De Repente É Amor escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 23
Capítulo 22 - Dias De Um Trato.


Notas iniciais do capítulo

A dinâmica desse capítulo é bem interessante, e ele será totalmente focado em Nathaniel e Flore, no próximo já teremos Dake de volta!
Tem música no capítulo!
Boa Leitura!



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(Música do Capítulo)

   O maior erro seria não cometer um erro porque você vai passar a sua vida inteira sem saber se era um erro ou não. — How I Met Your Mother. 

Ponto de vista: Florence Elliott.

    Estava errada, quando pensei que Dake era o único que poderia me jogar na escuridão de novo. Achei que ele tinha esse poder, mas, estava, terrivelmente errada. Nathaniel também tem, talvez ele tenha mais que todos. Porque, mesmo, eu não dando a importância devida a isso, Nath foi a primeira pessoa em que confiei após tudo.

           Ali, sentada na arquibancada do ginásio, chorando como se não houvesse amanhã, permiti que a constatação obvia viesse a tona; Eu deixei que as coisas chegassem a um ponto preocupante. Um ponto em que eu machucava uma pessoa maravilhosa.

          Minha versão de 15 anos, andava de cabeça baixa pelo corredor principal da Sweet Amoris, eu tinha a intenção de fugir da próxima aula e voltar para minha casa, na praia. Naquele dia, ficar presa em um ambiente cheio de adolescentes barulhentos, parecia uma  péssima ideia.

             Aquela versão destacava, o quão anti-social eu podia ser, faziam 3 anos que eu me mudara para Austrália, e até aquele ponto, eu não tinha amigos. Mal falava com as pessoas. Na verdade, só me comunicava por educação, com um : Com licença, por favor e obrigada.

              Não estava pronta para o que viria a seguir; Um esbarrão. Um daqueles clichês que ocorrem em filmes românticos, só que nesse caso, eu não havia esbarrado em uma pessoa desconhecida. Era Nathaniel. Fazíamos aula de história juntos, e ele parecia legal. Diferente de sua irmã.

          Por conta de nossa leve colisão, vários papeis que ele segurava foram ao chão. Logo pensei que deveria ser algo da administração da escola,  afinal naquele ano, ele entrara no grêmio.

  Me agachei, e o ajudei a recolher as pastas, e até então, ele não notara quem estava o auxiliando, mas, quando percebeu, parecia claramente surpreso.

 —Eu sinto muito. — falei, assim que nós dois nos levantamos.

      Ele parecia um tanto desconcertado.

—Não...Eu é que estava correndo, fui um irresponsável. — disse sorrindo singelamente.

—Ouço as pessoas falando muitas coisas sobre você, e irresponsável com certeza não é uma delas. — eu não sabia porque estava fazendo aquilo, mas, ele soava como alguém tão confiável, que conseguir falar foi algo fácil.

—Espero que as pessoas falem coisas boas realmente. — comentou divertido.

—Bom aluno, cara simpático e super prestativo...Na verdade, seu único defeito aparente é ser irmão da Ambre. — até eu sorri, ao falar isso.

—Isso eu não posso mudar. — não parecia ofendido.

—Eu não mudaria se fosse você. — contei.

—Sério, queria uma irmã como a Ambre? Se quiser posso te dar ela de presente. — me conta me olhando, de um jeito estranho. Mas, parecia ser bom.

—Gostaria de ter alguém, com quem dividir o que eu sinto, alguém para se preocupar comigo com toda alma...Porque, mesmo todos falando sobre os defeitos dela, eu sei que se algo acontecesse com você, Ambre seria a primeira a engolir seu orgulho para te ajudar. — aquela se tornou a conversa mais longa, que tive com alguém da escola, desde que cheguei ali.

—É...Acho que engoliria sim. — comenta, e então todo seu atraso não parece tão importante, como quando ele corria, rumo a um lugar desconhecido.

—Acho que estou te atrapalhando, você não ia a algum lugar? — questionei sorrindo, e ele piscou algumas vezes.

—É...A diretora está me esperando...Parece, que a ideia de trabalhar no grêmio, sozinho, não é tão boa quanto eu achava. — brinca.

—Eu posso te ajudar. — ofereci sem entender porque. Só parecia correto, ajudar alguém como ele. — De vez em quando. — falei para disfarçar, ao notar que disse rápido demais. — Se você quiser. — complemento, e é a vez dele de sorrir.

—Eu adoraria, Florence. — ele sabia meu nome. É claro que sabia.

—Flore...Eu gosto quando me chamam de Flore. — contei e ele assentiu, ainda sorrindo.

