De Repente É Amor escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 38
Capítulo 37 - Fotos, Amigos e Um Artigo.


Notas iniciais do capítulo

Um dos capítulos mais fofinhos da história, infelizmente o momento com o Castiel ficou para o próximo, que terá um momento descontraídos com todos os amigos.

Ah vamos dizer que o artigo da Florence foi aceito mais pela emoção do que pela "estrutura" okay? Aqui é ficção minha gente. E sim, desde o inicio esse seria o tema do artigo dela.

Boa Leitura!



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Música

Ponto de vista: Florence Elliott.

           A praia estava praticamente vazia, o céu cinzento e as ondas se comportavam de maneira rebelde. Só o barulho delas se fazia ser ouvido, de repente olhei para o lado e vi Nathaniel, o mesmo me fitava com desapontamento. Ainda sim me aproximei dele e aproximei seu corpo do meu.

“—Por que não me deixa fazer isso, Nathaniel? Por que não me deixa corromper toda sua bondade? Por que não vem para a escuridão comigo? — insinuei com uma risada quase insana, logo que encostava meu nariz de leve no seu. 
                 —Não posso. — responde sem aparentar querer ceder.
                —Por que não? — sussurro.
            —Porque eu preciso ser a pessoa que te salva dessa vez. — fico calada, quando ouço aquilo.”

              Então de repente, mais elementos são acrescentados a situação, Dake aparece também naquela praia e com um sorriso me olha.

—Vamos Flore, você sabe que sou eu quem você quer, sabe que posso te aceitar com toda dor. Eu sempre vou ser a pessoa que te salva. — ele estica sua mão na direção da minha, olho para Nathaniel e depois para ele.

              Mas, antes que eu possa tomar uma decisão, meus olhos se abrem e eu acordo desse sonho.

               Observo o quarto no qual passei boa parte de minha vida e tento recuperar meu ar. Me encontrava suada, e quase tremendo. Passei as mãos por meu rosto tentando me recuperar, tendo convicção que tudo isso tinha a ver com a situação que tive ontem com Nathaniel.

             Me levantei da cama, forçando meu corpo a se preparar para um dia intenso e tendo em mente que precisava me apressar se não meu plano daria errado. Minha higiene pessoal é feita de forma rápido, e antes que eu sequer note já estou na sala da minha casa, trajando um dos meus looks neutros e práticos de sempre, carregando comigo uma caixa.

           Do balcão da cozinha, Agatha observa minha ação e franze as sobrancelhas.

—Ainda falta uma hora para a escola abrir, por que já está arrumada? — indaga ligando a cafeteira.

—Preciso deixar algo lá antes, a diretora me deu permissão depois de eu ter feito um drama de horas ontem a noite pelo telefone. — comento, rindo ao lembrar disso. Coloco a caixa sobre o sofá e me aproximo do tapete onde Booh está para acaricia-lo.

—Faraize me contou ontem sobre a grande novidade, o estranho é que você que foi a grande premiada com ela não comentou nada sobre isso. — ela fala isso se referindo a Harvard.

—Eu sei o que está pensando, que eu vou desistir do meu sonho porque descobri que Logan também tinha um desejo egoísta do tipo e que por isso deixou minha mãe. Mas, eu não vou, como você mesma destacou ontem, a história deles é a história deles, é hora de eu fazer a minha, e na minha história Harvard sempre teve um papel principal. — explico isso para ela com toda calma que posso. Ela sorri orgulhosa para mim. — Só não contei, porque antes de falar sobre o futuro, preciso resolver meu presente. — conto para ela.

—Boa sorte com isso, querida. — deseja de maneira sincera.

—Agora, eu acho melhor eu ir, e essa caixa vem comigo. — comunico assim que a pego de volta.

—O que acha de jantarmos hoje para comemorar? — questiona, agora que pega uma xícara colorida.

—Se tudo der certo farei isso com meus amigos, mas, podemos almoçar amanhã juntas para comemorar. — ofereço sorridente e ela aceita com um aceno.

