De Repente É Amor escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 37
Capítulo 36 - Florence Elliott Sou Eu.


Notas iniciais do capítulo

Antes de irmos para esse capítulo preciso fazer um discurso, sério! Por um longo tempo tentei esconder o rumo da fanfic dando falsas pistas, insinuando que a Florence se tornaria outra pessoa, postando diálogos loucos (que estranhamente ainda serão usados aqui) e esse tipo de coisa, foi legal para mim e espero que não me odeiem por isso hahaha *A parte da Florence bêbada ainda vai acontecer hahahaaha.

Bem, o fato é que agora tenho que lhes dar uma noticia não muito boa. De Repente É Amor está chegando na sua reta final, não sei quantos capítulos faltam para acabar 10, 15 ou até mesmo só 5 kkkk depende de quantas palavras vou decidir colocar em cada um.

Esse capítulo é um dos mais emotivos que já escrevi e retrata um fim que lutei muito para decidir colocar.

Boa Leitura!



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Música do capítulo!

Nunca vi minha tia tão pálida e desaminada. Agora com ela sentada no sofá de nossa casa, a espera da conversa que devo supor que ela ansiou para que tivessemos, observei seu rosto refletir toda sua dor. Que não era nem metade da minha. Não. Ela não se sentia corrompida, traída e magoada como eu. Ela não se sentia errada no mundo, não se sentia como se uma parte de si fosse arrancada dela, como se ela não soubesse mais quem é. Eu sinto isso, e todas essas coisas conflitavam com o resto. Eu queria chorar, ao mesmo tempo que sabia que se fizesse isso não pararia mais.

        Andei em passos hesitantes até ela, brincando com meus próprios dedos ao ponto que tentava não desabafar antes mesmo que as palavras saissem da minha boca. Fugi por duas semanas desse momento. Fugi da verdade sobre mim, e a realidade é que descobri que não importa para onde eu corra, ela sempre estará ali. Não é sobre algo que aconteceu comigo. É sobre quem eu sou.

—Eu não sei por onde começar. — ela admitiu após um tempo, lágrimas silenciosas deslizavam por seu rosto. Mordi os lábios para segurar as minhas. Eu sentia meu coração latejar de novo. — Eu sinto tanto, Florence. — acho que finalmente descobriu.

—Por que parte especificamente? — soltei aquilo de forma dolorida. — Por que nunca me contou, Agatha? Por que nunca me contou que toda a minha vida foi uma mentira? — questionei de forma desesperada, e ela se levantou alarmada.

—Nada foi uma mentira, Florence. Você teve dois pais maravilhosos, foi feliz com eles, eles morreram infelizmente. Mas, tudo foi real para você. — tenta me garantir disso, e eu dou uma risada cheia de escárnio.

—Nada foi real, Agatha! Landon não é meu pai, e ele nunca foi capaz de me dizer isso. — grito ofegante. Ela arregalou os olhos.

—É claro que ele foi! Ele te amou desde o primeiro momento em que te viu, ele te desejou quando você ainda estava na barriga da sua mãe, e quando você nasceu cuidou de você. — mostra seu ponto e eu finalmente começo a chorar.

—Me desejou? Eu não fui desejada por ninguém Agatha, eu fui um erro no percurso droga! Deve ser por isso que perdi eles, porque eu não os merecia, porque eu nunca mereci estar aqui. — nem sei se faço mais sentido.

—Não diga esse tipo de absurdo, Florence. — Agatha exige tentando se aproximar de mim, mas, eu me esquivo.

Florence, você sempre fez um discurso tão bonito sobre o significado desse nome, mas, nem a verdade sobre isso me pertence, eu tenho esse nome por causa de um sonho do babaca que engravidou minha mãe.  — passo a mão por meu rosto, chorando. — Eu sou igual a ele, Agatha, seus mesmo sonhos, suas mesmas ambições...E minha história, eu me apaixonei por um cara igual a ele, eu me apaixonei pelo Dake, e quando ele me magoou fiquei com o Nathaniel, exatamente como minha mãe ficou com Landon...E você sempre soube disso, e nunca fez nada para que as coisas mudassem, que o final fosse diferente dessa vez. — acuso ofegante e ela suspira.

—Algumas coisas estão no destino, Florence, você não pode simplesmente mudá-las. A única coisa que você tem controle de mudar no mundo é você mesma. — nem naquele momento ela para com esses conselhos idiotas.

—Algumas  coisas precisam ser mudadas. — esclareço para ela.

