A Torre de Astronomia escrita por Li


Capítulo 33
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Os exames começavam dentro de duas semanas. Por todos os cantos de Hogwarts podiam ver-se alunos a estudar. Era a época mais sossegada em Hogwarts.

Naquele dia, diferente dos últimos dias, Hogwarts estava agitada. Hoje haveria o último jogo de Quidditch do ano. Ravenclaw contra Gryffindor. A equipa que ganhasse, ganhava a taça.

Albus tinha acordado mais cedo naquele dia. Ele queria tomar o pequeno-almoço cedo para se preparar para o grande dia. Ele queria estar cem por cento concentrado.

Albus reparou que Scorpius se aproximava de si. Há alguns dias atrás, Diana Anderson contara-lhe que Scorpius estava apaixonado por Rose. Albus lembra-se que a sua primeira reação foi a surpresa. Em tantos anos que conhecia Scorpius, ele nunca o tinha visto apaixonado. Mas, se realmente Scorpius tinha admitido uma coisa dessas, então devia ser verdade. Albus conhecia muito bem Scorpius e sabia como ele agia com o sexo oposto. E ele nunca faria mal a Rose. Isso era uma certeza que Albus tinha.

Albus percebeu no instante em que Diana lhe contara aquilo que o objetivo dela era voltar a tê-lo como cúmplice. Mas daquela vez não resultou. Albus tinha percebido que tinha ido longe demais e não queria voltar a cometer os mesmos erros. Por isso, naquela noite, Albus afastou Diana e continuou o seu caminho. Como se Diana não lhe tivesse contado nada. Como se ele não soubesse que o seu melhor amigo estava apaixonado pela sua prima.

Se a relação entre os dois fosse igual a antigamente, Albus teria ido falar diretamente com Scorpius. Mas a relação deles já não era a mesma e Albus sabia que a culpa era dele. Era verdade que Scorpius passara a dar mais atenção a Rose e não passava tanto tempo consigo, era verdade que Scorpius se recusara a perguntar a Rose sobre o porquê de esta lhe ter deixado de falar, mas Albus percebera que Scorpius agira conforme a sua personalidade. Ele era amigo de ambos e não queria magoar nenhum dos dois. Mas na altura, Albus não compreendera isso. Na altura, Albus cometera um grave erro ao ter mandado aquele maldito bilhete a Rose. Agora, Albus percebia isso. Agora, que quase perdera o melhor amigo, Albus percebia isso.

—Bom dia, Al. – cumprimentou Scorpius ao chegar perto do amigo.

—Bom dia, Scorp. – respondeu Albus pegando noutra torrada – Preparado para o grande jogo?

—Mais ou menos. Estou com receio de que não consigamos ganhar.

—Temos de dar o nosso melhor. – respondeu Albus – Deve ser um pouco contraditório para a Rose. – comentou sem se conseguir conter.

Scorpius olhou para Albus sem perceber onde ele queria chegar.

—Não saber se te apoia a ti ou à sua equipa.

—Nós podemos ser amigos e sei que ela quer que o jogo me corra da melhor maneira possível, mas mesmo assim acredito que ela quer que a equipa dela ganhe. – respondeu Scorpius um pouco rudemente. Ele estava farto daquilo. Estava farto que as suas conversas fossem sempre dar à Rose. Parecia que Albus lhe estava sempre a atirar à cara que Scorpius se dava com Rose e ele não – E não percebo porque meteste a Rose à conversa, Al. Já não consegues ter uma conversa comigo sem colocar o nome da Rose no meio.

Scorpius levantou-se e saiu. Albus pegou numa maçã e seguiu atrás do amigo. Pelo menos ele ainda achava que Scorpius era seu amigo.

—Espera Scorp. – gritou Albus no meio do corredor. Scorpius parou e olhou para trás deixando Albus aproximar-se – Tu entendeste-me mal.

—Como assim entendi-te mal? Tu mal me falas e, quando falas, atiras-me sempre à cara que eu me dou com a Rose e tu não.

—Eu soube que tu estavas apaixonado pela Rose. – confessou Albus.

Scorpius olhou para Albus sem saber o que dizer. Como é que ele sabia que ele estava apaixonado pela Rose? Só haviam quatro pessoas que sabiam isso. Ele próprio, Rose, James, mas este só sabia que ele estava apaixonado e…Diana. Só podia ter sido ela.

—Como é…

—Foi a Diana que me contou. – confessou Albus confirmando as suspeitas de Scorpius – E eu fiquei triste. Não por te teres apaixonado pela minha prima. Eu fiquei triste porque soube por outra pessoa que o meu melhor amigo estava apaixonado. Naquele momento, eu apercebi-me realmente que te estava a perder. Tu, o meu melhor amigo.