—Gosto dessa Florence, a feliz e resolvida Florence. — comenta e eu mordo os lábios.

—Eu amo essa Florence. — afirmo, sabendo que esse alivio no coração tinha a ver com o fato de que pela primeira vez em muito tempo, após tantas complicações, eu sabia o que queria e sabia o que faria para conseguir.

[...]

            O estacionamento da praia estava tão vazio quanto ela própria estava no meu sonho de minutos antes, também pudera era somente cinco e meia da manhã  — ninguém além da minha tia que madruga, e os donos de quiosques — estavam acordados a essa hora aqui. Após andar um pouco e chegar perto do meu carro, dei uma risada ao notar que Alyssa realmente viera e atendera meu pedido. Vestia um moletom e se escondia do frio naquela quase madrugada.

             Quando me viu, a garota que agora não usava mais mexas revirou os olhos e depois riu também.

—Ainda não acredito que você realmente concordou em me ajudar as cinco e meia da manhã. — lhe comunico, pois quando a liguei ontem a noite depois de receber a autorização que precisava da diretora, não esperava que a mesma fosse dizer sim para o que solicitei.

—Eu tenho um coração só para avisar. Me senti sensibilizada com suas intenções. — debocha e eu arqueio uma sobrancelha.

—É isso? Você será uma pessoa legal do tipo Castiel? — indago abrindo a porta do meu carro e colocando a caixa lá dentro.

—Só porque fiz um trato comigo mesma de ser boazinha com você, não significa que volta e meia não te tratarei com deboches e ironias. — deixa claro.

—Então, vou ter que me acostumar com isso? —questiono curiosa e ela sorri.

—Na verdade não, estou indo hoje a tarde para New York. — comenta calmamente e eu franzo as sobrancelhas.

—Você está perseguindo o Nathaniel, é isso? — indago pois é o que parece no momento. Alyssa dá uma risada incrédula.

—O que? Sobre o que você está falando?...Não importa de qualquer forma, é que meu pai conseguiu um emprego lá, na realidade acho que foi por causa desse emprego no mais que ele e minha mãe se separaram, e você sabe, eu não aceitei bem esse divórcio e embora tenho aceito agora, não sei se já lido com isso de forma perfeita, então meu pai ofereceu que eu passasse um tempo com ele lá para espairecer, sabe pelo menos um ano. — sua explicação é sincera e isso me faz olha-la com compreensão.

—É! É engraçado como a vida dos nossos pais formulam mais as nossas do que nós próprios. — comento me lembrando de tudo que venho sentindo desde que descobrir sobre meu pai verdadeiro.

—Sim, é...Mas, que história é essa que o Nathaniel vai para New York? — soa extremamente interessada, dou uma risada, enquanto a puxo pelo braço, indicando que entre no meu carro.

—Muitas coisas aconteceram Alyssa e no caminho até nossa missão secreta, terei tempo de contar elas. — falo me referindo ao término de algo que nunca começou de verdade com Nathaniel.

[...]

Ponto de vista: Dake West.

         Só na noite de ontem chequei meu celular umas cem vezes, esperando que ela me ligasse, esperando ser o porto seguro que eu achava que era para ela, mas, não aconteceu. Florence não precisava mais de mim, aquele tempo havia acabado. Algumas vezes pedi mentalmente que Nathaniel fosse um babaca com ela e que não aceitasse suas complicações somente para eu tê-la de volta. Eu sei que é egoísta, mas, quando amamos alguém de verdade, somos egoístas. Queremos que aquela pessoa só peça ajuda a nós, que só dependa da nossa aceitação, que só nos ame.

            Eu conheço Florence Elliott, por isso a tratei de maneira tão sínica ontem, Florence só reage a dor quando é empurrada contra ela, quando é provocada e desafiada. Eu fazia isso com ela, desde que iniciamos o que temos, ou o que tínhamos, sei lá. É isso que faço com Florence, eu a forço a lutar. Seja lhe irritando, ou lhe dizendo que sempre estarei lá por ela.

