De Repente É Amor escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 39
Capítulo 38 - Deixe Ir.


Notas iniciais do capítulo

Postando rápido por causa dessa reta final. Aproveito para dizer que esse capítulo poderá ter algo surpreendente sobre o último capítulo da fanfic!
Boa Leitura!



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Música

Ponto de vista: Florence Elliott.

Ria de forma leve, enquanto observava meus amigos ao lado de Dake no refeitório da escola. Mesmo sem um pedido de desculpas falado, eles haviam me perdoado através dos sorrisos que agora me enviavam, minha vida estava voltando a entrar nos eixos novamente. Eu havia reatado com Dake e de alguma forma, essa era a parte que fazia tudo voltar a ser completo, volta e meia ele me dava um beijo e eu me lembrava dos motivos que me faziam amá-lo, deixando de lado os erros que agora ele lutava para consertar.

              Felicidade não tem a ver com o futuro, tem a ver com o aqui e o agora. E no aqui e no agora, eu tinha uma família maravilhosa, Dake e um sonho realizado. Tudo isso só melhorava, levando em conta que meus amigos também só com olhares me disseram que esperariam meu tempo para contar o que aconteceu comigo anteriormente.

—Eu tive uma ideia para comemorarmos sua bolsa. — Dake abraçou minha cintura e beijou meu rosto ao contar isso. Peggy sorriu para ação, mesmo não sendo uma fã de Dake ela aceitou o fato de que alguma forma eu sempre encontraria meu caminho de volta para o West. — Vou levar Florence para encher a cara. — dou uma risada para isso, e me viro para ele incrédula.

—Achei que odiasse garotas bêbadas. — arqueio uma sobrancelha, e de forma fascinada ele beija a ponta do meu nariz.

—Eu nunca te odiaria, em nenhuma circunstância. E você precisa dessa experiência antes de ir para faculdade. — era bom ouvi-lo falar com tanta naturalidade sobre Harvard, aliviava uma parte de mim que achava que era egoísmo abandona-lo agora.

             Voltei a minha posição inicial e reparei o olhar sério e no sorriso forçado de Castiel sobre nós. Eu esperava de verdade que ele também pudesse voltar a ter uma relação saudável com Dake, sei que os dois se afastaram depois do meu término com ele. Sei que muitas coisas mudaram após esse término.

            Eu própria passei por uma montanha russa de fases após meu fim com o West e Castiel me acompanhou em todas elas, e nem quando por dois segundos fui uma vadia cruel ele desistiu de mim. Ele é uma daquelas pessoas que você quer para sempre em sua vida.

—Acho que podemos ficar bêbados sim. — finalmente o dono de Dragon falou, e eu suspirei aliviada, voltando meu olhar agora a Lynn que se encontrava estranhamente calada.

—Sim, eu posso tentar ir a um bar com vocês. — concordou meio por fora, e eu franzi as sobrancelhas. Foi ai que notei que a seriedade de Castiel tinha a ver com ela, não comigo e Dake. O que havia acontecido com aqueles dois enquanto eu estava afastada deles? Eu tiraria isso a limpo em breve.

—Acho uma ótima ideia, Lynn bêbada é uma verdadeira piada com pernas. — Peggy faz um dos seus comentários épicos e eu reviro os olhos. — Armin já está dentro, posso responder por ela. — fala indiferente.

—Então combinado, enviarei o endereço do bar por mensagem para vocês. — Dake diz isso de forma natural e todos concordam. Dake me dá um beijo do nada, e todos se sentem velas,  não demora muito para que eles arrumem suas coisas para irem em direção ao seus respectivos interesses.

—Te espero na sala do jornal daqui a pouco, Elliott, precisamos fazer os retoques finais da feira das profissões. — Peggy anunciou de forma séria. Feira de profissões? Eu sumo por duas semanas e várias coisas acontecem. Assenti rapidamente.

          Dake e eu ficamos sozinhos e eu sinto ele me encarando de uma forma longa.

—O que? Você está me olhando de um jeito estranho. — comento sorrindo.

          Desde que nos beijamos no palco na frente de todo mundo, após eu ter feito meu discurso horas atrás quando o refeitório se encontrava cheio, ele me olhava com aquela expressão boba, que me causava uma emoção não explicada.

