Cupido Não escrita por Dramática


Capítulo 6
6 - Pisando em cacos


Notas iniciais do capítulo

Boa noite! :3

Como estão? Por favor, desculpem-me pela demora. É que realmente estive bem ocupada, mesmo assim fiquei pensando muito no que faria no decorrer dos capítulos.

Quero agradecer a Fofula, ScarlettFoxy, AM, Princess of Poseidon,
Beatrice Malfoy e Anky por comentarem no anterior. Não tem noção do quanto me fez feliz por saber que mais pessoas resolveram dar crédito a minha fic ao ponto de comentar, por isso fico honrada.

Muito obrigada a I am the fire, AM, SarahL e Princess of Poseidon por acompanharem, assim como a AM, Hannah Nagisa e Agent Nala por acompanharem. De coração, adorei demais por ter visto que mais pessoas resolveram acompanhar a fic, demais!

Espero que gostem, pois faço para vocês. ♥



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Capítulo seis

Pisando em cacos

“O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.”

(Carlos Drummond de Andrade)

 

— Alex, sinto muito. — sussurrou, mesmo com dificuldade.

Tentei olha-la de forma confusa, mostrando um sorriso em sua direção. Apesar de saber o motivo de ter dito essas palavras desejava demonstrar que em nada o nosso rápido caso, que nunca ocorreu realmente, importava para mim.

— Pelo quê? — quis saber, dando de ombros.

— O Aidan te usou! — exclamou, tossindo por conta do esforço.

Suspirei, fitando o teto acima de nós, pensando em uma resposta para a sua acusação. Eu poderia dizer que não, pois era o que ele queria, apenas tentando me ajudar a conquista-lo com a sua sedução. Que para mim era um assédio descarado da parte dele.

— Não, eu já sabia que não íamos ter nada sério. — sim, acabei de praticamente jogar meu “amor próprio” fora com essa declaração.

Já a minha amiga ficou horrorizada, chegando a mesma conclusão que eu.

— Então por que aceitou que ele te beijasse daquele jeito? — questionou, a expressão zangada, porém não sabia se era comigo ou com o cafajeste.

Essa era a pergunta que eu também estava tentando decifrar desde aquele dia, que o fez quase tirar a minha a roupa em meio ao corredor, manipulando-me como se eu fosse uma boneca de pano.

— Pegou-me de surpresa. — essa era a resposta mais usada por mim quando não tinha nada a dizer, da qual não exige tantas explicações.

— Jura que está usando essa desculpa comigo? Você gosta dele e não quer dizer para a sua melhor amiga? É isso? — carregava desprezo e decepção em cada letra, que me deixaram mais magoada do que se tivesse me dado um tapa.

— Sabe muito bem que a única pessoa que amo é o James, e só. — confessei, pela primeira vez, fazendo-a arregalar os olhos e ficar mais aliviada.

Naquela cama da enfermaria, sozinhas, e em um momento inoportuno e apressado, eu disse o que estava engasgado há anos. Essa confirmação foi como um choque, ao ponto de me fazer derramar algumas lágrimas por finalmente ter soltado essas palavras a alguém.

Um choro de alivio.

— Um dia vai ter de contar a ele. — aconselhou, sem me acusar ou arrumar.

— Não posso, é tarde demais para isso. — devolvi, mirando-a de forma séria.

— Nunca é, quem sabe o sentimento é reciproco? — declarou.

Está enganada, Cooper apenas me vê como sua irmãzinha.

Com essa última parte eu virei as costas, caminhando até porta, simplesmente para dar um aceno e sair daquele lugar. Meu pensamento ficou invadido com o encontro que eu tinha com ele, vendo a hora e notando que logo o sinal de saída bateria. Por conta disso que resolvi pegar o celular e mandar uma mensagem para a Anastásia, no entanto sem deixar de caminhar.

“Vou pegar a peruca roxa, curta. Muito obrigada.” — Alexis.

Corri para o camarim do clube do teatro e peguei aquela mesma cabeleira, até para que não desconfiasse de algo e soubesse que era eu quando entrasse. Ao passar pelo corredor que dava acesso a porta do pátio, vendo várias pessoas andando pelo mesmo local, esbarrei com Aidan, recebendo uma expressão de arrependimento dele, do qual em nada era parecido com o meu, que mostrava nada além de chateação.

Estou vendo direito? Devo estar enganada, ele nunca que se portaria assim na frente das pessoas.

— Alis, e-

— Precisamos conversar, mas não agora. — disse em um tom baixo, cortando a sua chance de falar, dirigindo-me até a biblioteca, constatando que ainda não estava, aproveitando para me sentar na mesa perto da janela.