—Precisam mesmo, querida? O que está fazendo? Acha que eu não te conheço o suficiente para saber que está bancando a adolescente rebelde que se afasta de todos por um razão que não é egoísta? — indaga observadora do jeito que é.

—Eu estou voltando para aquele poço fundo, posso sentir ele se aproximando, e eu estou me afastando de todos, porque não quero ninguém comigo lá. Eu estou quebrada de novo, e eu não sei se posso voltar. Só quero que todos sejam felizes...Não quero que  Nathaniel principalmente tenha que sofrer por mim. — admito a razão para o que estou fazendo, e chego a soluçar.  Sem aviso prévio, ela me puxa para um abraço que dessa vez aceito.

—Duas semanas longe e algumas palavras duras não são o suficiente para que as pessoas que te amam se afastem de você, nunca se desiste de quem se ama, Florence. E eles te amam, assim como seus pais...E eu posso te garantir, Dake não é o Logan, Nathaniel não é o Landon, e você absolutamente não é a Mila. — ela me vira e segura meu rosto com firmeza quando diz isso.

—E quem eu sou? — estou desesperada para saber.

—A pessoa mais forte que conheço, mais bondosa, e corajosa do mundo, e sei o que pensa, que o sobrenome Elliott  é o que te faz ser assim, mas, não é. O que te faz ser assim é o seu coração, ele é bom, e cheio de luz, nenhuma dor pode tirar isso de você. — acaricia minha bochecha, enquanto choro.

—Eu só sinto dor, não consigo respirar. — admito e é a vez dela de cair realmente no choro. — O que eu vou fazer? —  questiono, implorando por uma saída.

—Nós vamos lutar juntas. — Agatha garante me abraçando de novo. — Como sempre fizemos. — afirma.

[...]

           Enquanto tomo banho, flashs de um momento muito triste daquelas duas semanas povoam minha mente, cenas do dia que fui ao hospital e descobri  que a senhora Harvey — a qual eu descobri ser minha avó —  morreu, e que a ficha sobre a verdade realmente caiu.

          Ali naquele momento, eu já tinha me afastado de Ethan completamente. Quando nos reencontramos bebi um pouco com ele sim, até pensei em aceitar sua “ajuda”, mas, ai me foquei no fato de como o conheci; Ethan era o garoto que machucava Kentin fisica e emocionalmente quando eramos crianças e estudávamos juntos. Ele era uma pessoa ruim, o que eu me tornaria se aceitasse ficar perto dele? Lhe dei um fora naquela mesma noite, e logo depois segui para casa de Kentin onde pedi hospedagem.

      Nos dois dias que se sucederam me tranquei no quarto de hóspedes, e chorei como se não houvesse amanhã. O interessante é que mesmo com isso, Kentin não insistiu para que eu contasse o que estava acontecendo comigo. Ele simplesmente ficou abraçado comigo e deixou que eu chorasse mais. No dia seguinte, o que fiz foi ir ao hospital, contrariando o que ela tinha me pedido. Não compareci ao velório, nem ao enterro, então não sei se Logan fez as pazes com a mãe.

         Um tempo depois, decidi seguir meu plano de auto conhecimento, a qual tinha explicado a Kentin e viajei para Toronto. Eu sabia que o Grey residia lá, e uma parte de mim sentia que eu precisava conversar com ele ao menos e encerrar alguma parte da minha história. Agasalhada e com determinação cheguei ao seu endereço.

              Dentro do táxi tentei me prepar para tudo; Para uma rejeição, para um abraço, para uma briga...Mas, nada me preparou para o que vi. Assim que me aproximei do jardim de sua casa com a fachada acolhedora, observei o homem que conheci em um quiosque há muito tempo, brincando de jogar bolas de neve com sua família. E quando digo família me refiro a sua bela esposa, e sua filha de no máximo onze anos, muito parecida com ele. Minha determinação acabou ali. Não me aproximei, porque eu me toquei que ele não me queria na sua vida. Eu fui um erro para ele, e era o que eu sempre seria. Eu mentiria se dissesse que em meio ao ódio que eu senti por todas as coisas ruins que ele fez não existisse um pouco de esperança. Uma parte tola de mim acreditava que talvez Logan pudesse ser minha segunda chance. A de ter uma família.