—Só estou tendo dificuldades em acreditar que isso é real, que estamos juntos de novo. — admite e de forma calma, eu toco seu rosto.

—É real. É a coisa mais real que eu já senti. — lhe conto para lhe dar uma garantia.

—Acho que agora precisamos ter aquela conversa. — após um suspiro ele me diz isso. Franzo as sobrancelhas quando Dake me guia em direção a uma das mesas e faz com que eu me sente ao lado dele.

—Que conversa? — estou com medo e indago de forma hesitante.

—A conversa sobre a faculdade, a confiança e as escolhas. — olho para Dake de forma confusa.

—Precisamos mesmo falar sobre isso agora? Digo, estamos bem, ninguém quer brigar. — pontuo esse fato e Dake me olha sorrindo.

—Eu não quero brigar, Flore...Eu só quero acertar as coisas. — sinto uma agitação em mim quando Dake diz isso e engulo a seco. — Desde que terminamos, eu fiquei pedindo aos céus que me quisesse de volta e sabia que se fizesse isso eu seria o cara mais feliz do mundo, e eu garanto quando ouvi você recitando seu artigo eu fui...Então, eu te beijei e a ficha caiu, você vai para New York, uma possibilidade sobre a qual sempre discutimos se tornou uma coisa real e eu sei o quanto Harvard significa para você. — não sei porque, mas, a essa altura já estou chorando. — Tudo que eu queria nesse momento era namorar você e então voltarmos a ser o que eramos antes, mas, não dá, nós mudamos, a realidade mudou... — arfo com essas palavras. — Eu mudei por você, Florence. Mudei para melhor, e é por isso que nesse momento vou tomar uma decisão por nós dois. — estou assustada. — Eu escolho te deixar ir. — são as mesmas palavras que eu disse a Nathaniel.  — Eu quero que você vá para faculdade, que realize seu sonho, que faça loucuras, que conheça novas pessoas, que viva e que se descubra, sem mim...E então um dia, daqui a seis ou sete anos se você acordar e decidir que ainda me ama, então seremos as pessoas que merecem viver esse amor. Eu sempre vou esperar por você, mas, eu te amo o suficiente para saber que no fundo o que você quer é descobrir o mundo sozinha. — estou chocada com a maturidade de Dake sobre o assunto.

—E quanto ao agora? Qual é! Você até planejou uma noite de bebedeira para mim. — acuso tentando enxugar as lágrimas.

—Até o último dia de aulas serei o amigo que você sempre mereceu que eu fosse, eu garanto e quando a formatura acontecer nós vamos nos beijar devagar, e eu finalmente vou te deixar ir. — eu podia gritar contra isso, podia dizer que é errado nós próprios tentarmos encontrar obstáculos para esse amor, mas, eu sabia que Dake estar certo. Eu quero ser mais que a garota que construiu uma vida baseada no amor que sente por um cara.

—Obrigada. — agradeço por ele me dar algo que eu nunca pedi.  Dake também com lágrimas nos olhos assente, ele se aproxima do meu rosto e quando acho que o mesmo vai me surpreender com um beijo, ele somente encosta os lábios na minha testa e suspira contra ela. — É difícil fazer a coisa certa, não é? — questiono em um sussurro.

—É. — só concorda e então nós choramos um junto com o outro. — Eu te amo, Florence. Sempre vou amar. — me conta.

—Eu sei. Eu sempre vou te amar Dake. — garanto.

[...]

         O finalzinho da tarde dá um visual de cinema a praia, me encontro reflexiva sobre todos os acontecimentos rápidos e emocionantes que ocorreram em minha vida nos últimos dias. Castiel caminha ao meu lado pelo calçadão, completamente em silêncio, ele ofereceu que lanchássemos juntos depois que eu acabasse minhas tarefas com Peggy. O garoto não fazia ideia da decisão que Dake tomou sobre nós, o West e eu concordamos em não contar a ninguém que na realidae não havíamos voltado, deixamos que eles achassem que os beijos trocados foram uma reconciliação, não uma forma de escolher o futuro.