      Não, eu não iria perde-lo. Não iria perder essa pessoa que chegou a minha vida, só para melhorar. Não perderia meu melhor amigo. Não perderia, porque a ideia de não te-lo sempre ao meu lado, era assustadora demais.

           Puxei minha mochila, com toda determinação que pude, e no caminho até onde eu queria chegar, me dei ao trabalho de enxugar as lágrimas, que banhavam meu rosto.

         Por causa da minha cena com Nath alguns minutos atrás, as pessoas me olhavam com estranheza. Podia ouvir os cochichos; as fofocas que estavam sendo espalhadas. Mas, de todas aquelas, me preocupava em relação a Peggy, sentia que tinha a tratado mal, só que não estava com cabeça para ir atrás dela, me desculpar.

            Eu precisava que uma pessoa em questão me perdoasse agora, e com certeza não era ela.

     Cheguei a escadaria, uma espécie de “point” da Ambre e de seu bando, e para minha sorte, ela estava lá.

—Preciso falar com você. — disse firme.

—Não vou falar com você. — quis se fazer de rainha da indiferença, em frente a suas amiguinhas.

—Ambre, você deve saber da briga que tive com Nathaniel no corredor... — falei e ela me olhou com desdém.

—Sim, aquela em que mais uma vez, você o fez de idiota. — ela debocha.

—Eu me importo com ele, e você sabe disso, me importo de uma forma, que eu nem ao menos sabia que me importava. Você me disse que o fardo do Nath, era ser machucado pelas pessoas que ele ama. Mas, não posso continuar fazendo isso com ele, preciso consertar o que fiz. — comunico, já sentindo as lágrimas querendo voltar.

—Então o deixe. — pede.

—Não vou desistir dele...Nathaniel já tem pessoas demais em sua vida, que desistiram de ama-lo de volta. — decreto, e sinto que a sensibilizei com aquilo.

         Ambre suspira.

—O que quer? — finalmente cede.

—Preciso que me passe o endereço dele. — suas amigas franze as sobrancelhas, para o meu pedido, sem entende-lo e também considerando que Ambre não irá atende-lo.

—Tudo bem.

[...]

    São dois lances de escadas, dez suspiros, e cinco ensaios sobre o que direi, até que eu chegue em frente, a porta do apartamento, que agora tem como locatário, meu ex melhor amigo, ou atual, dependendo da reação dele sobre o que vim fazer aqui.

      Toco a campainha com certa dificuldade, e torço para que ele não feche a porta na minha cara, quando ele ver de quem se trata.

             Nathaniel abre, e não fica surpreso ao me ver ali. Ele me olha fixamente, e eu tento decifra-lo. Pelo menos, ele não fechou na minha cara...Bom, ele é o Nathaniel...Educação acima de indiferença.

            A verdade é que ele me conhecia o suficiente, para saber que aquela discussão, ou seja lá o que tivemos, não acabaria ali.

          Antes que eu fale qualquer coisa, seus olhos recaem sob bandeja de cupcakes, que eu carrego em minhas mãos, e eu trato de explicar.

—No meu aniversário de 16 anos, você levou para escola uma bandeja igual a essa, mas, eu fiz a desfeita de não aceitar, porque não queria comemora-lo...Então no mês seguinte, você comprou ingressos para irmos assistir o Lago dos Cisnes, porque eu disse que sempre achei esse espetáculo lindo, mas, eu recusei o convite....E logo, você me disse que seria legal, se fizéssemos uma casa para o Booh, mesmo ele não indo muito com sua cara, mas, eu também inventei uma desculpa e não quis fazer isso...A questão é que; Eu venho sendo um péssima amiga, bem antes de você notar. — faço esse discurso, de modo calmo.

—Você tem um ponto? Porque se tiver, quero que vá direto a ele. — essa indiferença é o que mais dói.

—Na verdade, eu tenho uma proposta. — digo, mordendo os olhos.

—Proposta? — ele parece incrédulo.

—Uma semana e meia. É isso que eu te peço.  — digo convicta.

—Uma semana e meia para quê? — Nathaniel questiona sem entender.

—Para ser a melhor amiga, que você sempre mereceu. Quando esse tempo acabar, eu entenderei se você quiser, que eu pare de te encher...Uma semana e meia para compensar todo o sofrimento que te causei, não para aumenta-lo...Deixe-me tentar, te mostrar que você pode me enxergar somente como sua amiga. — peço, quase imploro.

—Isso é absurdo, Florence. Não pode mudar o que eu sinto. Ninguém pode. — ele nega.