             Os dias que passei reclusa não se trataram de festas, bebedeiras ou péssimas atitudes. Hospeda em um hotel qualquer dali, fiquei somente com a dor. Me isolei porque sabia que era mais fácil, eu já tinha experiência com ela. Fitei meu reflexo no espelho e encontrei a garota que eu era antes de Dake e foi ali que eu soube o que aconteceria a seguir, eu me afogaria de novo.

               Decidi logo que iria sozinha novamente, por isso bolei o plano de ser a mais odiável das pessoas para que meus amigos desistissem de mim. É estúpido, mas, acho que quando as pessoas estão com medo de machucarem quem amam ela sempre são estúpidas.

           No aeroporto, esperando o voo de volta para Austrália, notei que o plano não daria totalmente certo, então decidi que precisava de pelo menos uma pessoa, e foi ai de fora imprevisível que o liguei e ele aceitou me ver. Quando desembarquei em Sidney, Leigh já estava lá. Enquanto eu fazia um relato das drogas de dia que tive, ele me ouviu atentamente. Eu podia muito bem fazer aquele desabafo com um dos meus melhores amigos, mas, em frente a  eles eu não conseguiria ser tão forte quanto fui contando ao irmão de Lysandre. Eu só precisava que alguém me ouvisse. Foi ele também que me levou até a escola.

           Na frente dela, meu histórico de dias ruins só piorou quando alunos irresponsáveis do primeiro ano que estavam contrabandeando bebida para algum jogo que teria hoje, derramaram cerveja em mim.

          Depois disso eu só queria me justificar com a diretora e dar o fora dali, mas, ela me monopolizou ao me contar que eu consegui a bolsa em Harvard através do meu artigo, já que as pessoas que a leram se emocionaram muito com ele. Em outras circunstâncias eu pularia de felicidade, mas, ali só consegui considerar que aquilo era alguma zombaria do meu destino. Consegui a bolsa bem no momento que descobri porque sempre quis tanto ela; Porque eu igual ao meu pai que não me queria.

                   Ela me pediu para que eu lesse o artigo amanhã na escola e de forma desdenhosa eu diria que iria pensar. Foi quando os reencontrei; Meus amigos. Tão magoados comigo, e Nathaniel...Escondendo toda sua decepção, quis abraça-lo e dizer que tudo ficaria bem, mas, eu não sei se vai ficar. Tentei afastá-los usando a ideia logo que criei e após isso fugi deles.

           Chegando em casa encontrei a pessoa na qual os meus pensamentos estavam sempre focados durante esses dias. Toda essa reflexão sobre os erros de Logan, fez com que eu me recordasse dos de Dake.  Na cozinha da minha casa, eu o vi cuidando da minha tia e resisti a minha vontade de sorrir. Foi por aquele Dake que eu me apaixonei, o bom garoto que ninguém além de mim via de forma perfeita. Era com aquele Dake que eu estava disposta a lutar para ser feliz.

                E foi ai que sendo maduro de uma forma que nunca foi antes, ele me sentenciou a tomar uma decisão real sobre as coisas dessa vez.

               Agora, voltei a mim e saí do box do banheiro, me enxugando rapidamente e colocando uma lingerie. Fitei meu reflexo no espelho de novo e pela primeira vez em dias sorri de verdade, conectei o secador na tomada e de modo quase neurótico deixei meus cabelos lisos e alinhados como usava quando era somente a melhor amiga assustada de Nathaniel Dilaurentis.

               No armário achei uma blusa de alças bege que combinava bem com a calça jeans e as sapatilhas que coloquei. Aquela era Florence Elliott, e quer saber? Eu amo ser Florence Elliott, e de algum jeito toda vez que me perdesse dela, sempre acharia o caminho de volta.

            Antes de ir abri a janela que dava para a casa de Dake. Ele estava lá. Eu sentia. Dake sempre estaria lá.

[...]

           O loiro não parecia surpreso quando abriu a porta para mim, ele me conhecia o suficiente para saber que eu viria, que a qualquer momento eu desistiria desse comportamento ridículo. Nathaniel deu espaço para que eu entrasse e eu pude notar ele me avaliando de cima a baixo. Seguimos em silêncio até os sofás, ele permaneceu calado por um bom tempo, e eu de forma calma me sentei na mesa de centro de frente para ele.

            Olhei para ele com uma expressão dolorosa, enquanto as lágrimas ameaçavam cair de novo. Ele também já estava com os olhos marejados.