               Esse tempo longe dela me fez perceber que se estivéssemos juntos e ela fosse para New York mesmo seria um saco ficar distante dela, mas, também me fez perceber que distância nenhuma seria capaz de me fazer para de ama-la, e tudo o que eu quero é que de alguma forma esse sentimento seja reciproco. Florence uma vez disse que eu não podia querer ser melhor por ela, mas, eu posso, acho que todo mundo tem que ter essa pessoa que te force a ser o melhor por ela. Alguém que te faça querer ser melhor para merecer a felicidade que ela te proporciona. É como se Florence Elliott fosse a tal da pessoa certa para mim, e quando você encontra a pessoa certa, você sabe. Não consegue parar de pensar nela. É sua melhor amiga e sua alma gêmea. Mal pode esperar para passar o resto da vida vida com ela. Ninguém nem nada se compara.

               Agora estou aqui, dirigindo rumo a escola, para quando chegar lá me deparar com a imagem da garota que eu amo sendo feliz com outro e tendo que aguentar, porque sei que de todo jeito a decisão de perdê-la foi minha.  Estacionei na minha vaga de costume e desci do carro, sentindo falta do tempo em que eu e Florence vinhamos para cá juntos compartilhando provocações.

                  Observei a panelinha formada no jardim da escola por Armin, Peggy, Castiel e Lynn nos bancos em frente a Sweet Amoris. Meu amigo havia mesmo desistido de andar com os populares e agora se juntava com as pessoas mais imprevisíveis de todas. Isso por Florence. Tudo de bom que acontece é por Florence. Ela ajuda caras como nós a encontrarem  um bom caminho e é nossa escolha permanecer nele ou não. Fico feliz por Castiel ter escolhido bem.

                A escola por alguma razão estranha ainda estava fechada, isso mesmo que esse fosse o horário que ela abria todos os dias. Apenas por uma garantia estúpida chequei meu celular, e quase arregalei os olhos, quando vi que havia uma mensagem de Florence. Uma mensagem de voz.

              Quase desesperadamente me afastei ainda mais da frente da escola, e cliquei na opção que faria eu ouvi-la.

Hey Dake, é a Florence, mas, isso você já deve ter notado...Eu não sei porque estou te dizendo isso agora, mas, quero que saiba, quando disse que o que havia entre nós estava acabado, eu menti...Eu menti e droga! Você devia saber disso...Eu sei que não estou fazendo sentido agora e que essa é provavelmente a mensagem mais esperançosa e confusa que você já ouviu na vida, mas, eu preciso que você vá para escola hoje e haja o que houver só me ouça. — pede, enquanto eu me encontro estático.

                 Não tem como aquilo ser verdade. Não tem como...O que isso significava para nós?

              Não tive tempo para entender ou tentar, pois antes de qualquer coisa os auto-falantes que ficavam em frente a escola foram ligados. Todos ficaram confusos com isso, e ainda mais quando uma música começou a ser tocada neles. Aquela voz parecia estranhamente com a da Alyssa.

Mãos

Coloque suas mãos vazias nas minhas

E cicatrizes

Mostre-me todas as cicatrizes que você esconde

E hey, se as suas asas estão quebradas

Por favor, pegue as minhas para que as suas possam abrir também

Pois eu vou ficar ao seu lado

Porque eu vou ficar por você

 

Oh, lágrimas fazem muitas marcas em seus olhos

E sofrimento, sei que você está sofrendo, mas eu também

E amor, se suas asas estiverem quebradas

Pegue as minhas emprestadas para que as suas

Possam abrir também

Pois eu vou ficar ao seu lado

Porque eu vou ficar por você

 

Mesmo se nós estamos dividindo

Podemos encontrar uma maneira de romper

Mesmo que nós não podemos encontrar o céu

Vou andar com você através do inferno

Amor, você não está sozinho

Porque eu vou ficar por você

Mesmo que nós não podemos encontrar o céu

Eu vou ficar por você

Mesmo que nós não podemos encontrar o céu

Vou andar com você através do inferno

Amor, você não está sozinho

Porque eu vou ficar por você

 