—Então...Me dê uma semana e meia, para nos despedirmos...Me dê isso, Nathaniel...Por mais que eu não mereça. — minha voz está embargada.

—A semana e meia que Dake não estará aqui, para te impedir de fazer isso. Conveniente. — ele debocha, da soleira da porta.

—Nada de Dake. — falo e ele franze as sobrancelhas. — Nessa semana, vamos ignorar que eu namoro ele...Você vai imaginar uma realidade, em que eu me recuperei da dor que sentia, e vivo feliz, completa, com o fato de ser sua melhor amiga. Sem Dake, sem Peggy, sem Castiel e sem Lynn. Só você e eu, e uma semana e meia perfeita. — ofereço, e ele suspira.

—É ilusão....mais sofrimento...Florence...Não. — diz me olhando nos olhos.

—Nathaniel...Tem que me deixar fazer isso. — afirmo, sem ter argumentos para que ele faça.

              Ele me avalia, como se tomasse a decisão mais importante de sua vida naquele momento.

—Uma semana e meia, e é o fim. — decreta, e por mais que me doa, quando ouço isso. Sei que aquilo estava longe de ser o fim.

—Então, minha primeira proposta é uma maratona de “How I Met Your Mother”, juntos com esses cupcakes. — ele não respondeu com palavras, sua resposta veio, quando ele abriu espaço para que eu entrasse em seu novo apartamento.

[...]

    2 dias depois.

    Sorri para meus amigos, que almoçavam no refeitório, enquanto, ajudava Nathaniel a carregar algumas caixas — que estavam leves. — para a cozinha da escola. Só aquela tarefa nos impedia de cumprir nossa programação da tarde; Assistir a um musical.

           Bom, ontem eu havia feito as pazes com Peggy, ela meio que me forçou a fazer isso, quando surgiu na minha casa as onze da noite e foi ai que eu lhe contei meu plano de “uma semana e meia”, ela riu da minha cara por uns dez minutos, antes de dizer que era uma péssima ideia, e que ela tinha cem por cento de certeza, que algo daria errado.

       Quando ela ligou para contar ao Armin, ele soltou um inexpressivo “Ah”, e eu senti que ele aprovou o que eu fiz. Já quando a Lynn ficou sabendo, fez um discurso sobre como fazer isso, era continuar dando esperanças ao Nathaniel. Castiel, ficou calado, quando eu lhe contei pessoalmente, no porão, e  me perguntou se eu tinha certeza do que estava fazendo...Foi com sinceridade, que eu disse sim.

      Dake nem sonha com isso, claro que liguei para ele para saber como as coisas estavam no Havái, mas, não mencionei nada sobre essa minha ideia. Não é que eu precisasse da aprovação dele, mas, é que, brigar com ele há quilômetros de distância, não estava nos meus planos.

    Bom, meu trato com Nath começou de uma forma bem desastrosa, acontece que marcamos de ir a praia juntos, mas ai, uma chuva dramática inundou a Austrália, no fim, ficamos com mais uma temporada de HIMYM.

     [...]

       Foi no meio daquele musical, que algo incrível e maravilhoso aconteceu, Nathaniel sorriu para mim, pela primeira em muito tempo, ele sorriu para mim com sinceridade. E enquanto ele assistia aquele espetáculo, eu me foquei só nele, e percebi que eu não podia de verdade, perder aquilo. Não podia perder sua companhia, e a paz que ele trazia para mim.

     Saímos dali, renovados, e enquanto comíamos pizza juntos, na lanchonete do teatro, Nath me olhou com estranheza. Eu conhecia aquele olhar, era o que ele me deu, quando falei com ele pela primeira vez.

—Foi um bom musical. — ele afirmou com a voz baixa.

—Sim...Foi mesmo. — eu nem havia prestado atenção no musical.

—Então, o que faremos amanhã, garota do plano? — questiona, me fazendo rir pelo apelido.

—Será surpresa. — adianto, e Nath não parece incomodado com isso.

 —Por que está fazendo isso? — questiona sério.

—O que? Planejando uma surpresa? Quero dar uma emoção as coisas. —brinco.

—Isso...Esse plano. Eu... Não entendo. — admite.

—Nem eu...Mas, eu sinto que precisamos disso. — conto, e ele baixa a cabeça.

—Não acredito que cheguei a esse ponto...Nunca pensei que meu futuro seria esse. — fala com escárnio, e eu franzo as sobrancelhas.

—Como assim? — quero que ele explique, e Nath ergue os olhos na minha direção.

