O Legado de Pontmerci escrita por Ana Barbieri


Capítulo 21
Fins e Recomeços


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Capítulo 21

Após deixar Watson em sua casa na Queen’s Road para que solucionasse seus dilemas pessoais com a senhora Watson referentes ao horário de retorno, Holmes fechou a porta de Baker Street atrás de si e mirou as escadarias que o levariam até o seu apartamento, preparando-se também para enfrentar o mesmo. O semblante de Anne ao se despedir dele... se é que poderia caracterizar aquele trecho de diálogo como despedida... não lhe deixara em paz durante toda a resolução de seu desígnio naquela noite. Esperava encontrá-la ainda acordada. Sentada em sua poltrona próxima à lareira, com uma xícara de chá em mãos. E, de fato, ela estava de pé... mas não sozinha.

No sofá, sua esposa encontrava-se, enrijecida, sentada, com Violet dormindo em seu colo. Suas mãos, no entanto, passeavam por seus cabelos escuros delicadamente, relaxada. Apenas duas velas queimadas pela metade provendo luz ao vestíbulo. Seu reflexo natural seriam duas leves batidas à porta, anunciando sua presença. A presente situação, no entanto, o deteve. Caso acordasse Violet, conhecendo sua abelhinha, ela iria querer discutir o que vira com mais calma; lhe carregaria de perguntas. Em contrapartida, descobriria que seu pai não desejava nada mais do que encerrar aquele dia com sua mãe e iria decepcioná-la.

— Ela queria esperar até você voltar. – sussurrou Anne, branda. Holmes assentiu, aproximando-se de ambas. – Nikolai não foi tão persistente... – acrescentou, brincando. – Vou subir e colocá-la na cama...

— Posso? – pediu Holmes, fazendo menção de carregá-la nos braços, antes que sua esposa a acordasse e a fizesse caminhar sozinha. Anne fitou-o por um instante; com a sombra da discussão anterior passando por seus olhos. Porém, no fim, ao abrir caminho para que ele a erguesse, sorriu de lado, seguindo-o para o andar de cima.

Mesmo alta para a idade, Violet ainda parecia pequena nos braços de seu pai. A senhora Holmes observava-o enquanto a mirava com condoída ternura, voltando-se para a figura adormecida de Nikolai quando chegaram ao quarto. Seu filho se espalhava todo em sua cama, o braço pendendo na direção do chão, levando sua mãe a conter uma risadinha, enquanto aproximava-se para reconfortá-lo em seus cobertores. Sherlock havia, calmamente, deitado Violet em sua cama. Ajoelhando-se ao seu lado a fim de afastar os cabelos pesados de seus olhos. Ela sorria em seu sono. O que significava, em sua opinião, que seus sonhos divagam para imagens muito diferentes daquelas presenciadas na tarde daquele dia.

Conhecedora dos pensamentos de seu marido, Anne aproximou-se por trás, repousando uma de suas mãos em suas costas com movimentos circulares repetitivos. Holmes sorriu consigo mesmo. Aquela era sua esposa usando de métodos maternos para acalmá-lo. Vira-a executando-o milhares de vezes com o pequeno Nikolai quando, em seus primeiros experimentos infantis de se socializar com os meninos de rua, voltava para casa aos prantos. Com um último beijo na testa de ambas as crianças, o casal Holmes tornou a descer as escadas até seu apartamento. Anne passou primeiro, com Sherlock em seu encalço...

— Holmes, - começou ela parando no meio do cômodo, levando uma das mãos até a têmpora.

— Anne, por favor, eu sinto muito... – interpôs Holmes antes que ela continuasse, fervoroso, jogando-se contra o chão para abraçá-la pela cintura. – Minha culpa. Eu sei. Tudo poderia ter sido evitado se eu não fosse tão inescrupuloso em meus métodos... mereço pagar por isso, minha cara, mas, por favor... Anne me perdoe... Eu não posso... se você me achar asqueroso... se a partir de hoje vier a me odiar... eu... Anne...

Pega de surpresa, ela não encontrou reação certa. Sherlock não chorava, mas seu tom de voz alertava-a de que estava muito próximo disso. Em meio ao tecido de sua saia, ela saía embargada, aterrorizada e potencializada por algum sentimento que viera reprimindo. Lembrava-se de que a discussão não havia terminado; interrompida pela chegada de Watson. Todavia, algo mais... as mãos de seu marido em sua cintura tremiam e isso só poderia ter se dado por um choque recente...