   —Eu percebi que você e Lynn estavam estranhos um com o outro, o que aconteceu? — quebro o silêncio sobre minha dúvida, e juntos paramos de frente para o mar, Castiel não me olha quando suspira.

—Nós meio que terminamos. — revela, e eu arregalo os olhos. O mundo está mudando em velocidade do flash mesmo.

—Por quê? — preciso saber, porque talvez possa ajudá-los a resolver isso, como uma boa amiga faria. Castiel me olha com uma expressão que faz com que eu arfe, existem palavras não ditas ali que me assustam.

—Lynn acha que eu tenho sentimentos não resolvidos em relação a você. — me diz de forma calma, e eu engulo a seco. Não, isso não faz sentido.

—E você tem? — me vejo perguntando aquilo no automático.

—Quando você sumiu, eu surtei, fiquei pior do que o Nathaniel que até então era seu namorado, ela acha que a preocupação que tive não era de um amigo para uma amiga, e ela também acha que quando eu disse naquela música que cantei para ela que estava desperdiçando minhas lágrimas com outro amor, eu estava me referindo a você, não a Debrah. — agora é minha vez de surtar sobre isso.

—Mas, você claramente quando viramos amigos que não tinha esse tipo de sentimento por mim. — quase grito.

—Não te passou pela cabeça que talvez eu tenha mentido? — responde no mesmo tom que eu.

—Por que você mentiria? — indago desesperada.

—Talvez porque eu quisesse que meu amigo fosse feliz como uma garota como você. — devolve de forma que eu dou um passo para trás. — Você é a garota mais incrível da Austrália, é bondosa, se preocupa com todos, é forte e não importa o que aconteça sempre segue em frente,  me desculpe por me encantar com as suas qualidades e ser tão otário quanto todos os outros.  — pede de forma irônica. Olho para ele e reviro os olhos antes de tomar a decisão mais estúpida de todas.

—Me beije. — Castiel arregala os olhos. — Me beije e tire a prova se esses sentimentos são reais, ou se você só está supondo que tem eles para arranjar um motivo para não ir a fundo com a Lynn porque tem medo que ela de alguma forma quebre seu coração. — exponho meu ponto e Castiel me olha com fúria. — Eu te conheço, okay? Sei que está assustado com o futuro, com tudo que vem agora, assimo como todos nós...Então, eu não vou deixar que perca uma garota maravilhosa porque está se autosabotando.  — deixo isso esclarecido par ele.

                Castiel suspira e em passos lentos se aproxima de mim, enquanto eu ofego nervosa. Seus lábios estão gelados quando encostam nos meus e até então eu que estava de olhos fechados os fecho, de forma hesitante ele pede passagem com a língua e eu cedo, achando aquele contato estranho. O beijo dura poucos segundos e não é aprofundado.

                    Nos separamos e nos encaramos de forma séria, antes de cairmos na gargalhada juntos.

—Isso foi horrível. Acho que me sentiria da mesma forma se beijasse o Dragon. — comenta limpando a boca, e eu me finjo de ofendida.

—Eu fui comparada a um cachorro, é isso mesmo? — debocho e ele ri ainda mais.

—Está confirmado; Só funcionamos como amigos ou quase irmãos. — ele nota. — Ninguém nunca saberá disso. — decreta e eu concordo.

[...]

— Castiel e Florence se beijaram e tiveram nojo um do outro. — Peggy anuncia aquilo na mesa do bar que nos encontramos, e eu reviro os olhos me arrependendo do exato momento que contei esse fato a ela por meio de uma ligação. Castiel me encara com uma expresssão que diz “Sério?” . Lynn abraçada a ele nem dá importância, após nosso momento estranho na praia fiz com que ele me prometesse que a conseguiria de volta.

           Dake não liga da forma que todos acham que ele ligaria em outras situações. O mesmo apenas me olha rindo. Aquilo é o West maduro e seguro sobre o que decidimos, é ele me deixando ir. Armin se limita a gargalhar da situação.

—Se quer saber, acho que beijos acrescentam e muito a amizade. — pronuncio em tom de zombaria, e Peggy arqueia a sobrancelha de forma maliciosa. Arregalo os olhos.

