A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 34
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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O caminho desde o campo de Quidditch até à torre dos Gryffindor parecia uma autêntica passadeira vermelha. Os jogadores seguiam juntos e por todos os lados apareciam alunos a felicitá-los pela vitória. Mesmo de outras equipas. Até alunos dos Ravenclaw o faziam. Isso claro não era de estranhar. Claro que eles estavam tristes por terem perdido a taça, mas conseguiam reconhecer o quão bem jogou a equipa adversária.

Os únicos alunos que não os felicitavam eram os alunos dos Slytherin. Claro que se isso acontecesse, algo estaria errado. Desde sempre que Gryffindor e Slytherin eram inimigos. Claro que nunca iriam felicitar um inimigo tão mortal.

Ao longe, Albus conseguir avistar um grupo de Slytherin. Claro que era normal ele vê-los, mas o que o chamou a atenção foi Octavia. Esta encontrava-se nesse grupo e encarava-o fixamente. Sem pestanejar. Sem desviar o olhar.

—Scorp, eu já vou ter convosco. – sussurrou Albus para o amigo, afastando-se e aproximando-se do grupo de Slytherin no qual estava Octavia, ultrapassando as diversas pessoas que o felicitavam.

Octavia manteve o olhar fixo em Albus desde que ele deixou a equipa e se aproximou de si. Mesmo que ela quisesse, ela não se conseguia mexer. Fora ela que provocara aquilo. Fora ela que levara Albus a aproximar-se.

Antes que Albus se chegasse suficientemente perto, Octavia pediu aos amigos para irem andando que precisava de falar com Albus. Sarah ainda protestou, mas Octavia disse que estava tudo bem. Como melhor amiga e alguém em quem Sarah confiava totalmente, Sarah seguiu o seu caminho com o resto do grupo, deixando Octavia para trás.

—Oi. – cumprimentou Albus.

—Olá. – respondeu Octavia secamente.

Albus não percebia o porquê de Octavia lhe estar a falar assim. Da última vez que tinham falado, ele é que tinha saído chateado. Não ela. Mas ali estava Octavia a falar-lhe naquele tom.

Já Octavia não conseguia tirar da cabeça as palavras que ouvira mais cedo. Naquela manhã, como todos os alunos, também Octavia tinha como destino o campo de Quidditch. Como todos os alunos, também ela ia ver a final de Quidditch. Mesmo que os Slytherin não estivessem lá, ela sempre fora uma adepta fervorosa de Quidditch. Mas, durante o caminho até ao seu destino, Octavia acabou por encontrar Scorpius e Albus. Não foi bem um encontro, visto que estes não a viram. O que aconteceu foi que ela ouviu toda a conversa deles. Toda. Do início ao fim. Incluindo aquela parte que Albus afirmara que estava supostamente apaixonado por si.

—Não me vais dar os parabéns pela taça? – perguntou Albus tentando aliviar a tensão que havia entre os dois. Ele estava completamente a leste sobre o que se estava a passar ali.

—O que é que queres, Potter? – perguntou Octavia já sem paciência.

—O que é que se passa Octavia?

—Como assim o que é que se passa? – perguntou Octavia fingindo não saber onde Albus queria chegar – Não se passa nada. Simplesmente fartei-me de te aturar.

Octavia estava prestes a sair dali, mas Albus impediu-a. Octavia estava completamente maluca. Albus não conseguia perceber nada daquela conversa.

—Octavia, para por favor. Conta-me o que se passa. Por favor.

Octavia olhou para Albus. Este, com os seus belos olhos verdes, encarava-a preocupado. Um sinal de que ele queria mesmo saber o que se passava.

—O que é que tu queres de mim? A sério…porquê que não me deixas em paz? -  Octavia respirou fundo antes de continuar. As lágrimas começavam a surgir nos seus olhos, mas ela estava a tentar contê-las ao máximo. Nunca iria chorar à frente de Albus Potter – Já não tiveste o que querias? Já não me tiveste? Para que estás a insistir?

—Porque eu preocupo-me contigo, Octavia. Porque me importo contigo.

—Não te atrevas a mentir-me. Tu só queres saber de ti próprio. Nunca irias querer saber de uma rapariga, em particular. Tu queres saber delas todas.

—Isso não é verdade. – proferiu Albus – Eu gosto de ti. – confessou.

—Tu só gostas de ti próprio. – disse Octavia, soltando-se de Albus e afastando-se.

—Eu sabia que tu eras virgem. – confessou Albus suficientemente alto para Octavia ouvir. Esta voltou-se e encarou-o seriamente. Se o olhar matasse, certamente Albus estaria morto. Mas Albus não se deixou intimidar. Prosseguiu com o que estava a dizer – Eu sabia, Octavia.