—Albus, tu…

—Eu sei que fiz asneira. Aliás, eu sei a grande merda que fiz. Eu sei que não devia ter dado aquele bilhete à Rose. Mas eu estava cego. Cego por te ver dar com ela e eu nem me conseguir aproximar. Mas isso acabou. Houve alguém que me fez abrir os olhos e perceber a burrada que eu estava a fazer. Eu só estava a estragar a minha vida. Vou dizer-te o que disse à Rose. Eu não vou desistir de querer saber o porquê de Rose me ter deixado de falar de um momento para o outro. Isso eu não vou deixar de fazer. Agora, eu também não vou mais pressioná-la. Vou tentar descobrir sozinho sem aborrecê-la. Como me disseram, descobrir sem interferir.

—Acho que é muito bom da tua parte teres tomado consciência disso.

—Também acho. Agora só quero saber se ainda não perdi totalmente o meu melhor amigo?

—Claro que não! – respondeu Scorpius abraçando Albus. Tal como Albus, também Scorpius estava cheio de saudades do melhor amigo. Tinha falta de ter alguém com quem conversar sobre coisas de mulheres. Tinha falta de quebrar as regras com ele. Tinha falta de tudo – Não te atrevas a contar a alguém que eu estou apaixonado pela tua prima. Se o fazes, estás tramado.

Albus olhou para Scorpius e sorriu. Claro que ele nunca iria contar um segredo de Scorpius. Eles eram melhores amigos. Eles cuidavam um do outro.

—Sabes bem que eu nunca o faria.

—Eu sei. – respondeu Scorpius entre sorrisos – Já agora, quem é ela?

—Quem é ela? – perguntou Albus sem entender onde o amigo queria chegar.

—Sim, quem é ela. – respondeu Scorpius – Vá lá, Al. Achas mesmo que eu não te conheço. Sei perfeitamente que quem te fez ver as coisas direito foi uma mulher. E sei perfeitamente que não sou o único nesta conversa que está apaixonado.

—Está calado. – Albus deu um safanão a Scorpius arrancando risadas deste. Albus não precisava de dizer mais nada. Tal como ele, também Scorpius estava apaixonado.

Albus e Scorpius seguiram o resto do caminho para o campo de Quidditch. Mal eles sabiam que houvera uma terceira pessoa a ouvir aquela conversa.

—----//-----

—Este é último jogo. O nosso objetivo é só um. Ganhar. Temos de ganhar para conseguir a taça. Só nos interessa isso. – encorajou James – Como sabem, este é o meu último jogo pelos Gryffindor. O meu e o do Fred. E nós queremos sair daqui com uma vitória. Queremos sair daqui com a taça. Por isso vamos a isto.

—Vamos. – gritaram todos e prepararam-se para entrar em campo.

James deixou-se ficar para trás. Para sua surpresa, Dominique encontrava-se num canto à sua espera.

De há algum tempo para cá que o relacionamento de Dominique e James não estava bem. James tinha andado distraído por causa da decisão do seu futuro e isso afetara Dominique de uma maneira que ele não imaginava. Quando ele tentava falar com Dominique, ela respondia-lhe friamente e saía de perto dele.

—James. – cumprimentou Dominique. James reparou imediatamente nas grandes olheiras que envolviam os olhos de Dominique e na palidez que ela apresentava. Alguma coisa de muito grave se passava.

—Domi…

Dominique agarrou-se a James e várias lágrimas escorriam pelo seu rosto. James não percebia nada do que se estava a passar. A única certeza que ele tinha era que Dominique precisava dele.

—Des…desculpa a minha atitude…nos últimos dias. – disse Dominique entre soluços.

—Domi, o que é que se passa? – perguntou James enquanto afagava os cabelos ruivos de Dominique.

—Diz-me só uma coisa. – Dominique encarou James antes de prosseguir – Tu amas-me?

—Claro que te amo, Domi. – respondeu James rapidamente – Domi diz-me, o que é que se passa? Por favor. Estou a ficar preocupado.

—Eu…eu estou grávida. – disse Dominique entre soluços voltando a abraçar-se a James.

James nem queria acreditar no que tinha acabado de ouvir. Dominique estava grávida! Dominique esperava um filho seu.

—Eu não sei o que fazer. Os meus pais vão matar-me. Eles vão ficar super desiludidos comigo. Eu não sei o que vou fazer. E tu…tu vais-te embora. Vais deixar-me!

—Quem te disse que eu te vou deixar, sua tonta? – perguntou James limpando as lágrimas do rosto de Dominique – Eu nunca te iria deixar, ainda para mais agora. Eu amo-te, isso não mudou.

James beijou Dominique como há muito não beijava. Pelo menos para ele parecia uma eternidade.

—Encontramo-nos no fim do jogo. – James deu mais um beijo a Dominique e juntou-se à sua equipa.

—Está tudo bem? – perguntou-lhe Fred.

—Está tudo ótimo.  – respondeu James sorridente.

A equipa dos Gryffindor foi chamada. Os setes jogadores entraram ordeiramente no campo de jogo. As bancadas estavam totalmente cheias. Todos os alunos estavam ali para ver o grande jogo. A grande final. O jogo que decidia quem levava a taça.