—Não! Não vamos fazer isso. — afirmo convicta e ela ri.

           Todos parecem confusos sobre a situação, eu no caso conheço Peggy demais para ficar.

—Qual é! Só falta menos de duas semanas para o fim do ensino médio, você vai encher a cara daqui a pouco e quer passar por todo tipo de emoção jovial, precisamos disso. — Peggy destaca seus argumentos e me convence. Olho para Armin que está ao meu lado, e faço uma expressão de tédio, antes de puxar o colarinho de sua camisa e o surpreender com um beijo quase bruto.

                Peggy gargalha das caras de choque de todo mundo, principalmente a que seu namorado faz quando nos separamos. Arqueio uma sobrancelha a desafiando e ela ri antes de erguer em cima da mesa pulando sobre Castiel e o beijando, enquanto Lynn gargalha.

             Na mesa redonda que nos encontramos, Lynn se vira para Dake entendendo a brincadeira e beija Dake com fervor. Logo há uma troca, e reproduzindo uma situação que nunca pensei que presenciaria na minha vida vejo Peggy beijando Dake.

                   Não demora muito para que a troca de salivas aconteça entre Armin e Lynn.

              Somos insanos! Essa situação é insana. Mas, eu simplesmente me sinto feliz por tê-los ali comigo.

—É oficial! Depois disso preciso ficar bêbada. — todos concordam aos gritos.

              São exatas vinte rodadas de cervejas, e eu já me encontro rindo como uma hiena, enquanto me agarro a Peggy que não está melhor que eu. Quero dizer que minha versão bêbada é uma daquelas que canta em cima de um balcão de forma sexy, mas, ela é na verdade uma versão minha risonha e bem sincera.

—Okay, eu admito...Antes de eu namorar Dake, eu tinha um penhasco por Castiel, eu acho até que já tive alguns sonhos molhados com ele...No entanto hoje descobri que o beijo dele é decepcionante, desculpe Lynn. — falo com a voz embargada e Castiel revira os olhos.

  —Então admitindo coisas então? Certo, a minha primeira vez com o Armin foi no meu carro depois de uma aula chata de geografia que decidimos cabular, e Alexy nos pegou no flagra, foi absurdamente ridículo. — Peggy admite tão bêbada quanto eu e seu namorado apenas ri de lado.

—A Debrah me chamava de gatinho durante o sexo, era terrívelmente broxante, mas, eu fingia gostar. — Castiel entra na brincadeira das verdades, e dessa vez todos gargalhamos.

              Olhamos para Lynn esperando que ela passe vergonha também, e ela suspira antes de falar.

—Eu admito que...Quando conheci Peggy eu achei ela uma vadia egoísta. — Todos dizem um “eu também”  e a mencionada apenas ergue seu copo com desdém. —Mas, eu aprendi a amá-la com todo meu coração e estou terrivelmente assustada com a ideia de que agora que encontrei uma pessoa tão especial assim na minha vida vou ter de deixá-la por causa da faculdade. — uma lágrima escapa todos nos olhamos sério.

—Falta pouco para crescermos. — noto e eles concordam. — Fiquei por um tempo pensando em coisas épicas que poderia fazer para que minha vida valesse a pena e agora percebi que essas coisas só serão épicas se vocês estiverem lá para verem. — digo isso com toda sinceridade.

       Dake que não havia bebido nada alcóolico também entrou na onda de admitir algo.

—Eu admito que nunca imaginei que nos últimos dias da minha vida de estudante do ensino médio eu estaria tendo esse momento ridículo com as pessoas mais estranhas do universo, mas, admito também que esse é o único lugar que quero estar agora. — nos entreolhamos de novo, foi então que percebemos... Depois da escola, não sabíamos quando íamos nos ver de novo. Acabava aqui. É engraçado. Em momentos assim, quando o que está acontecendo é demais para se lidar, às vezes é melhor...Não dizer nada e apenas aproveitar o tempo que resta. E foi isso que fizemos.


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Notas finais do capítulo

Só queria deixar esclarecido que nunca imaginei uma versão de De Repente É Amor que Dake fosse com Florence para New York.
Comentem!



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