—É meu último ano, antes da faculdade, sempre pensei que tudo seria simples até aqui, eu não esperava me apaixonar por ninguém, e nem sofrer por isso...Estava satisfeito com a ideia de encontrar uma garota legal na faculdade, e então iniciar um namoro sério, que acabaria em um casamento e que definiria minha vida...Eu não imaginava que estaria fora da casa dos meus pais, por um motivo tão ruim...Enfim, não imaginaria que tudo estaria tão confuso...Eu acho que é isso, que acontece com pessoas controladoras e perfeccionistas como eu. Passamos toda a vida, nos preocupando com o futuro. Fazendo planos para o futuro. Tentando prever o futuro. Como se desvendá-lo fosse aliviar o impacto. Mas, o futuro está sempre mudando. O futuro é o lar dos nossos medos mais profundos e das nossas maiores esperanças. Mas, uma coisa é certa ; Quando ele finalmente se revela, o futuro nunca é como imaginamos. — eu entendia seu ponto. Entendia a profundidade daquilo. Eu própria passei boa parte da minha vida, pensando em futuro, que nunca aconteceria.

[...]

1 dia depois.

      Quando ele abriu a porta, e me viu com ela nos braços, arregalou os olhos, sorriu para mim, e em seguida, acariciou os pelos do animalzinho fofo. Sorri de volta, feliz por notar que Nathaniel gostou da surpresa.

—Bom, ela precisava de um lar. Ficava sempre perto da minha casa, implicando com Booh, ou brincando sei lá...Acho que não teria dono melhor do que você. — falo me referindo a gatinha dengosa, que eu segurava.

—Então essa é a surpresa? — ele indaga, arqueando uma sobrancelha.

—Basicamente...Digamos, que nós dois vamos passar a tarde no pet shop, comprando coisas para ela...Alguma sugestão de nome? — questiono sorridente.

—Branca. — fala automaticamente.

—Quanta criatividade. — zombo, esbarrando em seu ombro, e ele ri para mim.

           Nath tirou branca dos meus braços, e ela se aninhou perfeitamente no peitoral ele, cochilando em seguida.

—Que gata traidora. — me finjo de brava.

[...]

 1 dia depois.

     Gargalho tão avidamente, que algumas lágrimas escapam dos meus olhos, e eu quase deixou cair o milk shake que seguro. Nathaniel não estava diferente de mim, ele também ria como se tivéssemos acabado de sair de um circo. Parecíamos dois loucos, andando pela noite, sozinhos e rindo daquele jeito estranho.

           Foi automático, encostei minha cabeça em seu pescoço, e continuei a rir ali, enquanto ele imitava minha expressão de susto, quando um cara me paquerou descaradamente, mesmo sua namorada estando no perto dele.

—Sério, de todas as pessoas que eu supus que me levariam a um show de rock, você foi a única que não pensei. — acuso, ainda rindo, e ele meneia a cabeça.

—Quis te surpreender...Mas, foi uma experiência terrível, aquilo é muito barulhento. — ele declara de forma leve.

—E aquelas pessoas suadas, se encostando uma na outra...Isso é nojento. — afirmo, me lembrando daquele cenário. — É oficial, não nascemos para frequentar lugares assim. — decreto e ele concorda.

—Nem todas as músicas foram terríveis...Apenas a maioria. — ele não seria ele, se não tentasse achar um lado bom.

—Todas foram terríveis, temos que lidar com isso. — bebo um pouco da minha bebida de morango, após isso. Estávamos andando há uns minutos, a procura do estacionamento. Estava claro, que nos encontrávamos perdidos.

—Rockeiros são estranhos. — afirma.

—Você não parece achar a “projeto de rockeira” estranha. — debocho, mordendo o canudo do copo.

—“Projeto de rockeira”? — não entende.

—Alyssa. — digo com certo desdém, e ele gargalha.

—Ela é só uma garota perdida. — fala dando de ombros.

—Sabia que as vezes, você é irritante, tendo que ser bonzinho com todo mundo? — indago, e ele para de frente para mim. Desejando que eu explique isso. — A garota é um porre, admita. — peço, e ele arqueia uma sobrancelha.

—O que ela fez para você não gostar dela? — quer uma explicação.

—Bom, ela é...ela. — sou vaga.

—Essa não é a Florence que eu conheço. — ele afirma, e eu suspiro.

—Essa não é a Florence que eu conheço. repito a frase, e faço uma careta. — Não entendo, porque não gosto dela, só não gosto. — conto.

—Talvez seja, porque ela é uma garota super interessante e você está com inveja disso. — brinca.

—Interessante é? — questiono incrédulo.

—Sim...Já viu aquelas mechas? Puro estilo. — continua me zoando.