—Olha que bom para ti. – respondeu Octavia, deixando cair uma lágrima – E agora que vais fazer? Deixa-me adivinhar… - Octavia colocou a mão no seu queixo fingindo estar a pensar – Vais contar a toda a gente que tiraste a virgindade à Octavia Bale. Vai em frente. Faz logo isso de uma vez.

—Eu nunca na vida faria isso. – Albus aproximou-se cautelosamente de Octavia. Com a sua mão limpou a lágrima que descia pelo rosto de Octavia – Eu já te disse. Eu gosto de ti. Eu gosto de ti como nunca gostei de uma rapariga antes. Por favor Octavia, acredita em mim.

—E porque haveria de acreditar em ti? – perguntou Octavia soltando outra lágrima. Na realidade, ela queria muito acreditar no que Albus dizia. Também ela sentia isso. Também ela gostava de Albus.

—Octavia, tu tens de acreditar. – Albus pegou na mão de Octavia e levou-a até ao seu coração – Vês? Isto é o que acontece quando estou perto de ti. Eu sei que não sou a pessoa mais confiável do mundo. Eu sei as merdas que fiz antes. As mulheres com quem me envolvi. As porcarias que fiz à Rose. Mas contigo…contigo sempre fui eu mesmo. Mesmo com todas aquelas provocações. Acho que no fundo, eu estava à espera que respondesses. Há espera que também tu me provocasses. E depois…depois houve aquela noite. Aquela noite que não me sai da cabeça.

—Para! Só para! – pediu Octavia entre murmúrios – Eu não percebo porque me estás a dizer isso tudo. Estás a tentar fazer o papel de bonzinho junto do Malfoy? É isso? Por isso é que lhe foste dizer que estavas apaixonado por mim? Tu nunca te ias apaixonar por mim!

—E porquê que eu nunca me iria apaixonar por ti? Por seres mais nova? Por pertenceres aos Slytherin? É por isso que achas que eu nunca me apaixonaria por ti? Foste tu que ficaste ao meu lado quando eu estava na lama. Também tu não quiseste saber das casas, de nada. Apenas quiseste saber de mim. E, além do mais, se pelo que estou a perceber, tu ouviste a conversa entre mim e o Scorpius, percebeste também que eu nunca lhe disse que gostava de ti. Ele deduziu isso pela forma como estava a falar de ti. Apenas por isso. Por isso não digas que eu estou a mentir porque eu não estou.

Octavia não sabia o que responder. Pela primeira vez, Octavia ficara sem saber o que dizer. Ela não sabia o que dizer face a estas declarações pela parte de Albus. Por um lado, ela queria muito acreditar nas palavras dele pois, como já admitira a si própria, Albus Potter não lhe era indiferente. Mas, por outro lado, ela tinha receio de sair dali magoada. A fama de Albus Potter perseguia-o. Nas questões do sexo oposto, Albus Potter não era flor que se cheirasse.

—Octavia diz alguma coisa, por favor. – pediu Albus em tom de desespero. Pelo que se lembrava, Albus nunca se sentira assim. Nunca na sua vida se sentira tão ansioso.

Octavia teve a última atitude que ele esperava. E provavelmente que ela esperava. Octavia deu um estalo a Albus. Albus estava pronto a reclamar e a perguntar o porquê de ela estar a fazer aquilo, quando Octavia o agarrou e beijou.

Aproveitando aquele momento, Albus agarrou Octavia e beijou-a de volta. Octavia acabou por envolver as pernas em volta de Albus, esquecendo-se completamente que estava em pleno jardim de Hogwarts.

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—Espero não me arrepender disto. – comentou Octavia. Ela e Albus estavam deitados num colchão na sala das Necessidades.

—Não vais. – respondeu Albus beijando Octavia – Agora por muito que eu goste de estar aqui contigo, eu tenho de ir andando. Eles devem estar à minha procura.

—Não deixes os teus amiguinhos à espera a festejar. – respondeu Octavia de mau humor. Como boa slytherin que ela era, claro que não estava contente com a vitória dos Gryffindor.

—Não fiques assim. – disse Albus sério – Um dos golos que marquei, dediquei-o a ti, por isso não ficas a perder tudo.

—Dispenso essa dedicação. E, para o ano, vocês não têm hipótese.

—Claro que não. – respondeu Albus em tom de brincadeira – Bem vou andando. Até logo.

Albus aproximou-se de Octavia e beijou-a antes de seguir para a torre dos Gryffindor.

Caminhou apressado pelos corredores de Hogwarts até chegar à entrada da sala comunal. Passara algum tempo desde que os seus colegas ali tinham chegado, pelo que, já deviam ter dado pela sua falta.