— Me perdoe. – implorou uma última vez, erguendo os olhos para ela.

— Sherlock... – murmurou a senhora Holmes, forçando-o a se levantar e abraçando-o em seguida. – Eu... é claro que perdoo... por Deus... o que... – disse contra o ombro dele.

— De fato, perdoa? – indagou sério, afastando-a um pouco de seus braços. – Deixaremos todo esse incidente...

— Para trás, mas primeiro preciso que me conte o que aconteceu em Appledore Towers. – completou ela, astutamente. Em seus olhos era possível ver compaixão, mas sua voz era decidida. Seu marido soltou um longo suspiro, em acordo.

— Estava tudo calmo quando John e eu chegamos, de modo que foi fácil desvendar a combinação do cofre e abri-lo. – começou a se explicar a grande mente detetivesca, enquanto se sentava frente à lareira. – No entanto, antes que eu pudesse alcançar as cartas de Madam de Pontmerci, Milverton entrou no escritório. Esperando por alguém que provou-se ser ninguém menos do que não a própria Madam. – concluiu, pausando seu relato para observar a reação de sua esposa. Todavia, Anne não esboçou nada mais do que um simples erguer de sobrancelhas. – Ela atirou nele.

Àquilo ela foi capaz de mais do que apenas um erguer de sobrancelhas.

— O... o que? – inquiriu, confusa. – Mas... mas então por quê?...

— Deveras, foi a mesma pergunta que lhe fiz, enquanto escapávamos de nossos perseguidores. – anuiu Holmes, um pouco da raiva que sentira por Josephine mais uma vez visível em seu tom.

— Perseguidores?! – exclamou Anne, soerguendo-se de sua poltrona com perplexidade. – Sherlock... vocês foram... foram vistos?!

— Watson e eu, sim, mas não reconhecidos. – assegurou ele, acenando para que ela se acalmasse. – Madam conseguiu escapulir um pouco antes e, de toda forma, você possui uma parenta extremamente calculista. Ela cobriu o rosto com maquilagem. Estava irreconhecível, apesar dos olhos marcantes àqueles que já a conheciam. – acrescentou com um sorriso de esgar.

— Não a chame de minha parenta. – cortou Anne, impassível. – Mas, Sherlock...

— Além disso, queimei o resto das cartas e o bilhete que poderia ligá-la ao defunto. Assim, ninguém poderá dizer que não cuidei de seu caso. – ponderou Holmes dando de ombros. A senhora Holmes permanecia tensa em sua poltrona, arqueando as sobrancelhas, cética. – Nenhum de nós vai acordar respondendo um inquérito, minha querida...

— Eu espero que não. – retrucou ela rudemente. – Pois por mais arrependido que você se diga estar, essa tranquilidade só me prova que a ideia de ficar atrás das grades e reflexo que isso poderia causar nas...

— Minha cara, no que concerne aos detalhes técnicos de minhas ações, alguma vez a assegurei de algo de que não tivesse plena certeza? Nem eu ou Watson corremos risco de passarmos sequer uma manhã na Scotland Yard. Mascarados como estávamos quando tudo ocorreu, as descrições que os criados de Milverton poderão oferecer à polícia poderiam corresponder a qualquer um! – Holmes apressou-se a clarear e, conhecedor de sua esposa como era, interpretou o suspiro de irritação que recebeu em resposta como a questão não levantada que era. – Agora, quanto a Madam de Pontmerci, não tenho certeza...

— Maldita, mulher! Os riscos que você e John correram por ela; e para quê? Ela simplesmente resolveu consigo mesma que iria até lá acabar com tudo sozinha! Mulherzinha egoísta... – continuou a resmungar a senhora Holmes, cruzando os braços ao passo que se afundava em sua poltrona.

— Egoísta, não tenho certeza, mas extremamente elucidativa. – comentou Sherlock consigo mesmo.

— Holmes? – inquiriu Anne, interessada.

— Eu pedi para que resolvesse o caso, senhor Holmes. Os meios que utilizou para isso são responsabilidade sua. – citou ele em resposta.