Logo vi-o passar por entre as cadeiras de maneira ligeira, a respiração ofegante, como se tivesse corrido para chegar ao nosso encontro. Cumprimentou-me com um “olá” quando sentou ao meu lado, lançando um sorriso que me fez suspirar.

Desde aquela vez na sala que eu não o encontrava, fazendo-me perceber o quanto sentia a sua falta. Até porque depois daquela nossa briga que ele não queria falar comigo, a que está por trás desses trajes.

— Conseguiu escolher uma música? — comecei.

E eu tinha conhecimento de qual era, porém tinha de entrar na personagem.

— Sim. — o tom baixo, envergonhado, como pouco tinha visto.

Quando me mostrou tive certeza que era a opção que tinha em mente desde do início.

— Gostei. — dei minha opinião, engolindo em seco por conta de não ter mudado de ideia.

Resolvendo por fazer uma declaração maravilhosa, uma trilha sonora digna de filmes de romance, e a festa que seria meu sonho, para ela, a Quinn, nunca para mim.

Li seu discurso, percebendo que aquele “amor” que aparecia entre as palavras, poderia rimar com “dor”. E, assim, combinaria muito com o que estava sentindo, uma virginiana que parecia canceriana agora. 

— Que foi? Está tão ruim assim? — não, para mim em nada precisaria mudar, se fosse para outra pessoa, que não a Hale.

— Como sua namorada é? — continuei, ignorando sua questão, fazendo muito bem o papel de que não o conhecia.

Eu mesma responderia essa questão com: patricinha, mimada e falsa. Ou isso seria apenas o meu lado ciumento e apaixonado a menosprezando?

— É linda, tem um jeito meigo, sempre tenta ajudar as pessoas. Ontem ela até tentou me convencer a voltar a falar com minha amiga, irritando-se comigo por isso, sendo que até braba comigo é fofa. Toda a vez que eu a olho só o que eu penso é em ficar com ela para sempre. — declarou-se.

Percebi, depois de sua fala, que só perguntei porque sou masoquista, só pode.

— Coloque isso no discurso, sei que ela vai adorar. Acho que o meu trabalho terminou, não é? Tenho certeza que se sairá muito bem. — declarei, não querendo continuar a falar sobre esse assunto.

Dei um sorriso fraco em sua direção e dei meia volta, trotando para chegar até a saída, mesmo com os seus protestos. E, sabia agora, que mesmo achando que poderia encarar essa missão, a verdade é que tudo o que me mostrou deixou-me mais mal ainda.

“Espero que depois devolva. E, logo minha mãe irá chegar para me buscar, quer ir junto conosco?” — Anastásia.

Essa mensagem tinha sido enviada a cinco minutos, fazendo-me compreender que poderia ir com elas, assim como não precisaria pegar a minha mochila.

“Estarei ai logo. Tem como pegar a minha pasta na sala de aula? Agradeceria.” — Alexis.

Ouvi passos me seguindo, tendo a certeza que era ele, todavia continuei a caminhar pelo pátio. Imaginando o que faria para despistá-lo e conseguir chegar ao estacionamento e entrar no carro sem notar que era a minha amiga a outra pessoa. Parando quando notei que Aidan estava no portão do colégio, a expressão carrancuda e paciente, enquanto uma das pernas estavam dobradas, fazendo com que a sola do seu tênis encostasse no muro.

— O que está fazendo aqui? — comecei.

— Não poderia esperar até amanhã. — comentou, pegando-me pelo braço e prensando-me entre ele e a parede, deixando-me agoniada com seu próximo ato.

— Por que sempre tem de fazer isso? Não é possível para você, por acaso, conversar com as pessoas de maneira normal? — revidei, o rosto vermelho por conta da ira.

— E qual o motivo da mudança de assunto? O que tem para conversar comigo? — quis saber.

— Parabéns. — comemorei a sua conquista.

Ao me ouvir deu seu sorriso de escarnio, balançando a cabeça em seguida.

— Garota, não estou afim de brincadeiras! — exclamou, possivelmente pensando que era uma ironia da minha parte. Seu rosto bem próximo do meu, pronto para me beijar, mesmo que estivesse ainda com os lábios.

— Isso não deveria ser dito para mim, não acha? Aidan, agora que conseguiu transar e voltar com a Emma o nosso acordo está terminado. Então, espero que deixe de me agarrar ou de fazer minha vida um inferno, pois não precisa mais disso para tentar ter o que quer. — declarei, fitando-o de forma séria, encarando-o a todo o instante. Meu objetivo era nada menos do que acabar com essa conversa, assim como a nossa aproximação, de maneira rápida e indolor.

— Vejo que os boatos correm muito rápido, mas sinto em dizer que está bem desinformada. Nós poderíamos ter feito sexo, todavia é porque ela pede por isso, sempre foi assim, estando separados ou não. Entendeu o que eu quis dizer? — e, infelizmente, tinha a resposta.