Sim, você é tudo que eu nunca soube que precisava

E o coração, às vezes não está claro por que ele está batendo

E o amor, se as suas asas estão quebradas

Nós podemos enfrentar essas emoções através de muito

Porque eu vou ficar por você

             Franzi as sobrancelhas, quando as portas da escola foram abertas, e de forma hesitante segui todos até a entrada. Peggy foi na frente guiando todos, mas, parou assim que alcançamos o corredor principal. Todos ficaram abismados e eu me limitei a dar uma risada incrédula, enquanto observava aquilo. Haviam fotos espalhadas pelos armários. Não estou falando de poucas fotos, haviam centenas dela. O melhor? Não eram fotos recentes, se tratavam de registros de quando éramos pré adolescentes até chegarmos a essa idade. Haviam imagens de Castiel tocando guitarra, Dajan nos jogos de basquete, eu surfando, Peggy tirando fotos dos outros sem permissão, Nathaniel lendo na biblioteca, Debrah cantando e Ambre se maquiando. Pessoas fazendo aquilo que mais gostavam de fazer. Para mim, ficou claro ali quem havia feito todas essas coisas.

         Todas essas fotos eram como pistas que guiavam para um caminho, a longo prazo notei que elas paravam no refeitório da escola, Castiel que também notou isso foi o primeiro a trilhar o caminho até lá.

             Toda a coisa só melhorava, logo perto do palco presente lá onde a diretora dava grande parte dos avisos havia um grande painel de fotos, só que essas eram mais especiais do que todas as outras. Eram fotos de quando todos nós viramos amigos, haviam imagens de Armin e Peggy juntos, de Lynn e Peggy se abraçando, assim como de Castiel e Flore e meu melhor amigo e sua respectiva namorada. Mas, as que mais me surpreenderam  com certeza, foram as fotos em que nós dois estávamos juntos como namorados. Havia a foto tirada por Peggy quando nos beijamos na praia e que é decoração da minha cabeceira e uma de nós dois colados um no outro no estacionamento da escola. Sorrindo apaixonados.

               Os retratados no painel estavam completamente emocionados, parecia significar mais para eles. Chutei que poderia ser um pedido de desculpas dado o sumiço dela, mas, para mim, eu não sei o que significava.

                  Então, rompendo a emoção disso, a diretora apareceu no palco.

—Eu sei que todos estão chocados com isso, e estou mais ainda por ter deixado tudo acontecer, mas, de qualquer forma, hoje é um dia especial para escola Sweet Amoris, ontem uma de nossas alunas mias brilhantes conseguiu uma bolsa para Harvard, através de um artigo, e hoje Florence Elliott nos dará a honra de ouvi-la recitar esse artigo. — anunciou estranhamente sorridente. Então é isso, para mim, isso tudo só significa uma despedida.

           Florence surgiu no palco, parecendo completamente nervosa, então de forma hesitante se aproximou do microfone. Ela olhou para todos a sua volta e fixou seu olhar em seus amigos, antes de sorrir. 

          Engoli a seco com certo medo do que aconteceria a seguir.

          Peggy a olhou, a encorajando a iniciar.

 —  Quando me pediram para escrever esse artigo, disseram que a temática dele era; encontrar uma coisa que não entendo e tentar explica-la. De inicio, a minha ideia central era falar sobre a popularidade, porque de verdade nunca entendi vocês populares e suas ações idiotas, o meu artigo até que ia bem, mas, ai coisas aconteceram e eu notei que tinha que falar muito mais do que só de uma coisa de que eu não compreendia, eu tinha que falar de algo que me inspirasse. — iniciou com o artigo impresso em mãos, todos a olharam com expectativa, principalmente seus amigos. — Foi ai que eu escolhi um novo tema, em um momento nada propício para ele devo acrescentar. — dá uma risada de sua  própria situação, então me encara, eu que estou a olhando fixamente.  — O título do artigo que me garantiu uma bolsa para Harvard? “Uma coisa que não entendo; Meu amor por Dake West”. — dá outra risada, mas, essa em meio as lágrimas que já começam a cair. Arregalei os olhos, e Peggy revirou os olhos, também rindo.