— Ela disse isso?

— Disse. – assentiu Holmes, com um solene aceno de cabeça. – E me fez pensar, eu criei a minha profissão e, por isso, deveria lidar com suas consequências. Deveria ao menos conseguir, mas... acho que não. Não mais.

— E era isso o que você estava prestes a me dizer antes de John aparecer? – interpôs Anne, brandamente. Sherlock assentiu.

Assistindo-o, ela entendeu a dificuldade das palavras que viriam a seguir e como a melancolia de seu marido se estendia a si. Seus olhos buscaram os arredores, analisando-os com certa estranheza. A mesma que sentira durante seu primeiro dia em Baker Street. Parecia improvável, visto que aquela casa se tornara o seu verdadeiro lar depois de tantos anos. Contudo, a ideia de Holmes que também lhe passava pela cabeça fê-la analisar as alternativas e, verdadeiramente  não havia muitas...

— Meu Deus, Holmes... – suspirou a senhora Holmes, sentindo sua voz tremer. – Nossa família... essa casa... está cheia de sangue. – disse sem acreditar em suas próprias palavras. Sequer um dia cogitara falar assim de sua amada morada. – Tantas mortes... é tudo... tudo um grande assassinato. Meus pais, Stanpleton, Norton, você, Moriarty e agora... pelas mãos de minha tia – acrescentou a contragosto – Charles Milverton. – concluiu fitando-o; os olhos dele presos à lareira. – Eu sei que pedi por isso, quer dizer, eu queria... quando nos casamos... que a vida continuasse a ser como era, mas, agora eu acho que estou ficando... velha demais para isso. Estou cansada. Cansada do que Baker Street representa... – concluiu, levando a mão aos lábios pelo choque de suas palavras.

Sherlock virou-se para fitá-la e seus olhos se encontraram. Uma lágrima furtiva corria pelo olho esquerdo de sua esposa e suas mãos tremiam. Ele permaneceu quieto, mas surpreso. Nunca lhe passara pela cabeça que a notícia de sua provável aposentadoria causaria dor e transtorno a qualquer um senão ele mesmo. Embora soubesse o quanto significara para Anne... todos aqueles anos... Não ser apenas a senhora Holmes, uma respeitada dona de casa, algo de que se orgulhava, com certeza, mas que não correspondia a imagem que possuía de si mesma. Os casos que solucionaram juntos fizeram-na sentir-se realmente útil; assegurando que uma parte da mulher a frente de seu tempo que fora na juventude, nunca se perdesse.

Agora, todavia, via-se tão abraçada pela figura de seu novo sobrenome e a maternidade, que aquilo que um dia fizera tão feliz, agora era outro tipo de prisão. Um empecilho. Naquele instante em que pronunciara as palavras, Baker Street deixou de ser um lar e passou a ser apenas o cenário de uma velha peça de teatro. E ele? O que sentia? Afinal, estivera envolto por aquelas paredes muito antes da chegada de sua preciosa esposa. Suas lembranças estavam um pouco menos nubladas do que as dela. Claro, ele reconhecia a sujeira, o sangue e tudo o mais que passara por aquela sala durante quase vinte anos de carreira, mas conseguia enxergar que a maioria daquelas mortes fora em prol de algo nobre; e para sua parceira, humana e moralista que era, não fazia diferença... Chegaria, é claro, o dia em que olharia para trás e veria exatamente o que ele via: o lugar onde sempre encontraram acolhida, quando não havia mais para onde ir.

O lugar onde após incontáveis tragédias, enraizaram-se para recobrar forças e sensatez.

— E se essas paredes falassem... que histórias não contariam. – recitou. O que deveria ter sido apenas um pensamento, ressoando madrugada adentro, ao passo que ele se erguia e analisava os contornos do teto.

— Holmes... – soluçou Anne, apressando-se na direção dele para abraçá-lo. Ele deixou que ela chorasse. Por vários minutos, em seus ombros, apertando-a junto a si, murmurando palavras de carinho e conforto em meio às mechas que caiam-lhe pelas costas.

— Não vamos nos mudar amanhã, minha cara. – ponderou bem humorado. – Será um processo, Anne. Iremos passar por ele aos poucos, até...