— Quer dizer que não estão namorando? — perguntei, torcendo para que fosse “não”.

— Bingo. Agora, sabendo disso, estou autorizado a te beijar? — o sorriso de lado não saia do seu rosto, piscando para mim, e mordendo os lábios, provocando-me pela minha fala anterior.

“Espero que deixe de me agarrar ou de fazer minha vida um inferno, pois não precisa mais disso para tentar ter o que quer”. E, quis me matar por ter dito algo assim, fazendo-o entender que só o compromisso com a ex o impedia de fazer isso.

— Levar um soco. Quer? — na realidade não fui eu a dizer isso, mas sim o Jam, que tinha me seguido até esse lugar.

— Por acaso permiti que nos interrompesse Cooper? — virou-se, deixando-me liberta do seu aperto, apenas para fita-lo de forma aterrorizante.

Os dois se encarando de maneira irritada, enquanto o James estava com as mãos em formato de punho, pronto para revidar da maneira mais acida que podia. Pois eu o conhecia que quando ficava irritado dificilmente alguém o pararia.

— Não deixarei barato, quando envolve minha amiga! Principalmente sabendo que estava a beijando ontem, mas só de ver outro rabo de saia já dá em cima? Ela não merece. — gritou, andando em nossa direção.

Eu sabia que sairiam machucados, e não é no sentido figurado.

— Não tenho culpa se todas me querem. — provocou mais ainda, percebendo que o que falava não sabia da minha verdadeira identidade, entrando no jogo dele, pagando para ver, mas caro.

E, no instante seguinte, percebi que os dois estavam se estatelando no chão, lutando um com o outro. E, sem poder fazer nada, ouvi o meu telefone tocar. Era a Ana ligando, possivelmente desejando perguntar o motivo de não estar no estacionamento.

“Ocorreu um imprevisto, tem como me esperarem?” — Alexis.

— Eu espero não precisar chamar o diretor. — berrei.

Continuaram a se bater, vendo a boca do Aidan sangrando, já que estava ferida antes. Tentei puxar o Cooper de cima dele, mas nada parecia pará-los. Por isso eu, em um ato desesperado, puxei a peruca e corri em direção a eles.

— Sou eu, a Alexis. — confessei, fazendo o meu amigo de anos me olhar.

Meu cabelo, que era preto, cacheado, e bem comprido, não deixou dúvidas de que era eu. Assim como percebi que ficou assustado, para depois se levantar, o olho vermelho por conta da surra que levou, virando-se. Conhecia-o tanto, ao ponto de constatar que não queria conversar agora.

— Vou embora. — sussurrou, caminhando para fora.

Já eu simplesmente corri para onde estava o carro da minha amiga, as lágrimas, antes de alivio, agora era de desespero. Porém, um grito, fez-me parar no meio do caminho e olhar para trás, notando que o Dan estava mais machucado do que imaginava.

Teria de ajuda-lo, e foi isso que eu fiz!

O meu braço foi de encontro a sua mão, para que pudesse se apoiar em mim, contudo quase cai por conta da força que fez com o intuito de se levantar.

— Apanhei de graça, não foi? — brincou, sorrindo fraco pela dor que sentia.

— Quem manda cutucar a fera com vara curta? — retruquei com outra pergunta, vendo-o rir e tocar os lábios para tentar estancar o sangue.

Peguei uma toalha e coloquei naquele lugar, tentando leva-lo até onde o c veículo se encontrava. A mãe da Anastásia e ela ficaram surpresas com a minha companhia.

— Diz que me viu brigando fora da escola.

Só que eu não precisei dar essa desculpa, pois aceitaram dar carona a ele também, deixando nos dois na frente da minha casa, assim como “esqueci” a peruca no carro dela. Também tinha a certeza que teria muito a explicar, tanto ao Cooper, quanto a outra amiga.

— Pode entrar, meus pais não estão. — disse para que não ficasse envergonhado, no entanto esqueci que quem estava ao meu lado era ninguém menos que o bad boy, pegador e a pessoa mais desinibida que conheci. E, isso se confirmou quando fitou-me de maneira maliciosa.

É, teria mesmo de me segurar para não deixá-lo fora, já que sentia que tinha a obrigação de cuidar dele, até porque, tinha uma parcela de culpa no que ocorreu.


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Notas finais do capítulo

E ai? Que acharam? Como será que ela vai explicar a eles sobre o que ocorreu? E do encontro do Cooper e dela?

A imagem não é minha, desculpem-me se tiver erros.

Se quiserem deixar um comentário, com dicas, criticas, opinião, se gostou ou não, faz de mim uma autora muito feliz. Muito obrigada por toda receptividade e carinho por parte de vocês. Agradeço, de coração.

Beijos, até a próxima.