James olhou para a bancada dos Gryffindor em busca de Dominique. No meio daquele manto vermelho existia um pequeno ponto azul que James reconheceu como sendo Rose. Rose, que pertencia aos Ravenclaw, estava no meio dos leões. Ao seu lado estava quem James tão procurava. Dominique. Ao contrário de há pouco, Dominique sorria. James sorriu também. Tudo iria ficar bem.

Erica Miller encontrava-se do outro lado do juiz. Esta era a capitã dos Ravenclaw. James e Erica apertaram as mãos e regressaram aos seus postos à espera que o jogo começasse. James era artilheiro e Erica era goleira.

O juiz deu início à partida e a quaffle foi lançada sendo imediatamente apanhada por Albus. Este contornou dois artilheiros dos Ravenclaw e desviou-se de uma bludger antes de marcar. A bancada dos Gryffindor estava ao rubro. Albus fizera os primeiros pontos para eles.

A quaffle voltou a jogo e desta vez foi apanhada por James. Este contornou Giggs e passou a bola a Lily. Lily voava a toda a velocidade pronta para marcar, mas Erica acabou por defender. Jack Giggs seguia com a quaffle. Mas isso não aconteceu por muito tempo. Quando este tentava passar para um colega de equipa, James antecipou-se e acabou por marcar. Festejos eram ouvidos na bancada dos Gryffindor. Cada vez estavam mais próximos da vitória. Agora só faltava apanhar a snitch.

Scorpius olhava atentamente por todo o campo em busca da snitch. Até aquele momento, ela ainda não tinha dado sinal de vida. Benjamin Boone, apanhador dos Ravenclaw, encontrava-se na mesma situação. Tal como Scorpius, também Boone tinha a perfeita noção que podia dar a vitória à sua equipa.

Scorpius olhou em toda a volta acabando por fixar o olhar em Rose. Mais uma vez ela estava ali. Mais uma vez, Rose estava a assistir a um jogo de Quidditch. Rose sorriu para Scorpius que sorriu de volta.

Tens de te concentrar, berrou Scorpius consigo mesmo. Olhou mais uma vez para Rose antes de continuar. Mas qual não foi o seu espanto quando, um pouco por cima da bancada dos Gryffindor, viu a snitch. Rapidamente seguiu atrás dela. Boone ainda não a tinha visto, pelo que, Scorpius tinha uma vantagem. Passou por cima da bancada para logo a seguir afundar. A snitch dirigia-se a alta velocidade para o chão. Scorpius sabia que se continuasse naquela velocidade acabaria por bater. Acelerou mais um pouco para conseguir alcançar a snitch e evitar males maiores. E conseguiu. A cerca de sete metros do chão, Scorpius apanhou a snitch e conseguiu aterrar em segurança. O juiz apitou dando fim ao jogo. Era o fim. Os Gryffindor ganharam a taça.

Já no chão, todos os Gryffindor festejavam. Mais uma taça que lhes pertencia.

Scorpius abraçava todas as pessoas que lhe apareciam à frente. Ele estava felicíssimo por ter consigo.

Um pouco mais afastada, encontrava-se Rose. Scorpius aproximou-se dela, deixando os gritos e festejos para trás.

—Parabéns. – congratulou Rose.

—Obrigado. – agradeceu Scorpius - Pode ser que para o ano vocês consigam. – disse mas, no fundo, ele desejava que isso não acontecesse.

—Ambos sabemos que tu esperas bem que isso não aconteça. – disse Rose entre risos – Estiveste muito bem.

—Obrigado princesa.

—Vai lá para os teus festejos. Vou andando.

Rose virou-se e seguiu o seu caminho. Scorpius ficou parado por um instante a observar a bela ruiva afastar-se. De repente, tomou uma decisão. Correu até Rose, virou-a e beijou-a. Aquele era o seu segundo beijo com Rose. Depois daquela noite, na torre de Astronomia, Scorpius e Rose não falaram sobre o beijo, nem o voltaram a repetir. Simplesmente fingiram que nunca tinha acontecido. Mas Scorpius estava farto disso. Ele queria voltar a beijar Rose Weasley. E era isso que ele estava a fazer naquele momento. Ele estava a beijar Rose Weasley sem se preocupar com as consequências. Sem se preocupar se alguém estava a ver ou não.

—Vemo-nos logo. – sussurrou Scorpius ao ouvido de Rose antes de voltar para os festejos. Rose apenas sorriu e continuou o seu caminho.


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Notas finais do capítulo

Tivemos Albus e Scorpius a fazer as pazes. Tivemos também a Dominique e o James a resolverem os seus problemas. Finalmente soubemos o porquê de Dominique estar a reagir assim. Ficaram surpreendidos? E por fim, mais um beijo do nosso casal favorito :)
Espero ver-vos nos comentários :) Beijos :)