— Mas é o que você... realmente... quer? – indagou ela, se acalmando. – Paz?

Sem conseguir se conter, ele soltou uma risadinha abafada.

— Ah, eu não colocaria nesses termos. – falou dando de ombros. – Afinal, enquanto eu a tiver ao meu lado, minha querida senhora Holmes, acredito ser natural inferir que paz dificilmente estará no programa... – brincou, depositando um beijo na testa dela. Anne sorriu, subindo na ponta dos pés para retribuir. – Olhe só no que você me tornou, minha cara: um romântico. – acrescentou, fazendo-a rir de verdade.

— E olhe só para nós, Sherlock Holmes. O último par de românticos em Londres. – murmurou ela, envolvendo-o mais uma vez.

†††

Louis havia adormecido durante sua campana para esperar por sua mãe. Josephine encontrou-o estirado no sofá e sorriu, finalmente sentindo-se mais calma desde que deixara a casa de Mycroft Holmes. Seu menino ainda possuía a mesma expressão preocupada e sisuda, quando adormecido, de quando era criança. Sem fazer ruído, ela se aproximou dele. Consumida de amor materno. A única qualidade que a redimia de seus outros pecados, assim pensava. A única coisa boa que conseguira fazer... Sebastian amava seu menino. Ela sempre tentava não pensar em como talvez o amasse mais por ser um menino... pois que não conseguia imaginar o que seu falecido marido teria feito, caso ambos houvessem obtido uma menina.

Quando Louis completara sete anos, seu pai o levara para uma viagem de caça. Seu menino nunca se sentira tão orgulhoso como no dia em que aprendera a usar uma espingarda. Talvez, apenas quando voltara para casa e lhe contara que apanhara mais faisões do que Sebastian. Ela se orgulhava de como eles se davam bem, ao mesmo tempo em que se sentia mal a cada vez que via-se perdendo-o para o pai. Contudo, durante os primeiros onze anos, pela maior parte do tempo, Louis fora apenas seu. Seu para que o ensinasse a ler e escrever, a cavalgar e a fazer contas básicas. Seu para que o mimasse com doces e filhotinhos. Seu para que o jogasse bem alto e o segurasse de novo junto ao peito. Seu para que dividissem segredos... seu para que lhe pedisse para tocar-lhe uma canção após as tarefas e nas noites de natal...

E dali alguns meses passaria a ser de outra. Isabelle. Louis certamente a melhoraria para que não fosse tão... quieta. Embora a matriarca precisasse reconhecer o charme em suas maneiras calmas e polidas. Seria uma boa mãe. E ela seria uma boa avó, quando poderia recomeçar todo o trajeto que tivera com seu garotinho...

— Mamãe? – exclamou ele, ao sentir os dedos dela passando-lhe pelos cabelos. Tinha o sono consideravelmente leve, como o dela. – Onde esteve? Eu levei uma xícara de chá ao seu quarto há pelo menos duas horas e... bem... a senhora não estava, mas achei que seria infrutífero chamar a polícia, afinal não havia sinal de arrombamento ou luta. Presumi que tivesse saído por conta própria, a caixa de maquilagem estava completamente destruída. Aliás, mamãe, o que aconteceu com o seu rosto? O que... o que...?

Louis falava tão rápido, segurando-a pelos braços e pelas bochechas, como numa forma de ter certeza de que era ela ali e não um sonho. Ele fazia-o muito, quando, ao acordar de um pesadelo, se dava conta de que ela já estava ao seu lado na cama, tentando acalmá-lo. “Irá contar a ele?” A pergunta de Mycroft lhe passando pela cabeça. “Não dirá nada ao Louis...” Ela havia implorado a Sebastian, para que a imagem que seu filho possuía dela, não fosse destruída. Nenhum pai consegue sobreviver, se seu rebento o despreza. Contudo, ainda se sentia cansada. E parte de seu cansaço, como pudera verificar ao contar seu segredo a Mycroft, se devia pela quantidade de omissões que carregava sem suas costas.

— Eu sinto muito, meu querido... – disse abraçando-o com força. – Meu menininho... oh, eu sinto muito, meu bem... – continuou a dizer em francês.

— Mamãe... o que há de errado? – perguntou Louis, abraçando-a. – Onde estava?