—São mais falsas, do que as desculpas que eu dava para não sair com você. — acuso, e ele gargalha.

         Dane-se se não achamos o estacionamento, aquilo estava bem mais divertido.

—Essa foi pesada...Mas, sabia que ela canta super bem? Ela já cantou para mim. —  me comunica.

—Nossa, que garota especial. — debocho.

—Na verdade...Ela até canta bem, mas, as músicas que ela escreve são horríveis. — com aquela, ele começa a rir, e eu não aguento, caio na gargalhada de novo.

—Nunca mais vou a um show de rock com você. — decreto.

—Tudo bem...Acho que depois desse não haverão mais shows. — e é quando ele diz aquilo, que o clima divertido vai embora. Ele simplesmente lembrou, que para ele, aquela era uma semana e meia, que levaria ao fim.

[...]

1 dia depois.

     A noite estava linda, o céu se encontrava tão brilhante, e tudo parecia tão em paz, enquanto eu, e Nathaniel deitados lado a lado, sob a areia macia da praia, permanecíamos em silêncio. Estávamos exaustos, passamos a tarde toda, construindo a tal casa para o Booh. Ela ficou linda.

—O que vai fazer no seu aniversário de 18 anos?  Não falta muito para ele chegar. — ele questiona do nada.

—Não sei...Não planejei nada...Quer dizer...Não agora. — gargalhei com o pensamento que tive sobre aquilo.

—“Não agora”? — arqueia uma sobrancelha.

—É no Canadá...Eu tinha uma lista. — admito, algo que nunca disse a ninguém.

—Lista? — já está rindo.

—É! De coisas que eu queria fazer aos 18. — ele me olha como se pedisse, para eu esclarecer aquilo. — Bom, eu queria fazer uma tatuagem, é estúpido eu sei. — nós dois rimos. — Ter meu primeiro porre...Realizar o sonho de ir ao baile e invadir a escola a noite. — admito, as gargalhadas.

—Isso tudo é bem pretensioso. — Nath nota, e eu reviro os olhos.

—Eu sei. — é claro que sei. — Você, certinho como é, provavelmente nunca teria ideias como essa. — debocho.

—Na verdade, eu até gostei dessas. — ele declara para minha surpresa. — 18 anos, Flore...A idade da liberdade. — brinca.

      Rimos mais um pouco naquela noite, e eu notei que Nathaniel estava feliz ali...E eu, bem, eu estava muito feliz.

[...]

   Penúltimo dia.

  Joguei pipoca nele, para revidar, e uma senhora que estava ao lado de nossas cadeiras no cinema, nos olhou com repreensão.

—Ele começou. — conto a ela, e em resposta a isso, Nath joga mais pipoca em mim.

—Vem cá, você obteve essa personalidade infantil agora, ou sempre foi assim, e eu nunca vi? — questiono divertida.

—Eu sou infantil? Você escolhou um filme da Disney para assistirmos, Florence. — ele acusa rindo.

—É fofinho...Todo mundo gosta de filmes da Disney. — até mesmo a mulher rabugenta, que ainda nos olhava.

—Ambre adoraria esse filme. — ele me conta, sorrindo singelamente agora.

—Eu até diria que ela tem bom gosto, mas, temos que levar em conta as roupas que ela usa...Seria mentira. — brinco, e ele ri, assentindo.

[...]

Último dia.

      Foi ali, naquele cais que eu me desesperei pela primeira vez, desde que iniciei esse trato com Nathaniel. Pois quando olhei em seus olhos, eu não vi nada de diferente, do que tinha visto, quando a contragosto, ele aceitou essa ideia. Ele ainda continuava com aquilo, de isso significar um fim.

—Você estava errada. — ele me diz, sorrindo tristemente. Enquanto afunda seus pés na água.

—Sobre o que? — nem sei se quero saber de verdade.

—Disse, que quando essa semana e meia acabasse, eu iria começar a te ver somente, como minha melhor amiga...Estava errada, porque, essa semana, só fez com que eu me apaixonasse mais por você. Porque foi perfeita. — fala sincero.

—Eu sinto muito. — digo.

—Não, não sente...Porque se sentisse, pelo menos algo, eu não estaria aqui dizendo essas palavras, eu estaria te beijando agora. — Nathaniel declara.  – Sabe como eu sei que gosto mesmo de você? — questiona.

— Hum? – Não tenho a resposta certa.

— Porque machuca. Mesmo quando tudo está bem. 

 


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Notas finais do capítulo

A parti do próximo, as coisas começam a esquentar hahahaha, no sentido de reviravoltas hein? kkkkk.
Comentem!



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