 —Sinceramente, isso é uma coisa que nunca entendi, nem sei se vou chegar a fazê-lo. Então, agora começarei a ler meu artigo para vocês    “Demorei bastante tempo para decidir sobre o que se trataria esse artigo, digo, minha missão era encontrar algo que eu não entendesse, e montar uma teoria coerente para explicar essa coisa. Há muitas coisas que não entendo, logo que sou somente uma adolescente inexperiente, descobrindo a vida aos poucos, tudo bem que já tive experiências trágicas que me fizeram crescer mais rápido que todas as outras pessoas, mas, isso não me torna sábia o suficiente para compreender tudo e porque as coisas são como são. Sim, há milhares de coisas as quais eu não entendo, mas, essa é a principal delas.

               Quando eu conheci Dake West, eu estava morta por dentro, quebrada e sem chances de conserto. Não, quando eu o vi pela primeira vez eu não me apaixonei por ele, como acontece em livros românticos vendidos por ai, eu nem dei importância quando conheci meu vizinho surfista, eu nem dei importância a ele nos anos que se passaram após minha mudança para a Austrália e a cada vez que nos víamos nos corredores do Sweet Amoris. Mas, apesar de não lhe dar importância, eu o conhecia, conhecia sua fama, seus erros e seu mal comportamento, só que nem isso fez com que eu me afastasse dele quando pela primeira vez nos falamos em um supermercado após eu ter salvo a vida dele. Tudo mudou para mim naquele exato momento, logo quando eu estava pronta para desistir, Dake me puxou de volta, com brutalidade. Não, ele não só me salvou, ele fez muito mais que isso, Dake me ensinou a viver e depois deu sentido a minha vida, eu me apaixonei por ele com tudo que tinha, e isso me consumiu a cada momento, a dor foi embora por causa dele. O que temos vai além de qualquer coisa que exista, temos essa química que nos atraí um para o outro toda hora, somos parceiros e amigos quando queremos, e somos dois amantes vorazes. Ele desperta um lado meu que me faz me sentir completa, ele me completa. Ele me ama. E ele precisa de mim, tanto quanto eu sempre preciso dele.

               Eu sei que Dake tem defeitos, é claro que sei, eu me machuco de verdade a cada vez que ele age de maneira imbecil e destaca eles, mas, não importa quanto eu diga que não vou perdoar dessa vez, eu irei. Porque, eu sei quem Dake é de verdade. E na realidade, você tem que gostar de alguém por dentro. Tem que amar os defeitos e manias, não basta dizer que gosta só porque a pessoa é gentil. Ela pode ser gentil com todo mundo. Você precisa conseguir ver o que ninguém mais vê. E aí sim, será amor. E eu vejo o que ninguém mais vê, eu vejo a bondade nele, vejo quando ele cuida de mim, quando me abraça e diz que tudo vai ficar bem, vejo bondade nele quando me defende, ou quando sorri para Agatha como se a considerasse tanto quanto eu.

              No começo, Dake foi como uma daquelas músicas que você não gosta ao ouvir logo de primeira, mas, vai gostando depois de colocar para repetir uma, duas, três vezes e quando você percebe já não consegue parar de escutar, dorme e acorda com ela na cabeça. Foi assim, sem que eu percebesse ele já estava em mim.

 

 

          Nesse momento, eu devia estar o odiando, Dake fez algo realmente horrível, mas, meu coração só consegue focar na parte que eu o amo, e que independente do que aconteça eu sempre vou estar apaixonada por ele, mesmo que minta para ele e para mim mesma ao dizer que não. Nos últimos dias, eu tentei absurdamente fingir que não amo mais ele, eu até tentei acreditar que podia amar outra pessoa que merecia mais meu amor do que qualquer um, mas, não dá, meu coração escolheu ele. Por mais que se tente, não se pode ignorar a quem se ama. Quando o coração se rebela contra a razão, o amor fica acima de tudo, mesmo que você tenha um ou mil motivos para odiar. Não será isso um sinal de que o amor em qualquer uma de suas formas, é a resposta para nossas perguntas? E o remédio para nossas angústias?”