— Em Appledore Towers. – respondeu simplesmente, com a voz trêmula. – Oh, por favor, meu menino, me perdoe... não me odeie... – não me odeie como seu pai odiava, quis dizer.

— Com aquele vilão?! – bradou ele, segurando-a pelas ombros, afastando-a. – Mas o que...

— Matei-o...! – bradou em resposta, se desvencilhando de suas mãos para mais uma vez afundar o rosto em seus ombros. – Oh, meu querido... me perdoe... fiz porquê... porque...

— Matou-o?! – exclamou Louis, em surpresa. Afastando-a dele em choque. Os braços de Josephine continuaram no ar, estendidos para ele. – Mas... Mamãe isso foi... loucura! Irresponsável! Alguém poderia tê-la... Alguém a viu?... Por isso a caixa de maquilagem...

A matriarca apenas acenou que sim. Louis bufou com raiva e frustração. Uma rusga de imaturidade apoderando-se dele; o pensamento quiçá infantil de que era o homem da casa e, portanto, a responsabilidade para defender a honra da família deveria recair sobre ele e não sobre ela. Seus pés pareciam ter adquirido uma linha própria de raciocínio, uma vez que o colocavam a andar pelo quarto, incapaz de formar uma opinião. De fato, ele gostaria de gritar. E agora? E se ela fosse reconhecida? Eles foram até ali para evitar a forca e acabariam caindo dentro dela de qualquer modo. Louis queria gritar e finalmente estava a um passo de fazê-lo... mas ao virar-se e enfrentar o estado em que sua mãe se encontrava, não conseguiu.

— A senhora foi vista? – perguntou calmamente.

— Não... – respondeu Josephine, fitando os pés, trêmula. – Oh, Louis... – disse tornando a chorar.

— Está tudo bem. – foi a resposta dele, abraçando-a novamente. – Eu... eu entendo, mamãe... e não a odeio, não se preocupe... Conversaremos amanhã, agora a senhora precisa descansar e arrancar essas roupas usadas... Vou preparar um banho.  – acrescentou se levantando, pensativo. Sua mãe o agarrou pela manga da camisa, com força.

— Me perdoa, Louis...?

Você se perdoou? Você se perdoaria?

Fez isso por mim. Sempre fez tudo por mim. Como não poderia perdoá-la, minha querida? – indagou com carinho, segurando as mãos dela. Contudo, não lhe escapou um pouco das sombras e do desespero em seus olhos... – No entanto, acredito que ambos saibamos que... não é exatamente do meu perdão que a senhora precisa, mamãe. – acrescentou beijando as mãos dela, saindo para preparar o banho.

Ele falava do perdão de Deus. Mas os pensamentos de Josephine voaram diretamente para aqueles que não estavam mais entre eles...

— Mas ainda há uma esperança... Ainda há uma esperança... – repetiu para si mesma diversas vezes naquela noite antes de pegar no sono, com a foto de Susanna entre as mãos.


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Notas finais do capítulo

Boa dia, meus queridos!!! Estamos oficialmente seguindo para a reta final. Acredito que serão apenas mais dois capítulos, contando com o Epílogo. Devo dizer que esta tem sido uma jornada muito divertida! Acabamos com um mal social - Milverton - Colocamos novos limites para as habilidades do Holmes, Descobrimos mais sobre a nossa querida Anne Bergerac e tivemos vislumbres das crianças Holmes! Sensacional!! ALIÁS, e tivemos também relances de um Mycroft mais humano... E conhecemos Josephine de Pontmerci!! Maravilhosa!!

Gostaria de agradecer aos leitores ativos e aos leitores fantasmas, sim, eu sei que vocês estão aí! E pedir a colaboração de todos neste próximo recado: minha semana de provas está voltando! E trabalhos para entregar também!! Então, é com grande pesar que terei que adiar a postagem dos dois últimos capítulos. SE, por ventura, eu conseguir postá-los antes, eu postarei, mas acho meio improvável... Então, não me abandonem. Teremos apenas um pequeno delay. Como eu sei que vocês não gostam de despedidas tanto quanto eu, acredito que a ideia até os deixará felizes!

Um GRANDE beijo! Obrigada a todoooos!! Até a próxima!!



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