e do James (aparecerem um pouco)? O que acham que vai acontecer no próximo?

A imagem não é minha. Desculpa se tiver erros.

Se quiserem deixar um comentário, com dicas, criticas, opinião, se gostou ou não, faz de mim uma autora muito feliz. Muito obrigada por toda receptividade e carinho por parte de vocês.

Até a próxima.