Albus entrou na sala comunal e encontrou aquilo que esperava. Uma enorme festa de todos os Gryffindor. A equipa encontrava-se no centro envolvida pela aquela multidão. Albus aproximou-se e foi-se juntar ao resto do grupo.

—Por onde andaste? – perguntou Scorpius.

—Depois conto-te. – respondeu Albus juntando-se aos festejos.

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Depois daquela noite de festejos, Hogwarts voltou ao seu estado habitual na época de exames. Silenciosa e cheia de alunos a estudar. Ninguém queria falhar. Toda a gente queria passar nos exames com boas notas.

Para Rose Weasley não era diferente. Esta, por norma, já estudava muito durante o ano, mas quando chegava esta altura, a coisa piorava. Quase ninguém a via, mal conseguiam falar com ela. Sempre que a encontravam, Rose estava a estudar. Por vezes até se esquecia de comer e dormir.

—Rose está na hora do jantar. – dissera-lhe James naquela tarde.

—Vai indo, que eu já vou. – respondeu Rose sem tirar os olhos do livro de Aritmancia que estava a ler.

Mas James não fez o que ela disse. James chegou à frente da prima e fechou-lhe o livro que ela estava a ler.

—Agora não sei em que página estava. – protestou Rose encarando James pela primeira vez naquela conversa.

—Da maneira que tu andas a estudar, já deves saber essas páginas de cor. Tu tens de te alimentar, se não como é que te queres concentrar.

—Eu depois passo nas cozinhas e peço aos elfos para me prepararem qualquer coisa.

—Não. – respondeu James – Tu vais comigo, agora, até ao salão principal. – Rose estava prestes a protestar, prestes a dizer que estava completamente atrasada em algumas disciplinas, mas James não deixou – Nem te atrevas a dizer que estás atrasada. Agora Rose Weasley, à minha frente.

Resignada, Rose arrumou todos os seus livros e seguiu James até ao salão principal, sem dirigir a palavra a James. Este tinha­-lhe interrompido o estudo.

Já James não se importava que a prima estivesse naquele silêncio. Ele sabia perfeitamente que Rose estava chateada por ter sido interrompida, mas ele estava feliz por a ter conseguido arrancar da biblioteca. Aquilo era uma vitória pessoal.

Chegados ao salão principal, James convidou Rose a sentar-se com eles. Rose seguiu à frente de James sem sequer lhe responder. James acabou por rir com a atitude de criança da prima e seguiu-a.

—Eu não estou a ver bem. – comentou Dominique fingindo que não estava a acreditar no que estava a ver – Rose Weasley decidiu voltar a juntar-se aos demais humanos deste castelo. Parabéns James por este feito.

—Muito obrigado. Muito obrigado. – agradeceu James fazendo vénias. Todos os que estavam perto riram-se. Todos, exceto Rose. Esta sentou-se, séria, ao lado de Scorpius servindo-se de uma coxa de frango.

—Estava a ver que não davas o ar da tua graça. – sussurrou Scorpius ao ouvido de Rose. Esta arrepiou-se com a simples aproximação de Scorpius.

—Não brinques Scorpius. Eu estou extremamente atrasada.

—Rose, eu estudo cerca de três, quatro horas por dia contigo. Fora aquelas que tu estudas sozinha. Tu tens de relaxar.

—Tu deves querer que eu chumbe a tudo.

—Se tu chumbares a tudo, coitados dos demais que frequentam o mesmo ano que tu. – dramatizou Scorpius.

Rose não lhe disse mais nada. Concentrou-se apenas na coxa de frango que estava no seu prato.

Depois de uns breves dez minutos naquela mesa, Rose terminou a sua refeição, despediu-se e saiu em direção à sala comunal da Ravenclaw para continuar o seu estudo.

—Temos de fazer alguma coisa. Se ela continuar assim, ela vai dar em maluca. – comentou Dominique. Todos na mesa concordaram.

—Vamos dar uma festa. – sugeriu James. Todos olharam para ele e sorriram. Era mesmo disso que eles estavam a precisar. De uma festa.


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Notas finais do capítulo

Depois de tudo, finalmente a Octavia e o Albus resolveram-se. Estes sempre foram mais rápidos que o Scorpius e a Rose, não acham? Agora, acham que este vai ser um casal para durar? E esta festa? Será que eles vão conseguir convencer a Rose a ir?
Meninas sinto saudades vossas. Não percebo se não estão a gostar da fic ou se simplesmente estão sem tempo para ler. Apareçam nos comentários, eu ficaria muito feliz se vos visse por lá :) Beijos :)