—Eu sinto muito por ter sumido por duas semanas e quando voltar ser uma verdadeira vadia com você. — começo assim, com a voz embargada. — Sinto muito por não cumprir minha promessa de voltar sendo a Florence pela qual você se apaixonou...E sinto muito por não estar pronta para conversar com você sobre o que me fez ficar tão frágil. —  continuo.  — Foram longa semanas, e durante elas, eu tive tempo para pensar, e para sentir. — tenho que deixar esse explicíto.

—Florence... — sei que no fundo do seu coração ele já sabe o que falarei. Dou um sorriso triste e puxo suas mãos para mim.

—Eu te amo, Nathaniel Dilaurentis. — falo isso com toda certeza que tenho. — Amo a forma como você me acha quase perfeita, amo o fato de estar sempre ao meu lado e amo tudo que já fez por mim. Eu me apaixonei por você, quando notei que não tinha como não se apaixonar, você é tão incrível, é literalmente a melhor pessoa que já conheci...Você me fez tão feliz, você me deu um aniversário perfeito, e lembranças especiais que estarão sempre comigo me lembrando o quão bom é ser amada.   — agora eu já choro, em meio a sorrisos. — Você nunca deveria sofrer, você é bom demais para isso, e droga! Não importa o que aconteça, sempre chegamos nesse ponto, no qual você se magoa por notar que eu não te amo tanto quanto você me ama. Você é meu melhor amigo, Nathaniel, e tudo que eu sempre quis foi que fosse feliz. — lhe conto isso.  — E eu não posso te fazer feliz, nunca vou poder...Você merece mais do que alguém incompleto. Eu sou quebrada sim, mas, vai muito além que isso. — admito a verdade. — Eu sempre fui egoísta pedindo para que você não me deixe, mas, ai eu notei que sou eu que devo deixar você ir. Você precisa se libertar de mim, assim como se libertou dos seus pais, porque me amar te faz mal, Nath...E o amor não deve causar mal, ele só deve curar, e eu acho que foi isso do fundo do seu coração que você sempre precisou ouvir de mim; Eu te deixo ir. — desabafo, enquanto ele chora a ponto de soluçar. — Eu sei que em outra vida, e em outras circunstâncias daríamos certo de alguma forma...Mas, aqui...Agora...Sempre será o Dake. — é assim que me sinto. — Você está certo, nós escolhemos quem amamos, e eu...Não importa o que aconteça, eu sempre vou escolher ele. — é duro falar essa última parte.

          Para minha surpresa em meio as lágrimas, Nathaniel ri antes de assentir.

—Esse é o fim do nosso ciclo vicioso, Florence? — indaga parecendo estranhamente aliviado.

—Eu espero que sim. — lhe digo e de modo estranho nós dois rimos.

—Acho que esse é um bom momento para dizer que a diretora me ofereceu o diploma antes da formatura, sabe...Se no caso eu quisesse adiantar minha ida para Harvard, só faltam duas semanas para o fim das aulas. Devido ao que acabada de acontecer conosco, eu acho que é uma boa ideia aceitar. — esse é ele se libertando de mim.

—Será bom. — concordo, tentando enxugar minhas lágrimas. Nunca duvidei de que Nathaniel fosse entender minha intenção, ele era o melhor homem de todos. Tirei as passagens de dentro da minha bolsa e entreguei para ele.

—Entregue a Ambre, eu acho que ela arranjará uma maneira boa de aproveita-las. — Nathaniel assente, e as guarda em cima de um aparador de canto. — Eu consegui a bolsa, acho que esse é momento que te digo isso. — ele sorri, parecendo realmente feliz por isso.

—Te verei no verão então. — nota, e acho que isso é tempo suficiente para um recomeço.

—Ah, a diretora pediu para que eu lesse o artigo na frente de todos amanhã na escola, antes dessa conversa, eu estava decidida a nunca ler ele para ninguém...Mas, eu acho que preciso...Só espero que não me odeio quando souber do que se trata. — lhe conto suspirando.

—De qualquer forma, eu não estarei lá para ouvir. — tenta brincar.

—Obrigada. — agradeço, olhando para ele com amor. — Por tudo. — resumo.

—Obrigada por ser a minha Robin. — nós dois rimos de novo, agora por essa referência. — Eu não serei o Teddy sobre o fato de te esperar para sempre, mas, eu serei sobre esperar que sempre seja feliz. — depois disso nos abraçamos e é um fim. Um fim necessário para ambos.


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Notas finais do capítulo

Então, com essa eu lhes digo oficialmente que Florence e Nathaniel não são endgame.
Teremos a leitura do artigo no próximo!
E momento com Castiel nele!

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