                  Ao longo desses dias, eu pude ver nos seus olhos, que ele honestamente acreditou que eu não o queria mais. O conceito mais absurdo, mais ridículo, como se houvesse alguma forma de eu existir sem precisar dele.

           Então para explicar porque eu o amo, eu teria que primeiramente explicar o que é amor, e eu não sei, acho que o amor não precisa ser explicado. Em tantos milênios, os humanos nunca entenderam o amor. Quanto é físico, quanto está na mente? Quanto é acidente e quanto é destino? Por que casamentos perfeitos se desintegram e casais impossíveis prosperam? Não sei as respostas nem um pouco mais que eles. O amor simplesmente está onde está e você só precisa aceitá-lo ...E isso sou eu, tentando achar sentido em algo que filósofos estudam há anos sobre, essa sou eu, Florence Elliott, dizendo a vocês que simplesmente existem coisas, que não tem como ser explicadas.

         Um silêncio assustador se formou assim que Florence acabou de ler o artigo, mas, ele logo se transformou em palmas, gritos e assovios.

           Lágrimas agora também escapavam por meus olhos e eu não me envergonhei em derrama-las. Ainda havia esperança sim, eu havia acabado de presenciar a cena mais perfeita da minha vida. Não, não fazia sentido. Mas amor não faz sentido. Digo, não dá para ser lógico ou não sobre isso. Amor é totalmente sem sentido, mas, temos que continuar ou estamos perdidos e... E o amor está morto e a humanidade deveria enterrá-lo. Porque amar é a melhor coisa que fazemos. Eu sei disso porque quando amo Florence Elliott me sinto completo, sei disso porque foi esse sentimento que me fez praticamente correr até ela no palco, enquanto ela me recebia rindo e chorando ao mesmo tempo.

—Eu sei o que deve estar se questionando agora, mas, coisas aconteceram na minha vida Dake, e eu percebi como é fácil se separar das pessoas para sempre. É por isso que quando encontra  se alguém que você quer manter por perto, você faz algo a respeito. E eu te quero na minha vida, não importa se eu for para Harvard, sei que podemos fazer isso dar certo. Por toda nossa relação você acreditou que eu não via um futuro com você, mas, estava errado, eu sempre vi um futuro com você, e isso foi o que sempre me assustou, porque...Menti quando disse que se você me pedisse para ficar eu diria não, eu diria sim porque amo você...Eu amo você e é por isso que perdoou de verdade seus erros, se tentar perdoar os meus. — me conta aquilo da maneira mais emocionada de todas.

—Ficar com o representante não foi um erro. — admito aquilo para ela e para mim mesmo e Florence se surpreende. — Desde o começo, você precisava disso para esclarecer como se sentia, por isso agora antes de surtar sobre tudo que você fez eu preciso saber, o que descobriu ao namorar Nathaniel? — aquela resposta decidiria nosso futuro.

—Que eu nunca vou amar alguém como amo você. — sua resposta rápida e convicta me fez respirar aliviado.

—Isso é ótimo, porque nossa distância me fez descobrir uma coisa também; Eu sempre vou esperar por você, não importa onde esteja, ou quanto demore para voltar. — revelo e ela dá uma risada. Não podia suportar a ideia de nunca mais escutar esse riso.

—Você sempre estará comigo Dake, ainda não notou isso? Você está comigo no meu coração e na minha cabeça. Eu te amo, seu idiota. — dito isso, ela enrosca suas mãos em meu pescoço.

—Eu quero tanto te beijar agora. — lhe conto.

—Então beije. — e é isso que faço, a beijando de maneira desesperada, querendo aplacar a saudade que tive dela por todo esse tempo, e querendo mostrar que realmente sempre esperaria por ela.

                   Sempre esperaria pela minha salvadora do supermercado.


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Notas finais do capítulo

Owntttttttttt ♥
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